- Está bem, se nós o odiamos, então não precisamos mais dele, não o veremos mais no futuro. - Bryan consolou a sua filha.Miguel ficou do lado de fora, ouvindo ela dizer que o odiava, seu sangue esfriando aos poucos, se espalhando do fundo dos pés até o peito, formando uma dor surda...Seus olhos ficaram vermelhos, seu corpo ficou rígido.Marina, ao lado, o olhou com indiferença.- Viu? A Lulu te odeia, então não se aproxime mais dela, deixe ela em paz, deixe ela ser um pouco mais feliz pelo resto da vida.- Se eu soubesse que aquelas palavras a fariam cair, com certeza teria conversado seriamente com ela naquele momento.- Não adianta ficar pensando em "e se". O que passou, passou, e não há como mudar isso. - Disse Marina, exasperada com ele.Miguel ficou lá parado, atordoado.Sim, não havia “se,” tudo já aconteceu, nada podia ser salvo, nada podia ser desfeito...Geraldo levou Marina embora.Miguel ainda estava parado lá, parecendo que sua alma foi retirada, parado no corredor, como
Neste momento, Luiza estava bebendo água quando ouviu as palavras. Seus cílios negros se ergueram.- É verdade?- É verdade, causou um grande alvoroço no país, depois que você se recuperar, quero que o diretor de design do Grupo NAS te leve para participar da Semana de Moda de Paris.Luiza ficou atordoada por um momento, porque com essa frase, toda a escuridão em seu coração nos últimos dias se dissipou.Este sonho, ela esperou tanto tempo, desde o primeiro dia na universidade cinco anos atrás, ela esperava por este momento todos os dias.Nunca imaginou que essa oportunidade viria depois de perder o bebê.Como se, em um mundo sombrio, finalmente surgisse uma luz.Luiza pensou bem, se não podia segurar o bebê, pelo menos queria manter a carreira que amava.Quanto a Miguel, ela já desistiu totalmente dele, desde que perdeu o filho deles, seu destino foi selado.Agora ela quase não o via mais, todos os dias seu pai e a Mari a acompanhavam, e ela estava relativamente calma.Mas não sabia p
Ela fechou os olhos. Ela não queria mais ver ele. Miguel permaneceu na enfermaria, seu coração sendo espetado por milhões de agulhas, uma dor surda que dificultava até a respiração. Mas ela ainda estava se recuperando, e Miguel não queria a estressar, então ele deu uma olhada em seu rosto pálido e saiu.Ao meio-dia, depois que Luiza terminou de almoçar, Bryan saiu para providenciar sua alta hospitalar. Depois de concluir o último exame de ultrassom, ela seria liberada. Mas Luiza esperou por muito tempo, e Bryan não voltou. Ela não podia ir sozinha para a sala de ultrassom no ambulatório. Eram quase onze horas, então Luiza saiu para procurar o pai.- Pai! Ela chamou por ele no corredor. Passando pelo balcão da enfermagem, a enfermeira disse: - Sra. Luiza, seu pai parece ter ido para o corredor.- Por que ele foi para o corredor?- Não sei, havia uma jovem com ele, os dois estavam conversando quando eu subi as escadas.Uma jovem? Luiza ficou cheia de dúvidas, mas a enfermeira
- Não! Não fui eu... - Nanda saiu correndo de trás da multidão e disse lamentavelmente com lágrimas nos olhos.Ao ver o rosto de Nanda, Luiza subitamente se lembrou da expressão fria que ela tinha quando conversava com o pai naquele momento, um olhar distante e gélido, nada parecido com a fragilidade que demonstrava agora.Ela se levantou com esforço, avançando para agarrar o pescoço de Nanda. - Nanda, o que você fez com o meu pai? Por que ele caiu das escadas? Foi você quem o empurrou, não foi?- Não, eu não encostei nele, foi ele mesmo que caiu por causa de um ataque! - Nanda balançou a cabeça.- Impossível! Meu pai estava saudável ultimamente, como poderia ter um ataque do nada? Por que ele me disse para não buscar vingança? O que você fez afinal?Miguel deu um salto, parecia ter entendido o que Nanda disse aO Bryan.Rapidamente, ele deu um tapa em Nanda, seus olhos se estreitaram perigosamente.Nanda caiu no chão com o golpe, cinco marcas vermelhas de dedos apareceram em seu rosto
