Capítulo 03.

Derek Kerith

Depois da eleição dos representantes da turma,o professor de educação física começou a fazer propaganda dos possíveis clubes de desporto abertos. Enzo, Adam estão no grupo de basquete, Ciello no do futebol minha praia também é o futebol então foi onde me inscrevi. Mesmo que a escola só me proporcione um terço da paz que necessito prefiro estar aqui. Não é legal estar em casa ou no bairro quando as pessoas ti conhecem pelo pai bêbado e apostador que tem. É horrível.

- Derek - as vezes eu só queria poder ficar um estante em silêncio nessa sala, parece que esse é o único lugar que a minha insônia não atinge.

- o que você quer?- murmurei me virando para o encarar

- seu olho tá roxo

- caí - minto, não vou dizer para ele que meu pai me bateu porque neguei de lhe emprestar dinheiro para beber - era só isso que queria me dizer?

- não, tipo assim, estávamos a nós perguntar em que escola você estava a estudar e porque saíste de lá

- e porque não me fizeram essa pergunta primeiro?

- eu disse para esse falhado - Enzo bateu na nunca de Adam - teus pais só podem ter muito dinheiro para ti fazer transferência no seu último ano

- a questão nem é essa, só que ano passado não estava a estudar - eles me encararam surpresos - minha irmãzinha tinha ficado de baixa então acabei passando mais tempo no hospital do que na escola ou em casa.

- e sua mãe? Quer dizer ele não podia ficar no hospital no seu lugar?- Enzo

- minha mãe morreu três anos atrás.

- ops - os três ficam constrangido

- Sorry lá bro - Enzo

- eu  sinto muito - Adam

- eu sinto...

- tudo bem, já passou - minto - então minha irmã não deu muita certo também... minha antiga escola é muito popular em confusão entre alunos também, principalmente os do sexto e sétimo ano... ia ficar meio constrangido ao ver que todos os que estudaram comigo no sétimo ano, sem falar das explicações...

- entendo completamente - disse Ciello num tom baixo - e sua irmã? Ela melhorou - olho para baixo dá para ver alunos andando de um lado por outro com seus lanches em mãos comendo e fofocando em seus grupinhos, é assim que é o recreio. Estar no primeiro andar me permite ter a visão do campo inteiro da escola, se não fosse pelo pavilhão que está de frente ao nosso daria para ver o portão da escola.

- ela morreu!- disse por fim

Depois disso acabou ficando um clima pesado entre nós, que foi cortado pelo som do sino nós mandando entrar na sala de aula, atravessei a porta indo em direção a minha carteira onde me sento com Ciello, fiquem encarando a porta esperando o professor e o resto dos alunos que ainda não entraram na sala, um grupo de garotas entra na sala fazendo barulho com conversas fiadas e sem interesse, a morena mediana passa seu olhar pela sala até parar em mim, ao seu lado está uma garota da mesma altura que ela só que com corpo de manhã selo e um cabelo estranho : seu cabelo e preto e as pontas são amarelas. Mas estranho que isso eu nunca vi, a mediana de cabelos negros como o carvão para seus olhos resplandecente como o reflexo do céu no mar em mim, ela me encara fixamente sem desviar o olhar o que me incomoda, a modelo manda ela parar mais ela continua me olhando com um sorriso na cara, constrangido decido virar o rosto. Garota idiota.

Ao decorrer da aula o clima entre nós foi amenizado e voltaram as piadas sem graça acerca dos professores, não pode deixar de sentir que a garota de cabelos negros não parava de me encarar sempre que podia. Meus novos amigos vivem perto da escola enquanto eu na bairro 7 bem longe da escola, enquanto caminhava não deixei de notar que eu e as garotas estranhas usamos o mesmo caminho para casa, elas andavam de uma forma tão lenta que até parece que estão observando cada minúsculo ser vivente. O que eu menos queria era ver um homem de um metro e noventa de pele brozeada estatelado no bar do tio Navar.

- Derek teu pai bebeu cinco médias e não pagou!- informa a garçonete, seu nome e Tina, conhecida pelas mãos de anjo que tem, ela consegui tirar a carteira dos bolsos de seus clientes sem muito esforço e ainda fazer eles pegarem por coisas que não consumiram. Uma bela ladra vestida de garçonete, e o tio Navar gosta dela por isso

- vem tirar seu pai daqui...

- está a fechar o caminho

- QUEREMOS BEBER NÓS, NÃO É SITIO PARA ELE DORMIR AQUI HAHAHA DEPOIS O GAJO DORMI TIPO ESTÁ NUMA SUITE

- esse já nos deixou man caga-la pra ele, mas alô puto tira lá seu pai daqui o cheiro de xixi dele está a embriagar o bar Hahahahah

E essas são as pessoas que ele chama de amigos, as mesmas pessoas que tiram sarro dele quando ele está de rastros. Eu podia ignorar simplismente essa situação e ir para casa fingindo que nada está acontecendo, mas eu não sou assim. Me certifiquei de que a pasta está bem segura em meus ombros, segurei nas mãos do bêbado e foi lhe arrastando até chegar em casa.

- mas...mas um copinho...Tina dormi comigo!!!...Tina você é uma vagabunda... Navar você... você fude essa empregadinha que eu sei...mas...mas um copo...um pequenino!! - balbucia enquanto o arrasto, dou um suspiro me virando para o encarar, é ele mijou nas calças, voltei a colocar força nos meus pés e braços para o arrastar sobre as gargalhandas que ecoam do bar depois de minutos chegamos em casa foi difícil atravessar o portão, mas quando consegui o deixei na varanda olhei para o céu antes de entrar na casa. As vezes sinto que estou pagando pelos meus pecados, pecados que ainda não cometi, pecados que omiti, as vezes tenho a sensação que isso tudo não passa de uma maldição, passada se geração em geração. Mas o que mas se esperaria do bairro 7? Onde a maioria das mães são solteiras e um monte de homens na casa dos vinte parecem ter cinquenta, homens que andam na casa dos trinta tem cinco filhos com mães diferentes e se comportam como adolescentes andando com bicicletas pelo bairro. Enfim, tirei meu uniforme e pesquei algo na geladeira para comer...

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