Tamires não teve escolha a não ser concordar com a cabeça e dizer: — Não se preocupe, Manuel, vá ajudar a Srta. Rosana. É a mesma coisa se o motorista me levar para casa. Quando tiver tempo, nos encontraremos de novo. Assim, Tamires se despediu da família Marques. Sra. Maria ouviu o som do motor do carro no pátio e só então soltou um suspiro de alívio. Logo, Tamires olhou para Manuel e disse: — Agora eu entendi, você e a Rosana ainda não fizeram as pazes, não é? O que a Rosana fez de errado para você ter trazido a Tamires aqui e fazer a Rosana ficar irritada? Manuel fixou o olhar, mais sério, e respondeu com frieza: — Onde você viu a Rosana irritada? Ela não está chateada? Sra. Maria ficou momentaneamente sem saber o que dizer. Pensou por um momento e parecia não ter encontrado motivo algum para tal irritação. Com um tom de dúvida, Sra. Maria comentou: — Então isso não faz sentido. Como a Rosana não está irritada? Manuel se acomodou no sofá, esfregando a testa com
Sra. Maria lançou um olhar para Manuel e disse: — Olha só, antes eu queria que você ficasse com a Joyce, e você dizia que não gostava dela, que preferia a Rosana; agora, eu também gosto da Rosana, e você não consegue ficar com ela. Você está tentando contrariar tudo o que eu quero? Toda vez que escolho uma mulher para ser sua esposa, você parece fazer de tudo para me desagradar! Manuel ficou em silêncio por um momento, as palavras de sua mãe o pegando de surpresa. Finalmente, ele falou: — Não inventa, mãe, isso não tem nada a ver com a senhora. Eu nunca disse que não poderia ficar com a Rosana. É só que, ultimamente, entre nós dois, pode ter surgido algum problema. Sra. Maria olhou para ele com um olhar de quem entende tudo, e perguntou: — Por causa da Tamires? — Não. Manuel não queria explicar mais nada para sua mãe, porque, para ser honesto, ele também não sabia onde estava o problema. Apesar de Rosana estar se mostrando extremamente dedicada e carinhosa, sua atitude
Manuel diretamente afastou a mão de Rosana e disse: — Você não fez nada errado, fez tudo certo, não tenho o que reclamar! Embora suas palavras não carregassem nenhuma reprovação, o tom de Manuel era gelado, sem um pingo de calor. Rosana percebeu que ele não queria mais falar com ela. Engolindo toda a mágoa, Rosana não disse mais nada. Na escuridão, só se ouvia o som entrecortado de suas respirações. Rosana pensou silenciosamente,“Já estamos juntos há mais de cinco anos, será que Manuel já não gosta mais de mim? Ou talvez, ele já tenha se cansado desse jogo de vingança, a ponto de achar que não tem mais graça, nem para ele. Por isso, mesmo eu estando de volta ao lado de Manuel, ele perdeu todo o interesse por mim?” Com esses pensamentos confusos, Rosana acabou adormecendo na madrugada. ... Dois dias depois, o pedido de Diego para a prisão domiciliar finalmente foi aprovado. Após o pagamento de uma caução, Rosana pôde finalmente ver seu pai. Ao entrar no quarto do hos
Rosana respirou profundamente, balançou a cabeça e, com um tom calmo, disse: — Se Manuel é sincero comigo, eu já sei a resposta. Para mim, isso já não importa mais. Desde o momento em que descobri o que o senhor fez, minha vida se reduziu a um único propósito: o de pagar pelos erros. Ficar ao lado de Manuel é, na verdade, um modo de atrair sobre mim todo o ódio que ele ainda carrega no coração. Quando ele finalmente deixar o rancor para trás, será o momento em que eu o deixarei. Os dois, pai e filha, não sabiam que, neste exato momento, Manuel estava parado do lado de fora da porta. Ao ouvir as palavras sinceras de Rosana, Manuel ficou completamente paralisado. Nos últimos tempos, ele vinha sentindo que algo estava estranho, mas agora, tudo parecia finalmente fazer sentido. "Não era paranoia minha... Rosana voltou para mim, mas não porque me ama. Ela voltou apenas para se redimir. Só isso. Por isso, não sinto mais o que eu sentia antes... Não vejo mais o amor nos olhos dela,
