Ivone pensou por um momento e disse:— Você tem razão. Mas já que não conseguimos marcar um jantar com o Dedé, vamos deixar a Rosana fazer esse convite. Ele, com certeza, vai ficar mais animado em ver a Rosana do que a nós. E, para realmente fortalecer nossa relação com a família Godoy, vamos precisar dela.Antônio, com o olhar pesado e distante, ficou em silêncio por um tempo antes de responder:— Eu ouvi dizer que o mercado comercial de Cidade M agora está dominado pela família Camargo. A família Godoy já está em declínio. Se conseguirmos nos conectar com a família Camargo, isso seria uma grande vantagem....Ivone, que há muito não aparecia no escritório de Rosana, estava radiante de felicidade, já que Lorenzo havia sido solto. Ela comprou vários presentes e voltou a visitar a filha.Entre os presentes estavam frutas raras e guloseimas importadas, que Ivone trouxe para os colegas de Rosana. Esse gesto imediatamente conquistou a simpatia deles.Rosana levou Ivone até o seu escritório
Rosana ficou visivelmente desconfortável com as palavras ambiguas de Dedé e disse:— Sr. Dedé, o senhor tem tempo hoje à noite? Meu irmão Lorenzo já voltou para casa, e eu gostaria de convidá-lo para um jantar, para agradecê-lo pessoalmente.— Se for você quem me chama, então, claro, eu tenho tempo. — Dedé respondeu com um sorriso. — Que tal isso, então? Após o expediente, me espere no seu trabalho, e eu vou te buscar. O que quiser comer, você escolhe, tudo bem?Embora Rosana achasse que seria mais adequado Dedé escolher o que comer, ela percebeu que ele estava fazendo um esforço para agradá-la. Sem insistir, ela aceitou a proposta.Naquela noite, Dedé foi buscar Rosana no trabalho, como combinado.Rosana fez uma reserva em um restaurante mais sofisticado, e, como Dedé não trouxe o filho, Durval, era só ela e ele. Isso deixou Rosana ainda mais constrangida.Normalmente, Durval ajudava a quebrar o gelo, e Rosana se sentia mais à vontade. Agora, ela sequer sabia como iniciar uma conver
Rosana finalmente entendeu o que estava acontecendo e comentou:— Me assustou um pouco, eu realmente pensei que o senhor tivesse esquecido suas próprias criações. Mas, não sabia que o senhor gostava tanto de fazer piadas.Dedé sorriu com um toque de leveza e respondeu:— Agora que estamos mais próximos, acho que posso brincar um pouco, não é? Entre amigos, não custa nada, certo?— Sim, claro. — Rosana, embora achasse a situação um pouco estranha, não conseguia identificar exatamente o que parecia fora do lugar.Depois, os dois entraram no carro.Enquanto Dedé a levava de volta para a família Coronado, Rosana, repentinamente, fez uma pergunta:— Ah, Sr. Dedé, quando vi aquela peça no ano passado, fiquei me perguntando... Como o senhor teve a ideia de combinar opala e pérola? Até onde lembro, nunca vi o senhor trabalhar com opala antes em seus designs.Dedé, por um momento, ficou surpreso, mas logo respondeu:— Ah, eu queria experimentar algo novo, não queria limitar minhas ideias de des
Rosana estava completamente confusa, mergulhada em um mar de dúvidas intermináveis....No dia seguinte, Rosana foi para o trabalho. Ivone, sua mãe, fez questão de ir até a empresa para perguntar a Rosana se ela havia levado Dedé para jantar, se tinha realmente agradecido a ele.Rosana assentiu com a cabeça e respondeu:— Pode ficar tranquila, mãe, fiz tudo o que você pediu.— Que bom, assim fico mais tranquila! — Ivone sorriu. — Eu fico aqui, sem saber como vou retribuir esse grande favor...Rosana tentou tranquilizá-la:— Vamos deixar isso para depois. Dedé, com certeza, ainda vai precisar de algo de vocês, da família Sampaio.Nesse momento, Isabelly entrou na sala e disse:— Srta. Rosana, mais tarde vamos ao Jardim de Infância Ko Wah, é bom se atentar ao horário.Rosana se virou para Ivone e explicou:— Mãe, você pode ir voltando, por favor? Eu vou a uma entrevista na escola sobre um caso de intoxicação alimentar coletiva entre as crianças, deve ser bem tarde quando eu voltar.Ivone
