Capítulo 4
O estrondo ensurdecedor se dissipou e só então os três recobraram os sentidos.

Laura, ofegante, murmurou:

- Alícia, como aquele inútil conseguiu ligar aquele carro luxuoso? Ele não pode ser o dono, o Rei do Norte, do tal Lafael, né?

Naquele momento, o que Laura pensava era: que se Nicolas fosse mesmo o Rei do Norte, ela faria de tudo para que sua filha se casasse de novo com ele, mesmo que ela precisasse se humilhar e pedir desculpas de joelhos.

Afinal, ele era o “Deus da Fortuna”, como poderia desistir tão fácilmente?

A emoção de Alícia estava tão complexa, respondendo:

- Eu... Eu não sei.

Se Nicolas fosse o Rei do Norte, seria uma reviravolta inacreditável.

Ela, que sempre admirou o Rei do Norte, sonhando em encontrar-se com ele, descobriria que ele estava bem ao seu lado, sob o mesmo teto.

Que ironia do destino.

Yuri, indignado, defendeu-se:

- Sra. Laura, Alícia, por favor, não deixem Nicolas enganar vocês. Ele é um fracassado, nem merece lamber os sapatos do Rei do Norte. Com certeza há algum mal-entendido. Podem confiar, vou investigar isso até o final!

Laura e Alícia concordaram de maneira superficial, cada uma com seus próprios pensamentos.

Enquanto isso, Nicolas acelerava em direção ao Grupo JZ.

O prédio imponente da sede do Grupo JZ, uma fusão de estilos ocidental e oriental, era um marco na cidade.

- Olá, com quem gostaria de falar? - Perguntou a recepcionista.

- Estou procurando a Srta. Dalila. - Respondeu Nicolas.

- No último andar, à direita, na sala da presidência. - Disse a recepcionista, indicando.

- Obrigado. - Nicolas se dirigiu ao elevador.

A recepcionista sussurrou:

- A Srta. Dalila é realmente estranha, entrevistando para contratar um motorista?

Ela confundiu Nicolas com um candidato a motorista.

O segurança ao lado explicou:

- Ouvi dizer que a Srta. Dalila está contratando um motorista para o Rei do Norte, então é claro que ela precisa avaliar.

A recepcionista compreendeu de repente.

Nicolas logo chegou ao último andar, na sala da presidência.

Ele bateu na porta e uma voz feminina suave respondeu:

- Entre.

Nicolas abriu a porta, deparando-se com uma figura deslumbrante.

Com altura estimada em 1,78 m, figura esbelta e proporcional, vestindo uma saia curta que realçava suas pernas perfeitamente esculpidas, uma silhueta elegante de paletó mostrando um generoso decote, com um relógio de marca no pulso. Ela era a personificação de uma mulher madura e sofisticada.

Ela quase podia satisfazer todas as fantasias que um homem tinha sobre uma mulher.

Mesmo Nicolas, com sua forte força de vontade, não conseguiu evitar sentir um pouco de atração.

- Olá. - Nicolas cumprimentou.

Os olhos de Dalila, que estavam fixos no computador, finalmente se voltaram para Nicolas. Ela lançou a ele um olhar indiferente e disse:

- Você pode sair agora.

O quê?

Nicolas ficou confuso, perguntando:

- Por quê?

“Eu sou seu chefe. Você vai demitir seu chefe?”, pensou Nicolas.

- Você acha que eu contrataria alguém desleixado para ser o motorista pessoal? - Explicou Dalila.

Motorista? Que motorista?

Foi aí que Nicolas percebeu o mal-entendido.

Antes que ele pudesse se explicar, uma secretária entrou com pressa, ofegante, dizendo:

- Srta. Dalila, temos um grande problema.

Dalila perguntou com calma:

- O que aconteceu?

A secretária disse:

- O ensaio clínico do Elixir Dourado Detox teve um acidente. O participante entrou em choque e está à beira da morte.

O quê!

Dalila se levantou com ansiedade, dizendo:

- Rápido, vamos para o local.

Elas saíram às pressas, ignorando Nicolas.

Nicolas franziu a testa.

O Elixir Dourado Detox era um novo medicamento que ele havia desenvolvido na Farmacêutica Anchieta no exterior, atualmente em fase de ensaio clínico. O Grupo JZ também era um dos locais de teste.

