Douglas falou lentamente:- Mamba negra.Era a única serpente que ele conseguia pensar naquele momento, semelhante à que havia encontrado naquele dia.Isaac disse:- Então você teve sorte, ser mordido por uma serpente venenosa dessas e ainda conseguir aguentar até o médico da família chegar com o soro. Mas essa cobra não é da África? Como ela veio parar na Cidade K?Douglas ficou sem palavras."Você não precisa explicar com tantos detalhes."Douglas disse, sem escolha:- Até logo.- Descanse bem, eu e Lourenço vamos te visitar amanhã. - Após falar, ele também desejou boa noite a Natália antes de desligar o telefone.Natália, segurando o celular, olhou para ele de cima, com uma expressão fria no rosto.- Que cobra era aquela?Parecia que ele teria que dizer a verdade para sair dessa. Douglas disse com voz baixa:- Uma cobra comum, não venenosa.Natália, depois de pesquisar sobre a cobra na internet, deu uma risada sarcástica.- Ela não deveria ter mordido a sua perna.Douglas imediatame
No dia seguinte, era sábado. Natália acordou naturalmente e, ao abrir os olhos, sentiu algo estranho. Estava sendo abraçada, com as costas pressionadas contra um peito ardente. O braço do homem ainda estava sobre sua cintura. Ela estava num estado em que o corpo tinha despertado, mas a mente ainda não, então não reagiu imediatamente. Ficou olhando para fora da janela, absorta nos pensamentos, até que sentiu algo pressionando contra suas costas, e aí sim, acordou completamente.- Douglas, quando você subiu na cama?- De manhã. - A voz do homem estava cheia de um rouquidão sensual e sonolenta. Ao falar, seu hálito aqueceu o pescoço dela. - O sofá era muito pequeno, eu caí no chão.Natália não respondeu. O sofá era apropriado para ela dormir, mas pequeno demais para Douglas. Ela o mandou dormir lá ontem à noite porque estava irritada com a mentira dele. Com sua explicação durante a noite, ela já tinha esquecido a raiva. Ao ouvir ele dizer que tinha caído, ela se preocupou com seu feriment
Assim que Dona Rose levou o café da manhã para cima, Douglas desceu, parecendo que a pequena lesão em sua perna não o incomodava. Ele caminhava sem mancar, apenas um pouco mais lento que o habitual, exalando uma sensação de preguiça casual. Se sentou à mesa de jantar, bebendo água e disse:- Você volta para o Jardim Gardênia mais tarde?- Tenho que fazer hora extra.Havia um evento gratuito de apreciação no museu municipal na segunda-feira, e ela estava entre os avaliadores convidados, ajudando colecionadores a identificar a autenticidade dos artefatos e como os preservar melhor.Teriam uma reunião à tarde e um jantar juntos à noite.O semblante de Douglas escureceu imediatamente.- Hoje é fim de semana.- Por isso é chamado de hora extra.Ele ficou em silêncio por um momento.- Então, vamos jantar juntos à noite?- Não posso, tenho um jantar com todos, são meus superiores na indústria. Seria desrespeitoso não ir. Mesmo com toda a minha experiência em restauração, ainda devo respeitar
Dalia não conseguiu evitar e revirou os olhos novamente.- O que eu ganho fazendo isso? Mesmo que eu quisesse armar uma cilada, seria para Natália. Ivone, somos todos adultos, não somos mais crianças do ensino fundamental ou médio. Será que bater em alguém até me sentir melhor é o suficiente?Ela ficou furiosa ao lembrar disso, uma oportunidade tão boa desperdiçada por essa idiota. Por que não provocar primeiro, fazendo com que a outra parte mordesse a isca, para então fingir estar irritada e atacar?Mas essa idiota, temendo que outros soubessem de suas intenções, começou puxando o cabelo da vítima e depois de arrancar o cabelo, fugiu...Um de seus homens estava lá, gravou um vídeo e enviou para ela, quase a fez ter um ataque cardíaco de tanta raiva.Naquela época, ela estava na Cidade A e para conseguir as amostras de DNA de Natália, precisava de ajuda. Ela já havia mencionado isso antes, então um estranho não serviria, pois levantaria suspeitas. Ela pensou em duas pessoas, Raquel e I
