Patrícia não tinha certeza de quanto tempo havia dormido quando despertou lentamente de um sono profundo, ainda com os olhos cerrados, sentindo dores em diversas partes do corpo. Curiosamente, uma parte dela se sentia fresca, ao levantar o cobertor, descobriu que vestia um pijama macio e confortável. A cama exalava um aroma agradável, um homem havia cuidadosamente lavado seu corpo e aplicado medicamentos até em suas partes íntimas, o que evitava qualquer dor ou inchaço. Patrícia corou ao se lembrar dos eventos passados. Como ela enfrentaria Raul agora? Não havia mais nenhum homem ao seu lado e, ao observar melhor, percebeu que não estava em seu próprio quarto. Também não sentia mais o balanço do barco. Estava em terra firme! Como terminara em terra após apenas uma noite de sono?Patrícia inspecionou o ambiente desconhecido, se sentindo extremamente inquieta. E seu filho? Rapidamente, ela saiu da cama, desconsiderando seu corpo fraco e exausto, e acabou caindo. Felizmente, um
As palavras de Davi soaram impecáveis, mas uma pontada de dúvida assomou no coração de Patrícia. Estavam em jogo mais de trezentos milhões, não meros três mil ou trinta mil. Além disso, o lance final no leilão era incerto, portanto, o valor que ele precisaria arrecadar certamente ultrapassaria os trezentos milhões mencionados. A família de Roberto tinha uma boa situação financeira, porém, ele provinha de uma tradicional família médica, como poderia ele ter acesso fácil a uma quantia tão volumosa de recursos líquidos? E Patrícia era apenas uma amiga, não sua amante. Seria ele capaz de contratar mercenários? Não que Roberto fosse incapaz, mas parecia improvável que tal recurso estivesse ao seu alcance. Fora Roberto, quem mais teria oferecido ajuda a ela? Certamente não seria Teófilo... Ao pensar nessa pessoa, Patrícia balançou a cabeça, ele ainda estava no País F, e mesmo que tivesse asas, não chegaria a tempo. Se realmente fosse ele, já teria a resgatado, ao invés de deixá-la e
Roberto suspirou:— Realmente, não há o que fazer com você. Vou te enviar daqui a pouco, pense bem.— Já pensei, Dr. Roberto. Obrigada por toda a ajuda durante este ano. — Agradecia Patrícia, sinceramente grata a Roberto.Sem ele, ela jamais teria chegado onde chegou, nem teria reencontrado sua filha.Comparada à sua vida anterior, desprovida de expectativas, ela já havia vivenciado surpresas inesperadas.Roberto, sem palavras, não sabia como responder e apenas concordou:— Não precisa me agradecer, na verdade não fiz muito. De qualquer forma, seja cuidadosa.Após desligar o telefone, as palmas das mãos de Roberto estavam suadas.Nanda rapidamente se aproximou e perguntou:— E então, Patrícia desconfiou de você?— Parece que não, além de mim, ela não consegue pensar em mais ninguém.Nanda suspirou, resignada:— Enganamos Patrícia, e isso pesa na minha consciência. Se ela descobrir que até nós a enganamos, ficará devastada. Maldito Teófilo, como ele descobriu que Patrícia não estava mor
Lucas perdeu o sorriso:— Presidente Teófilo, você teme a vingança dele?— Por causa da Paty, ele já deve ter deduzido minha identidade. Mexi nos interesses dele, você acha que ele vai deixar passar? Assim como ao matar uma cobra é preciso acertar o ponto vital, ele também vai se agarrar ao meu ponto fraco.— Presidente Teófilo, seu ponto fraco é a Sra. Patrícia, ele vai mirar nela.O olhar de Teófilo era profundo:— Quando me casei com ela em segredo, já temia que um dia minha identidade fosse revelada, trazendo problemas para ela. No fim, depois de tantas voltas, ela ainda acabou exposta ao público, deixando outros explorarem essa fraqueza. Além dos inimigos dela, minha identidade se torna o maior perigo para ela.— Presidente Teófilo, o que devemos fazer, então?Teófilo, de costas, parado à beira de um penhasco, ouvia o som feroz das ondas batendo nas rochas.Seu olhar era frio e firme:— Se Paty pode ser meu ponto fraco, isso só prova que sou fraco demais, por dar a oportunidade pa
