Perdida em pensamentos, Walter instruiu:- Esta noite, durma com ele e, assim que ele adormecer, aproveite a oportunidade para copiar o conteúdo do notebook dele para mim.Luiza segurava o celular, se sentindo pesada e exausta por dentro.- Com quem está falando ao telefone? - No meio da confusão, a voz de Miguel soou de fora.Luiza estremeceu, apagou apressadamente o visor do celular e o guardou.Miguel entrou, e seus olhos se fixaram no celular dela, com um olhar investigativo.- Quem você estava chamando no meio da noite?- Não é ninguém. - Ela apertou o celular com força, temendo que ele percebesse algo, e baixou os olhos, incapaz de encará-lo.Miguel a observou por um longo tempo.No silêncio, o coração de Luiza batia forte, como um tambor. Tentando aliviar a atmosfera, ela de repente levantou os olhos e perguntou:- Você bebeu e está com dor de cabeça? Quer um pouco de leite? Vou pegar leite para você. - Assim que terminou de falar, ela correu escada abaixo até a sala de jantar.
Luiza inspirou profundamente, e, por causa do medo, suas lágrimas embaçaram seus olhos. Com um choro na voz, ela gritou:- Eu já disse, eu não quero...Sua voz chorosa carregava medo e repressão.Miguel percebeu isso e, neste momento crítico, também se conteve, falando baixinho ao seu ouvido:- Por quê?Ela não ousava dizer que o detestava, só podia chorar e dizer:- Ainda não consigo aceitar isso com você...- Ainda não pode me aceitar? - Ele perguntou.Luiza acenou com a cabeça.- Tantas coisas aconteceram entre nós, nossos sentimentos já estão destruídos. Como podemos simplesmente fazer as pazes?Miguel ficou em silêncio por um momento e então virou o rosto dela.Na escuridão, com o rosto cheio de lágrimas, Miguel sentiu uma pontada de dor e compaixão, inclinou a cabeça e a beijou.- Miguel! - Ela pensou que ele havia perdido o controle e começou a chorar.Miguel grunhiu baixinho e disse com voz rouca:- Pare de gritar, senão não conseguirei me conter.Luiza ficou surpresa.Ele a s
Miguel empurrou a porta e entrou.Ela estava deitada de lado na cama, de costas para ele. Não conseguia ver a expressão do rosto dela, então Miguel perguntou: - Ainda está dormindo? Já passou das oito, não vai se levantar para se arrumar, comer e ir trabalhar?Luiza, abafada sob o cobertor, ainda presa nas emoções da ligação anterior, respondeu cansada: - Estou um pouco cansada, quero só mais um tempinho na cama.- Está doente? - Ele se aproximou, se sentando na beira da cama para perguntar.Luiza estava prestes a negar quando ele estendeu a mão, tocou sua testa e sentiu que a temperatura estava normal, então se tranquilizou um pouco.- Não está se sentindo bem? - Ele olhou para os olhos dela, preocupado.Luiza se sentiu um pouco desconfortável com o olhar dele, sem entender o por quê, balançou a cabeça.Ela sabia que Walter estava tentando o prejudicar, mas não podia contar a ele, porque se ele soubesse, ela estaria presa novamente. Teoricamente, ela também era egoísta.- É por cau
Luiza ainda permanecia no quarto principal.Ela ouviu a voz de Juliana.Miguel havia ordenado que ela não subisse as escadas, e ela respondeu de maneira brincalhona, mas Miguel não ficou bravo, agiu como se sua atitude não fosse nada especial.Aparentemente, ele não sentia nada de especial por ela.Se ela fosse embora, seria apenas uma questão de tempo até Juliana o conquistar, como ela fez com ele no passado.Estava tudo bem.Com alguém ao lado dele, ele não a procuraria mais.Ela poderia finalmente encontrar a paz verdadeira em seu coração.Mesmo pensando assim, ainda havia um certo amargor, talvez... Afinal, ele era o pai do seu filho...Depois de arrumar suas coisas, Luiza desceu as escadas, mas Miguel já não estava lá.Ela sentia que ele estava muito ocupado ultimamente.Devia ser por causa da importância do projeto do Grupo Paloma, então Walter estava desesperado para conseguir aquele documento.Assim que Luiza entrou na Luminar Joias, ouviu o som do seu velho celular tocando.El
