O olhar de Manuel caiu sobre a mão de Rosana, enfaixada, e ele franziu a testa, dizendo:— Na próxima vez que algo assim acontecer, você desce para pegar o garfo, e eu fico aqui cuidando da minha mãe.Só de lembrar como a mão de Rosana ficou depois de ser mordida, Manuel não conseguia deixar de se sentir preocupado.Rosana sentiu uma onda de calor no coração, e, após um breve silêncio, perguntou:— A propósito, você está muito cansado hoje? Você parece estar pálido, não está bem.Manuel sabia que, para eles, o caso de Diego era uma dor constante, algo que ainda os agoniava profundamente, e ele não queria que Rosana se envolvesse ainda mais.Por isso, Manuel respondeu calmamente:— Está tudo bem, é só que no trabalho algumas coisas estão mais complicadas.— Que bom. — Rosana suspirou aliviada e, com um sorriso suave, recostou a cabeça no ombro de Manuel. Em seguida, perguntou com um tom curioso: — Você não percebeu? Parece que tudo está finalmente indo para o lado certo.Manuel forçou u
A intuição de Manuel dizia a ele que Denis estava prestes a deixar a Cidade M.Desde ontem, com as palavras de Diego, Manuel tinha certeza de que o acidente de seu pai, ocorrido anos atrás, tinha uma relação direta com Denis.Manuel acelerou um pouco mais o carro e logo chegou à casa de Denis.Para sua surpresa, Denis e sua esposa já estavam com as malas prontas e desciam as escadas com as malas nas mãos.No corredor, ao se encontrarem, Denis ficou visivelmente chocado:— Você... O que está fazendo aqui? — Denis olhou para Manuel, com o olhar transbordando de pânico.Manuel deu um olhar rápido para as malas nas mãos deles e, com um sorriso, perguntou:— Professor, você e sua esposa estão indo para algum lugar? Ouvi dizer que o escritório do seu escritório de advocacia está prestes a ser alugado... Não pretende voltar?O coração de Denis disparou. Ele se virou para a esposa, que estava ao lado, e disse:— Vai na frente, me espera no carro lá embaixo. Eu preciso conversar com o Manuel.A
Foi então que Manuel se lembrou da alta de sua mãe.Nos últimos dias, sua mente estava completamente ocupada com Denis e Diego, e ele havia negligenciado os assuntos de casa.Preocupado, Manuel rapidamente ligou para a Sra. Maria, querendo garantir que ela não ficasse ansiosa, explicando que estava a caminho do hospital. No entanto, a resposta dela foi surpreendente:— Você está cada vez mais irresponsável. Já estou começando a achar que a Rosana é mais confiável que você. Se está ocupado, pode continuar com o que tem que fazer. A Rosana já chegou e está me esperando para me levar para casa.— Já terminei o que tinha que fazer. — Manuel respondeu. — Fiquem esperando aí no hospital. Almoçaremos juntos. Já faz um tempo que não nos sentamos para comer uma boa refeição, então estarei aí em meia hora....No hospital.Sra. Maria, após desligar o telefone, resmungou com um suspiro:— Não acredito... O que o Manuel anda fazendo? Tenho a sensação de que ele está sempre ocupado com alguma coisa
— Se você não se importa, tia Maria. — Disse Rosana, preocupada, olhando para Sra. Maria, que estava suando. — Você não está bem, não é? Eu vi que sua cor não está muito boa.— Não se preocupe, minha filha. — Respondeu Sra. Maria, olhando para a porta. — Eu só estou me perguntando onde o Manuel foi. Não sei o que aconteceu com ele...Enquanto conversavam, Manuel entrou na sala.— Desculpe, mãe, eu estava ocupado de manhã e me atrasei um pouco. — Em seguida, ele foi até Sra. Maria, ajudando ela a se levantar. — Vamos, mãe. Almoçamos naquele restaurante que você mais gosta, o que acha?Sra. Maria, no entanto, respondeu:— Não estou com fome, vamos voltar para casa. Podemos comer qualquer coisa mais tarde.Manuel, surpreso, perguntou:— O que aconteceu? Não tínhamos combinado que iríamos lá?Rosana então explicou:— Acho que foi por causa da notícia que acabamos de ver. Isso deve ter assustado a tia Maria.Enquanto saíam, Manuel perguntou, confuso:— Que notícia?Rosana respondeu, com ser
