—Queridinha... —murmurou a puxando para longe do cliente — Só um minuto ok? —avisou e Luan assentiu.

—Você está o que, perdendo o juízo é isso? Você vai fazer o que eu disser, é apenas uma p**a e não passa disso.

Lizzie xingou ele mentalmente, por dizer aquelas palavras tão absurdas. Ela nunca havia sido uma de modo algum. Respirou fundo e respondeu:

— Eu só pensei que faria a apresentação de hoje! — falou se soltando do aperto e tentando se retirar do local.

— Você está liberada da apresentação de hoje. Pode ficar tranquila e só se preocupe em agrada-lo, seja muito boazinha . — Dantas fingiu um sorriso seguido de uma piscadela e seguiu pelo corredor deixando os dois ali parados.

— Então... — Luan começou tentando quebrar o gelo. — Acho melhor  procurar um lugar mais reservado né? Tenho certeza que você não vai querer dançar aqui.

Lizzie totalmente envergonhada o chamou para o camarim de onde ela tinha saido a minutos atrás. Estava completamente vazio. Trancou a porta assim que entraram, e começou soltando os cabelos para iniciar mais uma dança sensual.

— Não é necessário que dance para mim, eu quero apenas conhece -la melhor. — falou percebendo o quanto ela estava tensa naquele momento.

Lizzie mantinha se quieta, nenhum cliente vip, pagaria tão caro, para apenas conversar, talvez um homem solitário e vazio pediria algo assim, mas aquele ali na sua frente era difícil de ler o que se passava por sua mente.

Ele aproximou - se da porta e segurou nos ombros dela. Que diabos estava acontecendo com ele, negar se a assistir aquela bela jovem dançar.

Seu coração palpitou forte por alguns segundos, sentia uma necessidade de envolve - la em seus braços, mas quem cederia a receber um abraço de um desconhecido?

Ela se virou confusa, fitando ele nos olhos, e foi breve na resposta.  

— Bom Sr: Vidal.  Meu nome você já sabe muito bem, e sobre trabalhar aqui, e por causa de uma dívida do meu pai, e só sairei daqui até pagar tudo. Vivo para esse lugar infelizmente.

— Abandonou seus estudos? o que gosta de fazer? Quero realmente te conhecer, Lizzie — afirmou sem conseguir desviar o olhar do

dela, — Nunca saiu daqui?

— Isso é mesmo importante? — ela se afastou, puxando uma cadeira e lhe ofereceu a outra que estava ao lado.

— Primeiro sim, realmente gostaria de saber e segundo me chame de Luan.

Ela sorriu, e os olhos dele brilharam, tendo certeza que aquele era o sorriso mais lindo que havia visto, mesmo que por trás dele, houvesse uma tristeza escondida. 

— Estudei até os meus 15 anos, que foi no momento que me vi entrando por aquela porta, desistindo de todos os meus sonhos, — limpou as lágrimas que caíram.

Ela sentiu se mal, por confiar nele e abrir seu coração. Mas que mal ele poderia fazer - lhe, se ela já estava com a vida arruinada.

— Não precisa se conter, pode chorar, faz bem, muito bem! — Murmurou.

—Desculpe, não queria que me visse assim. 

— Hei, tudo bem! — falou, se levantando, pegando no bolso interno do paletó um lenço. Abaixou secando suas lágrimas. E como que por um instinto de proteção, ele pousou os lábios nos dela. 

Ela cedeu a aquele toque tão gentil de um desconhecido, o qual se tornou seu primeiro beijo, então o puxou para si, e o beijou com vontade, queria experimentar mais do que só um grudar de lábios.

Luan se deixou levar, e ambos se levantaram, ele a apertou contra seu corpo e quando se deu conta do que estava fazendo se afastou, deixando ela atônita.

— Desculpe, isso não deveria estar incluído, e muito menos ter acontecido. 

— Tudo bem, foi um acidente, mas eu posso pagar por esse belo desastre — comentou sorrindo.

— Por favor, não! Foi meu primeiro beijo, não gostaria de receber por isso,— contou inocente, surpreendendo a ele. 

—Como quiser.

— Sobre suas perguntas, sim, gostaria de sair daqui, realizar meus sonhos, eu gosto de dançar, por incrível que pareça libera toda a minha raiva. É uma parte de mim, gostaria de ser professora de dança talvez. 

Luan passou a admirar aquela bela jovem, queria explorar cada centímetro da vida dela. A sua história havia mexido com ele, e também o beijo, principalmente por saber que ele havia dado o primeiro beijo nela, embora se negasse acreditar que uma garota tão linda como ela nunca tenha se entregado a algum homem dali, no fim acabou acreditando com as confirmações.

Pois assim que se despediu dela, com um abraço, saiu do camarim e se deparou com Karema. A qual lhe contou sobre o leilão que haveria no natal e que ele tinha a chance de levar uma virgem para casa.

Ele enlouqueceu só de saber que seria o primeiro a possuir aquele corpo, que seria seu dono e a faria de submissa como as outras, mas a quem ele enganaria com o coração batendo tão forte por um simples beijo de adolescente que ganhou daquela donzela em apuros.

NO dia seguinte as horas voaram. Era um dia completamente normal, Lizzie não deixava de pensar em Luan, no beijo, nas suas palavras de conforto.  As outras meninas começaram a notar que ela estava meio aérea e sabiam exatamente o por quê. Ela estava imaginado um conto de fadas,  quando na verdade não prévia o que estava prestes a vir. Mas, que mal tinha ela sonhar, nem todos os sonhos eram tão impossíveis assim.

Karema mantinha seus olhos nela, como se tivesse medo que ela fosse fugir, embora a jovem pensasse em articular um plano para sair dali.

Sabia como seria difícil passar por toda a segurança e enganar a própria tia, que era mais esperta que as próprias câmeras de vigilância.

A mulher mal pregava o olho, durante a noite sempre visitava o quarto da sobrinha, temendo que fosse embora deixando ela ali para pagar a dívida sozinha. Dívida essa a qual, Lizzie mal sabia que existia, pois passou a acreditar que somente pagaria pelo que seu pai devia. Mas, estava sendo enganada, estava ficando impossível ela sair dali.