Angélica A febre de Maria não abaixa, eu levei até o banheiro, dei um banho e até a alimentei, mas nada a fez melhorar. Kael está aqui, parece que existe uma certa ligação entre nós, ele sente quando estou preocupada ou qualquer outro tipo de sentimento seja ele ruim ou bom. — Isso está parecendo febre psicológica, colorida. Tem alguma coisa que causou algum gatilho emocional nela? — Acho que ela ficou impressionada com o que houve com os lobos jovens da vila. Ela ficou falando que tudo isso era culpa dela, fiquei preocupada de verdade, Kael. Maria é alguém sensível mesmo sendo uma verdadeira força da natureza sei que pode sentir com mais intensidade. Era assim na faculdade, parecia saber onde estar e com quem, sempre cautelosa e sensitiva. — Uma guerra sobrenatural está prestes a acontecer, colorida. Conversei com algumas pessoas dos dois lados, o negócio vai ficar feio por aqui. — Mas o que nós temos haver com isso? De verdade, isso tudo é uma grande loucura. Ouço a voz do lo
Pedro Todos os meus sentidos estão alertas, sinto o cheiro dela, mesmo estando em um lugar desconhecido sei que ela está aqui. A febre ainda continua, mas Maria está aqui comigo. É uma gruta, ouço o som das águas da cachoeira, mas o meu desejo é permanecer aqui ao lado dela. — Deixe que assuma. Pedro, estamos com a febre do elo, temos que acasalar. Você consegue sentir o cheiro dela, está tão bom. — Não. Ela não nos quer, nos rejeitou por aquele bruxo. O cheiro dela está ainda mais forte como se a febre intensificasse seu aroma. Meu pau fica duro sem que consiga controlar, ela abre os olhos, porém está fraca por conta da febre. — Pedro. — Estou aqui, Maria. Vou tirá-la daqui, não sei como viemos parar nesse lugar, mas vamos sair. Sinto o meu peito arder, o sangue do meu corpo se movimenta mais rápido e piora a cada instante, continuo com a febre que agora não me deixa pensar direito. — Meu peito está ardendo, Pedro, é como fogo queimando a pele. O que está acontecendo? — Esta
No passado Imaculada Eu corri o mais de pressa que pude saindo pelas matas, e tentando desesperada fugir do meu terrível destino. Foram dias correndo, sentindo sede e fome até que paro na frente de uma cachoeira. Estou exausta de correr sem rumo, disseram que o quilombo ficava próximo daqui, mas parece que me perdi. Sento no chão pegando um pouco de água nas mãos sujas e machucadas levando a boca, minha última refeição foi a muito tempo e parece que vou desmaiar a qualquer momento. Eu não consigo mais correr, meu corpo está sucumbido a exaustão. Consegui fugir daquele inferno. Xavier ficou louco quando usou a mim de garantia para pagar suas malditas dividas, Pedro vai acabar com minha vida apenas para me ver totalmente destruída. Não sei porque tem tanto ódio de mim. Eu o servi e abri minhas pernas para ele como queria, não consigo entender porque tanto ódio. Fecho meus olhos deixando o cansaço me dominar, mas logo ouço um barulho vindo da mata, são homens gritando para seguir na
Maria O desejo queimava minha pele, eu o queria mais do que respirar e mesmo sabendo de tudo que fez contra mim no passado não consigo lutar contra essa sensação queimando dentro da minha boceta. O lobo sorri percebendo como estou louca por ele, seguro seu rosto beijando sua boca com ódio misturado com tesão, não quero, mas meu corpo deseja algo diferente que minha cabeça. Estou fora de controle tentando desesperadamente tirar essa vontade de mim, ele está admirado e com o mesmo desejo que eu, quando sento no seu colo com as pernas abertas consigo sentir seu pau enorme em baixo de mim. — Está tão molhada, minha. O cheiro que está exalando é uma delícia, disse para mim que é só minha? Seu corpo pertence a mim, não é? — Não seja ridículo. Faça logo, eu quero você dentro de mim, assim essa vontade idiota vai passar. Mordo o lábio inferior praticamente fazendo a dor da mordida sufocar o desejo de dizer que pertenço a ele. Isso é o meu corpo querendo brincar com minha mente.