Rosana estava cada vez mais sem saber o que fazer. Ela mesma não queria beber o remédio, então como poderia levá-la até Manuel para que ele a tomasse? Sra. Maria, ao perceber a hesitação de Rosana, tentou convencê-la: — Rosa, apesar de tudo o que seu pai fez no passado, você pode ver que já o perdoei. Eu não o vejo mais da mesma forma, e também não te vejo como ele. Você e Manuel já estão juntos há mais de cinco anos, não é hora de vocês se casarem? Afinal, mais cedo ou mais tarde seremos uma família. Eu realmente quero um neto, por favor, faça isso por mim! Rosana deu um suspiro. Ela não sabia mais como resistir à insistência de Sra. Maria. Sem outra opção, Rosana assentiu e falou: — Está bem, eu vou levar a medicina para ele agora. Sra. Maria então pegou uma tigela de remédio e a entregou a Rosana, dizendo: — Vai, você toma primeiro, e eu vou ficar aqui, observando. Rosana não teve escolha e, com uma expressão resignada, engoliu a medicina amarga e extremamente amarga
Sob o peso das perguntas de Manuel, a paciência de Rosana, que vinha sendo mantida em silêncio durante todo esse tempo, finalmente se rompeu: — Sim! Eu preciso me redimir! Preciso fazer algo pelos pecados cometidos pelo meu pai! — Rosana se soltou das mãos de Manuel, se ajoelhando no chão enquanto lutava para controlar as lágrimas. — Eu não sei o que mais posso fazer para te agradar, para te deixar mais tranquilo. Eu realmente tentei! Mas não entendo... por que, no final, nós chegamos a esse ponto? Manuel, tomado pela raiva, a puxou de volta para cima com força, tentando controlar suas emoções descontroladas: — Eu lutei para esquecer que você é filha de Diego. Eu tentei a todo custo deixar o ódio para trás, por você! Cheguei ao ponto de usar todas as minhas conexões para libertar o assassino do meu pai! E agora, você vem me dizer que tudo o que quer é se redimir? Se eu realmente quisesse que você se redimisse, eu teria mil maneiras de te torturar! Com um gesto violento, Manuel
— Eu... — Rosana ficou em silêncio por um longo tempo, tentando encontrar as palavras certas. Depois, seus olhos se encheram de confusão e decepção, e sua voz saiu tão baixa quanto o zumbido de um mosquito. — Eu tenho medo. Eu não consigo mais amar.Embora essa resposta fosse extremamente cruel para Manuel, ele preferia ouvir uma verdade tão dura e sincera do que continuar recebendo mentiras disfarçadas de amor, como antes, com Rosana se escondendo atrás de uma fachada falsa.Manuel concordou com a cabeça, sua voz rouca:— Tudo bem, então. Eu vou fazer você se apaixonar por mim de novo. Você não precisa fazer nada, não precisa se forçar a agradar a mim. Rosa, vamos recomeçar, tudo bem?— Recomeçar? — Rosana repetiu aquelas palavras, com os olhos cheios de confusão. — A gente ainda pode, recomeçar? Quando você estava comigo, você não pensava no seu pai?Manuel sorriu amargamente e respondeu:— Se eu me importasse tanto com a sua origem, eu não teria chegado até aqui. Eu nunca teria pedi
Rosana, insatisfeita com o curativo que havia feito, não pôde deixar de se sentir desconfortável. Com um sorriso tímido, ela sugeriu:— Que tal, amanhã eu te levo ao hospital para o médico fazer o curativo corretamente?Manuel, com um gesto suave, puxou a mão de Rosana e a fez sentar ao seu lado. Olhou para ela com carinho e disse:— Não importa como você tenha feito o curativo, eu gostei. Porque sei que você está preocupada comigo.Rosana abaixou a cabeça, a voz fraca e cheia de arrependimento:— Desculpa... Até agora, eu ainda não consegui superar a sua traição. Às vezes, eu fico perdida, sem saber se você está apenas se vingando de mim ou se realmente gosta de mim.O coração de Manuel se encheu de remorso. Ele a abraçou com força, seu tom de voz amargo e autocrítico:— Eu te amo desde muito tempo. E no final, o maior perdedor dessa história sou eu. Fui tão orgulhoso que acabei te machucando.Rosana olhou para ele com seus olhos negros, penetrantes, e perguntou com um fio de voz:— V