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Lembranças Distorcidas Dois
Sophia POVMeus olhos piscaram repetidamente enquanto uma onda de dor atravessava meu corpo, como se lâminas afiadas perfurassem minha pele sem piedade. No entanto, a pior das dores se instalava em minha cabeça. Fragmentos de lembranças desconexas se misturavam, nomes estranhos ecoavam em minha mente, formando um turbilhão caótico de pensamentos.Com enorme esforço, forcei-me a levantar. Meu corpo protestava a cada movimento, mas eu sabia que não podia me dar ao luxo de ficar parada. O tempo não esperaria por mim, e muito menos ele. Eu já devia ter preparado o café da manhã, e a punição por minha falha viria, inevitavelmente. No entanto, se o almoço estivesse perfeito, talvez ele demonstrasse um pouco de clemência. Talvez a dor fosse menor.Arrastei-me até o armário, cada passo um lembrete da fragilidade do meu estado. Escolhi um vestido de cor branca com mangas longas, o tecido cobrindo cada centímetro da minha pele marcada. O decote era modesto, e a saia se estendia até meus pés. Fi
Lembranças Distorcidas Três
Sophia POVA mulher tem longos cabelos prateados que parecem flutuar, como se estivesse ventando. Os olhos brilhantes como brasas azuis carregavam um peso que jamais vi, como se ela fosse muito antiga, como se tivesse presenciado eras inteiras se erguerem e caírem. Seu rosto era esculpido em traços refinados, belíssimo e impenetrável, mas sua expressão era um misto confuso de emoções: raiva, tristeza, choque e algumas outras que não consegui identificar, algo profundo e imortal, como se sua alma carregasse cicatrizes que o tempo não conseguira apagar.Suas vestes negras ondulavam ao redor de seu corpo esguio, adornadas com bordados dourados que cintilavam à luz, como relâmpagos acendendo os detalhes em um céu tempestuoso. Havia algo hipnotizante na maneira como o tecido se movia, como se estivesse vivo, respondendo à energia que vibrava no ar ao redor dela. Em suas mãos firmes, um cajado reluzia com faíscas azuladas, pequenos raios serpenteando sua superfície como criaturas vivas, pul
Marcas Invisíveis
Sophia POV A bruxa me olhou de cima a baixo, me avaliando, e sei que ela está tentando ler minha alma, mas eu sou muito complexa para que seja fácil fazer isso. Nesta encarnação, eu não passo de uma humana, por isso é ainda mais difícil descobrir minha real identidade como uma Quimera. Seu olhar penetrante parecia vasculhar cada camada da minha existência, tentando encontrar alguma pista oculta, algo que revelasse o que eu realmente sou. Mas ela não conseguiria. Eu passei anos me escondendo, reconstruindo quem sou, e não seria tão simples assim me desvendar. “Você tem uma magia muito forte em seu corpo.” A bruxa informou, sua voz carregada de uma certeza que me fez estremecer. “Quando você passou pelas cirurgias de recuperação, um coven inteiro jogou um feitiço muito forte para que você não fosse encontrada ou sequer reconhecida por Ivar Volkheim… Mas, com a ajuda de Gáta, esse feitiço diminuiu de potência, e ele conseguiu te achar.” Shangō Furen declarou, e percebi em sua expres
A Vingança Mais Doce
Sophia POVApesar de sua aura carregada e imponente, não me deixei curvar, pois fazer isso significava estar com medo… Fiz justamente o contrário, encarei seus olhos amarelos, quase dourados, o que quer que acontecesse daqui para frente, eu não posso ter medo, pois isso poderia trazer agonia e revelar muitos segredos.“Eu me chamo Azrik Ragnharsen, sou o Ancião dos Dragões e Juiz do Conselho de Raças.” A voz deste homem é rouca, baixa e tem um timbre diferente do que já escutei, chega a ter um toque sofisticado estranho. “E você, apesar da sua aparência, você não me parece uma garota inocente e cheia de medo, como me fizeram acreditar.”“Essa garota se chamava Naomi Blanchet… Eu sou Sophia Turner, a chefe de enfermagem do Gillian´s Memorial… A Beta da matilha Guerreiros da Lua e a mulher que matou à queima roupa alguns de seus inimigos.” Falei com determinação, ainda com a cabeça erguida.É difícil identificar as emoções no rosto daquele homem, mas consegui perceber uma leve expressão
