E foi então que a porta se abriu de repente.O rosto de Josiane estava coberto por uma máscara, e seus olhos, sem qualquer expressão, olhavam para eles.— O que vocês estão fazendo? — Perguntou ela.O chaveiro ficou surpreso e, por instinto, olhou para Henrique.Henrique a encarou fixamente, sua voz rouca e cheia de tensão.— Josiane, eu não sabia que algo aconteceria... Eu...— Tem mais alguma coisa? — Josiane a interrompeu friamente.Henrique apertou os lábios, os deixando numa linha reta. O sentimento no seu peito ficou mais forte.— Me deixe entrar, precisamos conversar.— Estou cansada, quero dormir. — Josiane respondeu.Henrique, no entanto, segurou a porta, impedindo que ela a fechasse.Josiane o observou e, de repente, perguntou:— Henrique, e se eu não tivesse sido salva hoje? E se eu tivesse sido levada por traficantes de pessoas? Você se arrependeria?— Isso não vai acontecer. Eu sempre vou te encontrar! — Henrique respondeu.Josiane, persistente, perguntou novamente:— Você
Henrique apertou ela com mais força de repente.Era como se quisesse fundir ela com seus ossos e sangue.— Isso não é possível. — Sua voz soou mais rouca, ele a abraçou com força. — Josiane, eu não vou me divorciar de você.Josiane fechou os olhos por um momento, e disse:— Então, liberte o Jacó.Daquela vez, Henrique não fez nada, nem sequer falou.Ficaram em silêncio por quase um minuto, até que ele a soltou, segurando seu rosto.— Josiane, eu vou te compensar. O que você quiser, eu posso te dar, mas sobre essas duas coisas, não posso.Josiane deu uma risada sarcástica.— Você é tão hipócrita, né? Diz que pode me dar qualquer coisa, mas as condições que eu coloquei você rejeitou todas.Henrique mordeu os lábios. Não reagiu às suas críticas ou zombarias.Ele a olhou fixamente, observando as marcas de lágrimas em seu rosto, e estendeu a mão para limpá-las, murmurando:— Josiane, você pode pedir outras coisas.Josiane empurrou sua mão.— Não me interesso por outras coisas.Ao olhar para
A expressão de Josiane estava um pouco fria. Ela se afastou do seu braço, mas no instante seguinte, algo apertou sua cintura e ela foi puxada de volta.As costas dela estavam coladas ao peito quente do homem, e sua respiração caía sobre sua orelha, quente e ardente.— Para que acordar tão cedo? — A voz do homem de manhã soava mais rouca que o normal.O que era ainda mais diferente era que Josiane sentiu que algo estava despertando.Ela percebeu naturalmente aquilo, seu corpo se enrijeceu, e ela não ousou se mover, com medo de que ele, logo de manhã, perdesse o controle.— Estou com fome. — Ela disse com uma voz sem muito tom, sem emoção.Henrique a abraçou forte, e o calor de seu corpo parecia querer derreter ela.— Eu também estou com fome. — Sua voz estava ainda mais rouca.Josiane piscou, como se tivesse pensado em algo.Ele não queria o divórcio, será que era porque ele ainda se interessava pelo corpo dela?Será que, quando ele perdesse o interesse, seria o fim deles?De repente, e
No entanto, Josiane o olhou e disse:— Você sabe o que eu estava pensando quando aquele homem me perseguiu e quando fui enganada por duas meninas ontem à noite?Henrique parou imediatamente. Seus lábios finos se apertaram em uma linha reta.Josiane forçou um sorriso amargo, continuando:— Eu estava pensando: se eu te avisei que estava em perigo, por que você não veio? Nós somos casados há tanto tempo, você ainda tem as memórias do Rique, por que não veio? Se... Se fosse o Rique, ele com certeza não teria me deixado sozinha. Ele nem teria me feito descer do carro daquela forma tão brutal.Enquanto falava, lágrimas grandes começaram a cair, o medo da noite anterior surgiu de repente, como uma onda.Seus olhos estavam completamente inundados pelas lágrimas.— Henrique, me diga, por que? Por que quando eu te avisei que estava em perigo, por que você não veio?Henrique respirou fundo, apertou ela em seus braços, disse com a voz rouca:— Desculpa, Josiane.Era tudo o que ele podia dizer.Qua
