ASHEREu não raciocinei na época, mas depois percebi o interesse da Molly nisso tudo. Sempre fez parte dos seus planos se livrar do irmão, mas não queria sujar as mãos então usou o Nicholas pra fazer com que ele saísse da empresa da família. Quando o Nicholas não fez o que prometeu, ela quis se vingar. Então ao me contar o plano do Mike, me fez matá-lo, jogar a culpa no Nicholas pra que ele fosse preso e assim, se livraria de dois coelhos com um único golpe. Não ficaria surpreso se ela tentasse me matar depois disso, então cuidei do meu plano de contingência. Coloquei todas as provas que a ligam ao crime em uma caixa postal que é renovada mensalmente. Caso algo me aconteça, o serviço será cancelado por falta de pagamento e todo o conteúdo será entregue à polícia, revelando sua participação em tudo. Eu tenho algo para me manter a salvo, mas nada pode garantir que a Ellen fique bem, então não me importa se ela é diabólica ou implacável, eu tenho que ter um blefe convincente.— O mesmo a
MOLLYAbaixo a arma com um sorriso.— Sabia que podíamos entrar em consenso. — digo de forma falsamente meiga.— Eu preciso das mãos livres. — ele diz.— Eu vou soltar você, mas se tentar uma única gracinha que seja, a próxima bala vai na cabeça dela.Com um canivete, corto as cordas que o prendem e lhe entrego o laptop. A minha arma fica o tempo todo apontada para a cabeça da assistente e meus olhos revezam entre ela e a esposa do Nicholas. A vadia ainda está tonta pelo clorofórmio pelo que eu posso ver, mas todo cuidado é pouco. Se eu der mole, posso acabar na berlinda, pois eu – apesar de rápida e inteligente – sou só uma e eles são três.— E quanto a você? — pergunto à garota ferida — Onde está a cópia do vídeo?— Eu não fiz cópia alguma. — ela responde aos soluços.— Não me venha com essa. Você queria impressionar Nicholas e sua esposa, então não deixaria que a liberdade do seu patrão ficasse nas mãos apenas de uma pessoa. Eu sei que você recebeu um pen drive com uma cópia e eu a
NICHOLASA extração da bala no meu ombro não demora muito. Não mais que duas horas. O médico foi razoavelmente rápido já que a minha situação não é tão grave, já a do Robert... mas mesmo assim, sinto como se tivesse ficado o dia todo de molho. Minha Ellen foi levada de mim hoje de manhã e coitado do homem que fez isso quando eu colocar as minhas mãos nele. Sei que foi o Asher – porque francamente quem mais teria motivo pra sequestrá-la? – e isso é apenas mais um incentivo pra mim. Nós temos mesmo alguns assuntos pendentes.Ainda no quarto, esperando o médico voltar com os analgésicos que eu pedi, os detetives Wilson e Phelps entram e me interrogam a respeito do episódio no aeroporto. Conto a eles como as coisas aconteceram e peço-lhes um relatório do andamento de tudo. Com certa hostilidade, o detetive Wilson diz que não tinham um ponto de partida a não ser os depoimentos de algumas pessoas no local, portanto não têm nada. Phelps, por outro lado, não é hostil, mas não me passa a confi
— Ele tentou me matar hoje e falhou. Ele deve ter vindo terminar o trabalho.Se ele não tem a intenção de matar a Ellen, ele só pode tê-la sequestrado para ficar com ela. Até porque se Ele a quisesse morta, ele a teria matado ou pelo menos tentado lá no aeroporto. Ele deve saber que eu o procuraria até no inferno pra tê-la de volta, então me matar é a única saída pra ter paz, por assim dizer.— Que bom que ele veio a nós. Vamos pegá-lo, senhor Hoffman. — Martin diz com um sorriso.— Vamos sim. Mas antes eu quero que um dos seus homens leve a minha mãe pra casa.— O quê? — ela fica indignada — Não mesmo. Eu não vou deixar você lidar sozinho com isso. Martin, não se atreva.— Me desculpe, senhor Hoffman, mas foi a senhora Hoffman quem me contratou, então...— Eu pago o dobro que ela te pagou, mas mande um dos seus homens a levar pra casa em segurança.Martin olha pra minha mãe como se tivesse pedindo permissão. Ela me encara com as mãos nos quadris, claramente me desafiando a fazê-la m