Rejeição um
Aquiles POVPosso sentir o momento em que Sophia puxou minha energia e respirei aliviado, sabendo que minha companheira está bem, que ela está consciente e isso para mim já é uma grande vitoria, pois cada segundo que estamos parados, sem poder fazer mais nada, é uma agonia.Poucos minutos depois a porta lateral se abriu e vejo Azrik entrar sozinho, ele olha para Gáta que antes que ele pudesse falar algo desaparece em uma pequena nuvem roxa esverdeada.Ao ver essa cor e sentir essa pressão, sei que Gáta está envolvida com a maldição, de alguma forma ela consegue puxar energia da Mãe dos Monstros. Khalid tinha dito que o nome para as pessoas que estavam envolvidas no culto dos Antigos Deuses, se denominavam “Cultistas” e Gáta definitivamente é uma dessas pessoas.A aura do dragão se espalha como fogo se alastrando em uma floresta seca, mas a aura de Hélios me protegeu do dano que isso poderia me causar, ainda mais porque não estou com todas as minhas forças.Hélios está fazendo o possív
Rejeição dois
Khalid POVSei que falei que não me importo de ver Sophia nos braços dos outros, mas a verdade é que machuca, mas eu não devo fazer nada a respeito, ao contrário… Devo me manter fiel às minhas palavras.Eu sei desde o primeiro momento em que percebi que estou apaixonado por essa mulher, que o resto de minha vida seria uma eterna tortura. Que jamais a teria em meus braços e sempre a veria nos braços de outros.Sei que Azrik está prestando atenção às minhas ações, não consegui esconder o sorriso triste, mas que durou pouco tempo antes de eu me controlar, mas achei interessante que Hélios não se importa com o que estou fazendo.A reação dele é a mais calma possível, ele apenas encara Sophia abraçado a Aquiles com um sorriso gentil e amoroso nos lábios, sei que ele percebeu meu sorriso triste, mas não fez nada em relação a isso.Definitivamente, Hélios sabe que eu jamais agiria de alguma forma para machucar Sophia, eu havia feito muitas coisas para protegê-la e não seria agora que eu muda
O Primeiro Turno
Sophia POVEu atualmente me chamo Sophia Turner, você deve se perguntar porque atualmente, bom, eu já tive muitos nomes e tudo isso apenas para sobreviver ao meu passado e não deixar que ele me alcance, eu prefiro morrer a voltar ao que era.Hoje eu sou uma enfermeira no hospital Gillian´s Memorial, tenho poucos amigos,mas estes me são muito queridos e são os únicos que conhecem minha história.Eu sou uma bela mulher, hoje eu vejo isso, meus cabelos curtos estão pintados de um tom vermelho intenso, uma cor que realça meus olhos de tom esverdeado, com linhas azuladas, muitos dizem que parecem olhos de gatos. Meu nariz é fino, assim como as linhas gerais do meu rosto, sim eu já fiz cirurgia plástica e não me importo em dizer isso. Este novo rosto é quem eu sou, quem eu nasci para ser: Uma mulher adulta, independente, com gostos e desgostos, com opiniões fortes e que não leva desaforo para casa.Eu tenho 1,72m de altura e não uso muito salto alto, afinal de contas, passar turnos de 12h a
Os primeiros atendimentos
Sophia POVAcordei com o barulho do despertador e bocejei, olhei para o horário e já estava na hora de voltar a trabalhar. Pelo visto não havia acontecido nada enquanto eu dormia. Levantei, tomei um banho rápido, escovei os dentes, fiz minhas necessidades, então coloquei um novo uniforme limpo, arrumei meu crachá e sai do quarto.Logo estou no andar 42, a primeira coisa que percebi é que alguns guardas haviam trocado de turnos, assim como o médico responsável. Arqueei a sobrancelha vendo as atualizações junto ao tablet que peguei na recepção.“Hey, Julie, bom dia.” Cumprimentei minha amiga.“Oi Soph, ainda bem que tu voltou.” Escutei ela falar, aliviada.“Aconteceu algo?” Fiquei tensa, mas não tirei o olhar do tablet, passando pelas informações de cada paciente, parecia que a maioria que estava ali que ainda não havia sido liberado, era porque havia vestígio de prata no organismo.“Esse pessoal, sabe como é…” Julie falou em tom baixo e respirei fundo.Era o tipo de pessoa que eu odiav
Último capítulo