No passadoImaculada Fiquei na senzala por dias até que Pedro mandou que fosse retirada de lá. Uma senhora de cara fechada foi a responsável em tirar as correntes e focinheira, eu parecia um animal enjaulado fedendo e totalmente suja. O olhar da senhora parecia me julgar a cada passo que dava, com certeza, Pedro contou que sou uma meretriz.Fui colocada em um quarto onde mandaram que tomasse um banho e colocasse um lindo vestido vermelho que estava em cima da grande cama, fiquei observando o lugar tentando encontrar formas de fugir.Mas na hora lembrei dele se tornando um animal enorme e grotesco, suas ameaças me fizeram seguir as ordens sem tentar fugir. Desci as escadas encontrando todos os empregados me esperando.— Mestre Pedro, pediu para mostrar os outros escravos para você. Olhei para eles tendo uma sensação esquisita, Pedro contou para todos o que eu faço, pela primeira vez depois de tanto tempo me sinto envergonhada, suja e nojenta. Pessoas como eu olhando para mim com prof
Pedro Fiquei observando seu sono até que amanheceu e resolvi sair da gruta. Com certeza, Gabriel que me trouxe até aqui com a ajuda de Kael e Angélica, no passado, os primeiros como nós acasalaram em cavernas e grutas como essa. Antes os lobos traziam suas companheiras para lugares ocultos para evitar que fossem encontrados ficavam meses acasalando e criando um elo forte com suas fêmeas, eu não posso me dar ao luxo de fazer isso, ainda mais com Maria querendo ter o diabo ao lado do que eu.Ouço conversas perto da cachoeira, vejo Vitor acompanhado de Rosa, estão enganados se pensam que vão se aproximar de Maria, tenho certeza que foram eles que encheram a cabeça dela contra mim contando sobre Imaculada.Vou até a frente da gruta para impedir que cheguem perto da minha Luna, Maria é minha e ninguém vai ficar no meu caminho atrapalhando minha vida. — O que fazem aqui?— Viemos buscar Maria. Soubemos o que aconteceu, vamos cuidar dela a partir de agora, lobo.Vitor pensa mesmo q
No passado Pedro O casamento foi um evento grandioso, convidei toda elite da cidade e fui recompensado com a presença de todos. Cândida está deslumbrante com um belo vestido leve com fitas e todo rendado. Todos admiraram a decoração da igreja, o local da festa e o grande jantar servido. Cândida sorria e acenava para os seus convidados com uma postura invejável, tudo está saindo como planejei. Mas o lobo está incomodado, desde quando deixamos a casa da fazenda. Imaculada é reservada, sempre quieta e um pouco melancólica às vezes. Vivi enfunada na cozinha, dispensou a cozinheira e todos os dias faz porções generosas de todo tipo de comida, de tortas até bolos decorados, no final, Anastácia disse que ela manda os escravos distribuírem aos pobres. Ela até tentou voltar como vendedora de quitutes, mas não permite, e como sabe qual seria a consequência se desobedecesse, não ousou me desafiar. Fico a maior parte do tempo na casa da cidade, sentindo a necessid
Maria Voltei para gruta junto com Pedro, ele tentou tocar em mim, mas consegui manter uma distância segura dele. Sinto algo queimando dentro de mim, mas não é tesão, é algo mais forte, sei que estou mudando. Tento manter o equilíbrio e a calma, mas não consigo, acabo caindo de joelhos no chão frio da gruta sentindo que não vou conseguir evitar minha mudança.— O que está acontecendo comigo, Pedro? — Você está se transformando, mas isso não é normal. Está recebendo sua loba rápido demais, fique calma, Maria, e deixe que venha.Sinto minha cabeça doer e logo sou amparada por Pedro, aperto seu braço com força sentindo ainda mais dor, não quero me transformar e ser como Pedro.— Deixe ela vir, Maria, não resista. Será pior se continuar lutando. O meu corpo inteiro queima em uma dor terrível, de repente sinto a presença dela, é sutil, mas poderosa. Fecho meus olhos sendo transportada para dentro da minha mente, uma