NOAH Durante a semana, os meus assistentes, não encontraram muita coisa de Agnes. Solteira, órfã de mãe, pai desconhecido, foi criada pelos avôs, e agora mora com as tias. Não encontraram mais nada, nem onde podemos ver as suas obras, que é sua empresária, talvez seja uma das tias. Ela não atendia o telefone, então na sexta-feira a noite quando chego em casa, encontro a minha filha chorando. Já era tarde abracei ela, e não sabia o que havia acontecido. — Filha, diz-me, o que aconteceu? — Eu fui dormir, e tive um pesadelo, Agnes estava trancada numa torre, passando fome e sede, ela estava magra, machucada, pai precisamos ajudar ela. Numa última tentativa, tentei ligar para ela outra vez. Agora ao menos chamava, tomará que ela atenda. -Oi! Quem é? — Ela falou sussurrando, achei aquilo estranho, mas nela tudo é estranho. -Oi, Agnes, sou eu Noah, pai de Aurora e Murilo. — Aconteceu alguma coisa com as crianças? — A sua voz parecia muito preocupada, mas continuava baixa. — Aur
NOAH Segui Agnes até a nossa casa, deixei entrar, só depois apareci, não quis que soubesse que estava a seguir ela. — Boa noite Agnes, já chegou, achei que ia demorar. — Boa noite, a reunião terminou mais cedo. -AGNES! — Aurora veio a correr alegre abraçando a mulher, que tinha um sorriso radiante. Porém, com o abraço da minha pequena, ela fez uma cara de dor, e deixou sair um ai, baixo. -O que foi? Machuquei você, que te machucou, eu sabia, você estava a precisar de ajuda, papai vamos levar Agnes ao médico, agora. — A minha filha falou agitada. Gostei da ideia, um médico de confiança, iria dizer se ela está a sofrer algum tipo de agressão física, porque psicologica, tenho certeza. — Não precisa ficar preocupada Aurora, eu já estou bem, sim, machuquei-me, cai da escada, mas fui ao médico. — Por isso do rosto também machucado, o pulso, e você estar a mancar? — Falei olhando para ela, que desviou o olhar. -Agnes querida poderia ter-me ligado, iria ao hospital com você. — Ana t
ALANA A cada momento ao lado dessa família me apego mais. O senhor Julio, e um paizão, sempre atento, delicado e forte ao mesmo tempo. Aurora e Murilo, essas crianças fazem-me um bem que nem sei como explicar, consigo conversar com eles por horas, e ainda temos assunto. E Ana, nem sei o que dizer sobre ela, fico a imaginar que se tivesse uma mãe, queria que fosse como ela, algo me atrai para o colo dela. Então, vem Noah, o filho e pai, exemplar. Ava e Abgail contaram-me semana passada a história dele e Júlia, chorei muito, e o que sinto por ele, desde o dia em que ainda nem sabia o seu nome, mais me encantei com o seu sorriso, cada dia, sinto que estou realmente apaixonada por esse homem. Doí, perceber, que todo esse cuidado e carinho que ele tem por mim é apenas por conta dos pais e filhos, que gostam de mim. Nunca me vi envolvendo com alguém. Achava alguns meninos bonitos na escola, mas nunca me imaginei beijando ninguém, na verdade, era medo. Medo por tudo que as minhas ti
NOAH Dei para Agnes um calmante, ela dormiu a caminho do hospital, levei ela onde o filho do meu irmão Lucas era médico. No caminho já liguei-lhe dizendo que estava levando uma amiga que precisava de ajuda. O meu sobrinho e a noiva, que também era médica ali, receberam-me no estacionamento, peguei os documentos de Agnes e entreguei-lhes. Fui para a receção esperar, aproveitei e liguei para Júlio explicando tudo, eles ficariam preocupados com a minha demora em chegar em casa. Liguei para Wellington, e pedi que viesse ao hospital. Lucas já estava a caminho. Acredito que irei precisar de um advogado, já que invadi uma casa, e deixei o dono desmaiado com um soco. Os dois chegaram juntos. — BOA NOITE! — Falaram juntos. — Então caçula, diz o que precisa. — Lucas sempre animado. — Invadi uma casa, e com um soco deixei o dono desacordado. O sorriso dos dois sumiu no fim da minha fala, foi até engraçado. — Vamos conversar num lugar reservado, na sala do meu filho. — Lucas falou, ali