Embora Douglas não trabalhasse na esfera governamental, o mundo dos negócios e o campo político estavam sempre intimamente ligados. Ele, sendo um dos que estavam no topo da pirâmide, possuia uma vasta rede de contatos na Cidade K. Havia sempre o risco de alguém o reconhecar e, consequentemente, se recordar das impetuosas publicações de Natália no Twitter. Se alguém, influenciado pelo álcool, perguntasse sobre isso em voz alta, a reputação dela no setor estaria comprometida.Natália pegou seu celular e enviou uma mensagem para ele: “Estacione o carro um pouco mais longe.”Douglas demorou a responder e não havia mais fumaça saindo pela janela do carro.Ainda preocupada, Natália aproveitou que ninguém estava prestando atenção nela e saiu sorrateiramente.Assim que ela deixou o restaurante, Douglas a viu pelo retrovisor. Sua mão estava sobre o botão de controle dos vidros. Ele estava prestes a o abaixar quando a mulher se aproximou correndo. No momento em que seu rosto estava prestes a ser
O ambiente silenciou brevemente, e todos os olhares se voltaram para Natália, que estava com a cabeça baixa, concentrada em sua refeição. Alguns ainda observavam Douglas, mas, ao ver que ele também estava olhando para Natália, seguiram seu olhar.- Estou acabada, minha identidade será revelada.Sob o olhar curioso de todos, Natália, constrangida, disse:- Desculpem pelo incômodo.Douglas baixou os olhos e esboçou um leve sorriso nos lábios, um brilho sutil passando por seus olhos. Agora, aqueles que temiam seu comportamento embriagado hesitavam ainda mais em a oferecer bebida. No entanto, Natália já havia bebido bastante antes e, com o passar do tempo, a embriaguez se intensificava. Apoiando o queixo na mão, com olhar distante, bochechas coradas e lábios avermelhados, Natália, que já era extremamente bela, se tornava ainda mais deslumbrante em seu estado semiconsciente.Percebendo os olhares que ocasionalmente se voltavam para ela, Douglas escureceu o olhar, grato por ter vindo. Caso
Douglas estava deitado sobre ela, a beijou suavemente os lábios, e seguiu pelo seu rosto, beijando sua mandíbula, pescoço e parando para morder levemente a clavícula...Natália não conseguiu conter um gemido. Seus braços envolviam seu pescoço, se entrelaçando firmemente, os dedos entrelaçados e as juntas brancas de tanto apertar, até os dedos dos pés se contraíram.Ela inconscientemente inclinou a cabeça para trás, esticando seu pescoço pálido, formando uma linha elegante. Com esse movimento, a pequena distância entre eles desapareceu, se colando um ao outro, quase se entregando aos lábios de Douglas.Douglas se virou e deitou ao lado dela, um braço envolvendo sua cintura e, com o outro, segurou seu ombro, usando apenas a força dos braços para levantar Natália e a sentar em seu abdômen.Ela tinha uma cintura fina, quase coberta por suas mãos.Natália mal conseguiu se sentar ereta por dois segundos antes de cair exausta sobre ele, seu rosto deitado em seu peito, escutando as batidas ace
Douglas não sabia quem tinha entrado, mas como os seguranças não impediram e a pessoa conseguiu abrir a fechadura biométrica do prédio, só podia ser seus pais, Lourenço ou Isaac. No entanto, ele não queria que ninguém visse a cena em que se encontrava.Olhou para Natália, sua roupa estava um pouco desarrumada, mas ainda vestida. Em comparação, ele estava mais desmazelado, com as roupas parcialmente retiradas e algemado à cama.Enquanto tentava se libertar das algemas, Douglas se concentrava nos sons do lado de fora. O carpete abafava os passos, os tornando quase inaudíveis, e o celular continuava tocando. Depois de um tempo, ele percebeu que tinha sido enganado por Thiago. As algemas, que antes pareciam fáceis de quebrar, agora resistiam a todos os seus esforços.Eram algemas muito resistentes.- Thiago, você realmente é louco...Ele começou a amaldiçoar Thiago, mas foi interrompido pela voz de Lourenço vindo do corredor, e ao mesmo tempo o toque do celular parou.- Por que seu celular