- Isso é muito clichê. - Murmurou Luiza.Miguel riu.- Não dizem que todas as mulheres gostam de flores? Não está feliz que eu enviei flores para você?- Não é que eu não esteja feliz, só parece muito forçado.- Não importa se é forçado ou não, o importante é que você goste.Ela tocou o buquê de rosas cor-de-rosa.- Mais cor-de-rosa, você realmente é obcecado por essa cor.- Acho que você combina com rosa; desde a primeira vez que te vi, já pensei que combinava com você.- Primeira vez? Quando foi isso?- Foi mais ou menos no seu aniversário de 20 anos. - Lembrou Miguel. Naquela época, ele foi à casa da família Medeiros e viu Luiza descendo a escada caracol, vestindo um vestido de tule rosa, e desde então seus olhos nunca mais a deixaram.Luiza ficou surpresa.- Então, desde a primeira vez que você me viu, foi atraído por mim?O sentimento entre eles não era unilateral? Ele havia sido atraído por ela desde a primeira vez que se encontraram?Eram apaixonados à primeira vista?- Suponho
- Como assim... - Luiza estava confusa.Marina coçou a testa, sem jeito, e disse:- Naquele dia do noivado desfeito, não foi quando eu bebi demais? Foi quando eu... Com ele...- Eu sei disso. - Luiza assentiu. - Foi naquele dia que você engravidou?- Sim. - Marina confirmou com um aceno. - Eu tinha pensado em fazer um aborto, mas precisava de uma assinatura da família, e eu não ousava deixar meus pais saberem, então pedi para ele assinar, mas ele se recusou...- Ele te pediu para ter o bebê? E você concordou? - Luiza estava ainda mais chocada.Marina balançou a cabeça.- Não é bem assim, nossa família é muito complicada, você sabe, né?Luiza sabia; o pai da Marina tinha duas esposas e vários filhos ilegítimos.Marina suspirou e disse:- Meu pai está gravemente doente na UTI, a amante dele colocou pessoas para vigiar o quarto e forçar meu pai a assinar um documento de transferência de patrimônio. Eles não nos deixam ver meu pai, querem aproveitar essa fase para pegar todo o dinheiro del
- Encomendei um macarrão italiano para você, coma isso, é mais leve. - Instruiu Geraldo.Marina arqueou uma sobrancelha- Você pediu para a Lulu também? Ela também está grávida.- Ela está grávida? - Geraldo, com seu rosto bonito, olhou para Luiza. - Você está grávida? Do filho do Miguel?Pega de surpresa, Luiza não soube o que dizer e assentiu com a cabeça.- Como ele pode ficar tranquilo deixando você sair sozinha?Luiza, confusa:- Eu não estou incapacitada.Por que, nos olhos de Geraldo, estar grávida parecia ser como estar incapacitada, incapaz de sair sozinha?- Não é isso, é só preocupação. - Geraldo sorriu, ele era do tipo que não se sentia tranquilo deixando Marina sair sozinha. Ultimamente, ele a controlava bastante, exceto para ir ao estúdio, quase não a deixava sair sozinha.Ele pensou por um momento, pegou o celular e ligou para Miguel.- Miguel.- Algum problema? - A voz fria de Miguel veio do outro lado da linha.- Sua esposa está grávida, como você ainda permite que ela
- Está quase na hora de nos prepararmos também. - Disse ele e, com longas passadas, entrou na loja, perguntando seriamente ao atendente qual produto era o melhor.Mais surpreendentemente, Miguel também foi.Luiza e Marina ficaram ao lado, olhando incrédulas enquanto os dois homens discutiam sobre produtos para bebês.- O atendente acabou de dizer que este é o melhor. - Geraldo apresentou a Miguel.Miguel, com uma expressão impassível, acenou com a cabeça e também pegou uma caixa de mamadeiras.- Esses dois... - Marina cobriu o rosto com as mãos, envergonhada.Luiza parecia resignada.- Eles só estão grávidos de poucos meses, precisam ter tanta pressa? - Ponderou.- Exatamente. - Comentou Marina e então olhou para a barriga de Luiza e sorriu. - Mas, falando nisso, Lulu, embora não tenhamos nos casado ao mesmo tempo, acabamos engravidando juntas.Luiza estava de quatro meses.Marina, de dois.Marina disse, sorrindo:- Se no futuro nascer um menino e uma menina, eles até poderiam se casar
