Sra. Maria estava com o rosto pálido e uma expressão triste, e disse, com um suspiro de tristeza:— O Manuel foi levado para a delegacia, como poderia eu conseguir dormir? Rosana, você acha que eu cometi algum erro terrível na vida passada? Deus levou meu marido, e agora está levando meu filho também...— Não diga isso, tia Maria. Essa situação não tem nada a ver com a senhora, nem com o Manuel. — Rosana respondeu, tentando confortá-la. — Eu pesquisei na internet ontem à noite. No caso de alguém ser levado para a delegacia, se não houver provas que o envolvam, a polícia é obrigada a soltá-lo após 24 horas. Ou seja, o Manuel deve voltar até o meio-dia de hoje.A tensão no peito de Sra. Maria começou a diminuir com essas palavras.No entanto, logo a preocupação tomou conta de Sra. Maria novamente, e ela perguntou com aflição:— E se, de fato, essa situação estiver relacionada ao Manuel? E se, depois do meio-dia, ele não voltar? Isso não significaria que ele é culpado de algo?— Tia Maria
Rosana estendeu a mão e abraçou o pescoço de Manuel, respondendo a ele com ardor e emoção. Foi somente quando a mão quente de Manuel entrou por debaixo da barra da camisa de Rosana que ela rapidamente o impediu, dando alguns passos para trás. O ar ao redor deles estava carregado, e as respirações de ambos estavam um pouco descontroladas. Rosana, com as bochechas coradas, olhou para os olhos profundos do homem à sua frente, antes de perguntar, com um tom de decepção:— Você tem ideia de quanto eu fiquei preocupada com você? E ainda assim tem coragem de pensar nessas coisas! Você não vai sequer me explicar nada?O olhar de Manuel começou a suavizar, e ele caminhou até ela, a envolvendo suavemente em seus braços. Beijou o topo de sua cabeça e disse:— Desculpe, meu amor. Prometo que não vou mais te deixar preocupada. Isso não vai se repetir, pode confiar. O coração de Rosana deu um leve tremor, mas ela não o deixou escapar dessa tão facilmente. Com insistência, falou:— Não adianta voc
Embora a verdade sobre o que aconteceu com seu pai ainda não tivesse sido descoberta, o coração de Manuel já estava bem mais claro devido às mudanças que ocorreram em sua casa.Manuel pegou a chave do carro e disse:— O que vocês querem comer? Eu dirijo.— Tia Maria, o que a senhora gostaria de comer? — Rosana, se apoiando na Sra. Maria, perguntou com um sorriso gentil. — Eu ouvi o Manuel dizer que a senhora gosta de comida cantonesa. Que tal voltarmos naquele restaurante? Está bom para a senhora?A Sra. Maria concordou com a cabeça:— Tudo bem, contanto que estejamos todos juntos, qualquer coisa está boa.Rosana olhou para a Sra. Maria com um leve espanto. “Será que estou pensando demais? Ou será que a Sra. Maria realmente quis dizer isso? Será que ela já me aceita?”O sorriso de Manuel aumentou, e ele falou com a Sra. Maria:— Então, que tal no próximo ano termos um neto ou uma neta para a senhora? O que acha?A Sra. Maria ficou sem palavras por um momento, apertando os lábios. Ela
No momento seguinte, a raiva tomou conta do peito de Sra. Sarah.Sra. Sarah apertou os dedos com força, rangendo os dentes."Por quê? Meu filho ainda está na prisão, sem saber quando vai sair, e eu acabei aqui, trabalhando como faxineira. Mas aquela mulher cruel, a Rosana, e o homem sem coração, o Manuel, conseguem viver essa vida feliz? Por quê?!"...Depois do almoço, Rosana se lembrou das inúmeras tarefas que tinha como editor de revistas, e então disse a Manuel:— Você pode levar a tia Maria para casa? Eu preciso ir para a empresa.Manuel a instruiu:— Então pegue um táxi para o trabalho. Eu te busco quando você sair, tá bom?— Sei, pode deixar! — Rosana acenou para a Sra. Maria. — Tia Maria, até logo!Sra. Maria, raramente, sorriu para Rosana e disse:— Se cuide na estrada.Depois que Rosana partiu, Manuel suspirou aliviado e disse a Sra. Maria:— A senhora não acha que nossa casa está cada vez mais parecendo um lar de verdade?— Ah, agora vem com esse discurso! — Sra. Maria olhou
Duas manchas vermelhas subiram às bochechas de Rosana, que não conseguiu evitar e fez um charme: — Seu idiota! Após desligar o telefone, Rosana ainda se mantinha imersa no doce néctar do amor. Foi apenas quando Rosana chegou à porta da empresa que uma silhueta familiar bloqueou seu caminho. — É você? — Rosana olhou para Sra. Sarah, que agora parecia muito mais envelhecida, e perguntou. — O que você quer? A Sra. Sarah respondeu: — Vamos conversar. — Não tenho nada para conversar com você. — Rosana recusou, tentando passar por ela e seguir seu caminho. No entanto, a voz fria de Sra. Sarah a deteve mais uma vez: — Eu acho que o que eu tenho a dizer vai te interessar. É sobre a verdade por trás da falência da sua família, sobre Manuel, sobre o seu pai! Rosana parou rapidamente, se virando, seus olhos cintilando com uma lâmina de raiva: — O que exatamente você quer dizer? A Sra. Sarah esboçou um sorriso frio nos lábios e se dirigiu para o café do outro lado da rua.
