Capítulo 4

Radija levantou bem cedo para ir ao cursinho, sua mãe a recebeu com a mesa de café preparada como sempre, até então estava tudo bem.

De repente o celular de Radija toca, era o w******p.

Dez mensagens, das amigas, primas e uma do Alex.

É claro que ela abriu primeiro do Alex, curiosa, queria saber o que ele queria tão cedo, o conteúdo da mensagem não agradou muito, tinha um print uma mensagem.

"Acho melhor você não sair hoje, não vai ser legal"

Quando Radija abriu a foto, era um post, uma montagem com seu rosto, num corpo totalmente nu, com uma legenda.

"Sou GP e vadia, cobro barato, faço boquete gostoso"

Ela embranqueceu, ficou trêmula e foi olhar as mensagens das amigas, era o mesmo assunto.

Radija saiu correndo para seu quarto, trancou a porta e começou a chorar deitada em sua cama, ela não sabia o que fazer.

Mandou uma mensagem de volta para Alex.

"Agora sim, estou perdida, o que devo fazer? Não sei mais o que fazer."

Alex respondeu em seguida.

"Vamos fugir, te pego de moto, vamos sumir por um tempo, quando tudo se acalmar ligamos para seus pais, até lá teremos um emprego e estaremos com nossa vida estabilizada"

Nesse beco sem saída, Radija não pensou duas vezes, decidiu no calor do medo que iria sim com Alex, para qualquer lugar.

Combinaram de mais tarde tomar um sorvete e nunca mais voltar.

Radija pegou algumas peças de roupas, objetos pequenos para levar somente a mochila das costas que sempre usava no cursinho e não levantar suspeitas.

— Radija.

Ela se assustou com sua mãe batendo na porta. — Querida, está tudo bem? Aconteceu alguma coisa?

Ela não abriu a porta, um nó se formou em sua garganta, ela não conseguia pronunciar uma palavra.

O que diria para seus pais que a tratava como uma princesa?

— Filha, abra a porta, vai se atrasar para o cursinho. Sua mãe não desistia, então ela resolveu fingir que estava tudo bem.

— Mãe, já vou descer, só tive que colocar um absorvente. Isso foi suficiente para Sofia desistir e descer as escadas.

Radija desceu tremendo um pouco, e encontrou sua mãe preocupada, então para acalmá-la Radija disse:

— Mãe, Alex vai me levar para o cursinho e trazer, ele conhece bem a louca lá, e garantiu que vai me proteger.

— Tudo bem filha, o Alex é um bom rapaz, estando com ele, tenho um pouco de tranquilidade.

Minutos depois Alex buzinou na porta de Radija, como combinado, ela deu um beijo longo em sua mãe, e um abraço apertado, mal sabia dona Sofia que era uma despedida.

— Bom curso filha, vai ficar tudo bem tá?

Dona Sofia levou sua filha até a porta e acenou para Alex, que respondeu com uma frase.

— Pode ficar tranquila, cuidarei da sua filha.

Foram as últimas palavras trocadas entre eles, Radija ainda acenou para sua mãe de cima da moto de Alexandro, e seguiram sem destino.

Alex trabalhava nos projetos de arquitetura do seu pai além de fazer manutenção em computadores, e tinha conseguido sua moto com dezenove anos, seu pai ajudou, claro, agora com vinte e dois anos já andava para todo lado, fazia sucesso no meio da mulherada, claro, era o único jovem bonito, popular e com moto na cidade.

— Está tranquila Radija? Quer alguma coisa? Ele falou demonstrando preocupação.

— Estou bem, vamos rápido para sair logo da cidade e ninguém nos ver.

Seguiram caminho, pararam em um posto na saída da cidade para abastecer, e continuaram.

Alguns quilômetros de Itajaí tinha uma outra cidade, um pouco maior, mas com poucos habitantes.

Alex sugeriu:

— Vamos parar, tomar um ar, um sorvete?

Radija apreensiva.

— Acho que é melhor não, não estamos longe o bastante.

— Imagina, as pessoas daqui nem sabem da existência de Itajaí.

Alex continuou.

— Relaxa, só um sorvetinho, vamos numa pracinha bem no finalzinho da cidade, ninguém pode nos reconhecer.

Com muita insistência convenceu Radija tomar apenas um sorvete.

— Tá bom seu chato, insistente, vamos tomar um sorvete, mas, rápido para podermos sumir no mundo, ok?

— Ok, madame, como queira. Alex responde em tom de brincadeira.

Sentados ali, uma praça quase deserta, típico de cidade pequena, não passava carros, nem muitas pessoas, praticamente só os atendentes, quando de repente um carro de luxo com vidros escuros, parou bem em frente o banquinho que estavam sentados, alguém abaixou o vidro de trás, Radija não conseguiu conter seu desespero.

