Narração de Camila...

Era muito para discernir. As mãos do Fernando machucavam as pessoas. As mesmas mãos que me acariciavam e me faziam sentir coisas alucinantes e maravilhosas. Ele me tratava como uma princesa. Não podia ser a mesma pessoa.

Talvez tenha ficado cega pela raiva quando empurrei o seu peito. Eu nunca machuquei ninguém e me peguei empurrando Fernando com tanta força que ele quase caiu da cama.

Ele saiu do quarto abatido. Chorei sofrendo tanto! Era um sentimento de arrependimento por ter o empurrado. Mas ele insistiu em falar no momento em que eu implorava para me deixasse sozinha.

Eu precisava ir embora. Eu precisava sair daquela casa para poder pensar! Precisava raciocinar! Foi algo que me trouxe tantos traumas e saber que quando Fernando dizia está trabalhando, na verdade estava sujando suas mãos de sangue, aquilo me causava pavor!

Saí do quarto sem fazer barulho algum. Desci as escadas e ouvi a porta da Júlia se abrir.

- Tia Camila? Eu não consigo dormir. - Parei s