Ao ouvir o grito de Julieta, Francisco sentiu uma pontada de dor no braço.Ele segurou o pulso do homem e retirou a faca de sua mão.— Quem te deu a audácia de tocá-la? — A frieza tomou conta do olhar de Francisco.O homem empalideceu. — Francisco, você sabe quem eu sou!Francisco soltou uma risada fria e enfiou a faca na palma da mão do homem, que havia agarrado Julieta.Um grito de dor ecoou pelo banheiro.Até mesmo as pessoas do lado de fora ficaram assustadas com a cena.Jardins, ao lado, empalideceu ainda mais.Francisco então se voltou para Jardins.— Lembro que já te avisei.A voz de Jardins tremia.— Sr. Francisco, você sabe o estado em que a Mayara se encontra agora? Ela está quase enlouquecendo, mas mesmo assim, ela diz que você a protegerá! Sr. Francisco, o que Mayara fez de tão errado para que você a colocasse num hospício? Ela chora até não ter mais lágrimas!Ao mencionar Mayara, a expressão de Francisco ficou visivelmente perturbada.Nesse ponto, ficou claro.A visita de
Gael só se tranquilizou ao ver que ela realmente estava bem, mas logo depois, seu rosto se contorceu de irritação.— Isso é inaceitável, como ousam fazer algo assim aqui!Emanuel falou, — Professor Gael, pode ficar tranquilo, eu não vou tolerar esse tipo de coisa.Dito isso, ele olhou para Benjamin, esperando claramente por uma reação dele.Benjamin também estava visivelmente contrariado, — Realmente não podemos tolerar isso, Emanuel, apenas leve essa pessoa embora.Com isso, Emanuel assentiu.No repouso, Benjamin fez questão de chamar um médico.O médico tratou Francisco e, após algumas recomendações, partiu.Benjamin estava visivelmente abalado.Tanto o incidente com Julieta quanto a ferida de Francisco nunca deveriam ter ocorrido no Ministério das Relações Exteriores.Se isso viesse a público, não seria apenas o Ministério das Relações Exteriores que seria afetado.Ele deu algumas instruções aos presentes e, então, se aproximou de Julieta.— O que aconteceu hoje...Julieta sorriu, —
Francisco sentiu-se desconfortável.— Julieta, é assim que você me vê? Como alguém que não distingue o certo do errado?Julieta sorriu.Ela queria dizer que sim.Mas, no final, engoliu as palavras.Discutir isso agora já não tinha mais sentido.Francisco levantou-se e foi até ela.— Fique tranquila, se foi ela mesmo, não vou encobrir.Julieta não respondeu, e também não alimentou grandes expectativas.Ela já tinha ouvido promessas semelhantes muitas vezes antes.Mas o resultado sempre foi decepcionante.Ela não queria mais descontar sua frustração com Mayara em Francisco.Afinal, a relação entre eles não obrigava Francisco a tomar partido.E, de qualquer forma, ele a havia salvado hoje.— Vamos embora, voltar para o hotel, — disse Julieta, caminhando para fora.Francisco franziu a testa, seguindo-a, querendo dizer algo, mas sem saber o quê.Os dois saíram do Itamaraty, um atrás do outro.Na calma da noite, Francisco sentiu como se houvesse um abismo entre eles.Aquela distância tornou-
Julieta sabia o que ele queria perguntar, ela mordeu o lábio, — Eu apenas... não quero ficar devendo nada a ele.Quando as dívidas se acumulam, torna-se difícil de pagar.E quando chega ao ponto de não poder pagar, talvez a única opção seja recuar.Ela não queria, nem estava disposta, a recuar por causa disso.Emanuel soltou uma risada, — Tudo bem, se precisar de algo, é só me ligar.— Certo.Francisco, parado na porta, escutou sua voz e seu semblante foi escurecendo pouco a pouco.Então, era apenas para não lhe dever nada.Francisco soltou uma risada fria.Tirou o casaco e, segurando seu celular, caminhou até a janela.— Mantenha Mayara sob vigilância 24 horas por dia.Rafael Melo hesitou, — Irmão, o que aconteceu?Francisco murmurou um breve assentimento, mas não ofereceu uma explicação antes de desligar.Depois que o jantar foi entregue no quarto, Francisco olhou para a comida à sua frente sem nenhum apetite.Ele olhou para o celular e ligou para Julieta usando um número recém-adqui