Nesse momento, a porta do quarto foi batida.A voz da Sra. Maria também chegou até eles:— Manuel, você está aí dentro?— Mãe, estou sim. — Manuel se apressou em abrir a porta para a mãe, e perguntou. — Você precisa de algo?A Sra. Maria rapidamente fechou a porta e, em um tom baixo, disse:— Me diga uma coisa de verdade! Aquela acidente do Denis, foi você quem armou? Manuel, eu sou sua mãe, e nesse momento você não pode me enganar!Manuel se surpreendeu por um momento, mas, sem saber o que dizer, respondeu:— Mãe, o que está dizendo? Como eu poderia fazer algo assim?— Se não foi você, então quem foi? — A voz da Sra. Maria tremia um pouco. — Me diga, o Denis não foi o verdadeiro culpado pela morte do seu pai, foi?Manuel, com paciência, respondeu:— Mãe, eu não sei de nada, agora eu não sei de mais nada! Por favor, não me pergunte mais sobre isso. Estou muito confuso, tudo está muito bagunçado. Só posso te garantir que esse acidente não tem nada a ver comigo, e o que você está temendo
Os policiais, com paciência, explicaram:— Nós não estamos acusando ninguém ainda, mas, até o momento, este acidente parece ter sido algo premeditado, e o comportamento envolvido foi bastante grave. Todos os suspeitos precisam ser investigados com cuidado.Manuel, que conhecia bem os procedimentos da polícia, sabia que esses processos não seriam alterados pelas palavras apressadas de Rosana. Por isso, ele disse a ela:— Fique tranquila, mãe. Os policiais só estão fazendo uma investigação de rotina. Eu volto logo. — Em seguida, se aproximou de Sra. Maria e, em um tom suave, acrescentou. — Mãe, cuide bem da Rosa. O que você está preocupada, eu garanto que não vai acontecer. Não fale nada para a Rosa sobre o que não deve, ok?Sra. Maria entendeu o que o filho queria dizer. Sem a permissão de Manuel, ela sabia que não poderia contar nada sobre o que aconteceu no passado. Mas, em seu coração, ela se sentia extremamente angustiada.Com as lágrimas nos olhos, Sra. Maria segurou a mão de Manue
Joaquim sentiu uma leve intuição de que algo não estava certo. Embora ele não soubesse muito sobre o professor universitário de Manuel, o fato de Manuel ter ido encontrá-lo no mesmo dia do acidente fazia com que algo não se encaixasse.Vendo que Joaquim não tinha trazido boas notícias, Rosana disse:— Sr. Joaquim, vou sair. Preciso pensar em outras soluções.— Você não vai esperar a Natacha voltar? — Joaquim perguntou, ao perceber a expressão preocupada de Rosana. — Na minha opinião, seria melhor você ficar aqui, esperar a Natacha, e eu vou tentar conseguir mais informações na delegacia."Se a Rosana for embora agora e acontecer mais alguma coisa, a Natacha provavelmente vai me culpar..."Mas Rosana negou com a cabeça, dizendo:— Não tenho tempo, Sr. Joaquim. Preciso ir logo. E, por favor, não conte à Natacha sobre o que aconteceu hoje. Ela já tem muita coisa para se preocupar com os três filhos, não quero que ela se preocupe ainda mais comigo.E assim, Rosana saiu rapidamente da casa
Enquanto Rosana não sabia o que fazer, o seu celular tocou. Era a ligação de Sra. Maria.Assim que atendeu, a voz ansiosa de Sra. Maria soou do outro lado da linha:— E então, Rosana? Tem alguma notícia do Manuel? Ele já foi liberado?— Tia Maria... — Rosana hesitou por um momento, antes de responder. — Sabe, vou voltar para casa primeiro. Depois que eu chegar, te conto tudo, pode ser?A voz de Sra. Maria estava cheia de desespero:— Me diz, será que o Manuel cometeu algum crime? Será que a polícia já o condenou?— Não, não foi isso. Tia Maria, pode ficar tranquila, não é nada disso. — Rosana rapidamente se levantou e pegou sua bolsa. — Espera só um pouco, estou indo para casa agora....Meia hora depois.Rosana chegou em casa.Os olhos de Sra. Maria estavam inchados de tanto chorar, enquanto Keila, ao seu lado, estava tão aflita que não sabia o que fazer:— Senhora, finalmente você chegou. — Keila correu até ela e falou em voz baixa. — Sra. Maria passou a tarde toda chorando, eu tente