O coração de Jacó nunca pertenceu a ela. Ela ainda deveria continuar insistindo?Ela se sentia cansada, mas incapaz de desistir...Quando Jacó desistiria de Fernanda e se voltaria para ela?- Então, você nunca pensou em desistir? - Vera não conseguiu evitar e perguntou.O motorista, sentado à frente, dirigia em silêncio, evitando se intrometer nos assuntos do patrão.Jacó desviou o olhar e, inconscientemente, se virou para Vera, sorrindo um pouco constrangido:- Vera, você tem alguém no seu coração?O coração de Vera estremeceu violentamente, e seu rosto ficou tenso, sem saber como responder.Jacó, contudo, não esperava realmente uma resposta dela, mas continuou: - Meu carinho por Fernanda nunca foi passageiro. Protegê-la se tornou um instinto para mim. Ao longo dos anos, nunca me atrevi a esperar que ela realmente ficasse comigo, mas... Se ela quisesse, eu definitivamente a colocaria no topo do meu coração, nunca permitindo que ela sofresse o menor dano nesta vida.A expressão de Ve
- Vou entrar agora. - Disse Vera, se limitando a essas poucas palavras.Embora tivesse milhares de coisas para dizer a Jacó, acabou não conseguindo expressá-las.Jacó sorriu e acenou com a cabeça: - Eu te acompanho.- Não precisa, já estamos na porta de casa. Além disso, já é tarde, você também deve descansar.Jacó não insistiu, apenas concordou com a cabeça e esperou até que ela entrasse em casa com segurança, antes de pedir ao motorista para partir.Enquanto isso, Vera observava pela janela enquanto as luzes do carro desapareciam lentamente, sentindo uma dor aguda em seu coração.Ele era tão gentil. Se ele pudesse realmente gostar dela, como seria maravilhoso. Ela estaria disposta a passar todas as vidas ao lado dele.Fernanda claramente não gostava dele, e, após um coração partido, provavelmente não queria mais se envolver em sentimentos nesta vida. Ele continuaria a protegê-la assim para sempre?As lágrimas de Vera fluíam ainda mais.A mãe de Vera desceu as escadas e viu a filha
Ela se arrumou, percebendo que suas olheiras ainda estavam um pouco marcadas, e rapidamente aplicou um pouco de maquiagem para parecer menos cansada. Como iria à Igreja da Paz Eterna hoje, não queria se maquiar demais.A caminho da Mansão dos Carmo, assim que chegou à sala de estar, viu Paula já pronta e sentada no sofá, exibindo um ótimo semblante. Fernanda sorriu levemente: - Vovó, podemos ir agora.Paula assentiu com um sorriso: - Espere um pouco, querida.Fernanda ficou confusa:- A vovó ainda tem algo a fazer?- Estamos esperando por mais uma pessoa. - Disse Paula, fazendo mistério. Fernanda não entendeu bem, mas antes que pudesse pensar mais a fundo, ouviu o som de um carro do lado de fora. Olhou instintivamente para fora e viu Paula se animar. - Vamos, podemos ir agora!Ela se levantou e, segurando a mão de Fernanda, caminhou para fora.Ao sair, viram Xavier sentado no banco do motorista, sem intenção de descer. Fernanda olhou para Paula, confusa: - Vovó...?- Fernanda, às
Naquele momento, Clara se arrumou cuidadosamente e também partiu. Ela passou a noite anterior pensando em como cumprimentar a velha senhora e, durante o trajeto de carro, preparava seu discurso, temendo cometer algum erro.No entanto...Quando chegou à Mansão dos Carmo, não encontrou Paula. Olhando confusa para o mordomo, ela perguntou:- Miguel, a vovó não está?O mordomo confirmou:- Ela saiu.Clara, surpresa, questionou: - Onde ela foi tão cedo?O mordomo respondeu honestamente: - Bem cedo, o jovem mestre veio buscá-la, e eles foram à Igreja da Paz Eterna com a Srta. Fernanda.- Igreja da Paz Eterna?! - Clara ficou confusa. Por que os três iriam a esse lugar? E mais, por que Xavier foi buscar Paula, e por que a Fernanda estava indo junto?O mordomo apenas assentiu, sem acrescentar mais nada.Clara respirou fundo, tentando controlar suas emoções, e sorriu para o mordomo: - Você sabe quando a vovó vai voltar?- Isso eu não sei. - Respondeu ele.Clara apertou a bolsa e a caixa d
