Rosian
— Assustadora? Não acho que ela seja — murmuro, observando com atenção o brilho dos seus olhos. — Mas, se sentir que está ficando assustado, apenas peça para seus pais te protegerem.
— Tudo bem — diz, segurando sua coberta com a outra mão, apertando-a no meio deles.
— Certo, vou começar — aviso a ele, sorrindo pela sua animação. — Essa não é uma história assustadora, mas ela é mágica — anuncio, abrindo minhas mãos, fazendo com que pequenos feixes de luz se espalhem pelo cômodo.
Ele se ajeita mais no colo de Neamir, com os olhos fixos em mim. Com um gesto sutil, faço com que os feixes se transformem em estrelas pairando no ar, dando um brilho diferenciado para o ambiente.
— Há muito tempo, existia uma alcateia bem es
Rosian— Por que essas carinhas tristes? — pergunto para os anciões que nos observam como se fôssemos causar a próxima catástrofe que pode apagar essa cidade do mapa.Não, devem temer por suas vidas, já que a mulher que os observa foi quem torturou seus colegas antes de lhes dar a morte como um presente.— Acham que estou sendo desrespeitoso? — inquiro. No entanto, depois da queda de Kanoi, me tornei o bruxo mais forte a residir aqui, o que fez com que todos os praticantes de magia que estavam me evitando procurassem uma vaga no meu coven.Não só como um método de comprovar que não tiveram nada a ver com o que a sujeita fez, mas também como uma maneira de salvar suas vidas, dado que ajuizaram que Neamir matara qualquer um que piscasse errado.Ela não está hesitando em eliminar qualquer traço de traiç&atild
Boa tarde, Fominhas, tudo bem? Gostando dessa história? É muito importante que vocês comentem e avaliem, se não a plataforma não a indica para mais ninguém. Agradeço muito a cada um que está lendo RPA. Também vou aproveitar esse espaço para indicar o livro da minha amiga Flavia Saldanha que está disponível aqui na plataforma. Se chama "um filho para o rei alfa" e é perfeito se está curtindo essa leitura. Vão lá dar uma força a ela!***Ceyas— Matem todos eles, não deixem um único lobo dessa matilha vivo — mando, ouvindo os uivos dos lobos da minha matilha passarem pelo meu ouvido junto com o barulho do vento cortando através das árvores como se fosse nada.Independentemente do cheiro de sangue se acumulando, a lua vai se tornando mais alta, mais brilhante, mais prateada. Apesar dos gritos altos, ninguém virá resgatá-los. Eles escolheram o que causou sua ruína, indo contra a nossa alcateia.Olho para cima, avaliando a luz trazida pela lua mais uma vez.Esta poderia ser diferent
CeyasDepois de pedir para Lugi não agir precipitadamente, uma vez que há outros lobos demonstrando sinais de medo, o que foi o motivo de nos chamarem, volto a seguir a mulher. Com passos vagarosos, ela indica a cabana mais adiante.O lugar está em um péssimo estado; no entanto, o que me deixa assustado é a quantidade de sigilos bruxos que vejo marcados nas árvores. Nunca vi algo assim antes. Como se isso não fosse assombroso o bastante, a maioria dos lobos recua instintivamente para longe do local.Eles têm medo e não podem evitar mostrá-lo.— Ceyas, nós deveríamos voltar e chamar a Kanoi — profere Lugi. Ele olha para a direita, onde Lewyn está. Contudo, seguindo as suas ordens, ele logo começa a se mover, embora seja o único.Pode ter a ver com a sua diligência ou talvez ele não se incomode tanto quanto os outros lobos. Contudo, experimento um pouco do que os deixa incomodados.O cheiro de sangue fica mais forte a cada segundo. Além disso, há uma aura forte escapando de algo.— Por q
Ceyas— O que merda é isso? — pergunto a Lugi, que depois de algum tempo chega mais perto, me auxiliando a segurá-la, já que seu corpo começa a se debater, indo contra a onda de dor que ela parece estar sentindo.— Você acha que eu sei? — replica Lugi, segurando-a com força, mas é possível notar que ele sente dificuldade. Que força descomunal é essa que essa mulher tem, mesmo com uma aparência tão fragilizada? Qualquer um diria que o seu estado é doentio, mas ainda assim, ela emana aquela aura assustadora e solta palavras ácidas, ameaçando-nos como se pudesse passar por cima de nós a qualquer momento.— Ela vai morder a própria língua — comenta Lewyn em voz baixa. No entanto, as palavras dele não são processadas pelo meu cérebro rápido o bastante. Ele se abaixa, ajoelhando-se perto dela, abrindo a boca dela com força e colocando o seu braço entre seus dentes.— O que está fazendo? Nem sabe quem é essa mulher — profere Lugi, recriminando-o. O breve segundo em que a soltou foi o suficien
