Tears that I Cried
Tears that I Cried
Por: Artemis Cassana
Prólogo

O carro parava na entrada do local, a luz vermelha do grande painel com os dizeres "MOTEL" piscavam incessantemente. Havia mais dois carros na frente deles, até chegarem as suas vezes. O moreno estava no volante, havia feito 18 anos a poucos meses. Usava uma calça jeans preta, uma camisa de botões vinho, com a manga dobrada até o antebraço e alguns botões abertos. Usava uma camiseta regata preta que delineava o tórax forte e musculoso por baixo da camisa. Os cabelos negros estavam mais arrepiados que o normal, o que o deixava com um ar mais jovial. Ao seu lado no banco de passageiro estava uma morena de olhos perolados e rosto angelical. Usava um vestido longo frente única preto. Um leve decote em V, mas que ressaltava as curvas dos seios fartos. Os cabelos negro-azulados estavam soltos e apenas uma leve maquiagem delineava os olhos tornando-os ainda mais brilhantes, nos lábios carnudos apenas um gloss, que dava um brilho a mais neles.

Os dois vinham de suas festas de formatura, haviam combinado tudo, pois Narin finalmente havia aceitado se entregar como mulher para Stevie Cassano. O moreno olhou para a garota ao seu lado, realmente estava achando engraçado o modo envergonhado em que ela estava ali olhando pela janela. Era possível ver as bochechas coradas.

- Relaxa, ninguém está nos vendo. - falou o moreno sorrindo de lado. Havia pegado o carro do irmão, pelo motivo dos vidros serem escuros, assim ninguém do lado de fora poderia vê-los. Sabia que Narin estava preocupada com isso. Não queria nem imaginar o que o irmão faria com ele no outro dia quando desse conta que seu carro não estava estacionado onde deveria estar. Mas não iria pensar nisso agora, apenas queria aproveitar a noite ao lado da amada e que apenas estava começando.

- Eu sei. - respondeu a Nocfel virando-se para ele ainda corada, a garota não sabia se estava com mais vergonha de que alguém a visse ali, ou de saber que estava num lugar daqueles. Lembrava que havia dito ao pai que dormiria na casa da amiga Ino. Nem imaginava o que Jackie faria se soubesse que no lugar dela ir para a casa da amiga, foi para um motel com o namorado. Certamente iria querer matá-la.

Depois de alguns minutos finalmente passaram pela entrada do motel depois do Cassano fazer o pagamento e pegar a chave do quarto. Agora, o moreno parava o carro no box para a entrada do quarto reservado a eles. Desligou o carro e se virou para Narin que estava com as bochechas num vermelho ainda mais intenso. Deslizou os dedos pelo rosto macio e disse calmo e com a voz rouca:

- Relaxa, não quero te obrigar a nada. - falou sincero, amava muito Narin para obrigá-la a algo que ela não queira.

- Eu sei, confio em você, por isso que decidi que quero ser sua hoje. - falou lhe dando um beijo suave nos lábios.

Logo depois disso, saíram do carro e adentraram a porta que dava para o luxuoso quarto. A Nocfel foi a primeira a entrar, sendo seguida de Stevie. Estava impressionada com o luxo do local. No centro do quarto e recostada a parede estava a grande cama de casal redonda, com um edredom vermelho muito bem colocado e dois travesseiros brancos por cima. Uma mesinha ao lado com uma travessa cheia de uvas bem roxas e com dois incensos acesos, que dava ao quarto um aroma afrodisíaco. Ao canto tinha uma outra porta em que a morena a abriu e viu uma grande banheira branca com hidromassagem.

Fechou a porta atrás de si e finalmente os olhos encontraram com os de Stevie que estava recostado na porta em que entraram, não conseguiu conter em corar violentamente, sabia o que vinha a seguir e realmente não fazia idéia do que fazer.

Stevie malicioso ao ver a reação da namorada, deixou a chave do carro e do quarto em cima da mesa e caminhou até Narin em passos lentos e suaves, o tempo todo a fitando intensamente.

- Eu quero você Narin, mas não quero que se sinta obrigada a isso. - falou deslizando as mãos pelo rosto da Nocfel, queria ser calmo e paciente com Narin, queria que fosse especial para ela.

