Capítulo 2
Luiza sentia uma amargura no coração.

Ao pegar roupas escuras no vestiário, voltou para o quarto e o ouviu atendendo uma ligação.

- Não tenha medo, deixe a Nicole cuidar de você, estarei aí em breve. - Disse Miguel ao telefone, com uma ternura que ela nunca tinha ouvido antes.

Luiza parou por um momento, e a doçura em seu coração subitamente desapareceu.

- Senhor. - Perguntando com cautela. - De quem é a ligação?

Miguel a olhou.

Sua estatura, de quase um metro e noventa, era intimidadora.

Ele respondeu friamente:

- Não é ninguém.

- É uma mulher?

- Não é da sua conta. - Disse ele, antes de pegar as roupas dela e vesti-las.

Normalmente, era ela quem o vestia.

Será que um homem, ao se apaixonar por outra, começaria a rejeitar a própria esposa?

O estômago de Luiza começou a se contrair novamente.

Parecia mesmo ser uma doença estomacal.

Ela sentia desconforto e dor.

Miguel se vestiu e partiu.

Luiza sentiu um senso de crise.

A intuição feminina era sempre precisa.

Ela correu até a porta e perguntou:

- Senhor, estou me sentindo mal, você pode ficar esta noite?

Miguel se virou.

Seu rosto era extremamente belo, mas seus lábios finos denotavam uma natureza insensível.

- Se não estiver se sentindo bem, peça à Lívia para chamar o médico da família. Além disso, não voltarei para casa por algum tempo. - Dito isso, desceu as escadas.

Na luz alaranjada, sua silhueta se afastava cada vez mais.

Luiza subitamente se sentiu atordoada, como se nunca tivesse realmente entrado no coração dele.

De repente, seu estômago revirou, e ela correu para o banheiro, vomitando toda a comida da noite.

Logo após, veio uma dor intensa.

Pálida, ela mal conseguia se deitar na cama.

Mas logo veio uma segunda onda de dor aguda.

Ela correu novamente para o banheiro, vomitando apenas a amarga bile verde.

Não era gravidez, mas intoxicação alimentar!

Com fraqueza, pegou o telefone e ligou para Lívia:

- Lívia, meu estômago está doendo muito, me leve ao hospital, rápido.

Lívia desceu as escadas correndo e, ao ver Luiza encharcada e deitada no tapete, rapidamente chamou o motorista, e juntos levaram Luiza ao hospital.

Chegando lá, Lívia ajudou Luiza a entrar no consultório.

O médico lhe aplicou uma injeção analgésica e, em seguida, solicitou um ultrassom para verificar se era uma inflamação aguda da vesícula biliar ou gastrite.

Com o analgésico, o estômago de Luiza parou de doer temporariamente, e ela se sentiu um pouco melhor.

Lívia a acompanhou até a sala de ultrassom, onde encontraram uma pessoa inesperada: Miguel, o senhor da casa.

- Senhora, é o senhor! - Exclamou Lívia, alegremente.

Luiza olhou e viu o belo homem de terno não muito longe. Quem mais poderia ser, senão o senhor?

Ela se alegrou e estava prestes a chamá-lo, quando viu outra mulher.

Aquela mulher saiu da sala de ultrassom, segurando um exame.

- Miguel, o médico disse que o bebê está bem. - Disse ela.

O rosto severo de Miguel imediatamente se suavizou.

- Que bom, na próxima vez tenha mais cuidado com o que come. Você está grávida, não pode comer qualquer coisa, principalmente peixe cru, que pode conter um grande número de bactérias.

- Entendi, na próxima vez, evitarei comer peixe cru. - Disse a mulher, sorrindo gentilmente.

Luiza ficou paralisada.

Seu olhar alegre se transformou em incredulidade, se fixando naquela mulher.

Ela usava um vestido claro de dama, tinha um rosto lindo de primeiro amor, cabelos negros, olhos claros e uma aura fria, porém encantadora.
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