As palavras se repetiam na mente de Rosana, cada uma delas como uma lâmina afiada, cortando profundamente seu coração. Até mesmo uma respiração superficial a fazia sentir uma dor insuportável, difícil de suportar. Rosana não sabia como conseguiu sair daquele café. Sua alma parecia ter saído do corpo, e ela caminhava, apática, pelas ruas movimentadas, sem perceber as pessoas ao seu redor. Embora o ambiente fosse tão animado, Rosana se sentia como uma marionete, presa em um labirinto sem saída, incapaz de avançar. Sua mente estava em branco, e ela não tinha forças para se perguntar o motivo de Manuel fazer aquilo com ela. "Então, tudo isso, desde o começo, não passou de um sonho meu, de um jogo de Manuel. Ele é o espectador, manipulando a trama, me observando afundar cada vez mais fundo nesse jogo." ... Na mansão, já passava das onze horas. Sra. Maria estava sentada na sala de estar, claramente preocupada. Keila trouxe um copo de leite e disse: — Senhora, já está ta
A Sra. Maria só de pensar ficava assustada. E se Rosana caísse com o vento? O que faria ela então? A Sra. Maria apertou o peito com as mãos e, gritando, chamou Rosana: — Filha, o que você está fazendo? Escuta a tia, desce daí! Vamos conversar, o que está acontecendo? O Manuel te fez alguma coisa? Brigaram? Mas, se não me engano, vocês estavam bem até hoje à tarde, não estavam? Rosana continuava sentada na estreita beirada da janela. Olhava fixamente para o céu negro da noite, e, ao levantar a cabeça, parecia querer que o vento a fizesse se sentir mais desperta. Por um longo tempo, Rosana falou de maneira vazia: — E o Manuel? Ele já voltou? A Sra. Maria se apressou em responder: — Espera aí, eu... Eu já vou ligar para o Manuel! Vou pedir para ele voltar agora! Você segura a janela direitinho, pelo amor de Deus, não se arrisque a cair! Com as mãos trêmulas, a Sra. Maria pegou o celular e discou para o número de Manuel. ... Naquele momento, Manuel estava a caminho de c
Rosana gritou em voz alta:— Deixe sua mãe ir, feche a porta, e vamos conversar sozinhos.Não importava o que Manuel tivesse feito a Rosana, ela, no fundo, não queria machucar pessoas inocentes. Manuel também sabia que sua mãe estava em um estado frágil e que, se a assustasse mais ainda, poderia piorar sua saúde. Por isso, Manuel pediu que Keila levasse a Sra. Maria para o quarto, e então ele fechou a porta. Manuel respirou fundo, se forçando a se acalmar antes de falar: — Certo, Rosa, minha mãe já se foi. Agora me conte, o que está acontecendo? Rosana ainda o olhava com aqueles olhos cheios de tristeza e desespero. Era a mesma face familiar, o homem com quem havia compartilhado tantos dias e com quem havia trocado palavras de amor. Mas tudo isso... Tudo era mentira! Rosana riu de forma amarga, o canto dos lábios se curvando em um sorriso sarcástico, e sua voz saiu rouca: — Sr. Manuel, nossa farsa não está na hora de acabar? Manuel sentiu seu coração dar um salto, e f