— Já está tarde, vou voltar. Você se vira sozinho. — Vitória falou com frieza.Ângelo segurou a mão dela e não a soltou.— Não, eu não gosto de ficar sozinho.Vitória estava completamente sem palavras.— Solta minha mão. Se continuar me segurando assim, como vai conseguir se acalmar? Ele sabia que a coisa mais sensata a fazer agora era se afastar dela, não era?— Não vou soltar. — Ele recusou de forma firme.Ângelo não se importava nem um pouco em mostrar seus desejos, na verdade, ele sempre sentiu um desejo muito forte por ela. A vontade de levá-la para a cama a qualquer momento.Entre um homem e uma mulher, a maior atração não é exatamente essa?— Está se sentindo melhor agora?Ele não perguntou o motivo do mau humor dela, pois sabia que uma mulher como ela, tão protetora de si mesma, jamais falaria sobre seus sentimentos.— Muito melhor.Após a intensa luta, naquele momento, ela realmente estava um pouco cansada. Só queria voltar e ter uma boa noite de sono.Percebendo o cansaço
Ângelo voltou para a mansão, e Gabriel ainda não estava dormindo. Ele estava deitado no sofá, jogando videogame.— E aí, Ângelo, como foi? Onde vocês foram no encontro? — Gabriel perguntou, curioso, enquanto ainda jogava.Ângelo nunca havia namorado antes, então Gabriel estava bem interessado em saber onde um cara como ele levaria uma mulher para um encontro.— Corrida de carros, ginásio de boxe.Ângelo notou uma garrafa de vinho tinto sobre a mesa de café, pegou uma taça e se serviu.— O quê? — Gabriel exclamou, surpreso.Ele parou o jogo por um momento e acabou sendo derrotado pelo oponente.— Quem é que leva uma mulher para um encontro e a leva para uma corrida de carros e para um ginásio de boxe? A mulher é assim tão forte? Ela parecia ser uma mulher linda, cheia de vida! Como alguém pode escolher esses lugares para um encontro?E depois que Ângelo voltou, ainda parecia estar nas nuvens, com aquele brilho nos olhos.— E daí? Tem alguma objeção?Ângelo inclinou a cabeça, deu um gol
— Ainda bem que sabe medo.Vitória sorriu, mas aquele sorriso fez Paulo tremer de medo. Ele não conseguiu dormir a noite toda. As atitudes que tomou cinco anos atrás ainda o assombravam. Ele temia profundamente a vingança de Vitória. Mas pedir para ele sair da família Neves? Ele não queria. Se não fosse por ele, Giovana e Sophia nunca teriam conseguido entrar para a família Neves. Agora, depois de estarem bem estabelecidas, queriam que ele fosse embora? Isso simplesmente não ia acontecer. Sophia desceu as escadas e, ao vê-lo, franziu a testa. — Paulo, não te avisei? Você está ficando velho. Volte para sua cidade e descanse. — O que aconteceu? — Giovana, que não sabia de nada, perguntou. — Paulo realmente está ficando velho, e eu quero que ele volte para sua cidade e tenha uma aposentadoria tranquila. Paulo sabia demais. Deixá-lo ali provavelmente causaria problemas para elas. — Entendo! Paulo, você está conosco há mais de vinte anos. Não vou te abandonar. Vou pedir
No entanto, os seguranças não o deixaram entrar.Paulo, furioso, ainda tentou forçar a entrada, mas os seguranças já o odiavam. Quando ele trabalhava como mordomo na família Neves, se achava superior, intimidando os outros com sua posição. Agora, é claro, não o deixariam passar.Enquanto isso, Vitória saiu de casa e viu Ângelo já esperando lá fora.Esse homem, levantando-se tão cedo só para esperá-la ali?Ângelo abriu a porta do carro para ela.— Vai para o Grupo GY? Eu te levo.— Ângelo, não precisa fazer isso, eu não preciso.Ela realmente havia sido seduzida por esse homem na noite passada, ou talvez fosse mais apropriado dizer que a atmosfera daquele momento a havia levado a agir sem controle. Mas, no fundo, não passava de uma paixão passageira.— Você ainda não comprou um carro, né? Eu estou indo para o mesmo lado, posso te dar uma carona. Não precisa pensar muito sobre isso.Depois de resolver as pendências ali, ela iria para a Cidade A, então não tinha planos de comprar um ca