NOAH A minha mãe acompanhada por uma enfermeira entrou no quarto. A enfermeira deu a medicação para Agnes e logo saiu. Mamãe, informou que o meu irmão me esperavam no apartamento de Oliver, quando a reunião e lá sei que a coisa e seria. -Agnes, Ana não pode vir, pois não queremos que as crianças fiquem preocupadas, Noah irá precisar sair agora, então ficarei com você. Senti no olhar de Agnes, uma insegurança, por isso peguei a sua mão macia. — Estou saindo agora, porque estou a deixar nas melhores mãos, minha mãe, e a número dois, na pontaria, fique tranquila, ela irá te proteger. Sai de lá, com o coração apertado, ficar do lado dela, acalma-me, talvez seja o seu jeito puro. Chegando no apartamento de Oliver, mandaram eu tomar um banho para a reunião começar. Na sala, Lucas começou a falar sobre o tal acordo da família de Agnes. — Essa parte das tias cuidarem do dinheiro dela, dela não poder sair da própria casa, se não perde tudo, isso já sei, ela contou-me. Quero saber qua
NOAH Passei em casa antes de ir para o hospital, no caminho liguei para meu pai disse que precisava de conselhos de pais. Em casa fui tomar um banho sabia o que precisava fazer, se realmente quisesse ajudar Agnes. Porém, na minha cabeça estava muito bagunçada. Após o banho fui avisado que o meu pai havia chegado. Chamei os meus pais William e Julio para o escritório. Lá falei tudo que aconteceu. — Lucas ligou-me e contou tudo isso, e mais um pouco. - Pai William falou. - Será que foi o algo a mais que Wellington, também me contou. - Pai Júlio falou com um sorriso. — O que a mais eles contaram para vocês? — A pergunta caçula, e o que você não nos contou? — O que lhe deixou tão balançado, ao ponto de negar, ocultar, querer apagar, por que não quer aceitar essa hipótese? Filho, pense bem. Não estava a entender o que eles queriam falar. Tudo que escutei naquela conversa disse-lhes. A não ser? Será que essa ideia incomodou-me tanto ao ponto de querer apagar, para não ver que
NOAH Os meus pensamentos estavam a mil. Será que ela vai aceitar ele como marido? Por que não aceitaria, ele é bonito, um homem bem-sucedido, vai poder dar tudo que ela precisa, será carinho com ela, pois os nossos pais ensinaram isso, e não tem preocupações com filhos, já mora sozinho. Mas ele vai acabar cansando disso, porque ele não a ama. Ele vai acabar traindo ela, e assim ela vai sofrer. Eu não quero pensar em Agnes sofrendo. Quero proteger essa mulher, quero ela aqui do meu lado. O que está a acontecer, imagino que ele já esteja lá, tomando aqueles lábios como sue, deve ser tão bom beijar aqueles lábios. Esses eram os meus pensamentos, durante todo o caminho. Quando cheguei no hospital, estacionei, mas não tinha coragem de sair, segurava firme o volante. Fiquei-me imaginando entrando no quarto onde ela estava, e encontrar ela dizendo sim para ele, com aquele sorriso lindo, e os dois se beijam. Nem um homem vai beijar aquela boca. É porque você está a pensar assim N
AGNES Minha cabeça está confusa, não sei o que é real ou pesadelo. Sei que a agressão de Marlon foi real, sinto o meu corpo doer. Noah salvando-me, será que foi real, ou inventei isso apenas para fugir da realidade, daquele homem, que tanto tenho nojo, ter tomado a minha pureza a força. Em alguns momentos escuto vozes: 'Ela vai ficar bem." 'Mais um calmante, ela voltou a ficar agitada." "O meu filho via cuidar de você." "Ela vem a sofrer muito." "Eu amo-te." Devo estar a sonhar, só assim teria coragem de contar para alguém como tem sido a minha vida. Pamela trabalha comigo desde os meus doze anos, nem para ela contei o que passo, essa armadilha que entrei aceitando esse contrato, que nem sei como sair, nem conheço direito, apenas para agradar os meus avôs, para quem sabe receber um olhar carinhoso. A dor deve ter sido tanta que estou entre pesadelo e sonho. No pesadelo continuo nas mãos de Marlon, ainda apanho das minhas tias e primas, continuo presa naquela casa, comendo maca