Rosana parou por um momento e perguntou:— Que segredo é esse?Os olhos de Durval estavam cheios de tensão, e ele abaixou a voz, dizendo:— Eu vi a minha mãe!— O quê? — Rosana olhou para Durval, confusa. — Sua mãe não...Ela não teve coragem de terminar a frase e logo trocou de abordagem, perguntando:— Você sonhou com ela?— Não, não foi um sonho. — Durval disse com firmeza. — Eu a vi de verdade! Tia Rosana, minha mãe ainda está viva, só que está presa. Ela está tão sofrendo, nem consegue falar.Rosana ficou completamente chocada e fez outra pergunta:— Me diga tudo. Onde está sua mãe? Quem a prendeu?— Ela está na família Godoy. — A testa de Durval estava suada, e sua voz tremia enquanto ele falava. — Naquela noite, depois do jantar, eu quis brincar de procurar tesouro com os empregados. Aí encontrei o porão, onde tem um depósito que está sempre fechado. Só que a porta do depósito estava trancada, deixando uma fresta.Rosana estava visivelmente tensa, e perguntou:— E depois?— Depo
Observando as silhuetas deles se afastando, o coração de Rosana, que ainda pulsava acelerado, não se acalmava nem um pouco. Quando Isabelly se aproximou de Rosana, ela ainda estava completamente fora de si. — Srta. Rosana! Isabelly deu um leve toque em Rosana, assustando ela. — Srta. Rosana, o que aconteceu? — Isabelly perguntou, olhando para ela. — Eu estava aqui pensando, aquele garotinho... Não seria o filho da família Godoy? Ele não teve intoxicação alimentar, teve? Rosana explicou, tentando manter a calma: — Ele comeu uma refeição que trouxe de casa, por isso não houve problema. Isabelly, curiosa, perguntou: — E o que esse menino misterioso te disse? O que ele queria, afinal? Rosana a olhou com um olhar enigmático e respondeu: — Segredo. Isabelly fez uma careta. — Que segredo você pode ter com um garoto? Se você não quiser contar, tudo bem... Assim, as duas não conseguiram nenhuma informação nova e voltaram para a redação da revista. Quando entraram na
Os olhos de Rosana estavam levemente avermelhados, e sua voz soava um pouco embargada:— Antes, ele me humilhava tanto, e eu não abria mão dele; depois, descobri que tudo o que Manuel fez comigo foi por vingança. Eu era apenas o meio para ele se vingar, mas também não consegui me afastar. Mas, tia, meu coração é feito de carne, e ele chega a um ponto em que se quebra. Eu sou humana, não sou uma máquina. Eu realmente estou cansada. Não há mais possibilidade para mim e Manuel.Sra. Maria também não conseguiu segurar as lágrimas:— Que história é essa, hein? Se eu tivesse aceitado vocês dois lá no começo, quantos problemas não teriam surgido? Eu fui quem cavei a minha própria sepultura, e agora, Manuel me trouxe a Tamires. Só de pensar nisso, me dói!— Tia, se isso é realmente a escolha de Manuel, então você deveria apoiar ele. — Rosana tentou confortá-la. — Manuel é uma pessoa de temperamento forte e opiniões próprias. Não vale a pena continuar brigando por causa de casamento. Não deixe
Sra. Maria ficou apenas observando Rosana.— Então tá. — Rosana perguntou, um pouco indecisa. — Você tem certeza de que ele não vai voltar para o jantar?Sra. Maria confirmou com convicção:— Tenho certeza, sim. O Manuel já faz mais de meio mês que não volta para o jantar.A pedido de Sra. Maria, Rosana não teve escolha a não ser acompanhá-la de volta para aquela casa que não visitava há tanto tempo.— Glória, corra e prepare a comida, o jantar está pronto? — Disse Sra. Maria com um sorriso. — Faz mais alguns pratos, a Rosa voltou hoje, vamos caprichar no cardápio!Rosana logo se apressou em falar:— Senhora, não precisa se incomodar, não. Podemos comer algo mais simples, não tem problema.— Como assim? — Sra. Maria olhou ela com carinho. — Você voltou hoje, é um motivo de alegria para mim!Enquanto as duas conversavam, de repente, passos e vozes vindas de fora puderam ser ouvidos.Rosana levou um susto e rapidamente olhou para Sra. Maria:— A senhora não disse que o Manuel não voltari