Pela manhã, quando Rosana chegou à redação da revista, ouviu seus colegas de departamento conversando sobre algo.Ela se aproximou e perguntou:— O que vocês estão conversando?Thainá, responsável pela cobertura dos Acidentes de Trabalho no Grupo Pereira, estava visivelmente preocupada e respondeu:— O caso dos Acidentes de Trabalho no Grupo Pereira vai a julgamento na próxima quinta-feira. Com certeza, teremos que comparecer para acompanhar o processo e escrever a matéria.— Claro, isso é certo, não é? — Rosana assentiu. — A única coisa que falta é o veredicto do julgamento. O público está totalmente focado nisso. Thainá, qual é o problema?Thainá retirou um envelope e disse:— Olha isso aqui.Rosana pegou o envelope e viu que dentro havia cerca de mil reais.Confusa, Rosana perguntou:— O que é isso?Isabelly, que estava ao lado, explicou:— Esta manhã, fui a primeira a chegar ao escritório e encontrei os pais do Estêvão esperando na porta da nossa redação. Eles disseram que o julgam
Rosana percebeu que poderia estar atrapalhando o trabalho de Manuel e rapidamente disse:— Não tem problema, podemos falar depois que o Sr. Manuel terminar a audiência....Foi só ao meio-dia que o telefone de Manuel finalmente voltou.Assim que Rosana atendeu, a voz de Manuel soou em seus ouvidos:— Está com saudades de mim? Acabamos de nos separar e você já está apressada para me ligar?— Eu não estou com saudades de você, está inventando coisa demais. — Rosana rebateu.Do outro lado, Manuel deu uma risada suave:— Ah, então é isso? Eu é que estou exagerando? Então, tudo bem, vou embora. Não vou esperar mais ninguém no andar de baixo para almoçar comigo!— O quê? — Rosana perguntou surpresa. — Onde você está agora?Manuel respondeu:— Estou aqui no térreo, embaixo da sua empresa.— Meu Deus, como assim você veio? — Rosana ficou espantada e muito feliz. Ela não esperava que, em apenas duas horas de intervalo para o almoço, Manuel fosse tão longe para almoçar com ela.Manuel, calmo, di
Rosana deu uma profunda respiração e disse:— Incrível! Sério, o que você disse antes é verdade. Sr. Manuel, e agora? Você é tão inteligente, será que um dia vai achar que eu sou muito burra para você?— Por que só depois? — Manuel curvou os lábios em um sorriso. — Agora mesmo, já acho você bem burra. Eu te avisei sobre isso, mas antes, você não acreditou em mim, não é?Rosana mostrou a língua, e se concentrou em comer, sem mencionar o fato de que, naqueles dias, tinha se colocado ao lado dos pais de Estêvão, brigando com Manuel, contrariando as opiniões dele.Manuel também não continuou a falar sobre isso, preferindo mudar de assunto:— Já que você entendeu as intenções da família de Estêvão, o que você vai fazer agora?— Não vou fazer nada. — Rosana respondeu com um tom frustrado. — Eu já passei isso para os nossos colegas ontem. Mas como sou a editora-chefe, elas pediram a minha opinião hoje de manhã, e é claro que eu não poderia concordar com o pedido dos pais de Estêvão. Eles aind
Joyce pensou consigo mesma, com raiva: "Tudo culpa dessa mulher malvada, a Rosana! Ela fez minha prima rir da minha desgraça!"Para não passar vergonha na frente da prima, Joyce disse:— O que você tem? Em breve, vou me casar com o Manuel. Você acha que eu tenho medo dele me deixar? Quando eu me casar com ele, Rosana vai ter o que merece!Bianca concordou, dizendo:— Isso! Eu acho que você deveria deixar todo mundo saber que a Rosana é amante, e que não vai ter lugar para ela se esconder. Foi por causa dela que o Armando foi expulso da escola. Agora nem sei onde ele está.Joyce deu uma risada fria, debochada:— O Armando não era apenas um simples professor? Você sente tanta falta dele assim? Olha para mim: ou estou com um homem de boa família, ou fico sozinha! Esses professores conseguem te sustentar?Bianca percebeu o tom irônico de Joyce e respondeu, contrariada:— E o que tem ser professor? Pelo menos eu me casei com ele, e não tenho do que reclamar! Diferente de você, que tem que a
