Capítulo 3

Capítulo 3 (Nina)

* E lá vamos nós! *

Respiro fundo e embarco com a minha mala do Bob esponja. Sim, eu tenho uma mala do Bob esponja e sério, qual era a chance? Eu separei várias malas... Liz amou quando eu apontei pra cara do Bob.

Ahhhhhhhh, hoje é o dia mais feliz da minha vidaaaaaaaaa! Vai ser como nos velhos tempos... Preciso ir pra casa pegar a minha mala do Patrick. - Liz sai saltitando em direção a porta quando para e pergunta - Quando vamos? Eu vou junto, né?

Claro que você vai comigo Liz. Vou verificar os datas e precisamos pensar em como eu vou sair daqui sem fazer alarde, não quero ninguém me seguindo até o aeroporto.

Liz - Sabe, eu já tive um rolo com um cara que dizia ser ninja, acho que ele pode providenciar uma saída estilo Naruto, com cortina de fumaça e tudo... Vai ser demais! Diz que vai me dar razão pela terceira vez, por favor!

- Aí você já tá querendo demais! Se concentrar Eliza, isso é muito sério!

Para eu me chamar assim! - ela diz fazendo beicinho (minha amiga é excêntrica e adorável em proporções iguais) - Podemos pedir ajuda ao James, ele sabe bem como lidar com aqueles abutres.

James trabalha como chefe da segurança do prédio, depois de todas as fofocas, ele começou trabalhou em dobro e em certos momentos até o triplo no último ano. E mesmo depois de tudo isso, ele ainda tem um carinho enorme por mim. Sempre que consegue, passa no meu apartamento pra saber se está tudo bem e as vezes até deixa um pedaço daquelas tortas maravilhosas que sua filha Kate faz. Kate é filha caçula de James, ela tinha 15 anos quando me mudei pro prédio, hoje já é uma mulher. Kate tem os cabelos escuros como os meus, pensando bem... Quanto mais penso na Kate, mais a ideia louca que eu acabei de ter ganha força... A Kate pode muito bem se passar por mim enquanto estou fora. Ninguém vai desconfiar!

- Liz, você é uma gênia!

Eu sou!? - Ela pisca me olhando confusa.

- Vai pra casa fazer as malas, eu vou comprar nossas passagens e falar com o James e com a Kate também.

Depois de alguns dias de muita preparação e de acertar todos os detalhes com James e Kate. Saímos pelos fundos do prédio. Não dormi essa noite pensando no que estou pronta pra fazer, tenho certeza que regredi no tempo e virei uma adolescente que acredita ser de bom tom embarcar nas loucuras que a melhor amiga propõe.

Liz me convenceu que a única maneira de não ser vista era sair do prédio às 3h da manhã. Segundo ela, ninguém em sã consciência vai estar acampado na saída de carga e descarga do prédio esperando eu dar o "ar da graça". Agora tenho certeza de que as coisas saíram totalmente do controle!

Saímos em um furgão preto que pertence a um restaurante de comida japonesa que fica no térreo do prédio, segundo James, só o motorista (que é de sua total confiança) vai ficar sabendo. Quando entro, dou de cara com uma Liz super empolgada que me diz: "Falei que ia ser moleza". Faço um leve aceno com a cabeça e nem me digno a responder.

Liz continua me encarando com aquele seu sorriso de 220 whats, o motorista vai fazer uma rota alternativa até o mercado central, ele vai fazer uma pequena pausa na rodovia, próximo a entrada do setor B do aeroporto. Tyler (que é o primo favorito de Liz) já vai estar nos esperando, em no máximo 20 minutos vamos entrar e embarcar...

Liz - Essa viagem vai ser muito emocionante, eu estou tão empolgada Nina! Você também está empolgada?

- Ah, sim! Claro que sim! Vai ser incrível. - Digo sem nenhum indício de empolgação.

Sabe aquele silêncio constrangedor? Conte com a minha amiga pra nunca passar por isso. Ela preenche todas as lacunas de diálogos. Então, ela engata em um assunto sobre seus ultimos encontros e como é difícil ter uma conexão real com alguém. Passo o percurso todo apenas concordando e acenando.

Liz continua tagarelando sobre conexões reais e gatos (também não sei porque ela começou a falar sobre gatos!)... Depois do que parecem horas, o motorista abre a porta do furgão e nós desembarcamos rapidamente.

Tyler já está nos esperando, ele estende a mão e me ajuda a descer. logo em seguida estende a mão para Liz que aceita com um floreio.

Tyler não perde a oportunidade de azucrinar a prima - Sra. Eliza, sua carruagem chegou!

Liz olha para Tyler com raiva e entra no carro emburrada - Precisava me chamar daquele jeito?

Tyler entra no carro depois de guardar nossas malas e pergunta com a maior cara de sonso - Eu não sei do que está falando, porque você não me diz qual foi o "jeito" que eu te chamei?

Liz encara o rosto de Tyler com uma expressão assassina - Não se faça de sonso Tyler, você sabe muito bem do que eu estou falando, não me faça repetir o que você falou! Pare de me chamar daquele jeito ou então eu vou me vingar e prometo que vai doer! - Agora ela está fazendo uma cara de maníaca que ao invés de assustar, faz Tyler cair na gargalhada, enquanto eu tento segurar o riso e claro que falho miseravelmente. Estava com saudade de ver esses dois interagindo.

Tudo bem Tyler, eu te perdoo e não vou me vingar, mas só porque você fez a Nina sorrir. Você tem noção de quanto tempo eu não vejo aquele sorriso? Eu já tinha até desistido de arrancar um sorriso dela. Obrigada Tyler, você é o melhor primo que eu tenho! - Ela se j**a em cima dele e tasca um beijo bem molhado em sua bochecha.

Eu paro de sorrir assim que as palavras de Liz me atingem em cheio.

Claro que eu sou seu primo favorito, eu sou o único! Para de babar o meu rosto. - Ele fala limpando a bochecha com uma das mãos.

Liz continua falando e implicando com Tyler, dizendo que ele também é o primo mais chato, mais implicante, mais cara de pau... Os adjetivos não param. Enquanto isso eu me afundo em conflitos internos, pensando seriamente no que Liz falou. Será que eu tenho sido apenas uma casca durante meses? O carro para e eu acordo pra vida.

Tyler estaciona o carro, retira nossas malas. Ele me dá um abraço apertado sussurrando "aproveite muito, vai ser incrível", em seguida abraça Liz dizendo "juízo Dona Eliza!" e sai correndo para a segurança do seu carro.

Tyler, eu vou te mataraaaaar! - seguro seu braço e viro ela de volta para o caminho do embarque, minhas mãos estão geladas, sinto um frio na barriga. Mas, me obrigo a seguir em frente com essa loucura.

Já na área de embarque eu paro feito uma estátua, ainda não estou acreditando que vou viajar, que finalmente sai do apartamento depois de três meses, não acredito que dei razão a Liz, não acredito que eu realmente vou embarcar nesse avião.

Pisco os olhos e acordo do meu pequeno surto interno ao ouvir Liz gritar : "ILHASTURCASAÍVAMOSNÓS!"

Eu digo baixinho ainda sem acreditar: "E lá vamos nós!"

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