Depois que Natália foi arrastada por Douglas, Isaac e Thiago também os seguiram. Lourenço se levantou, sendo irmão de Isaac, ele não podia impedir Isaac, mas poderia tentar impedir Thiago. Então, ele deu um passo à frente, ficando exatamente na frente de Thiago, com um sorriso cortês no rosto.- Sr. Thiago, podemos conversar um pouco?Thiago apertou os olhos, inclinou a cabeça casualmente e sorriu:- Claro, sobre o que vamos conversar? Sobre a Isabel?Lourenço o observou, com uma atitude agora visivelmente mais fria.- Como você a chama?- Irmã, ué. A família Dias e a família Valente sempre foram próximas, visitamo-nos frequentemente. Quando ela foi levada de volta à família Dias, fui eu quem a ajudou a se familiarizar com a Cidade K.Lourenço não sabia disso. A família Freitas e a família Dias eram próximas, mas ele não conhecia bem a família Valente. Além disso, como Thiago passou seus anos de universidade na academia militar, raramente voltava para casa, então os mais velhos talvez
O mirante era bastante rudimentar, na verdade, não passava de um espaço pavimentado com cimento. Eles chegaram cedo, mas o local já estava ocupado por pessoas que vieram observar o Fenômeno do eclipse lunar total, todas equipadas, com seus aparatos espalhados pelo chão.Em contraste, Douglas e Natália, que não trouxeram nenhum equipamento, pareciam desrespeitar esse raro espetáculo astronômico.Depois de uma hora escalando a montanha, Natália já havia perdido sua empolgação inicial. Cansada e ignorando Douglas, ela encontrou um lugar relativamente limpo para sentar e descansar.Mas até mesmo o lugar "limpo" não estava assim tão limpo após tanto tempo desocupado. Com a temperatura baixa, sentar no chão frio poderia facilmente deixá-la doente. Douglas então tirou seu casaco e ofereceu a Natália.- Coloque meu casaco no chão e sente-se nele, está muito frio na montanha.Natália, que havia chegado suada do esforço da subida, com seu próprio casaco ainda pendurado no braço, obviamente recus
A trilha, já estreita, agora se tornou ainda mais lotada. Natália, guiada por Douglas, dependia da luz da lanterna da pessoa à frente para correr morro abaixo. Eles não podiam usar a iluminação de seus celulares, exceto em uma emergência, pois se ficassem sem bateria, não teriam como pedir ajuda em caso de um acidente. Pensando assim, e sabendo que outros também compartilhavam dessa ideia, todos economizavam a bateria do celular, que já estava baixa após uma tarde inteira naquela situação.De repente, Natália sentiu um forte empurrão no ombro direito. Alguém atrás dela, desesperado para avançar, bateu nela acidentalmente. A trilha montanhosa era irregular, e ela já caminhava com cuidado. Com o empurrão, Natália rolou para dentro do bosque ao lado da trilha. Felizmente, Douglas a segurava firmemente e, instintivamente, apertou sua mão no momento em que ela caiu.Embora Natália não tenha despencado montanha abaixo, ela torceu o tornozelo e a dor era insuportável a cada movimento. Com ess
Natália permaneceu em silêncio, e Douglas pensou que ela estava zangada com suas palavras. Após alguns segundos de pausa, ele continuou:- Então, não pense que pode se livrar de mim.Depois de esperar muito tempo sem ouvir a voz de Natália, ele franziu a testa com preocupação e encontrou um lugar seguro para parar.- Táli, Natália, Natália...Ele havia chamado Natália várias vezes, mas ela não respondia.Douglas estava visivelmente nervoso. Agachou-se e a colocou no chão. Douglas era normalmente muito elegante, até as dobras de suas roupas eram perfeitamente alinhadas, mas agora, ele se sentou diretamente no caminho lamacento da montanha, abraçando Natália.O rosto pálido e azulado de Natália estava congelado, seus cabelos desordenados grudados em seu rosto, com os olhos firmemente fechados. Ela não estava chateada com Douglas, mas sim desmaiada de frio.Douglas deu-lhe uns tapinhas no rosto, suas mãos já estavam frias, e o rosto dela estava ainda mais gelado.- Táli, acorde, Lourenço