No topo do Edifício Weite.Estrondo ensurdecedor!O homem esmagou todos os copos à sua frente.O assistente, temeroso, relatou do outro lado da mesa:— Estimamos uma perda de 18,7 bilhões.O custo daquele imenso navio de cruzeiro de luxo e sua decoração extravagante já haviam consumido mais de cinco bilhões, sem contar as diversas armas, equipamentos médicos, cargas, antiguidades e tesouros a bordo, totalizando quase vinte bilhões em ativos fixos.— Além do dinheiro, perdemos clientes.— E a Nilda?— Não encontramos o corpo dela no navio, parece que ela foi levada junto. Agora, muitos clientes estão exigindo compensações, que já somam vários bilhões. Chefe, o que devemos fazer?O homem, furioso, respondeu:— Ignore.— E se não pagarmos, isso não vai irritar as pessoas?— Você acha que mesmo compensando cada um, eles voltarão ao navio?O assistente hesitou antes de responder:— Não.— A maioria a bordo era de hipócritas fingindo seriedade. Essas pessoas teriam coragem de vir atrás de nó
O guarda-costas, feito um cavalo selvagem descontrolado, correu desesperadamente e, finalmente, conseguiu agarrar a mão de Luciana.— Assistente Luciana, por favor, não nos coloque em uma situação difícil. Se você morrer, não conseguiremos explicar ao Presidente Fabiano.— Ora, enquanto eu não tiver moral, não tentem me convencer com moral. Em vida, eu não pude derrotá-lo, mas quando morrer e me tornar um espírito vingativo, certamente farei com que Fabiano e todos vocês sofram!A voz de Luciana era alta, nada condizente com alguém à beira da morte.— Eu até vesti vermelho, vou me tornar o espírito mais feroz, é melhor você não se levantar à noite, senão eu vou assustar você até a morte.O guarda-costas ficou sem palavras.Era uma situação de vida ou morte, e ele quase não conseguiu se segurar para não rir.Essa Assistente Luciana, até na morte, é engraçada!— Se quer rir, ria, não se segure.— Assistente Luciana, por favor, pare de me fazer rir, eu definitivamente não vou deixar você
Luciana olhou ferozmente para a outra pessoa:— Pareço uma idiota? Preciso mesmo que traduza isso para mim?O guarda-costas se sentiu desconfortável diante de uma pessoa tão irracional.No entanto, Patrícia percebeu algo anormal:— Luciana, onde você está? Com quem está falando?Luciana não entendia como Patrícia havia ressuscitado, mas saber que ela ainda vivia de repente tornava o mundo menos monótono.Ela não queria que Patrícia se preocupasse.— Não, estou apenas conversando com meu novo guarda-costas. Paty, você ainda não sabe, mas desde que você se foi, minha vida melhorou bastante, agora até saio escoltada por oito guarda-costas, todos com abdominais definidos.— Ouvir sua voz já me tranquiliza. O que mais temo é que você não esteja bem.— Como eu poderia não estar? Agora moro numa grande mansão, ando de carro de luxo, estou vivendo a vida de uma rica.Luciana falava isso com um sorriso, mas Patrícia ainda assim percebeu algo.— Você está chorando?Enquanto os flocos de neve caí
Ainda de salto alto, Luciana correu em direção a Patrícia e a abraçou imediatamente.— Paty, eu estava tão preocupada, achei que você...— Desculpe, naquele momento a situação era urgente.Luciana, ainda abraçando ela, falou:— Como você emagreceu tanto? Não tem comido? Parece só osso agora.Patrícia beliscou sua bochecha:— Não fale de mim, olhe para você, também não engordou muito. Está muito ocupada com o trabalho?Um brilho estranho passou pelos olhos de Luciana:— Claro, agora sou uma profissional de elite, quem diria, né?— Eu sempre soube que você era a mais incrível.Elas se abraçaram por um longo tempo e puseram o papo em dia. Em seguida, Luciana finalmente olhou para a criança ao lado de Patrícia.Não precisava de introdução, a criança era claramente a cara de Teófilo.— Tia Luciana. — Disse Joyce, obediente.Luciana derreteu ao ver a criança:— Que querida, deixa a tia te abraçar.Joyce estendeu os bracinhos ao redor do pescoço de Luciana e encostou a cabeça em seu ombro, do