- Eu quero ser sua Stevie e também quero você. - falou a morena fitando-o dentro dos olhos ônix e já começando a desabotoar a camisa dele e a tirando.

Sorriu de lado com a afirmativa e logo uniu seus lábios com os dela num beijo calmo, onde exploravam a boca um do outro. Pressionou a língua na fenda da boca da morena e logo ela entreabriu os lábios deixando ser invadida pela língua quente, molhada e aveludada. Em questão se segundos o beijo já era dado de forma sôfrega e libidinosa, as mãos grandes deslizavam pelas costas nuas, arrepiando-a de desejo.

Percebia que ela ainda estava um pouco rígida, normal pelo nervosismo da primeira vez. Então logo, trilhou um caminho de fogo pelo pescoço liso e macio, chegando aos ombros, onde ele alternava entre mordidas, lambidos e chupões. A Nocfel segurava-o forte pelos ombros, as pernas já estavam bambas e a excitação já tomava conta de seu corpo.

- S-Stevie. - gemeu manhosamente ao senti-lo apertar seu busto forte por cima do vestido, mordia o lábio inferior tentando conter os gemidos, mas realmente estava ficando difícil.

Abaixou-se de frente para ela e começou a retirar as sandálias da morena, cada movimento era acompanhado pelos olhos de Narin. Livrou-a das sandálias e começou a subir as mãos pelas pernas torneadas e esbeltas. Continuou subindo por baixo do vestido e logo a tocou na intimidade que já estava molhada e coberta pela calcinha.

Gemeu alto ao se sentir sendo masturbada naquela região sensível, recostou a cabeça na parede jogando-a para trás rendendo-se a corrente elétrica que parecia atravessar seu corpo.

Olhou para ela ali entregue daquele jeito, o rosto vermelho, a respiração acelerada e a boca entreaberta. Tomou o pescoço novamente, deslizando a língua por toda a extensão até chegar à boca em que ele a tomou novamente num beijo de pura paixão e amor. Pressionava-a forte contra a parede, os corpos embutidos um no outro, sentiam a excitação um do outro apenas com as batidas aceleradas de seus corações. Não aguentava mais esperar, queria sentir o corpo de Narin junto ao seu, apenas pele com pele, sem os empecilhos das roupas para atrapalhar. As mãos logo subiram pelas costas da garota e alcançaram o nó do pescoço e desfazendo-o fazendo o vestido deslizar pelo corpo até o chão, deixando-a apenas com a calcinha de rendas preta.

Corou um pouco ao se ver semi-nua na frente do moreno, mas logo fez o mesmo com ele retirando a regata preta. Os seios fartos já estavam rijos e duros, imploravam pela sua boca faminta por abocanhá-los. E foi isso que fez, logo os abocanhou com desejo, beijando-os e chupando os mamilos intumescidos. A morena gemia cada vez mais e mais alto, puxando-o de encontro ao seu corpo que se chocavam e roçavam.

Retirou o tênis e a calça rapidamente, estava afoito para ter seu corpo embutido no de Narin, sentir todas as curvas e o corpo macio da mulher que o fazia queimar de tesão. As mãos pequenas deslizavam pelas costas másculas como se quisesse gravar em sua memória cada músculo dali. O Cassano deslizava as mãos por toda a extensão do corpo, queria Narin mais do que nunca, assim como seu corpo clamava pelo dela, tanto que chegava a doer.

Levantou-a pela cintura, ela sabia o que fazer, então rodeou as pernas na cintura do moreno, enquanto as mãos puxavam os cabelos da nuca e distribuía beijos molhados pelo pescoço do Cassano. Chegou à cama e logo a deitou ali se pondo por cima e já se posicionando entre as pernas de Narin, estava mais do que preparado, queria sentir-se dentro de Narin ali e agora. Então rapidamente livrou-a da calcinha e logo retirou a boxer preta que usava. Abaixou-se e beijou seus lábios de leve, percebia a ansiedade e o medo estampado nos olhos perolados. Finalmente começou a penetrá-la segurando-a forte e firme pelos quadris, logo sentiu o hímen da virgindade da morena e logo começou a pressioná-lo o que fez a Nocfel abraçá-lo forte e gritar de dor. Os dentes cravados nos ombros largos. A dor era insuportável, e ao mesmo tempo que era dolorosa, era prazerosa, o que a fazia querer sentir aquela dor.

