Solange, extremamente irritada, atendeu o telefone: - Emanuel, venha rápido, estão me intimidando! - Do outro lado, Emanuel respondeu algo que fez Solange empalidecer instantaneamente. - Emanuel, somos parentes, como pode me deixar desamparada assim? Parecia que Emanuel foi indelicado e Solange, furiosa, desligou o telefone abruptamente. Ela lançou um olhar furioso para Julieta: - Espere só até Carlos acabar com você! Dito isso, ela pegou sua bolsa e saiu, batendo a porta.Desde a chegada de Francisco, Julieta permanecia calada. Vergonha, constrangimento, ela já não sabia mais o que sentir. A humilhação imposta pela tia Solange em nome de Carlos despertou ela novamente. Ela tinha sido ingênua, excessivamente infantil, pensando que as situações eram mais simples do que realmente são.- Coração partido? - Perguntou Francisco, evidenciando agitação ao seu lado. - Julieta, você consegue aceitar uma família como a de Carlos? Você já está sendo desprezada por eles antes mesmo d
Francisco falava com sinceridade, mas Julieta achava tudo aquilo um absurdo, como ele poderia protegê-la?Ele já havia prometido protegê-la antes, mas o que aconteceu?- Francisco, por favor, pare de me incomodar, está bem?Francisco ficou imóvel por um instante. Ele olhou para Julieta com uma expressão amarga: - Você acha que essa situação é culpa da minha insistência?No fundo, Julieta realmente ressentia ele.Ela admitia que a família de Carlos talvez fosse um obstáculo que ela nunca poderia superar, mesmo que Solange não aparecesse, mais cedo ou mais tarde ela teria que enfrentar isso.Mas se não fosse pela constante insistência de Francisco, ela não teria sido humilhada pelas fotos constrangedoras.Ela olhava para ele com os olhos cheios de lágrimas: - Pelo menos as fotos são culpa sua!Francisco estava frustrado: - Julieta, você ainda não entende? Seu relacionamento com Carlos nunca poderia ter dado certo.Julieta não queria mais falar sobre isso, apenas o encarava: - Você va
Olívia olhava para Julieta com uma expressão de profunda compaixão nos olhos. “Por que Julieta estava enfrentando tantas dificuldades em seus relacionamentos amorosos?” - O que você vai fazer agora? Julieta sorriu: - Ele pediu para eu esperar uma mensagem dele. Olívia franziu a testa: - Isso pode dar certo? Ela achava que não seria fácil, afinal, Carlos vinha de uma família extremamente poderosa e influente. - Não sei. Olívia a abraçou: - Deixa pra lá, vamos parar de pensar nisso, que tal a gente beber um pouco? - Ela retirou uma garrafa de vinho escondida no armário de bebidas de seu pai. Julieta sorriu e acenou com a cabeça: - Obrigada, Olívia. Olívia a encarou. - Não precisa ser tão formal comigo! - Ela empurrou um copo de vinho em direção a Julieta e ergueu o seu, tocando contra o dela. - Juli, a partir de agora, não vamos mais nos fazer de vítimas. A emoção de Julieta, que estava contida, de repente começou a transbordar novamente. Uma leve acidez subia à ponta do
Carlos não respondeu, apenas segurou a mão de Julieta: - Juli, posso renunciar a tudo por você. E você, pode fazer o mesmo?Julieta, ao ouvir isso, hesitou por um momento.Logo em seguida, sorriu com um certo arrependimento: - Desculpe, veterano, eu não consigo.O rosto de Carlos estava repleto de dor: - Juli, você realmente não está disposta a tentar por mim?Os olhos de Julieta se abaixaram: - Veterano, eu posso tentar, mas não consigo renunciar a tudo.Ela realmente não podia. Não podia abandonar a vida que com tanto esforço havia construído, nem podia negligenciar Marina por alguém.Naturalmente, ela também não podia permitir que Carlos abandonasse tudo o que tinha agora por ela.Carlos possuía um futuro promissor e uma família feliz, ela não tinha o direito de pedir tal sacrifício.Ela não se achava tão atraente, nem queria que um relacionamento fosse apenas baseado em obrigações.- Mas foi você quem iniciou essa relação! - Carlos se sentia injustiçado.Julieta se lamentou, pe
