- Vou tomar um banho! - Respondeu Julieta, soltando a mão dele e entrando no banheiro.

Ao entrar, ela não conseguiu conter as lágrimas que começaram a cair.

Ultimamente, ela raramente pensava naquele bebê.

Algumas memórias se tornam mais dolorosas quanto mais tentamos evitá-las.

Ela estava tentando deixar tudo para trás.

Mas, naquela noite, a ferida foi reaberta e rasgada dolorosamente.

A água quente caía do chuveiro, Julieta, sob essa água, se agachou e abraçou a si mesma.

Parecia que só assim ela conseguia aliviar a dor em seu coração.

As lágrimas continuavam a cair, mas ela não permitiu que nenhum som escapasse.

Sem gritos, apenas em silêncio.

Assim como todo o amor que ela sentia por Francisco.

Desde o início, era intenso e fervoroso, parecia que ela faria qualquer coisa por ele.

Dia após dia, ano após ano...

Parecia que também estava se esgotando em silêncio.

Não se sabe quanto tempo depois, Julieta finalmente se acalmou.

Ela pegou uma toalha e se enrolou nela.

Ao sair do banheiro