Teófilo parecia confuso:— Ele é do Preto X?— Mais precisamente, um desertor. Há dois anos ele desertou da organização e, agora, também está na lista negra de procurados do Preto X. Por isso, está fugindo e se escondendo, é realmente difícil localizá-lo agora. — Fabiano serviu outra taça de vinho. — Já informei ao Éder sobre isso. Ele vai ficar de olho e te avisará assim que tiver notícias. E você, pretende passar a vida inteira seguindo mulheres?— A situação da Paty é um pouco especial.Teófilo passava o dedo sobre uma foto, onde o rosto de Patrícia aparecia pela metade, seus olhos transbordando adoração.— Já tentei demais e sofri muito com a perda dela. Agora, só quero protegê-la bem.— Amigo, esse seu amor é muito humilde. — Fabiano disse, com desprezo. — Não consigo mais ver em você nada do homem que conheci antes.— Você é que nunca deveria se apaixonar por uma mulher. — Riu Teófilo, mas então parecia ter descoberto algo. — Essa foto...— O que tem a foto?Teófilo retirou duas
Patrícia ainda não havia se recuperado quando foi arrastada pelo homem, seguida por um grupo de rapazes altos.— Me solte! — Exclamou ela.— É perigoso aqui, não é seguro para uma garota. — Disse o homem, acelerando o passo.No caminho, eles esbarraram em um garçom, derramando bebida por toda parte e criando uma bagunça. Os seguranças de Fabiano também os seguiram, e a cena estava muito caótica. A mão de Patrícia foi agarrada firmemente pelo homem, e ela disse, friamente com as sobrancelhas franzidas:— Eu disse para você me soltar!— Senhorita, estou fazendo isso para o seu bem, vou levá-la a um lugar seguro. Ele explicou, enquanto a levava para um beco. Lá, Patrícia percebeu que algo estava errado. O homem era muito forte, e ela sabia que não tinha chance se ele se tornasse agressivo. Seu olhar caiu sobre uma pá de ferro abandonada no beco, e ela rapidamente a agarrou, batendo com força na cabeça do homem.O homem reagiu rapidamente, soltando Patrícia e recuando alguns passos.—
Teófilo viu o sangue no início do beco e um pressentimento ruim tomou conta de seu coração. Ao olhar de longe, avistou vários corpos caídos. Quase desfaleceu. Patrícia estaria morta? Ele nem ousava considerar essa possibilidade. Fabiano, se aproximando rapidamente e após verificar os mortos, tranquilizou ele:— Fique tranquilo, sua esposa não está entre eles.Somente então Teófilo respirou aliviado, recuperando as forças para inspecionar os corpos:— Eles acabaram de morrer.Um dos seguranças reconheceu um dos corpos:— Esse homem foi quem levou a Srta. Patrícia. Nós o seguimos imediatamente, mas o bar estava uma confusão e fomos impedidos de continuar.Em tão pouco tempo, Patrícia desapareceu e o homem estava morto.Seria algum plano de Patrícia?Mas Teófilo ainda não havia dado uma arma para ela, de onde Patrícia tiraria uma?— Provavelmente não. Os ferimentos desses homens são todos fatais e precisos, indicando a presença de uma terceira pessoa com habilidades excepcionais de tir
Patrícia estava prestes a perguntar a Marcos o que havia acontecido naquele ano quando o celular em seu bolso vibrou. Era o número de Davi, e Patrícia atendeu:— Alô?— Srta. Patrícia, onde você está agora? — Perguntou Davi, com uma voz ansiosa.Patrícia tinha quitado o salário de Davi antes de enviar o filho para a ilha, por que ele a contataria naquele momento?— O que aconteceu?— Raul teve um problema, você precisa vir vê-lo.Ainda sem entender por que Teófilo apareceu no bar, ao ouvir que Raul tinha um problema, a primeira reação de Patrícia foi de preocupação.— O que aconteceu com ele?— Raul já estava doente há alguns dias e bebeu demais esta noite. A intoxicação alcoólica foi tão séria que tive que levá-lo ao hospital. Ele não parava de dizer que queria te ver, senhorita Patrícia. Onde você está? Pode vir vê-lo?Patrícia, sem saber qual era a sua própria localização atual, não revelaria sua posição casualmente.— Não é conveniente. Como ele está agora?— Ele está com uma into