Julieta não disse nada, apenas se soltou de sua mão.— Tome a medicação. Eu retirei seu número da lista de bloqueios, me ligue se precisar de algo.Francisco segurou novamente o pulso dela.Mas antes que ele pudesse falar, o celular de repente tocou.Ele olhou para o visor.Mostrava [Cuidadora de Mayara].Ambos ficaram paralisados por um momento.Julieta soltou uma risada e se soltou do seu pulso, caminhando para fora.Francisco rapidamente desligou a chamada e foi atrás dela, segurando-a novamente.— Responda minha pergunta.Julieta permaneceu em silêncio, enquanto o telefone tocava novamente, como um presságio.Julieta fixou o olhar no celular de Francisco, — Melhor você atender.Francisco hesitou por um momento, — Não se preocupe, de qualquer forma, eu vou esclarecer as coisas sobre esta noite.Julieta não falou mais nada.Era algo que ela já não ousava esperar, e agora parecia ainda mais incerto.Francisco franziu a testa ao ver sua expressão, — Você não confia em mim?— Não é uma
Julieta entendeu imediatamente o que Emanuel queria dizer.Este problema era inteiramente culpa da Jardins.Ela assentiu. — Obrigada.Emanuel sorriu. — Que bom que está bem. Tente dormir cedo.Emanuel não ficou muito tempo e logo partiu.Julieta pensou que teria uma noite inquieta.Mas ela acabou adormecendo pouco depois de se deitar.Na manhã seguinte, Gael ligou para ela.— Julieta, sobre o incidente de ontem, a instituição decidiu pela solução final. Aquele homem com a faca foi demitido e proibido de ser empregado novamente, com anúncio público a ser feito. Mas, para o público, diremos apenas que ele tinha mau comportamento. Espero que você entenda.Julieta sorriu. — Professor Gael, eu entendo.Gael continuou. — Além disso, o Sr. Benjamin usou algumas de suas conexões pessoais. A pessoa que incomodou você provavelmente terá dificuldades para permanecer na Cidade B daqui para frente.Julieta ficou surpresa. Ela não esperava que Benjamin usasse suas conexões pessoais para ajudá-la.—
Eles se olharam e Julieta virou-se para voltar ao quarto.Francisco a segurou.— Juli, sobre a Mayara...— Ela morreu?Francisco hesitou, seu rosto perdeu a cor, — Quando ela se recuperar, vou mandá-la para o exterior.Julieta assentiu, — Você pode mandá-la para a Antártica, por mim tudo bem. Afinal, isso é um assunto entre vocês dois.Francisco sentiu o peso dessas palavras, — Juli, só por causa disso você vai desconsiderar tudo o que eu fiz?Julieta ficou em silêncio por um momento, — Francisco, eu já disse, não importa o que aconteça, sou grata a você.Francisco esperava por mais, mas Julieta parecia ter terminado.Isso é tudo?Só gratidão?Francisco estava impaciente, — Juli, eu não fiz nada com ela, eu só... não conseguia vê-la morrer.— Então, Francisco, você deveria ficar ao lado dela.Francisco deu um sorriso amargo.Ele havia se esforçado tanto indo até Cidade B, explicando, protegendo ela de tudo.E agora, só porque ele não podia deixar Mayara morrer, Julieta o estava mandand
Julieta sorriu e segurou sua mão, — Mãe, não se apresse, com mais exercícios você vai conseguir falar claramente.Marina, com esforço, levantou a mão apontando para a porta.Ela estava dizendo que havia alguém lá.Julieta sentiu um nó na garganta.Ela se inclinou para perto de Marina.Seu olhar vagou para a porta.Ela sabia que Francisco ainda estava lá.Mas e daí?Sempre que algo acontecia com Mayara, as coisas entre eles desmoronavam.Olívia Valente chegou correndo.Ao ver Francisco parado na porta do quarto, hesitou por um momento.Ela sabia da história de Francisco ter internado Mayara em uma instituição psiquiátrica.Por isso, deu-lhe um olhar amistoso raro.— Bom dia, Sr. Francisco.Francisco acenou com a cabeça sem dizer nada.Olívia franziu a testa, querendo perguntar por que ele não entrava, mas acabou se contendo.Assim que Olívia entrou, ouviu-se a voz de Julieta.Francisco ficou parado na porta, ouvindo as risadas de dentro.Rafael chegou correndo, e ao ver Francisco, relax