Assim que sentiu-a relaxar, aumentou o ritmo das estocadas, tornando-as rápidas e fortes. Os gemidos de ambos era a única melodia ouvida no quarto, uma fina camada de suor já formava entre os corpos que se chocavam e se conheciam. Palavras e frases desconexas saiam de seus lábios sem o mínimo esforço, coisas que Narin nunca imaginou sequer dizer, o que aumentava ainda mais a afobação de Stevie.

O moreno já teve outras experiências sexuais, mas nenhuma que se comparasse ao que sentia agora, transando com Narin. Nas outras estava apenas preocupado em se satisfazer e agora era totalmente ao contrário, pensava primeiro na satisfação de Narin do que a sua própria, ali realmente faziam amor.

Os cabelos negros azulados já grudavam no rosto pelo suor quando sentiu o corpo ficar rígido e logo depois estremecer com brusquidão, sinal de que havia chegado ao seu orgasmo. Alguns poucos minutos depois, foi a vez de Stevie que despejou todo seu gozo dentro da feminilidade que lhe enclausurava.

- Sa...Suke! - gemeu alto assim que sentiu seu interior ser preenchido pelo líquido quente e viscoso.

Deitou sobre o corpo feminino sentindo a respiração normalizar, estava mais do que satisfeito, estava renovado. Saiu de dentro do corpo feminino e se jogou para o lado puxando-a junto.

- Obrigada por ter sido tão maravilhoso comigo. - falou a garota sorridente e distribuindo pequenos beijos pelo peito suado do Cassano.

- Você que é única, te amo Narin. - falou o moreno sincero e acariciando os cabelos da morena.

- Também te amo. - falou levantando a cabeça e sorrindo para o Cassano, antes de ter os lábios cobertos pelos dele novamente. Sorriu de lado com o gesto, enquanto ele a puxava para cima de seu corpo, a excitação tomou conta de ambos novamente. A noite para eles estava apenas começando, ainda iria ser longa para o casal que ainda tinha muito a aproveitar daquele quarto.

oOoOoOoOo

5 semanas depois...

Andava a passos largos e apressados pelas ruas movimentadas de Tokyo, precisava chegar ao seu destino o mais rápido possível ou ficaria louca. Havia saído do hospital há poucos minutos e preferiu ir direto para a casa de Stevie. O que tinha a tratar com ele era um assunto muito sério e delicado e não podia ser adiado.

Retirou o papel do bolso e releu o que dizia ali novamente, realmente aquilo não era brincadeira. O "Positivo" era claro ali, estava grávida de Stevie Cassano. No exame marcou que ela está grávida de exatamente cinco semanas, tempo igual à única noite que ela foi do moreno.

Finalmente chegou a frente da mansão Cassano, o segurança ali já a conhecia, então a deixou entrar rapidamente. A única diferença é que ela sempre ia quando algum familiar de Stevie está em casa e nesse horário ela sabia que não teria ninguém além dele. Por isso que resolveu falar com ele agora, precisava conversar com ele sozinha.

Bateu na porta três vezes antes de ser atendida pelo próprio moreno com uma calça larga azul e o dorso nu. Os cabelos estavam desgrenhados e com uma expressão de sono, imaginou que ele devia estar dormindo quando chamou.

- Narin, o que faz aqui há essa hora? Você nunca vem quando meus pais não estão em casa. - falou o moreno estranhando a presença da namorada ali.

- Eu preciso conversar com você? É algo muito sério. - respondeu a garota rapidamente.

Arqueou a sobrancelha e logo deu espaço para a Nocfel entrar, estava curioso com o que Narin tinha para lhe falar. Percebia que devia ser algo muito importante, via a apreensão e o medo estampado nos olhos pérolas.