Natália sentiu o feixe de luz, mas já não tinha mais força para olhar. Douglas, mesmo nesse momento, mantinha um olhar penetrante. Ele apertou os olhos, observando a pessoa que subia pelo caminho da montanha.Não era Lourenço.O estranho estava totalmente equipado para a escalada, agindo sozinho. Vestia uma capa de chuva profissional, altamente eficaz, e calçava botas de chuva pretas, pisando firmemente no caminho escorregadio da montanha, caminhando com estabilidade.- Natália...Ao ver Natália, apertada nos braços de Douglas, em um estado de semi-inconsciência, o estranho apressou o passo até chegar perto deles.Era a voz de Thiago.Douglas, que estava tenso o tempo todo, finalmente relaxou um pouco e perguntou:- Por que você veio sozinho?Thiago, inclinando-se para verificar o estado de Natália, respondeu com um sorriso irônico:- Vim verificar se você ainda está vivo. Se não estiver, eu mesmo te mato, te jogando montanha abaixo.Douglas ficou sem palavras.Thiago prendeu a lantern
Lourenço não esperava que, ao tentar ajudar, seria questionado.- Esse é o celular que uso para trabalho. Eu dirijo uma empresa de produção audiovisual. Qual o problema de ter algumas fotos de atrizes fazendo teste no meu celular?Neste momento, ele só queria jogar o celular na cara de Douglas. Ele nunca deveria ter se oferecido tão entusiasticamente para apresentar uma namorada a Douglas.Quando Douglas chegou ao hospital, já era bem tarde da noite, e a enfermeira lhe deu o número do quarto de Natália.- Senhor, o horário de visitas já acabou. Se quiser visitar a paciente, por favor, volte amanhã de manhã. Não queremos incomodar os outros pacientes do quarto.Enquanto falava, Douglas viu Thiago saindo do quarto, segurando uma garrafa térmica. Seu rosto escureceu, e apontando para Thiago, disse:- E por que ele ainda está aqui?A enfermeira, intimidada pela aura dele, esticou o pescoço para olhar na direção apontada.- Ele é da família. Precisa ficar perto para cuidar da paciente. Ele
Douglas olhou com um olhar sombrio.- Retire suas mãos.Thiago tirou as mãos da testa de Natália e, mostrando-as a Douglas, perguntou:- Está falando disso?Ele ergueu as sobrancelhas para Douglas e, desafiadoramente, colocou a mão de volta na testa de Natália, aproveitando para bagunçar o cabelo dela. Natália, surpresa com a infantilidade de um homem na casa dos vinte, não teve tempo de reagir antes de ter seu cabelo desarrumado.Thiago disse:- Sabe o que se espera de um ex-marido? Que ele seja como se estivesse morto. No entanto, você continua incomodando ela.Douglas estava prestes a sair da cama quando a enfermeira entrou com uma bandeja, entregando-lhe um termômetro.- Hora de medir a temperatura.Ela se virou para Isaac, ainda sentado na cadeira, e disse gentilmente:- Desculpe, senhor, mas já está tarde. Nossas regras hospitalares não permitem que familiares de pacientes fiquem no quarto após as onze.Isaac se levantou.A enfermeira pensou que ele fosse embora, mas ele arrastou
Douglas virou-se para olhar Natália, mas viu que ela rolou os olhos e se virou de costas para ele, deitando-se.Bianca já estava sentada na cadeira, pronta para chorar quando ele começasse a perguntar sobre o propósito de sua visita, mas percebeu que o olhar do homem nem sequer passou por ela. Ele não notou o cansaço escondido sob a maquiagem pesada, e provavelmente nem sabia se ela estava vestida ou não.- Douglas... - ela elevou a voz, incapaz de se conter.Se fosse antes, ela teria ido embora imediatamente, esperando que esse homem viesse consolá-la.Mas ela pensou muito sobre o passado recentemente. Douglas só se dispunha a confortá-la na presença de Natália, e isso nem poderia ser chamado de consolo, era apenas uma resposta. E o que ela pedia podia ser alcançado com algum dinheiro.O único arrependimento dela agora era ter ido para o exterior para forçar Douglas a se casar com ela e testar se ele tinha algum sentimento por ela.Lembrando-se do propósito de sua visita hoje, Bianca