- Não! - Luiza gritou com voz chorosa. - Ele é inocente, não o envolva nisso!- Se é assim, então faça o que eu digo. Ontem à noite, o Miguel ficou até tarde no escritório, revisando o projeto. Agora você vai até lá e traz o documento para mim.- Eu não consigo!Luiza segurava o celular, com os olhos marejados de lágrimas.- Pense na vida do seu pai, e você conseguirá. Se lembre, te dei apenas uma manhã. Se não conseguir, se prepare para o funeral do seu pai. - Walter disse, encerrando a ligação de forma abrupta.Ele havia perdido a paciência.Luiza chorava, exausta emocionalmente.Dez horas da manhã.Luiza segurava uma marmita, andando de um lado para o outro em frente à entrada do Grupo Sunland.Ela entrava e saía, com a mente confusa e cheia de dúvidas.Ela não queria prejudicar Miguel, mas também queria salvar seu pai...O plano de resgate de Theo havia falhado, e a vida de seu pai agora estava nas mãos do Walter, que deu apenas uma manhã para elaLuiza avançava e recuava, avançava
Luiza observava silenciosamente enquanto ele comia, com sentimentos complexos em seu coração.Depois que ele terminou de comer, ela se inclinou para pegar a marmita, dizendo insinceramente: - Se estiver cansado, tire uma soneca.- Você vai embora? - Ele perguntou, com olhos vermelhos devido ao cansaço extremo.- Você não quer que eu vá? - Ela perguntou.Miguel balançou a cabeça e segurou a sua mão.- Fique comigo um pouco.Ela raramente estava tão obediente, o que ele adorava, pois não queria que ela fosse embora tão rapidamente, mas também tinha medo de que ela voltasse à sua atitude fria e distante.- Está bem. - Ela respondeu docilmente.Miguel se recostou no sofá e, em questão de minutos, começou a respirar pesadamente.Parecia que ele realmente estava ocupado e exausto ultimamente, mal tocou o sofá e já estava dormindo. Luiza se sentou ao lado dele, observando silenciosamente seu rosto, como se estivesse esperando por algo.Depois de cerca de dez minutos, seus olhos caíram sobre
- Por que você me contou? - Miguel olhou para ela.- Eu não quero te prejudicar. - Ela ficou ali, com o semblante abatido.De repente, Miguel se levantou e se aproximou. Luiza pensou que ele iria a repreender, então baixou os olhos e os fechou levemente. Mas a mão que caiu sobre sua cabeça apenas afagou seus cabelos e então a abraçou. Luiza ficou surpresa e ergueu o olhar para ele.Miguel, com voz calma, disse: - Eu sei.- Você sabe? - Luiza ficou atônita. - Você... Sabe disso?- Sim.Luiza ficou paralisada. - Como você ficou sabendo disso?- Eu sei que alguém foi colocado ao meu lado, sei também que alguém está tentando me prejudicar e sei que você foi ameaçada. - Ele disse, palavra por palavra. Originalmente, ele não planejava revelar este plano, mas ao ver ela tão preocupada e triste por ele, ele não teve coragem de esconder.- Mas tenho minhas limitações. Eu sei que querem me prejudicar, mas se eu agir diretamente, não conseguirei punir as pessoas por trás disso. - Ele olhou
Ela assentiu.Ela entendia.Só que ela estava muito triste.Estava triste e impotente.Desde que o conheceu havia dois anos, parecia que sua vida estava destinada a ser cheia de desgraças.Mas ela sabia, não podia culpar ele. Se dois anos atrás ela não tivesse se casado com ele, ou se ele não tivesse se apaixonado por ela, então talvez seu pai já estivesse morto na prisão, e ela, como uma socialite falida, estaria enfrentando o mesmo destino de hoje.Mas ficando ao lado de Miguel, ela também atrairia os seus inimigos.Então, a vida tem suas próprias regras. Não importa o que ela escolheu naquela época ou hoje, ela enfrentaria dificuldades.Ela murmurou: - Só acho que sou muito estúpida, não consigo fazer nada, e entre vocês dois, também sou impotente, eu...Enquanto falava, lágrimas escorreram por seu rosto.Seu coração estava pesado, sufocante, ela se sentia tão mal...Miguel viu ela chorar, sentiu um aperto no coração, levantou a mão e acariciou gentilmente o rosto dela. - Não se p