Francisco permaneceu em silêncio, sem pronunciar uma só palavra. Depois de muito tempo, ele soltou uma risada amarga e disse: - Julieta, nós já fomos tão felizes, não é verdade? Julieta riu e respondeu: - Eu nunca afirmei que estava feliz! - Você está dizendo que não está feliz agora? - Sim! - Julieta encarou Francisco. - Estar com você, a cada minuto, a cada segundo, é uma tortura! Após essas palavras, ela se desvencilhou dele e caminhou em direção ao corredor. Julieta tentava não admitir, mas esse homem ainda possuía o poder de afetá-la com facilidade. Ela nunca havia se sentido tão mal, nem mesmo quando terminou com Carlos, mas algumas palavras dele faziam seu coração doer intensamente novamente. “O que é felicidade?” “A felicidade de ser sua amante?” “Ou vê-lo sendo carinhoso com Mayara?” “Apenas um benfeitor e uma amante, que tipo de felicidade isso pode oferecer?” Francisco observava a silhueta decidida de Julieta. Depois de um tempo, ele soltou uma r
Julieta dirigia quando recebeu uma ligação de Carlos.- Juli, surgiu algo hoje e talvez eu não consiga te encontrar.Julieta quase tinha esquecido que Carlos iria, ela disse:- Tudo bem, veterano, tenha um bom feriado.Ela falou com pressa e Carlos queria dizer mais alguma coisa, mas Julieta desligou antes que ele pudesse continuar.Depois de desligar, Julieta acelerou para chegar o mais rápido possível.Francisco a seguia, pensando em reclamar.“Ela está dirigindo tão rápido, ela quer morrer?”Julieta estacionou e correu para o andar do hospital onde Marina estava.Francisco, observando ela com pressa, começou a se preocupar.“Será que a mãe dela teve alguma complicação?”Ele saiu do carro e a seguiu.Julieta chegou correndo ao quarto do hospital, onde o médico estava examinando sua mãe.Ela perguntou ao médico:- Doutor, como está minha mãe?O médico, visivelmente emocionado, respondeu:- Há sinais de que ela está acordando. Já começou a reagir aos estímulos externos, Srta. Julieta.
Então, a voz do homem ecoou do alto:- Hoje não posso soltar, tudo bem?Julieta se debateu por um momento, mas, no final, não conseguiu se libertar.Ela encostou a testa no peito de Francisco e as lágrimas começaram a descer, inevitavelmente.O coração de Francisco se apertou. Ele percebeu, de repente, que Julieta era, de fato, muito frágil, talvez sua obstinação fosse apenas uma fachada.O homem a apertou fortemente contra seu peito e sua voz se tornou rouca:- Não chore mais, vai ficar tudo bem.Julieta não deixou Francisco abraçá-la por muito tempo. Quando se sentiu mais estável, saiu dos braços dele.Desta vez, Francisco não aproveitou a oportunidade para tirar vantagem, apenas a soltou:- Você ainda não comeu, não é?Julieta de fato ainda não tinha comido, mas não queria se afastar de Marina:- Não estou com fome, não se preocupe comigo.Francisco olhou para ela:- Eu mandei trazer comida, vamos comer aqui.Julieta hesitou por um momento:- Não precisa, eu vou comer algo quando vo
Francisco segurou Julieta e a empurrou para dentro do carro. Ao ver a porta se trancar, Julieta se sentiu extremamente irritada.- O que você está tentando fazer? - Exigiu ela.Francisco não respondeu, apenas enviou uma mensagem em seu celular. Em seguida, ligou o carro e partiu. Seu celular não parava de tocar durante o trajeto, com chamadas da família Melo e também de Mayara. Francisco pegou o telefone e o silenciou. Julieta permaneceu em silêncio durante todo o caminho.Anteriormente, ela era extremamente sensível ao toque de chamada exclusivo de Mayara, mas agora parecia indiferente.Francisco dirigiu o carro para fora da cidade, rumo às colinas nos arredores. Julieta sentia sua têmpora pulsar intensamente.Quando ela estava prestes a falar, Francisco parou o carro abruptamente.Ele saiu do carro e foi até a porta do passageiro:- Desça.- O que você está tentando fazer? - Repetiu Julieta, franzindo a testa.Por que ele a levou a um lugar tão desolado à noite? Se não fosse por sa