Josiane ficou olhando fixamente para ele e disse:— Diego não é esse tipo de pessoa.— Quer apostar? — Henrique riu baixo.Josiane apertou o garfo nas mãos e assentiu.— Certo, o que vamos apostar?— Se ele aceitar minha compensação e sair da Cidade Y por vontade própria, você não pode mais falar em divórcio. — Henrique respondeu.Josiane rangeu os dentes e assentiu, concordando.— Fechado. Mas se ele não aceitar, a gente se divorcia, e você solta o Jacó.Henrique disse com indiferença:— Josiane, isso são duas condições.Josiane hesitou por um instante e disse:— Solte o Jacó.— Está bem. — Henrique a fitou profundamente.Josiane tinha certeza de que Diego jamais abriria mão do próprio filho por dinheiro. Ele mesmo disse que Jacó era sua única família!Depois do almoço, Henrique foi embora direto.Josiane, por sua vez, entrou em contato com uma imobiliária para procurar um apartamento.A eficiência da imobiliária era impressionante. Em pouco tempo, enviaram algumas opções para ela, qu
No momento em que ele terminou de falar, a campainha tocou.Considerando as vezes anteriores em que foi expulso, Diego não abriu a porta imediatamente. Em vez daquilo, olhou pelo olho mágico.Do lado de fora, dois homens de terno estavam parados.Na chamada, sua esposa, Letícia, continuava gaguejando, sem conseguir explicar direito. Estava claramente assustada.A campainha tocou novamente, fazendo Diego se sobressaltar. Ele disse rapidamente:— Não faça nada precipitado, tenho uma situação aqui.Depois de dizer aquilo, desligou o celular e, em seguida, abriu a porta.— Quem são vocês?Um dos homens de terno estendeu a mão e sorriu cordialmente:— Sr. Diego, bom dia. Sou Felipe Almeida, assistente especial do presidente do Grupo DK. Esse é o advogado Otávio Fernandes. Viemos conversar com você sobre um assunto. Você teria um momento?Diego os observou com cautela. Eles não eram os proprietários do imóvel, não estavam ali para despejar ele. Então, o que queriam?Ele se afastou um pouco e
Josiane voltou para casa e, ao entrar, recebeu uma ligação de Nicole.— Josi, minha linda, estou quase voltando. Você tem algo que gostaria de comer? A comida aqui é bem boa. — A voz alegre de Nicole soou do outro lado da linha.Josiane estava pensando na lesão de Nicole, mas, ao ouvir a voz cheia de energia dela, seu coração se acalmou.— Pode trazer o que você quiser, eu aceito qualquer coisa. — Josiane respondeu sorrindo.— Então vou escolher algo que você goste. — Nicole disse.— Tudo bem. — Josiane respondeu e se sentou no sofá com um copo de água, colocou o celular no viva-voz e perguntou. — Sua lesão já sarou completamente?— Sim... — Nicole respondeu com um tom descontraído. — Claro, já estou bem. Já me diverti o suficiente, preciso voltar para perto de você. E se outras mulheres aparecerem ao seu redor?— Não vai acontecer, você é a única. — Josiane riu.— Sério? Posso contar isso para o Henrique? Se eu contar, ele não vai querer me matar?— Ele não teria coragem. — Josiane re
Ao ouvir aquilo, o rosto de Henrique ficou completamente frio.Ela achava que ele usaria outra pessoa para chantagear Diego?No coração dela, era aquele tipo de homem que ele representava?O tom de Henrique esfriou ainda mais.— Josiane, você vive dizendo que eu não confio em você, mas e você?— O quê? — Josiane ficou atônita, mas Henrique não lhe deu nenhuma resposta. Simplesmente desligou o celular.Ela olhou para a tela desligada, piscando sem perceber.O que ele quis dizer com aquilo?Estava insinuando que ela não confiava nele?Josiane apertou os lábios. Ela não achava que estivesse errada.Com tudo o que ele já havia feito, quando foi que conseguiu conquistar a confiança dela?Ela soltou um sorriso irônico e não se deu ao trabalho de pensar mais naquilo.O céu foi escurecendo pouco a pouco.No escritório da presidência, as luzes brilhavam como se ainda fosse dia, mas o rosto de Henrique estava extremamente sombrio.O toque do celular quebrou o silêncio. Inicialmente, ele não quis