Todos seguiram juntos. A estrutura da igreja era similar à das demais, mas, ao entrarem no pátio, a disposição mudou. O local onde o padre estava não parecia fazer parte da igreja, mas sim um espaço à parte.Seguindo por um caminho de pedras, demoraram meia hora para chegar ao destino. Fernanda apoiou a velha senhora o tempo todo, preocupada que ela se cansasse. Porém, naquele dia, a senhora parecia estar cheia de energia, caminhando com facilidade, quase mais ágil que os mais jovens.Ao chegarem à igreja, a freira disse: - Por favor, entrem.Eles acenaram educadamente e adentraram o local. O padre, que estava sentado, se levantou ao ver o grupo e cumprimentou: - Amém.A velha senhora juntou as mãos e se inclinou diante do padre. Fernanda fez o mesmo, enquanto Xavier franzia ligeiramente a testa, mas, não querendo desapontar a avó, imitou o gesto.Vendo Xavier desconfortável, Fernanda mal pôde esconder um sorriso de satisfação. Xavier, ao virar a cabeça e ver sua expressão, te
Paula olhou instintivamente para o padre, com uma expressão de surpresa nos olhos:- O senhor...- Insistir demais apenas resultará em algo desagradável para ambos. Espero que a senhora entenda este princípio. - Disse o padre com tranquilidade, mas apontando diretamente para a questão essencial.Paula ficou atônita: - Eu...Ela sempre tentou juntar os dois em várias ocasiões, esperando que se reconciliassem. Será que isso não era a melhor abordagem?A velha senhora suspirou interiormente. Se fosse uma boa estratégia, por que, ao longo dos últimos três anos, a relação deles não melhorou, mas sim piorou? Naquele momento, ela parecia perceber seu erro e as consequências de suas ações. Mas, por outro lado, se deixasse que eles seguissem seus próprios sentimentos, não haveria chance de se reconciliarem?Por um momento, a velha senhora ficou sem saber o que fazer.O padre percebeu seu dilema e falou novamente:- Amém, a senhora verá quando abrir seu coração que tudo está nas mãos do des
A velha senhora hesitou, mas Fernanda falou com um sorriso: - Então, vovó, as pessoas podem se cansar e mudar. Nós dois, afinal, não íamos chegar ao fim juntos. Agora, assim, estamos até um pouco mais harmoniosos do que antes. O que a senhora acha?Antes, Fernanda se sentia sufocada pelos três anos sob pressão, desprezada pela sogra, constantemente humilhada e odiada pelo marido, que parecia querer esquartejá-la. Ela tinha que suportar uma enorme pressão todos os dias. Mas agora, se sentia livre, não precisando mais agir de acordo com as expectativas dos outros. Só precisava cuidar das pessoas que importavam para ela.Quanto à avó, ela também não precisava mais se preocupar com isso. A velha senhora suspirou novamente: - Desisto. De agora em diante, não me intrometo mais na vida de vocês dois.Fernanda, que estava tensa, de repente se sentiu aliviada. Até seu humor começou a melhorar. Contanto que a avó não insistisse mais neles, ela poderia ter menos contato com aquele homem.
Marta, buscando o reconhecimento da família Carmo para Clara, teve que reprimir seu desgosto e estava disposta a admitir que Fernanda fazia parte da família Carmo. No entanto, esse reconhecimento era sutil; ambas eram da família Carmo. Atualmente, Fernanda era a neta querida da Sra. Paula, então, se Clara não fosse reconhecida pela velha senhora e Marta não a considerasse sua filha, isso significaria que Clara se tornaria futuramente a esposa de Xavier.Surpreendentemente, a velha senhora não refutou, apenas comentou casualmente: - Depois que a Srta. Clara se casar, conversamos.Marta ficou surpresa com a reação da velha senhora. Se fosse no passado, ela teria sido direta, afirmando que Fernanda era a única nora que reconhecia, mas agora... Ela mudou de opinião? Isso significava que havia uma chance?Até Clara ficou surpresa ao olhar para Paula. A visita ao templo parecia ter mudado sua visão?Marta e Clara então olharam para Fernanda, e naquele momento, pareciam vê-la com mais s