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Capítulo 7 Cachorros que latem mais alto são os menos capazes
Fernanda levantou os olhos de repente, abrindo os lábios, mas incapaz de falar.

Xavier, com o rosto sombrio, se dirigiu ao banco do passageiro e abriu a porta para ela.

Vendo Fernanda parada sem se mexer, Paula deu um leve empurrão nela.

- Querida, o que você está esperando? Entre logo no carro!

Fernanda respirou e sorriu, dizendo:

- Vovó, já está escurecendo. Volte para casa, nós já vamos.

Assim que a avó voltasse para o quarto, ela poderia sair a pé e chamar um táxi.

Parecia que ela precisava comprar um carro em breve.

Xavier ficou em silêncio e Paula, percebendo os pensamentos de Fernanda, disse sorrindo:

- Eu volto quando vocês forem. Entrem logo no carro.

Fernanda hesitou, Xavier perdeu a paciência e disse com uma voz pesada:

- Entra no carro!

Sem opção, ela acabou entrando no carro e Xavier fechou a porta olhando para Paula, dizendo:

- Volte para casa.

Paula franziu a testa e disse sem paciência:

- Chega de enrolação, entra logo no carro!

Por que a vovó tratava os dois de maneira tão diferente?

Quem era seu neto afinal?

Xavier não disse mais nada, entrou no carro e partiu.

O interior do carro ficou silencioso, apenas os suspiros deles eram audíveis.

Fernanda não estava com vontade de conversar até que viraram a esquina e ficaram fora da vista da avó.

Então, ela disse com a voz firme:

- Pare o carro.

Como se fosse uma ordem.

Xavier disse em tom frio:

- Para onde vai tão apressada? Indo encontrar algum cara?

Fernanda riu, o irritando e dizendo:

- Você não está parando, será que é porque não quer se divorciar e está me levaando de volta?

O carro parou de repente.

Enquanto Xavier se preparava para ironizar ela, Fernanda sorriu de maneira maliciosa.

- Se você quiser se divorciar, por favor, faça rápido. Não me culpe se eu mudar de ideia e ficar te incomodando, impedindo você de se casar com ela ou se divorciar!

Com isso, Fernanda estava prestes a abrir a porta do carro.

No entanto, a porta foi trancada.

Fernanda franziu a testa, olhando para Xavier.

- O que você quer dizer com isso?

Xavier riu com desdém.

- Fernanda, acha mesmo que a avó sempre tomará partido por você?

- Você duvida que eu vá contar para ela.

O sorriso nos lábios de Fernanda não diminuiu.

- Mas, para você, o divórcio é o mais importante, não é? Sr. Xavier, por favor, me dê uma resposta definitiva sobre quando vamos ao Cartório de Registro Civil para tratar do divórcio?

O olhar afiado de Xavier a percorreu, dizendo:

- Você quer que, na hora do divórcio, alguém avisa a avó?

- Qual é o seu problema, Xavier?

Fernanda estava incrédula e sem paciência.

- Se você tem medo de tudo, nunca conseguirá se divorciar.

Então, Sr. Xavier, está livre amanhã?

Xavier disse em um tom frio:

- Eu disse, quando eu tiver tempo, vou mandar alguém entrar em contato com você! Agora, saia do carro!

Fernanda riu de novo.

- Acha que estou interessada em andar no seu carro? Xavier, você vai pagar caro pela sua arrogância!

Dizendo isso, ela não o olhou mais, saiu diretamente do carro.

Vendo Xavier prestes a partir, ela soltou um resmungo frio, deixava a porta aberta de propósito, enquanto caminha descontraídamente, diezndo:

- Boa viagem, Sr. Xavier.

Xavier rangia os dentes.

- Fernanda!

Fernanda deu um sorriso frio, sem olhar para trás e desceu a montanha por um estreito caminho que só permitia a passagem de uma pessoa.

O carro de Xavier logo sumiu, enquanto algumas pessoas caminhavam dispersas pela trilha.

De repente, uma figura emergiu, bloqueando o caminho de Fernanda.

- Nanda, como você pode ser tão contraditória? Você grita por um divórcio, mas depois fica escondida com o Xavi. Isso é um tanto sem vergonha, não acha?

Fernanda fitou a expressão estranha de Clara, explodiu em risos.

- Clara, no meio da noite você surge assim, está tentando interpretar um fantasma aqui? Mas não precisa, você já se parece bastante com um fantasma maligno! Feia e sem graça, ainda com uma língua afiada.

- Você...

Clara ficou furiosa, apontando para Fernanda, mas sem conseguir articular uma palavra. Seu olhar denotava um ciúme louco, incapaz de ser disfarçado.

Desde a infância, Clara sempre ficava atrás de Fernanda em tudo: estudos, talento, aparência. Em todas as áreas, diante de Fernanda, ela era como uma estrela ofuscada pela lua, sem brilho.

- Fernanda, por mais afiada que seja sua língua, não vai adiantar. No final, Xavier te abandonou!Um dia, seu marido se tornará meu marido!

Fernanda não se deixou abalar por seus insultos, gritando de volta:

- Cachorros que latem mais alto são os menos capazes. Você está se parecendo cada vez mais com um cachorro. Aliás, vou te chamar de “colecionadora profissional de lixo”!

Dito isso, ela se virou com elegâcia e começou a descer a montanha, deixando Clara para trás, reclamando atrá dela.
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