No momento seguinte, a raiva tomou conta do peito de Sra. Sarah.Sra. Sarah apertou os dedos com força, rangendo os dentes."Por quê? Meu filho ainda está na prisão, sem saber quando vai sair, e eu acabei aqui, trabalhando como faxineira. Mas aquela mulher cruel, a Rosana, e o homem sem coração, o Manuel, conseguem viver essa vida feliz? Por quê?!"...Depois do almoço, Rosana se lembrou das inúmeras tarefas que tinha como editor de revistas, e então disse a Manuel:— Você pode levar a tia Maria para casa? Eu preciso ir para a empresa.Manuel a instruiu:— Então pegue um táxi para o trabalho. Eu te busco quando você sair, tá bom?— Sei, pode deixar! — Rosana acenou para a Sra. Maria. — Tia Maria, até logo!Sra. Maria, raramente, sorriu para Rosana e disse:— Se cuide na estrada.Depois que Rosana partiu, Manuel suspirou aliviado e disse a Sra. Maria:— A senhora não acha que nossa casa está cada vez mais parecendo um lar de verdade?— Ah, agora vem com esse discurso! — Sra. Maria olhou
Duas manchas vermelhas subiram às bochechas de Rosana, que não conseguiu evitar e fez um charme: — Seu idiota! Após desligar o telefone, Rosana ainda se mantinha imersa no doce néctar do amor. Foi apenas quando Rosana chegou à porta da empresa que uma silhueta familiar bloqueou seu caminho. — É você? — Rosana olhou para Sra. Sarah, que agora parecia muito mais envelhecida, e perguntou. — O que você quer? A Sra. Sarah respondeu: — Vamos conversar. — Não tenho nada para conversar com você. — Rosana recusou, tentando passar por ela e seguir seu caminho. No entanto, a voz fria de Sra. Sarah a deteve mais uma vez: — Eu acho que o que eu tenho a dizer vai te interessar. É sobre a verdade por trás da falência da sua família, sobre Manuel, sobre o seu pai! Rosana parou rapidamente, se virando, seus olhos cintilando com uma lâmina de raiva: — O que exatamente você quer dizer? A Sra. Sarah esboçou um sorriso frio nos lábios e se dirigiu para o café do outro lado da rua.
As palavras se repetiam na mente de Rosana, cada uma delas como uma lâmina afiada, cortando profundamente seu coração. Até mesmo uma respiração superficial a fazia sentir uma dor insuportável, difícil de suportar. Rosana não sabia como conseguiu sair daquele café. Sua alma parecia ter saído do corpo, e ela caminhava, apática, pelas ruas movimentadas, sem perceber as pessoas ao seu redor. Embora o ambiente fosse tão animado, Rosana se sentia como uma marionete, presa em um labirinto sem saída, incapaz de avançar. Sua mente estava em branco, e ela não tinha forças para se perguntar o motivo de Manuel fazer aquilo com ela. "Então, tudo isso, desde o começo, não passou de um sonho meu, de um jogo de Manuel. Ele é o espectador, manipulando a trama, me observando afundar cada vez mais fundo nesse jogo." ... Na mansão, já passava das onze horas. Sra. Maria estava sentada na sala de estar, claramente preocupada. Keila trouxe um copo de leite e disse: — Senhora, já está ta
A Sra. Maria só de pensar ficava assustada. E se Rosana caísse com o vento? O que faria ela então? A Sra. Maria apertou o peito com as mãos e, gritando, chamou Rosana: — Filha, o que você está fazendo? Escuta a tia, desce daí! Vamos conversar, o que está acontecendo? O Manuel te fez alguma coisa? Brigaram? Mas, se não me engano, vocês estavam bem até hoje à tarde, não estavam? Rosana continuava sentada na estreita beirada da janela. Olhava fixamente para o céu negro da noite, e, ao levantar a cabeça, parecia querer que o vento a fizesse se sentir mais desperta. Por um longo tempo, Rosana falou de maneira vazia: — E o Manuel? Ele já voltou? A Sra. Maria se apressou em responder: — Espera aí, eu... Eu já vou ligar para o Manuel! Vou pedir para ele voltar agora! Você segura a janela direitinho, pelo amor de Deus, não se arrisque a cair! Com as mãos trêmulas, a Sra. Maria pegou o celular e discou para o número de Manuel. ... Naquele momento, Manuel estava a caminho de c
