-Brenda? - chamou a sua fiel aliada que estava recostada a mesa de bebidas com um copo quase vazio nas mãos.
Brenda o atendera prontamente com um olhar serviçal, ficando ereta e largando o tal copo.
-O que deseja, meu senhor?
Julio Cesar olhou para a garota que ria ao lado de Soraia - vê aquela garota? - esta assentiu - ordene a ela que me apresente a Soraia - com um aceno, Brenda rumou em direção ás meninas.
O estranho dos olhos verdes estreitou seu olhar e trincou os dentes ao ouvir o pedido de Julio Cesar, e o pior é que não podia fazer nada para impedi-lo ou para impedir aquela mulher de ir até Soraia.Mas uma coisa ele podia fazer - Soraia, tome cuidado com a bruxa - sussurrou pelo ar.
Soraia estremeceu ao ouvir aquela voz lhe rondar o corpo e o espírito. Ah, como queria descobrir a quem pertencia aquela voz intensa.
-Amy - sussurros ecoaram no ar e chegaram aos ouvidos de Amy que bebericava um suco quando sentiu-se hipnotizada por uma voz que a fez virar-se sorridente - apresente sua amiga ao Conde Drácula - ela assentiu.
Brenda conseguiu focar seu olhar nos olhos de Soraia, mas algo a deixara bastante confusa, pois não conseguira chegar a sua alma e isso a irritara profundamente. Afinal, em todos esse séculos de vida nunca uma alma lhe fora escondida.
Soraia só sentiu um formigamente, ela nem percebera que Brenda tentara entrar em sua alma, ao que parecia sua alma criara um escudo de proteção contra intrusos.Mal sabe ela que num futuro próximo , este vai ser um de seus maiores dons...
-Que tal se eu te apresentasse ao Conde?
Soraia nem havia percebido que Amy lhe falava, pois seus olhos procuravam por aquele estranho da voz que lhe rondava pelo ar, mas infelizmente, nada encontrara.
-O que você disse?
Amy bufou e levou a amiga pelo braço como a uma criança teimosa até Julio Cesar que as esperava ansioso.
-Soraia, não vá - sussurrava a tal voz, e num instante de lucidez, ela mesma nem soube o porquê de sua decisão, mas retirou seu braço bruscamente da mão da amiga com um grito - não!
Amy sacudiu a cabeça confusa, não só pelo grito da amiga mas também como se tivesse sido arrancada de um lugar muito escuro e trazida de volta a luz.
-Eu não vou. E você também não vai - decretou Soraia ao inverter as posições e puxar Amy para longe dali.
-Brenda o que aconteceu? - rosnou Julio Cesar encarando com raiva a mulher á sua frente que tambén não entendia o que havia acontecido, afinal, isso jamais havia acontecido.
-Eu não sei.
Julio Cesar conseguiu controlar á duras penas o seu grito de raiva ao sair pisando duro para longe de Brenda que tinha uma certeza em sua mente.Foi Soraia.
Mas quem disse que Julio Cesar iria desistir?
-Marcus?! - gritou, não que fosse necessário isso para a audição super apurada de vampiros e lobisomens, nem mesmo a musica super alta atrapalharia uma conversa em tom baixo, mas foi a raiva que impulsionou seu grito.
Marcus suspirou em desalento,pois algo lhe dizia que fosse lá o que Julio Cesar iria lhe pedir, não iria gostar de fazer.
-O que você quer?
-Você já viu a garota ao lado de Soraia?
Como ele não iria ver, pois desde que entrara ali, seus olhos foram atraídos para ela e, no mesmo segundo, soube que estava apaixonado.E um vampiro quando se apaixona é de verdade e para sempre.
Marcus assentiu, mas ao ouvir o que Julio Cesar queria que ele fizesse, foi como ter uma estaca enfiada em seu coração.
-Mate-a.
-O quê?!Por quê?!
-Por que eu quero - rosnou e dera de ombros sem dar chance de escolhas a Marcus que sentiu lágrimas que a séculos estavam secas em seus olhos, arderem.