- Vamos ali na sala. - falou sendo seguido pela Nocfel que a cada segundo ficava mais nervosa com a reação do Cassano - Quer tomar alguma coisa? - perguntou assim que chegaram ao cômodo.

- Não, obrigada. - respondeu mecanicamente, o coração já parecia saltar pela boca tamanha a intensidade que bombeava em seu peito.

- Narin, tem certeza que você está bem, está pálida e parece nervosa? - falou o moreno já preocupado com o modo de agir da namorada.

- Estou sim, quer dizer, não estou. - começou a garota enrolando com as palavras. Respirou fundo e continuou a falar - Stevie, tenho que falar algo muito sério com você.

- O que? - perguntou confuso e preocupado pegando nos ombros da garota querendo lhe passar segurança, percebia o nervosismo dela.

- Estou grávida. - falou direta e sem conseguir fitá-lo.

Arregalou os olhos e soltou a Nocfel instantaneamente dando alguns passos para trás cambaleante. A cabeça girava e apenas a palavra "grávida" martelava como uma mantra em sua cabeça. Aquilo realmente não podia ser verdade, mas sabia que era, Narin não era do tipo de garota que brincaria com um assunto tão sério. E também sabia que a possibilidade dela estar grávida dele era verdadeira, a única noite que passaram juntos, ele não usou nenhum tipo de preservativo.

- E então Stevie, por favor, diz alguma coisa? - perguntou Narin já alarmada com o silêncio do moreno. As lágrimas já acumulavam nos olhos perolados.

- O que você quer que eu diga? Que estou extremamente feliz com a notícia? - houve uma pausa - Não, não estou Narin. - respondeu seco de cabeça baixa e os punhos caídos rente ao corpo e fechados fortemente.

A garota já estava ficando tensa e preocupada com a atitude do Cassano, realmente estava saindo pior do que imaginava.

- Stevie, o que vamos fazer? - perguntou nervosa tentando se aproximar do moreno, mas fazendo-o apenas dar mais um passo para trás se afastando dela e obrigando-a a parar.

- Como assim o que vamos fazer? - houve uma pausa - Narin, eu não quero um filho agora, tenho uma vida inteira pela frente, ainda sou muito novo. Ainda tenho muito do que aproveitar da vida e um filho não estava nos meus planos. - falou num fôlego só, passando a mão pelos cabelos deixando-os ainda mais arrepiados.

A Nocfel arregalou os olhos com as palavras frias do Cassano. Por acaso ele queria deixá-la sozinha, com um filho nos braços para criar? Por acaso ele estava querendo se livrar da sua responsabilidade de pai?

- Você não pode me deixar sozinha nisso Stevie! Esse filho que estou esperando também é seu. - falou com a voz chorosa e nervosa, os olhos já estavam banhados em lágrimas por conta do desespero.

- Tire o bebê, esse é o melhor a se fazer. - falou o Cassano sério e frio.

Arregalou os olhos pasma e logo depois lhe desferiu uma forte bofetada no rosto. Não acreditava que ele havia proposto algo tão absurdo como aquilo, matar o próprio filho.

- Isso que você acabou de me propor é a coisa mais suja e grotesca que eu já ouvi. É desumano, eu nunca iria fazer alguma coisa dessas, matar uma vida, matar meu filho! - exclamou nervosa, as lágrimas já caiam abundantes pelo rosto alvo.

Fitou Narin, sabia que havia merecido aquele tapa, conhecia a namorada para saber que ela nunca aceitaria algo tão cruel como aquilo. Mas estava desesperado, confuso, não queria um filho para atrapalhar sua vida logo agora que estava começando a se acertar. Queria apenas Narin, a mulher que sabia que amava. Mas sabia que não poderia tê-la com essa decisão que tinha que tomar, pois para ele naquele momento era o mais certo a se fazer.

- Desculpe Narin, mas eu não posso e nem quero ser pai. Não quero um filho me prendendo. - falou com a cabeça baixa, não tinha coragem de encará-la, sabia que veria apenas decepção em seus olhos perolados e não suportaria vê-la chorando por sua causa. Amava-a demais para conviver com isso.