Ceyas— Me lembre o motivo para que Lewyn esteja aqui — pede Lugi, parado na porta do quarto de hóspedes da minha casa, ao meu lado. O homem não tem saído do lado da mulher, eu até tentei fazer com que ele saísse, mas Kanoi me disse para deixar que faça o que quiser.— Kanoi disse que ele deve fazer o que quiser — lembro a meu amigo.— Esse maldito nunca mostrou interesse por nada, como agora fica assim? Velando o sono de uma estranha? — pergunta injuriado, o que entendo e não compreendo na mesma medida, dado que eles não possuem um relacionamento. Contudo, também me sinto incomodado pela presença constante dele.— Vocês sabem que ele pode ouvir tudo o que estão dizendo, certo? — A mulher, mais baixa que eu, fica na minha frente como se fosse muito maior. Onna gosta de criar encrenca, até mesmo comigo, que sou seu irmão. — Não acredito que me pediu para ficar cuidando de uma estranha.Ela faz questão de pontuar a palavra, expondo que foi Lugi a usá-la dessa maneira primeiro. Ninguém ac
CeyasKanoi não demorou a sair da minha casa depois de dar o seu remédio milagroso para a estranha. Depois disso, Lewyn continuou cuidando dela como tem feito, ou seja, eu não deveria ter preocupações, mas por que me sinto incomodado?Diferente de Lugi, não tenho qualquer motivo para me preocupar com ela, ainda que tenha sido aquele que decidiu que a traria para dentro do território da nossa matilha. Kanoi me deu mais de uma opção, apenas escolhi a que pareceu certa.Não, se eu for sincero, não tem isso de certo nas opções para o que faria com a grávida. A minha mente escolheu por salvá-la sem que houvesse nada que pudesse garantir que não é um perigo para os nossos lobos, da forma como Lugi me avisou.Talvez eu tenha sorte de o meu amigo não ter sido ainda mais invasivo com as suas palavras, porque poderia ter explanado o quanto a minha loucura me demoveu na direção dessa escolha.Um ataque de loucura é a única explicação para o que fiz naquele momento, também pode explicar o que est
CeyasTento me erguer o mais rápido que consigo após ter sido pego tão diretamente pelo seu ataque. Ele falou sério quando mencionou que quebraria os meus ossos. Sinto a dor correr através dos meus músculos enquanto eles se ajustam até que a cura ponha os ossos no lugar.— Eu não sei qual é a sua intenção aqui, mas não conseguirá o que quer — atesto, ouvindo o som dos meus ossos se reunindo onde pertencem. Apoio a palma da mão na boca, limpando o sangue que subiu pela garganta e escapou. — Coloque a mulher no chão.— Não — diz o bruxo, lançando mais uma onda de ar na minha direção, e meu corpo é pressionado novamente contra a madeira da casa.Mais do que o som dos meus ossos se partindo, escuto o trincar da madeira, que se torna mais alto, quase tomando toda a minha atenção. Se eu não pudesse ver a mulher sendo mantida pelo homem, quem sabe faria menos esforço contra a sua magia. Contudo, me pego sendo impelido a me esforçar grandemente.Espero que ele mantenha o foco em mim. Lugi deve
Ceyas— Pode me explicar como um feiticeiro conseguiu passar despercebido? — pergunta meu amigo, Lugi, para Kanoi. A estranha foi trazida até nós ao amanhecer, e eu me certifiquei de posicionar os lobos de forma estratégica, em pontos onde poderiam nos apoiar caso um novo ataque acontecesse.— Seus sentidos podem ser enganados, dependerá da habilidade que o bruxo possui — responde Kanoi, mantendo-se sentada no sofá como se não houvesse nada que pudesse fazer, já que não pode arrancar informações de um morto.No entanto, como poderíamos tentar prendê-lo quando ele representava um risco óbvio à nossa segurança? Além disso, ele queria levar a mulher embora. Ela, que ainda não acordou, mesmo com Kanoi dizendo que o remédio dela resolveria o que a acomete a ponto de deixá-la inconsciente.— O que faremos agora, já que não sabemos o que ele queria? Bem, temos uma parte da resposta — articula Lugi, apontando para o andar de cima, onde a estranha repousa tranquilamente.Mais de uma vez, até am