Os resultados dos testes no exterior foram perfeitos, então por que houve um problema no País B?

Nicolas correu para alcançar elas, querendo entender a situação.

Dentro do laboratório clínico, havia caos.

O participante, um menino de dez anos, estava desacordado e em estado de choque, com espuma branca nos lábios.

A mãe do menino chorava de maneira desesperada sobre ele.

O pai do menino, vestido com elegância, demonstrava uma presença imponente. Com expressão furiosa, disse:

- Dr. Severino, o que está acontecendo com meu filho? Você vai me explicar. Se algo acontecer com meu filho, vocês pagarão por isso!

O Dr. Severino, de óculos, soltou um respiro fundo e tentou manter a calma, dizendo:

- Sr. Luiz, por favor, não se preocupe. Já enviei meu assistente para preparar o antídoto. Acredito que estará pronto em breve.

Naquele momento, Dalila chegou com pressa e perguntou:

- Dr. Severino, o que aconteceu?

O Dr. Severino era uma figura proeminente na área de medicamentos tradicionais. Dalila havia desembolsado uma grande quantia para ter ele como responsável pelos ensaios clínicos do Elixir Dourado Detox.

O Dr. Severino explicou:

- Tudo estava normal no início do teste, com melhorias em todos os indicadores do participante. Mas, após meia hora, a condição do participante piorou de repente, convulsões e espuma na boca, levando a um estado de choque.

- Descobriram a causa? - Dalila perguntou.

- A causa ainda não está clara. No entanto, o participante apresenta sintomas evidentes de intoxicação hepática. Já ordenei que meu assistente prepare o antídoto. - O Dr. Severino disse.

- Ótimo! - Dalila se aproximou da mãe do menino. - Sra. Daise, fique tranquila, nós com certeza não vamos...

- Suma daqui! - Sra. Daise a interrompeu, empurrando o braço de Dalila. - Dalila, escute bem. Se algo acontecer com meu filho, nenhum de vocês sairão ilesos!

Dalila ficou horrorizada com a ameaça.

Aquela observação dela vai além de uma simples ameaça.

O pai do participante era o diretor do Departamento de Saúde da Cidade R e seus avós tinham influência significativa no Departamento Estadual de Saúde.

Com uma palavra deles, poderiam tornar a vida de todos insustentável na Cidade R, sem saída à vista.

- O antídoto está pronto. - O assistente do Dr. Severino chegou correndo. - Dr. Severino, preparei o antídoto conforme suas instruções.

Dalila se apressou a dizer:

- Rápido, administre o antídoto ao paciente.

Dr. Severino pegou o antídoto, pronto para alimentar o paciente.

Naquele momento, uma voz estranha ecoou:

- Sua abordagem para tratar a doença está errada. Sugiro que não o alimente com esse remédio.

Todos ficaram surpresos. Ao olharem na direção da voz, viram um rosto desconhecido.

Quem era ele e o que fazia ali?

O Dr. Severino, impassível, perguntou:

- Quem é você? O que quis dizer com aquilo?

A expressão de Dalila também se tornou sombria. Ela nunca imaginou que Nicolas a seguiria até lá, muito menos que ele se atreveria a intervir.

No entanto, agora não era o momento de acertar as contas com ele. Dalila disse:

- Dr. Severino, não o ouça, continue com o tratamento.Ele veio para uma entrevista de motorista, mas não foi aprovado. Moleque, suma de imediato ou eu vou atrás de você legalmente.

Todos ficaram perplexos.

Um motorista rejeitado estava ousando dar conselhos ao renomado Dr. Severino sobre medicina. Quem lhe deu a coragem?

O Dr. Severino lançou um olhar frio para Nicolas e o chamou de “louco” antes de continuar administra o medicamento ao paciente.

Ao ver o paciente tomar o remédio, Nicolas balançou a cabeça com pesar.

Preocupado com mais interferências de Nicolas, Luiz, o pai do menino, o advertiu com seriedade:

- Moleque, é melhor você sair em breve. Se você interferir no tratamento do meu filho, não vou deixar barato...

Nicolas não respondeu, mas começou uma contagem regressiva.

- Dez, nove, oito...

Seu comportamento inesperado deixou todos perplexos.
Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo