Luiza fechou os olhos, sentindo a pressão quase esmagadora, mas sabia que não podia ceder; se o fizesse, tudo realmente terminaria.Com isso em mente, abriu os olhos e argumentou firmemente com os policiais.Ela lhes explicou que, na noite anterior, foi o Sr. Ademir quem começou a agredi-la, e que ela quase foi violada.Os policiais responderam que entendiam, que já haviam investigado o incidente, mas agora, com o Sr. Ademir gravemente ferido, Luiza teria que enfrentar o processo legal e, em seguida, um advogado viria para pagar sua fiança, permitindo que ela fosse liberada.Advogado para pagar a fiança?Onde ela encontraria um advogado agora?Ela não tinha mais família.Luiza consultou a agenda em seu celular. Theo tinha um advogado, mas este foi levado para o exterior por Miguel e provavelmente não estava ciente de sua situação atual no país.Marina, o pai dela, estava à beira da morte, e ela passava muito tempo no hospital com ele, provavelmente não podendo ajudá-la.Restava apenas
- Bom, envie o projeto para o meu celular. - Luiza encerrou a chamada.Ela voltou para junto do Walter, sorriu para ele e perguntou:- Onde vamos comer?Walter a levou a um clube privado.Havia um campo de golfe lá.Na grama verde, algumas pessoas jogavam golfe.Luiza desceu do carrinho de golfe seguindo Walter e avistou uma figura familiar, que também a deixava alerta.Miguel.Ele vestia um traje esportivo branco e jogava golfe com alguns convidados à distância, cercado por um grupo de pessoas, parecendo nobre e distante.De repente, ele acertou uma bola.Uma garota se aproximou e lhe entregou uma garrafa de água.Miguel a pegou e bebeu calmamente.O coração de Luiza batia acelerado.Ela percebeu que a garota que entregou a água a Miguel se parecia um pouco com ela, tanto nos traços do rosto quanto nas roupas.- Curiosa sobre quem é aquela garota? - Perguntou Walter, olhando para ela.Luiza se recompôs e balançou a cabeça.- Está escrito na sua cara que está curiosa, e ainda nega? Aqu
- Vamos, reservei um salão privado no andar de cima e a culinária daqui é muito famosa. Vou te levar para experimentar. - Disse Walter.- Certo. - Respondeu Luiza, o seguindo.Ninguém percebeu que o movimento de Miguel ao balançar o taco se tornou mais pesado.Apenas Yago notou, se aproximando dele com uma toalha na mão e dizendo seriamente:- Se ainda se importa, então tome de volta, com sua habilidade, não é impossível.Miguel apertou os lábios e não disse nada.Ele não queria?Ela não estava disposta.Com o rosto fechado, jogou o taco de golfe de lado e caminhou até o restaurante.Um grupo de pessoas seguiu em frente.Ao subirem as escadas, encontraram alguns garçons que seguravam flores e um bolo; ao vê-los, os garçons gentilmente deram espaço para que passassem primeiro.Yago olhou para aquelas rosas, percebendo algo, e perguntou:- Essas flores e o bolo foram encomendados pelo Sr. Walter?Yago intuiu que era obra de Walter.- Sim. - Respondeu o garçom, pensando que eles se conhec
Luiza se aproximou, e Walter intencionalmente se sentou em um lugar afastado, deixando um espaço para que Luiza sentasse ao lado de Miguel. Ela ficou um pouco sem palavras, olhando para Walter. Walter tinha um sorriso franco nos lábios e ainda a puxou para se sentar.- Se sente.Luiza se sentou ao lado de Miguel e imediatamente sentiu o frio que emanava dele. Ela franziu a testa e lançou um olhar irritado para Walter. Sempre achava que Walter fazia isso de propósito, mas não sabia por quê.- Vocês dois estão juntos agora? - Enquanto pensava, Miguel já tinha começado a falar.- Sim. - Walter respondeu destemidamente, silenciando todos à mesa.Ninguém presente ousou falar. Yago olhou para o rosto de Miguel, cuja escuridão nos olhos se aprofundou um pouco e ele sorriu.- Quando vocês começaram?Sua voz não tinha nenhuma variação, mas aqueles que o conheciam sabiam que ele calmo era muito mais perigoso e assustador do que quando estava furioso.- Começamos esses dias. - Walter puxou a