Os olhos profundos de Ângelo de repente se tornaram carregados de desejo.Será que aquela mulher estava fazendo isso de propósito? — Srta. Vitória, você não tem uma reunião daqui a pouco? Não me provoque, senão, mesmo dentro do carro…Ele não tinha limites, não. Vitória lançou a ele um olhar desafiador, como se quisesse dizer para ele tirar suas próprias conclusões. Será que ele não podia parar de fantasiar? Ela continuou mordendo o pão de queijo, sem prestar atenção nele. Depois de comer cinco pães de queijo, Vitória parou. Ela realmente não estava com apetite pela manhã. — Não vai comer mais? Ângelo franziu a testa. Como ela esperava melhorar o estômago assim? — Já estou satisfeita.Na verdade, ela não estava acostumada a tomar café da manhã. Ângelo pegou o suco ao seu lado, colocou um canudo e estendeu para ela. — Beba um pouco.Sua voz estava suave, quase como se estivesse tentando acalmar uma criança travessa. Os lábios vermelhos dela tomaram o canudo, o qu
Joana defendia sua posição com firmeza.— Gerente Joana, o seu projeto não tem a menor chance de ser concluído, enquanto o meu é um grande projeto do Grupo GY. Nosso time tem mais de vinte pessoas. Por que vocês não trocam de sala de reunião? Ah, e hoje todos os grupos de projeto estão em reunião, então parece que não há mais salas disponíveis. Ou, se preferirem, que tal usarem o refeitório dos funcionários para se acomodar um pouco?— Você... — Joana estava furiosa.— O que foi? O nosso time gerou bilhões em valor para a empresa. — Disse o Gerente Flávio com desprezo. Mesmo que o Sr. Bernardo estivesse presente, ele ainda ficaria ao seu lado.— Chega! Vão para o refeitório dos funcionários! A nossa reunião vai começar logo, então não nos atrasem.— Vocês estão exagerando! O nosso projeto também é importante! — Felipe, vendo Joana ser humilhada, não hesitou em se adiantar.— É isso aí! Não exagerem! Também somos funcionários do Grupo GY! Por que não podemos usar essa sala de reunião?
Naquele momento, Joana e os outros sentiram que estavam ao lado da pessoa certa. Independente da habilidade da Srta. Vitória, ela estava disposta a protegê-los e sempre se posicionou a favor de seus funcionários.— Bom, vamos começar a reunião.Vitória não perdeu tempo e deu início à reunião do dia. Os membros da equipe começaram a apresentar seus planos e a viabilidade dos projetos.Os cinco novos membros contratados eram recém-formados, muito talentosos, mas ainda careciam de um pouco mais de experiência.Enquanto faziam suas apresentações, Vitória mantinha uma expressão neutra, o que deixava os jovens ainda mais nervosos.Joana percebeu o problema. Embora também fosse recém-formada, ela já havia participado de muitos projetos na universidade.— Srta. Vitória, eles acabaram de se formar, é normal que ainda encontrem alguns obstáculos.Os jovens precisam de oportunidades para crescer. Ninguém nasce sabendo tudo.No entanto, eles precisavam vencer este projeto. Caso contrário, a situaç
— Coma! Coma mais.Toda vez que eles saíam para comer, ela mal conseguia terminar a refeição. Era impossível não sentir uma pontada de preocupação ao vê-la assim.Ângelo pegou os talheres e os entregou a ela.Ao ver os ferimentos nas mãos dele, o coração de Vitória deu um pequeno salto naquele momento.Ela não pegou os talheres que ele oferecia, em vez disso, aproximou-se e soprou delicadamente sobre a mão machucada.Os dedos de Ângelo se contraíram involuntariamente, e seu coração também apertou.— Está com pena?A verdade era que, apesar de tudo, ela tinha um coração muito sensível e delicado.— Não.Vitória pegou os talheres das mãos dele e começou a comer.A refeição preparada pela nutricionista realmente era muito nutritiva, mas, na verdade, seu apetite ainda não era dos melhores.Ângelo serviu uma tigela de sopa para ela. Ela deu algumas colheradas, mas não comeu muito dos acompanhamentos.— Não gostou? Vou contratar outra nutricionista.Ela comer tão pouco só podia significar qu