-Soraia, quer parar de me puxar assim- ralhou Amy ao largar-se da mão da amiga que olhava para todos os lados como se algo ou alguém fosse pular sobre elas.
-Me desculpa.
-Soraia o que tá acontecendo?
-Nem eu sei.
Amy franziu o cenho para a amiga como se ela tivesse ficando louca ou bebido algo além de suco - Soraia, fala comigo.
-Eu tenho medo daquele cara.
Essa confissão bastou para Amy abraçar a amiga como a tempos não fazia. Sabe aquele abraço de amigas desde o primário, foi esse que elas compartilharam agora.
O estranho olhou para as duas amigas abraçadas e uma nostalgia lhe atingiu ao lembrar-se dos abraços carinhosos de sua mãe.
Amy seguia por um corredor com muitas portas, mas sem ninguém por ali,e entrou em uma porta com uma plaquinha de letras espelhadas que dizia banheiro feminino.
Amy seguiu para frente do enorme espelho que ia do chão ao teto por detrás das pias do largo balcão, e começou a retocar seu batom, quando um estrondo na porta que a fez dar um pulo.
-Meu Deus!
Amy viu-se cara a cara com o garoto dos olhos de mel lhe encarando, e disse uma coisa estupida, mas antes algo estupido do que um silêncio constrangedor.
-Aqui é o banheiro feminino.
-Eu sei - disse ao dar alguns passos a frente enquanto Amy dava alguns passos atrás até ver-se prensada entre o balcão e aquela estrutura sólida de músculos dele.
Marcus não conseguia desviar os olhos daquelas esmeraldas brilhantes a sua frente, mas a gota d'água que fez sua vontade ir para o espaço fora quando ela passara a ponta da língua nos lábios.
Marcus avançou a frente e Amy engoliu em seco com os olhos arregalados quando este enlaçou sua cintura num aperto que a levou de encontro a seu peito com as mãos espalmadas junto a uma pergunta vacilante:
-O que você pretende fazer?
-Te beijar- dissera e mergulhou seus lábios naquela boca que já considerava deliciosa e só aumentou sua vontade na dança das línguas.
Uma paixão fervorosa gritava entre aqueles dois ali no banheiro e, mesmo que Amy tivesse ficado assustada no princípio, agora havia se rendido ao beijo daquele cara que ela nem sabia de onde havia vindo, mas com certeza, sabia beijar.Ah, se sabia.
Lais que havia seguido Marcus até a porta do banheiro, rangia os dentes ao ver o que aqueles dois desgraçados faziam ali.
-Malditos - sussurrou entre dentes com uma fúria a lhe incendiar por dentro. E como o tempo é o amigo dos vampiros, raios e trovões se chocaram no céu, e tamanha era a intensidade destes que só não apavoraram muitas pessoas como também causou a destruição de alguns postes de energia, o que resultou em um apagão na cidade.
Quando a luz acabou no salão, a euforia tomou conta de muitos, afinal na escuridão tudo fica mais excitante. Mas um gerador logo fez seu serviço religando a tudo, inclusive o som de uma batida de rock remixada junto a funk. E nesse tempo sem luz, apesar de muito curto, muitas coisas aconteceram...
Amy se viu sozinha no banheiro somente com o gosto do beijo daquele garoto que num piscar de olhos a abraçava e no outro sumira, mas quando se virara para ajeitar os cabelos emaranhados no espelho, escrito com o seu batom dizia:TOME CUIDADO COM OS ESTRANHOS.MARCUS.
-Então esse é o seu nome, soldado?- sussurrou sorrindo como uma tola.Ela ainda não havia se dado de conta do perigo que a rondava.Ainda.
Um morcego saíra por uma das muitas janelas do salão e para o céu atormentado se fora.
Já Julio Cesar aproveitara bem o apagão, pois quando o brilho dos raios iluminaram o salão, este já se encontrava atrás de Soraia inspirando o cheiro sensualmente almíscarado de seu sangue, que no segundo que a luz voltou, levou um baita susto ao deparar-se com aquele cara lhe encarando com um sorriso misterioso nos lábios.
-Me desculpe, eu não queria te assustar.
Ela suspirou um - tudo bem.