- Todos os malfeitores foram punidos? Por que ainda proteger?- Não importa, grávidas são frágeis e precisam de proteção. - Ele olhou para a mulher em seus braços, sorriu e a conduziu para dentro.Luiza permaneceu em seus braços, silenciosa, enquanto ele a carregava escada acima.Ele a depositou na cama e se ajoelhou para tirar seus sapatos. Luiza, com os pés sensíveis, se retraiu e disse:- Eu faço isso...Antes que ela terminasse, foi arrebatada por um beijo apaixonado dele.Ela tentou falar, mas as palavras não saíram, pois Miguel a pressionava contra a cabeceira da cama, deixando ela completamente fraca, até que finalmente a soltou.- Vou tomar um banho. - Ele disse com uma voz rouca e sugestiva.Após falar, pegou um roupão e se dirigiu ao banheiro.Ouvindo o som da água correndo, o rosto de Luiza corou e, assustada, saltou rapidamente da cama para pegar seus sapatos e fugir.Quando Miguel saiu do banho, Luiza já havia desaparecido.Ele franziu a testa e ligou para ela:- Onde voc
- Levando você para a cama. - Ele sorriu, com os lábios curvados, e com seus braços fortes a levantou.Luiza de repente se viu suspensa no ar, um pouco nervosa, sem coragem de olhar para o rosto dele, se escondendo em seu peito sem falar.Um passo, dois passos, ele finalmente chegou à frente da cama e a colocou sobre ela.Assim que Luiza se enfiou debaixo das cobertas, ele a abraçou, envolvendo ela completamente em seus braços, e com seus lábios finos sussurrou próximo ao seu ouvido, rindo:- Você está cheirosa depois do banho.- Quero dormir agora. - Ela respondeu baixinho.Miguel disse:- O médico disse que grávidas devem dormir do lado esquerdo, você está na posição errada, tem que virar.- Não quero. - Luiza não queria enfrentá-lo.Mas Miguel insistiu para que ela se virasse, e Luiza, sem opção, acabou por encará-lo, com seus olhos profundos.Ela sentiu subitamente a boca seca.- Vamos dormir...- Certo. - Ele concordou, estendendo a mão para acariciar seu rosto delicado.Luiza riu
Lívia tratava ela como sempre, continuando a chamá-la de senhora.Luiza se sentia um pouco envergonhada, enquanto Miguel a observava, se fixando em seu elegante conjunto da Chanel.- Está bastante frio lá fora, como pode usar isso? - Ele perguntou.- Hoje vou visitar meu pai, pensei em me vestir um pouco mais elegante. - Ela respondeu, sorrindo.Miguel franziu a testa, desaprovador:- Isso não pode ser, hoje está 12 graus e você está com as pernas de fora, não pode sair assim.- Eu não estou com as pernas de fora! - Se defendeu ela. - Estou usando uma meia-calça que imita pele nua; ela é forrada por dentro, só parece uma meia de seda por fora.Miguel ainda estava contrariado:- Mesmo assim, é muito pouco, coloque um casaco longo por cima, senão não permito que saia.Luiza fez beicinho:- Você é tão chato!Ele sempre a controlava assim, o que realmente a irritava.Miguel ignorou seu protesto, trouxe um casaco longo do andar de cima e colocou sobre seus ombros:- É para o seu bem, o bebê
Luiza realmente guardava ressentimento dela.Se não fosse por ela implorar ao pai para trazer Pietro de volta para o Grupo Medeiros, o pai não teria tido uma recorrência de miocardite por causa de Pietro.Ela não conseguia dizer palavras de perdão, mas ao ver sua avó deitada na cama de hospital, com o rosto envelhecido, ela não conseguia a culpar e apenas assentiu, dizendo: - Vovó, não te culpo.Ela estava prestes a partir, Luiza não queria que ela partisse com rancor.Ouvindo suas palavras, a Sra. Medeiros assentiu, fechou os olhos e adormeceu profundamente...O monitor cardíaco ao lado se tornou uma linha reta.A Sra. Medeiros partiu deste mundo.Seu pai chorou tristemente.Luiza olhou para o pai chorando, se sentindo abafada e sombria por dentro.O próximo passo era lidar com os arranjos funerários.Seu pai não estava em condições de lidar com isso agora, e Luiza não tinha experiência. Ela ficou parada no corredor, olhando para os funcionários funerários que vinham vender serviços,