Davi estava no viva-voz, então Teófilo também ouviu. A voz de Patrícia ao atender o telefone soava natural, porém hesitante, a ponto de ela não revelar sequer sua localização.— Em tão pouco tempo, ela foi para o subúrbio oeste, claramente, alguém a levou para lá. Ela não pediu ajuda pelo telefone, o que indica que essa pessoa não é uma ameaça para ela e pode até ter ajudado a eliminar aqueles assassinos.Lucas franzia a testa, confuso:— Olhando os ferimentos desses homens, todos foram mortos com um único tiro. Enfrentando três sozinho, a habilidade de tiro dessa pessoa é notável. Desde quando a Sra. Patrícia conhece alguém tão capaz?— A precisão nos tiros, a execução rápida e limpa dos assassinatos, só pode ser uma pessoa que não representa perigo para a Paty.Teófilo pensou em alguém que tinha encontrado recentemente no barco.— É o Marcos!Patrícia voltou à Cidade A para se encontrar com Marcos. Tantos dias se passaram, provavelmente ela deixou algum sinal secreto que Marcos conse
A noite passou rapidamente e o quarto estava frio, com apenas um cobertor que não dava calor suficiente.Patrícia pensava que não conseguiria dormir, mas, estranhamente, ao abraçar o filho, sentiu uma tranquilidade imensa e adormeceu rapidamente. Frederico, como um pequeno aquecedor, se mantinha colado a ela, proporcionando um calor constante. Patrícia sonhou que estava em uma vasta planície, correndo livremente com seus dois filhos. Ao final do caminho, Teófilo estendia a mão para elas:— Paty...Patrícia acordou de repente, já clareava lá fora, e Marcos havia saído do quarto. Através da janela sem cortinas, se via claramente o exterior. A neve havia caído durante toda a noite, cobrindo tudo com um manto branco imenso. Patrícia deixou Frederico na cama e abriu a porta, sendo recebida por um ar gelado. Embora já tivesse visto muitas paisagens nevadas, ainda assim ficou maravilhada.Era lindo demais!O branco contínuo envolvia tudo ao redor, purificando tudo e deixando apenas a pu
Marcos falou com calma:— Olhe à frente, o que você vê?Patrícia deu alguns passos para a frente até chegar à beira do precipício, contornou uma floresta e avistou, ao longe, montanhas que se erguiam e se abaixavam, formando uma cadeia contínua de montanhas nevadas que parecia imensa.— Liberdade.— Sim, basta cruzar este abismo à nossa frente, e a liberdade será sua.No entanto, após ser impedida tantas vezes por Teófilo, Patrícia já não tinha mais coragem.Ela estava assustada, temendo ser capturada novamente e cair em um abismo escuro e sem fim.— Você está preocupada com ele?Patrícia negou com a cabeça:— Não, eu... Tenho medo.— Medo de quê?— Medo de que o fracasso te prejudique, medo de não saber como será o futuro, basta fechar os olhos que consigo visualizar a morte de Suzana.A voz de Marcos era calma:— Não há nada a temer, o período mais difícil já passou, e as pessoas não devem ficar presas ao presente, a menos que você deseje viver como antes.— Eu não quero, eu quero m
Teófilo estava de pé, com as mãos nas costas, exibindo uma expressão triste:— Tenho medo que ele deseje levar não só a Joyce, mas também a Paty. A Paty sempre buscou uma chance para me deixar, e esta parece ser a melhor oportunidade dela.— E o que devemos fazer então? Impedimos ele agora? Caso contrário, com as habilidades que ele possui, ele realmente poderia levar a senhora Patrícia embora, e teríamos dificuldades para encontrá-la.Marcos sempre viveu nas sombras. ele tem muitos métodos secretos para desaparecer sem deixar rastros.Como Teófilo não saberia disso? Ele estava angustiado.Ele havia causado um grande trauma psicológico em Patrícia, que precisaria de uma vida inteira para se curar.Se a forçasse a voltar, apenas intensificaria seu trauma, deteriorando ainda mais a já frágil relação entre eles.Mas deixá-la ir embora era o máximo que Teófilo conseguia ageuntar.Não poder ver Patrícia, não saber se ela está segura, isso o torturava a cada momento.— Deixe ela voltar, mas