-Eu me chamo Julio Cesar - apresentou-se sempre encarando os belos olhos negros de Soraia que tremia por dentro, e seu tremor piorou quando algo mais estranho aconteceu.
O estranho dos olhos verdes surgira do nada ás suas costas e a puxou, de leve, para trás de seu corpo que a cobriu dos olhos de Julio Cesar que rosnou dizendo - fique longe dela.
Soraia não podia negar que o medo que sentia do 'Drácula' definitivamente não se estendia aquele estranho, pois quando este tocou sua pele um arrepio de prazer e sensação de segurança lhe inundaram tanto por dentro quanto por fora.Sem contar que seu ego feminino adorou ser o alvo da atenção desses dois gatos.
Brenda estava um pouco mais afastada deles, mas captou no ar as ondas vocais daquele estranho e, imediatamente, tratou de agir enviando ondas psíquicas, só que a Soraia que digamos que ficou surda a eles e acabou desmaiando só vendo o estranho virar-se e mover seus lábios.
O fim da madrugada se aproximava e mesmo contra a sua vontade, quando enfim acordara sobre um sofá de couro no colégio, sozinha, sentia-se puxada por Julio Cesar como se este fosse um imã.E o pior é que não via seu salvador de olhos verdes.Que droga!Muitas foram as vezes que Soraia tentou desviar os olhos e até sair dali, mas de um jeito ou outro via-se perto dele o olhando.E no caso de Amy acontecia o oposto, quanto mais tentava se aproximar da amiga mais esta se afastava.Como ele tem tanto poder no olhar?Somente o estranho dos olhos verdes tem essa resposta mas, infelizmente,para o bem da cidade toda convém manter essa resposta guardada. Mas até quando?Brenda sorria, afinal seu senhor havia conquistado a atenção da garota. Mas e quanto aquele estranho?O que ele é?O que ele quer?Num lugar não muito
As luzes do corredor estavam apagadas, o que já era de se considerar estranho, então com a ajuda das luzes vindas das salas de ambos os lados do corredor pode-se ver uma garota de joelhos a soluçar e cobrir o rosto ao lado de um corpo todos ensanguentado numa poça de sangue e de olhos arregalados como se tivesse visto o demônio antes de morrer.Soraia solidária, mas temerosa em seus passos, retirou sua máscara de mulher gato enquanto se aproximava da garota, olhando apavorada para aquela cena ao abraça-la.O estranho dos olhos verdes estacou e recuou, pois não queria e nem precisava ver aquela cena para saber quem a havia praticado.Nesse tempo alguém havia chamado a polícia, pois alguns homens fardados com as cores da bandeira da cidade - preto e vermelho - se aproximavam pelo corredor, aústeros.-Por favor, afastem-se da vítima - pediu o policial que vinha a frente
No interior de uma tenda banhada pela luar que aos poucos se livrava das nuvens negras, duas vozes femininas conversavam com certa aflição na voz.-Chegou a hora - afirmou a garota dos olhos negros e um semblante sereno, apesar da situação, não se via muito mais do que a lateral de seu rosto branco com um tom acinzentado, sua boca sensual, seu nariz teimoso e partes de seu cabelo negro que caía pela lateral de seu pescoço alvo.-Sim - concordou a outra mulher a seu lado também mostrando parte de seu rosto onde o que mais brilhava eram os seus olhos verdes claros delineados com kajal e os cabelos negros enrolados junto ao que seriam pedrinhas coloridas á lateral de seu pescoço adornado com correntes - você não deve esperar mais. Julio Cesar persegue seus alvo incansavelmente, sem trégua.A garota que aparentava ser bem mais jovem do que a mulher suspirou ao dizer - eu