— Por que você iria querer matar a Ellen, Asher? — jogo — O que ela te fez? Não sou eu o culpado por sua vida estar assim? — dou a entender que sei o motivo pelo qual ele entrou no jogo do Mike.— Você é o culpado. E matar você seria a melhor coisa do mundo.— Mas e a Ellen?— Ellen e eu ficaremos juntos para sempre.— Você é louco ou só idiota? A Molly vai matar a Ellen.— Não, ela não vai. Nós dois temos um acordo. Mas você não está facilitando.Oh. Ele quer me matar por vingança. A Molly também quer vingança. Os dois devem querer a mesma coisa, então. Se a Molly está com a Ellen e eu não estou "facilitando" as coisas para o Asher, quer dizer que a vida da Ellen depende da minha.— Você tem que me matar senão a Molly vai matá-la, não é?— Você enfim entendeu. Enquanto você estiver vivo, a vida dela não vale nada pra Molly.— Então você vai fazer isso.Jimmy e Martin saem da boate e me chamam. Deixo Asher aos cuidados do Tomas e vou encontrá-los.— Encontramos isso lá dentro, senhor
É claro. Ela trouxe a Ellen e a Amber como garantia. Mas agora que ela acha que eu estou morto e que o Asher realmente está, não há motivos para manter as duas seguras.— Obrigado, Tomas. Informe a polícia e mande alguns policiais para as coordenadas que eu vou te enviar.Desligo o celular e instruo o Martin a mandar as coordenadas do lugar para o Tomas. Nesse momento, a Molly vai até o carro, tira a Amber de lá arrastada e a joga no chão. Em seguida faz a mesma coisa com a minha Ellen. Ok, isso é tudo que eu posso ver dessa vadia.— Martin, ela vai matá-las. Você tem boa pontaria?— Por que, senhor?— Porque a alternativa é eu aparecer atirando pra todo lado até matá-la antes que ela faça isso com a minha mulher.— Sim, senhor, eu tenho. Essa vadia morre agora.Martin começa a se aproximar mais do helicóptero, tomando cuidado para não ser visto. Ouço a Molly falando, mas entendo o que ela diz às duas. E quando ela aponta a arma para a Ellen, eu fico de pé – desesperado porque o Marti
ELLEN— Bom dia, dorminhoco. — toco os cabelos do Nick, que está se mexendo tranquilamente ao meu lado na cama do hospital. Ele abre os olhos devagar e esfrega-os antes de sorrir pra mim.Eu passei a noite no hospital mesmo achando isso desnecessário, pois me sentia muito bem depois que fui medicada. E embora sabendo que o Nick queria deixar esse dia horrível para trás na nossa cama, estar aqui o deixaria mais tranquilo em relação a mim e aos nossos bebês. Bebês. Como foi que eu consegui isso? Uma familia completa assim logo de cara com o homem da minha vida? Acho que sou a mulher mais sortuda do mundo, só pode.Mesmo com todos os contras, aqui estou eu. Casada com um homem maravilhoso, grávida de dois mini Nicks e ainda... Viva. Pensei que fosse morrer hoje com aquela vadia apontando uma arma para a minha cabeça e tudo o que eu conseguia pensar não era nem na minha própria vida, mas sim na dor que isso causaria ao Nick. Nossa! Eu sei que ele ficaria destruído de uma forma que talvez
— Eu odeio você. — faço beicinho como uma criança de dois anos a quem a mãe negou um doce. Ouço sua risada rouca e sinto meu ventre se retorcendo. Droga! Ele não pode me deixar excitada agora, eu estou zangada com ele.— Não odeia, não. Você me ama, garota.Sim. É claro que eu o amo. Menos quando ele está sendo obtuso desse jeito e me torturando assim. Eu consigo saber o caminho que estamos tomando por pelo menos cinco minutos, tendo como referência o lugar de onde saímos e o pouco de conhecimento que eu já tenho da cidade. Mas após o bastardo dar voltas e mais voltas pelas ruas, eu me perco completamente. Eu quase posso ver o seu sorriso vitorioso por me enganar assim.Quando enfim paramos, eu tento captar todo e qualquer sinal que me diga onde estamos, mas não consigo decifrar nada. Barulho? Não há. Cheiros? Não identifico. Apenas a temperatura me faz pensar em alguns lugares prováveis. É frio aqui e eu posso pensar em algo perto da praia pela brisa, mas não se parece com Miami Beac