Logo em seguida, Natacha deu um sorriso irônico e disse:— A Dra. Joyce até contratou uma equipe de designers do País L para fazer o vestido de noiva, mas agora nos oferece esse doce oferecido numa ocasião feliz de nível tão baixo? Ou será que a sua festa de noivado também tem um nível diferenciado? Acha que nós, seus colegas, somos apenas trabalhadores comuns e não merecemos os doces exclusivos do seu casamento?O rosto de Joyce mudou instantaneamente, e ela quase revelou a verdade.Na realidade, Joyce ainda nem tinha conseguido encomendar o doce especial para o noivado. O que ela havia feito foi comprar um doce oferecido numa ocasião feliz simples em um Mercado de Casamentos, bem comum, e nada importado.Quando os outros ouviram Natacha, todos pegaram o doce oferecido numa ocasião feliz que tinham recebido e, de fato, perceberam que, apesar de Joyce ter falado de um evento sofisticado, os doces eram de marcas comuns, semelhantes aos que uma pessoa de classe média compraria para um ca
As palavras de Natacha deixaram Joyce em silêncio. Mas, agora, Natacha tinha o título de esposa de Joaquim, e Joyce ainda se sentia intimidada por isso. Caso contrário, com certeza teria dado um soco na cara dela!Joyce respirou fundo, com raiva, e disse:— Então, você está tentando se vingar de mim por causa daquela mulher cruel?Natacha olhou para Joyce com um rosto duro e respondeu:— Na verdade, você, apesar de ser bem irritante, não é de todo mal. Em termos de aparência, inteligência, e até da sua origem familiar, você não fica atrás de ninguém. Então, por que diabos você vai atrás de alguém que não gosta de você? Não fica se humilhando desse jeito, você não se cansa?Joyce interrompeu, irritada:— Você está mentindo! O Manuel não me rejeita! Ele só está sendo enganado pela Rosana!Natacha soltou uma risada fria e, sem desviar os olhos de Joyce, retrucou:— Você acredita mesmo nisso? O Manuel gosta de você? Tem certeza disso?Os lábios de Joyce tremiam levemente, mas ela não cons
Mas será que, só por amor, alguém deve seguir um homem sem dignidade, sem limites, mantendo para sempre uma relação que nunca será reconhecida? Nesse momento, o toque do celular interrompeu os pensamentos de Natacha. Ela se sobressaltou ligeiramente, mas ao ver o nome de Joaquim na tela, soltou um suspiro de alívio. — Alô. Natacha atendeu a ligação com a voz cansada. Do outro lado da linha, Joaquim perguntou com preocupação: — Por que sua voz parece tão fraca? A cirurgia de hoje foi muito cansativa? Eu já disse que você devia descansar mais em casa antes de voltar ao hospital. Natacha suspirou e respondeu: — Não é por causa da cirurgia. Na verdade, correu tudo bem, e eu nem estou tão cansada assim. A propósito, me passa o número do Manuel, preciso conversar com ele. Joaquim hesitou por um momento e perguntou: — Sobre o que você quer falar com o Manuel? Talvez seja melhor você me contar, e eu falo com ele por você. Natacha, contrariada, respondeu: — O que mais eu
Joaquim já não estava mais tão seguro sobre o assunto e, com uma expressão mais pensativa, disse: — Vou perguntar ao Manuel novamente, mas é melhor você não ir atrás dele. Você sabe como ele é, não vai conversar direito com você. Se você for atrás dele para perguntar, eu te garanto que não vai conseguir nada, e ainda vai acabar ficando irritada. Ao ouvir isso, Natacha desistiu da ideia de confrontar Manuel pessoalmente. Ela então fez uma última exigência a Joaquim: — Então, vou te dar uma semana. É o suficiente, não é? Vá lá e esclareça tudo com ele. Não vamos deixar que, quando Manuel já estiver noivo, nós ainda ficarmos feito bobos, esperando Rosana ter um filho dele sem ser reconhecida! — É suficiente! — Joaquim a puxou para seus braços, abraçando ela de maneira protetora. — O que minha esposa manda, não importa se é uma semana, três dias ou até um, eu vou fazer direitinho! Natacha sorriu, satisfeita com a resposta: — Isso é o que você disse! Agora vai lá e pergunta ao M