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Vespas voam dentro de mim. Eu sinto seu ponzona sendo cravado dentro de mim, o ferrão deixou um terrível ardor na boca do meu estômago. Procuro no silêncio um refúgio impenetrável, quero deixar de sentir estilhaços na pele, a dor desapaciável que me arrasta para um lugar inexistente.

Falta pouco, ainda a prisão perpétua não se foi.

E já me consumi.

Ele me prendeu de diferentes maneiras com sua vorticidade, foram tantas turbulências que preciso de ar, força, coragem para me armar de uma vez por todas.

Não quero mais ser fraco, sucumbir às ruínas que ele me deixou. Talvez me custe ressurgir das ruínas, e não me renderei até conseguir me construir.

Chega de ser um muro caído, uma estrela apagada, chega de ser a insignificante cinza que deixou seu fogo em mim.

Eu me tornei o que menos imaginei, mas cabe a mim ser melhor do que isso.

Mas...

Minha alma é um deserto, um lugar vazio e inóspito, é uma estação triste onde a agonia da noite fria chora para o céu.

Um céu que se foi longe de mim.

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