— O que essa maluca está fazendo aqui? Radija tremendo e com muito medo.

Olhou para Alex que deixava um sorriso amarelo e temeroso sair nos cantos da boca.

— O que está acontecendo Alex?

Ele só disse:

— Desculpe Radija, eu não queria... desculpe.

A maluca da Vandeilsa tinha motorista e tudo, abriu a porta do carro e gritando falou:

— Cala essa boca podre sua nerd, acha que o Alex se envolveria com uma sonsa como você? E aí, gostou da propaganda que fiz de você? E foi de graça viu. hahaha, soltou uma gargalhada maldosa.

— Alex, como você pode, eu confiei em você, meus pais confiaram em você. Radija agora já estava com ódio, não era mais medo, ela queria acabar com a vida dele e dela.

Alex levantou levemente os ombros, e só disse, desculpa, abaixou a cabeça e parecia envergonhado de sua atitude.

Ele não queria entrar no carro de Vandeilsa, mas ela fez questão.

— Alex, você é a peça chave, eu quero que você presencie quem é que manda na zona toda, entre nesse carro vocês dois, senão suas vidas se tornarão um inferno infinito.

Alex cedeu:

— Vamos Radija, sei muito bem do que essa maluca é capaz.

Vandeilsa deu ordem para o motorista seguir e levar para a estrada.

Alex preocupado e também inseguro, tentou mudar a ideia da Vandeilsa, mas a garota estava incontrolável.

— Vamos conversar Van, não precisa tomar atitude que possa se arrepender depois, posso fazer o que você quiser, deixa a garota em paz.

— Ah, agora eu sou Van? Você vem todo mansinho né seu safado, fica dando bola para essa "songa monga", agora quer protegê-la de todo jeito, porque não pensou nisso antes? Vandeilsa falou furiosa apertando o braço de Radija.

— Milton, pare agora. Ordenou Vandeilsa ao motorista, que freou o carro tão rispidamente que todos os corpos foram para a frente com o impulso.

Era uma estrada deserta, de terra, não se via nem pessoas nem bichos, era literalmente o fim do mundo, tinha cercas de arame de um lado e do outro da estrada.

Vandeilsa desceu, puxou Radija pelo braço, chamou Alex para que presenciasse tudo, arrancou os óculos de Radija e jogou longe, tirou a blusinha regata e a calça jeans que vestia, jogou as roupas do outro lado de uma cerca de arame farpado que tinha na estrada.

Radija tentava se proteger, mas não conseguia, sentia vergonha de tudo e todos.

— É assim que você gosta de ver sua "amadinha" Alex? Olhe e deguste com prazer, agora ela vai ficar pelada, arrancou com as unhas o sutiã de Radija que agora chorava descontrolada.

Vandeilsa já estava ultrapassado os limites.

Alex então a segurou com força pelo braço e puxou, jogando-a para dentro do carro.

— Chega sua maluca, já foi longe demais, vamos embora. Gritou ele furioso.

— Ai amor, está me machucando, vamos embora sim, só eu e você tá querido. Van faz biquinho de beijo dando uma piscada para Alex, o que o deixa ainda mais furioso.

— Não sou seu amor, e vamos todos embora, e Radija vai junto, vou pegar as roupas dela.

Vandeilsa já imaginava que fosse acontecer, pegou sua bolsa chique e tirou de dentro um revólver calibre 38, apontou para Radija e ameaçou.

— Ou vamos só nós, ou eu mato ela, agora mesmo.

Todos ficaram assustados, com olhos esbugalhados.

—Calma, isso é totalmente desnecessário, vamos embora, Radija, procure um esconderijo, eu venho o mais rápido possível para te buscar, espera umas duas horas, é o tempo que consigo chegar.

Alex tentava de todo jeito acalmar os ânimos, mas ele estava de complô com Vandeilsa, porque esse ataque de defensor?

— Hahaha, até parece que você vai voltar aqui, seu tolinho. Vandeilsa sorria com sarcasmo.

Alex tomou a arma de sua mão, jogou ela para o banco de trás do carro, entrando junto, e deu ordens para o motorista arrancar, depressa.

Radija ficou ali, desolada, não sabia o que fazer, pra onde ir, só viu o carro sumir na poeira da estrada, então levantou chorando, com dificuldades, pois Vandeilsa tinha dado alguns socos em sua barriga, enquanto arrancava sua roupa, pulou aquela cerca espinhosa se machucando toda, conseguiu finalmente pegar suas roupas.

Radija começou a andar no sentido contrário da estrada, queria estar cada vez mais longe de Itajaí e esquecer de tudo.

Depois de uma hora de caminhada, sua garganta estava seca, por causa do pó e do calor, sentou em uma pedra na beira da estrada infinita de terra e, de repente ouve um ronco de motor, era um carro, será sua salvação?

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