Nanda foi obrigada a encarar Miguel.Seus olhos estavam úmidos de lágrimas quando ela disse, com uma expressão de compaixão: - Seu pai sempre foi muito bom para mim. Por causa dele, darei o meu melhor. E, além disso, não quero mais te ver sofrendo, irmão. Encontre outra mulher, uma que seja honesta. Muitas pessoas o amam e merecem seu amor. Você não precisa estar com aquela mulher...- Você está se referindo a você mesma? - Miguel riu friamente.Nanda estremeceu, o amor em seus olhos ficou evidente, gentil e apaixonado. - Sim, irmão, eu gosto de você. Vamos ficar juntos. No futuro, serei uma boa esposa...Sua mão subiu lentamente pelo rosto de Miguel.Mas Miguel a afastou com repulsa, falando friamente: - Eu nunca gostei de você e nunca vou gostar.Nanda ficou chocada, seus olhos se encheram de tristeza e pesar.Nesse momento, a porta foi aberta por alguém.Um homem bonito entrou e, ao ver Nanda sendo segurada por Miguel, seu rosto mudou e ele correu para perguntar: - O que está ac
Miguel se aproximou e a abraçou, podendo sentir claramente o tremor de seu corpo.- E a Nanda? - Luiza perguntou com a voz rouca.- Luiza. - Miguel acariciou seus cabelos. - As câmeras de segurança foram verificadas. Ela realmente não tocou no seu pai, foi ele mesmo que caiu.- Não! - Luiza não acreditava, levantou a cabeça, com as marcas das lágrimas em seu rosto ainda úmidas. - Antes do meu pai cair, a Nanda definitivamente disse algo a ele, por isso ele disse para eu não buscar vingança. O que exatamente ela disse?O corpo de Miguel ficou tenso, ele falou baixinho: - Eu não sei, não dá para ouvir claramente nas gravações.Miguel não ousava dizer a verdade.Se ele dissesse, eles realmente não poderiam mais estar juntos...O pânico em seu coração sobrepujava tudo, ele não ousava pensar mais adiante, nem falar, apenas murmurou suavemente: - Seu pai vai se recuperar, da última vez ele acordou, desta vez também vai.- Você está falando como se fosse fácil!Luiza, de repente, se soltou
No dia seguinte.Luiza acordou, parecendo bastante calma.Miguel abriu a porta e a viu trocando de roupa, foi até ela rapidamente e a segurou.- Por que está trocando de roupa para sair? Onde você quer ir?Ela virou a cabeça, como se tivesse deixado para trás todas as emoções negativas, e ficou extremamente calma.- Já estou internada no hospital há cerca de dez dias, posso sair.Miguel não sabia por que, mas sentiu que ela estava agindo de forma estranha, olhou para o rosto dela.Seus longos cabelos pretos não tinham nenhuma impureza, ali de pé, com o rosto tão branco quanto a neve, mas sem expressão, como se todas as emoções tivessem sido retiradas dela.- Luiza, no que está pensando?Miguel percebeu que não conseguia entender o que se passava em sua mente.Luiza levantou os olhos, olhando levemente para ele.- Não estou pensando em nada, só estou me sentindo melhor, não quero mais ficar no hospital.- Meu sogro ainda está internado aqui. - Miguel lembrou.A menção do sogro quase dei
Ele já havia percebido, notado que ela ainda não tinha dormido.Luiza disse com indiferença: - Eu estava pensando se posso ir trabalhar amanhã?- Só pensando nisso?- Sim, a vida está muito monótona, quero voltar para o estúdio, ter algo para fazer, para não ficar sempre pensando nessas coisas dolorosas. - Ela o lembrou intencionalmente de sua angústia.Nos olhos de Miguel, um lampejo de culpa surgiu, ele afagou sua cabeça.- Está bem, se você quer trabalhar, vá, mas você acabou de sofrer um aborto, não trabalhe por muito tempo.- Só foi um aborto, descansar dez dias já é suficiente.O tom de Luiza era tão monótono quanto sua expressão.Miguel pensou no bebê que se foi e a abraçou repentinamente.Luiza ficou muito desconfortável, encolheu-se, parecendo um corpo sem alma na escuridão.No dia seguinte.Luiza ouviu os ruídos ao seu redor, sabia que Miguel havia acordado.Ele se vestiu ao lado da cama, Luiza não se virou, virando as costas para ele.Depois de um tempo, ele se inclinou par