Rosana gritou em voz alta:— Deixe sua mãe ir, feche a porta, e vamos conversar sozinhos.Não importava o que Manuel tivesse feito a Rosana, ela, no fundo, não queria machucar pessoas inocentes. Manuel também sabia que sua mãe estava em um estado frágil e que, se a assustasse mais ainda, poderia piorar sua saúde. Por isso, Manuel pediu que Keila levasse a Sra. Maria para o quarto, e então ele fechou a porta. Manuel respirou fundo, se forçando a se acalmar antes de falar: — Certo, Rosa, minha mãe já se foi. Agora me conte, o que está acontecendo? Rosana ainda o olhava com aqueles olhos cheios de tristeza e desespero. Era a mesma face familiar, o homem com quem havia compartilhado tantos dias e com quem havia trocado palavras de amor. Mas tudo isso... Tudo era mentira! Rosana riu de forma amarga, o canto dos lábios se curvando em um sorriso sarcástico, e sua voz saiu rouca: — Sr. Manuel, nossa farsa não está na hora de acabar? Manuel sentiu seu coração dar um salto, e f
Rosana olhou para baixo, e aquela noite escura parecia um abismo sem fundo. Tudo neste mundo parecia falso, e talvez, se pulasse, fosse a única forma de encontrar alguma paz. Sempre que lembrava do passado, quando havia tratado Manuel como sua âncora, como a pessoa mais importante de sua vida, Rosana não conseguia se perdoar. Ela fechou os olhos com força, e, com voz baixa, disse lentamente: — Se houver uma próxima vida, eu espero nunca mais te encontrar. Manuel, eu te odeio, eu realmente te odeio. Eu te amaldiçoo, que você nunca saiba o que é o amor! Porque você não merece! — Rosana! — Manuel gritou, seu corpo tremendo de raiva, os dentes rangendo. — Se você pular, eu vou fazer com que seu pai morra junto com você! Você não acredita? Então, experimente! Eu vou fazer você e seu pai morrerem juntos! Rosana arregalou os olhos, completamente surpresa. Nunca imaginou que Manuel pudesse ser tão sem vergonha. "Chegou a esse ponto, e ele ainda ousa usar meu pai para me ameaçar!"
— Acabou. — As palavras de Manuel saíram frias, e seus lábios finos se curvaram em uma expressão amarga. — Na verdade, já era para ter acabado entre nós. Eu sempre soube que chegaríamos a este dia.A Sra. Maria, angustiada, não sabia mais o que fazer com a dor do filho. Ela falou, tentando compreender a situação:— Filho, eu sei que você está sofrendo, mas eu também não entendo como as coisas chegaram a esse ponto. Como foi que a Rosana soube disso? Quem contou para ela?Manuel já não tinha forças para responder às perguntas da mãe.Embora parecesse calmo, só ele sabia o quanto seu coração estava pesado.Após um longo silêncio, Manuel finalmente falou para a mãe:— Isso não é exatamente o que a senhora queria?— Não, eu... Eu realmente fui contra vocês no começo, porque, afinal, a Rosana é filha do Diego! Mas agora... Eu já não a vejo da mesma forma. Eu realmente estava tentando aceitar vocês dois juntos.A Sra. Maria estava surpresa com a própria reação. Ela deveria estar feliz por fi
— Minha vida não deve ser destruída por causa de um homem insensível. Eu preciso me reerguer. Quanto mais Manuel quer ver a mim e à nossa família Coronado desmoronando, mais eu devo ser forte. — Rosana disse para si mesma, com determinação.Assim, ela foi até o banheiro, tomou um banho e se sentou à frente da penteadeira, aplicando uma maquiagem leve para disfarçar o aspecto muito abatido de seu rosto.Rosana vestiu um conjunto profissional que não usava há algum tempo e, em seguida, foi comer a refeição que Keila havia feito.— Senhorita, você está pensando em voltar ao trabalho hoje? — Keila perguntou, visivelmente preocupada. — Não seria melhor descansar mais alguns dias?Rosana sorriu e negou com a cabeça, respondendo:— Keila, não precisa se preocupar comigo. Eu estou bem. O trabalho na revista tem estado intenso e, mesmo descansando, eu não conseguiria ficar tranquila.E assim, Rosana foi para a revista.Depois de meio mês afastada, Isabelly a viu e, ao encontrá-la, foi como se v