A Nocfel estava pasma e incrédula, não acreditava que ouvia aquilo dos lábios que ela entregou todo o seu amor e carinho. Aquele que estava na sua frente não era o Stevie que conheceu no colégio e por quem se apaixonou. Aquele garoto que mesmo tendo um ar frio e sério, por dentro era uma pessoa amorosa e carinhosa. Fitou seus próprios pés, não acreditava em como foi tão ingênua e tonta esse tempo todo.

- Fui uma tola em acreditar em todas as suas palavras amorosas enquanto namorávamos. Entreguei-me de corpo e alma para você na noite da nossa formatura achando que ali seria o selamento do nosso amor e tudo não passou de uma mera ilusão. Você nunca me amou, fui apenas mais uma na sua imensa lista e que agora você está fazendo questão de dispensar. - esbravejou a Nocfel chorando compulsivamente e não fazendo o mínimo de esforço para parar, Stevie já havia a machucado demais para se preocupar de estar chorando na frente dele. Ele mesmo a humilhou da pior e mais dolorosa maneira possível.

- Nunca duvide do meu amor, porque ele foi 100% seu. - falou fitando-a pela primeira vez e sentiu o coração se despedaçar ao ver os olhos vermelhos e chorosos de Narin.

- Cale essa sua maldita boca! Não venha com palavras de compaixão para cima de mim. Não preciso da sua pena. - esbravejava tudo sem se conter, as mãos seguravam firmemente a blusa rente ao coração que sangrava dentro do peito. A vontade era de acordar e pensar que aquilo tudo era um terrível pesadelo, mas sabia que não era, e sim que era bastante real - Eu já entendi, não há espaço para o seu filho e nem para mim na sua tão importante vida. Então você já está livre para viver essa sua estúpida vida do jeito que quiser e seja feliz. - completou sarcástica. Virou-se para ir embora dali o mais rápido possível.

- Narin... - falou o moreno observando-a chegar até a porta e virar-se para ele uma última vez.

- Pode ficar despreocupado, não vou exigir o seu papel de pai. Posso muito bem criar meu filho sozinha, não preciso de você. - e finalmente saiu pela porta da frente sem nem mesmo olhar para trás.

Stevie sentia o coração doer, sabia que havia perdido Narin para sempre assim que a deixou passar por aquela porta. O coração dizia para correr atrás dela e não deixá-la ir embora de sua vida, pedir perdão por todas aquelas palavras que sabia que a magoaram completamente. Mas seguiu a voz da cabeça que dizia que aquilo que fez era o certo, que não deveria estragar sua vida por conta de uma criança ou de um amor que dizia infantil. Então ficou lá parado no mesmo lugar, deixando Narin e seu filho irem embora de sua vida para sempre.

Assim que pôs os pés na calçada recostou-se na parede abraçando-a a si mesma e desatou a chorar toda a dor que sentia em seu peito. Tentou dar uma de forte na frente de Stevie, mas realmente estava desesperada. O que faria da sua vida dali para frente? E ainda com um filho nos braços? Deslizou até o chão sentando-se ali, o pranto a engolfava fazendo-a apenas enxergar escuridão a sua volta. Estava com medo, receosa do futuro que lhe aguarda. Sabia que não poderia contar com o pai que certamente quando soubesse que a filha iria ser mãe solteira a esculacharia de casa. E ainda diria em como ela era uma vergonha para a família e que ela só lhe trazia decepção.

- Senhorita Narin, está bem? - ouviu a voz do porteiro ao seu lado, o que a fez voltar a realidade. Fitou-o e afirmou com a cabeça se escorando no muro e levantando-se com dificuldade.

Deu as costas ao porteiro e começou a fazer o caminho de volta para casa, as lágrimas desciam silenciosas pelo rosto alvo e inchado de tanto chorar. Não adiantava ficar ali chorando pelo leite derramado, estava sozinha, só ela e o filho. Seu filho quando nascesse iria ter apenas a mãe, mas ela iria amá-lo em dobro, não precisaria de um pai apenas por nome. Narin Nocfel seria seu pai e sua mãe ao mesmo tempo, viveria apenas por ele e nunca deixaria nada faltar a essa criança que estava por vir.

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