Luiza estava desconfortável, franzindo a sobrancelha.- Por que você diz essas coisas?- Por acaso não estou dizendo a verdade? - Miguel olhou friamente para Walter. - Você se atreve a ficar com uma mulher que já dormiu comigo e ainda a faz me chamar de primo? Você realmente é muito generoso.Walter respondeu casualmente:- O passado dela não me importa. O que me interessa é se ela é uma boa pessoa.- Guarde essas palavras para si mesmo. Sua mãe e sua irmã permitiriam que você casasse com a Luiza? Não faça concessões por uma mulher. - As palavras de Miguel não eram apenas sarcasmo para Walter, mas também um alerta para Luiza, dizendo a ela que não seria tão fácil ficar com Walter.Walter franziu a testa.Então, Luiza não aguentou mais.Eles estavam discutindo sobre ela como se estivessem decidindo a quem ela pertencia, como se os pensamentos dela não importassem, se preocupando apenas com a própria imagem.Luiza, furiosa, empurrou Miguel e correu para fora.Miguel ficou com a expressão
Ele descobriu que não conseguia.Não conseguia deixar que ela fosse de outro.Ele segurou o queixo dela firmemente e disse sombriamente:- Você esteve comigo, e depois de nos separarmos, encontrou esse tipo de escória, como eu poderia aceitar? Ele já esteve com muitas mulheres, não foram dez, mas foram oito, e você não só não evita como ainda fica com ele, sendo ele meu primo. Isso está desonrando meu rosto, onde coloco minha cara? - Após dizer isso, como se não conseguisse controlar seu temperamento, se inclinou e mordeu a boca dela.O familiar e doce aroma invadiu instantaneamente o canto de seus lábios.Ele se sentiu perdido de repente, fechou os olhos e a beijou mais profundamente nos lábios macios.Suas mãos, incontrolavelmente, deslizaram sob as roupas dela, apertando ela, acendendo, amassando, querendo mais.Luiza, assustada, começou a gritar.- Miguel, não...Mas sua resistência era inútil, no escuro, enquanto ele mordia seu lábio, apertando e beliscando, a dor fazia lágrimas c
Portanto, Luiza não estava errada em seu palpite; ele sabia de tudo, mas não se intrometeu, estava apenas esperando que ela o procurasse.Depois do espanto inicial, Luiza riu.Afinal, era bom saber o que ele pensava; isso a poupava de ficar imaginando coisas.Ela não disse nada, apenas começou a caminhar.Miguel, com o rosto fechado, foi mais rápido, agarrou ela e a envolveu em seus braços, dizendo com voz grave:- Eu só queria ouvir uma palavra amena de você. Foi você quem quis ir embora; eu nunca disse nada, sempre estive esperando você voltar.Luiza achou isso muito engraçado.Ele dizia que estava esperando por ela, mas havia contratado uma secretária que se parecia com ela.Ele dizia que estava esperando por ela, mas deixava que ela enfrentasse dificuldades e fosse machucada intencionalmente, como se quisesse ensiná-la a se curvar e se submeter.Isso era esperar que ela voltasse?Com o coração pesado, entre decepção e amargura, ela se ergueu e disse pausadamente:- Eu nunca pensei
Walter gritou atrás dela:- Se você não colaborar comigo, sofrerá ainda mais depois.Luiza parou por um momento, sem dizer uma palavra, e se afastou.Chegou à beira de um lago e se sentou, desanimada.Por que as pessoas não a deixavam em paz se ela nunca incomodava ninguém?Uma após outra, todas a colocavam em situações de vida ou morte.Luiza fechou os olhos, se sentindo exausta.Não sabia quanto tempo havia passado quando o celular tocou, e ela atendeu:- Alô.- Srta. Luiza, a conta do Sr. Bryan aqui conosco está sem fundos. - A voz do hospital a apressava para fazer o pagamento.Luiza ficou em silêncio por um momento, depois respondeu:- Estou a caminho.Seu pai ainda estava no sanatório à sua espera; Luiza precisava se reanimar.Arrumou seu cabelo e suas roupas e, com um sorriso, abriu a porta do quarto do hospital onde seu pai estava.O médico examinava seu pai, que se sentava obedientemente, colaborando; desde a cirurgia da ponte de safena, o cérebro de Bryan tinha sido afetado p