-Então você já a conhece?Julio Cesar nem fazia ideia de o quanto, afinal já haviam trocado um beijo enquanto que ele não havia experimentado mais do que o calor do toque da pele dela.-Não se faça idiota,eu sei que você sabe disso.Julio Cesar sorriu amplamente ao dizer - o sangue dos lobos está começando a ferver em suas veias, não é mesmo, amigo?-Você nem faz ideia - rebateu com um sorriso sexy e provocador ao fazer seus olhos verdes claros ficarem amarelos como chamas vivas dentro de suas pupilas.Julio Cesar jamais iria se permitir ficar para trás, muito menos para Augusto.Então, assim como ele, fez seus olhos já negros de nascença adquirirem o rubi de sangue ao centro, algo tão caracteristico dos de sua espécie.-Seja lá o que você quer da Soraia, eu vou te impedir - deixou-o de sobreaviso, afi
Brenda encontrasse numa sala anexa ao seu quarto com as mãos espalmadas sobre uma mesa de madeira branca redonda onde repousa aestrelado destino e ao seu redor velas negras dão aquele aspecto sombrio.Brenda mantém a posição e de olhos fechados entoa um cântico ritualístico de linguagem imcompreensível.Do nada, as chamas das velas começam a se mexer, mas não há vento algum na sala, e então todas se apagam num sopro e a fumaça que sobe ao ar torna-se densa e assenta sobre a mesa.-O que quer de nós, sacerdotisa? - pergunta muitas vozes ao mesmo tempo tanto vozes femininas quanto masculinas.-Quero ver a possessão da Raquel em Lais.Risadas finas e assobios rascantes ecoam no ar ao dizerem - seu pedido é uma ordem, sacerdotisa- enquanto a fumaça levanta-se da mesa e cruza pelo corpo de Brenda que mant&eacu
Não eram somente os lobos que queriam descobrir as intenções dos vampiros, ainda desonhecidos dos humanos, pois nesse exato momento a polícia analisa as fitas de video do colégio no dia do dito baile.O Delegado Sergio, um belo homem que, com certeza, senão fosse delegado seria modelo, não somente pelo seu porte fisíco mas também por seus belos olhos e cabelos escuros brilhantes, e estava impaciente, caminhando de um lado para o outro com os braços cruzados, evidenciando seus músculos.Sem olhar para ninguém, nem mesmo para a Investigadora Malvina ao seu lado, álias, uma bela mulher bem 'classuda' numa calça social preta contornando com perfeição as suas curvas, assim como a sua camisa branca longa e o estilo fica por conta do coque frouxo com muitos fios soltos de seu cabelo loiro claro e seus olhos,incrivelmente, azuis claros a observarem as imagens na tela d
Um jaguar estacionou em uma calçada em frente a uma virtrine de vestidos elegantes, e quando as portas do carro, uma á frente e outra detrás se abrem, ao lado direito, pés com sapatilhas pretas e legging e mais uma t-shirt cinza estilizada ;do lado esquerdo, sandálias pretas, legging branca e camisa amarrada á altura do umbigo.-Obrigado pela carona, pai - falou Soraia ao abaixar-se a altura do vidro onde o pai servia de motorista hoje.Adam nem aparentava ter quarenta anos de vida, pois com os seus cabelos e olhos negros - álias, iguais aos da filha - e um rosto de ângulos fortes diria que teria trinta apenas.e ainda mais com uma calça jeAns escura justa, camiseta branca e um blazer preto.Puro charme.-Soraia, sinceramente, o que se tem para fazer na cidade domingo?- emburrou Amy ao cruzar os braços e com um bico, encarar a amiga que sorriu, meneando a cabeça diante da careta.-A
Um lobo bem musculoso, mesmo na forma animal, como um ármario conseguiu eniar as garras nas costelas de um vampiro, que chiou de dor ao ser mandado direto na parede onde caiu no chão se retorcendo e gemendo.Amy acompanhou tudo sem reação, extasiada ao ver que o tal vampiro era ninguém menos do que Marcus.-Marcus - saiu um sussurro quase inaudível dos lábios dela ao levar a mão a boca para não gritar por ele diante da brutalidade do lobisomem.Como ela não vira ele antes?Onde ele estava?Será que ele pertencia aquele grupinho nojento?-Você o conhece? - perguntou Soraia ao ver a reação da amiga que correu ao encontro do tal vampiro que apertava as costelas como se recolocasse os ossos no lugar.A luta prossegui, as pareces estavam rachadas e/ou destruídas ao montes de tijolos e pó a se acumularem pela calçada devido aos imp