Vitória estava sentada no sofá, sentindo um amargor no fundo do coração. Na verdade, a Sra. Solange sempre foi muito boa para ela. Além de sua tia, apenas a avó a tratava com tanto carinho e ela era muito grata por isso.O médico da família estava cuidando de sua ferida, e então disse: - Nos próximos dias, evite contato com água e deixe a ferida cicatrizar lentamente.- Vitória, você pode contar para a avó como se machucou? - Perguntou a Sra. Solange.Vitória olhou para Viviane, que desviou o olhar com um traço de culpa em seus olhos.Daise interveio rapidamente: - O que você quer dizer, Vitória? Foi claramente um acidente. Você está tentando incriminar alguém? A Srta. Viviane estava tentando ajudar e também se machucou.A Sra. Solange gritou: - Se cale! Quem te deu permissão para falar?Daise imediatamente fechou a boca, embora parecesse insatisfeita. Sua sogra nunca gostou dela, sempre preferindo Vitória, a mulher de origem humilde.Vitória finalmente respondeu, calmamente: -
Viviane e Sarah estavam desgrenhadas, com os cabelos e roupas em desalinho, exibindo ainda marcas de pancadas de espátula pelo corpo. Viviane exclamou: - Dona Daise vai fazer justiça por mim.- Mas estamos na Mansão dos Lopes, onde quem faz justiça é Dona Solange. Você acha que ela vai acreditar em vocês ou em mim? Aviso a vocês, não me provoquem, senão da próxima vez não será tão fácil.Sarah engoliu em seco, com um olhar de desespero. As palavras de Vitória eram verdadeiras. A avó certamente acreditaria naquela maldita Vitória!Depois de falar isso friamente, Vitória deixou a cozinha sem olhar para trás.Viviane e Sarah, em um estado lastimável, se sentaram no chão, incapazes de expressar sua angústia. Viviane disse, furiosa: - Eu não vou deixar isso assim, você vai ver!No canto, Dario presenciava tudo e arqueou as sobrancelhas, observando a direção pela qual Vitória saíra. Quem diria que essa mulher, mesmo ferida, poderia enfrentar duas e ainda sair vitoriosa?O assistente co
Dario interrompeu sua mãe: - Primeiro vamos comer.Sra. Solange olhou sorrindo para Vitória: - Preparei a sopa que você mais gosta, Dario. Sirva uma tigela para sua esposa.Vitória estava um pouco nervosa e quis pegar a colher, mas o homem ao seu lado foi mais rápido e serviu sua tigela com mãos longas e bonitas.Ela olhou para a sopa de cor creme diante de si, subitamente sem apetite.Daise resmungou: - Ora, a sopa que meu filho serviu para você não é boa o suficiente?Sra. Solange olhou para ela com preocupação: - Vitória, você não gosta?- Não, vovó, eu gosto muito.Vitória pegou a tigela, ainda sentindo um olhar inescapável ao seu lado, cheirou a sopa de peixe e franziu o cenho inconscientemente.Apesar disso, ela tomou uma colherada, mas não conseguiu engolir a segunda.Alguns segundos depois, Vitória colocou a tigela no chão e sentiu uma leve ânsia de vômito.Estranho, ela sempre gostou dessa sopa de peixe, por que hoje não a agrada?Sra. Solange, surpresa, disse:- Vitória,
- Sr. Dario, eu realmente disse antes que gostava de você, mas nunca afirmei que gostaria para sempre.- Vitória!O homem segurou firmemente o queixo dela, olhando profundamente em seus olhos e baixando a cabeça, quando de repente percebeu que não conseguia mais entender aquela mulher. Antes, ela sempre o seguia, cuidando de suas necessidades diárias, como se, não importasse o que ele pensasse, ela pudesse perceber imediatamente e reagir. Seu olhar era fácil de compreender, carregado de um tipo de admiração esperançosa. Mas, de repente, esse tipo de olhar desapareceu. Dario se sentiu extremamente incomodado por dentro, incapaz de suportar a ideia de ela olhar para outros homens daquela maneira, especialmente com vontade de encontrar e espancar aquele homem do hotel! Vitória não recuou e os dois ficaram tão próximos que seus narizes quase se tocaram. A respiração deles se misturou, tornando a atmosfera um tanto estranha. - O que vocês dois estão fazendo aqui? Dario, Vitória está
- Vitória, o que significa esse silêncio? Fale alguma coisa.Vitória lançou um olhar constrangido para Dario e falou baixinho: - O que posso dizer? Melhor você perguntar ao seu filho.Ela sentiu em uma situação difícil.Como ela poderia estar grávida se ele nunca havia tocado nela?Dario tossiu discretamente e disse: - Mãe, por que está perguntando isso? Tomamos precauções, é normal que ela não esteja grávida. Ainda não planejo ter filhos.Ao ouvir a última frase de Dario, Vitória baixou os olhos para a própria barriga, percebendo a necessidade de proteger essa criança.A Sra. Solange parecia ansiosa: - Você já tem trinta anos, como pode não querer filhos? Tenho medo de não viver para ver o nascimento do seu filho.- Vovó, desde que a senhora concorde em fazer a cirurgia, com certeza viverá para ver esse dia. - Disse ele.- Não tente me enganar. Se quiser que eu faça a cirurgia, tudo bem. Mas só se Vitória estiver grávida, caso contrário, esqueça.Após dizer isso, a Sra. Solange se
Vitória nunca foi tratada assim antes, se sentiu envergonhada e irritada.Carregada para o quarto principal, foi jogada na cama sem delicadeza. Olhando para cima, mordeu o lábio e falou: - Dario, seu idiota! O que pensa que está fazendo?O homem, com as mãos apoiadas sobre ela, olhava para baixo imponentemente: - O que você acha? Te deixando você experimentar novamente. Não é comum?Os olhos de Vitória cintilaram: - Eu recuso.- Agora recusa, mas quando falou há pouco, parecia bem feliz!Dario lançou a gravata de lado e puxou a camisa para fora da calça social, com um olhar sombrio e pesado: - Diga, que tipo de jogo quer jogar?Vitória se sentiu ofendida.Dario, o que ele pensava que estava fazendo?Ela respondeu calmamente: - Por que está irritado?- Eu não estou irritado!- Olha só, você está irritado. Não consegue levar uma brincadeira!Ele apertou o queixo dela: - Vitória, percebi que você de repente se tornou outra pessoa. Antes fingia ser gentil e virtuosa, deve ter sido d
Se essa notícia se espalhasse, ela provavelmente seria morta, não seria?Dario franzia os lábios finos:- Não pense demais. O que fiz há pouco foi apenas uma encenação para a minha avó, não tenho nenhum interesse em você.Vitória se levantou:- Então, posso ir embora agora?- Espere. Se minha avó souber que você saiu sozinha no meio da noite, como vou explicar?Vitória se lembrou das mãos frias da avó e hesitou por um momento:- Quando será agendada a cirurgia da vovó?- Você não ouviu? Ela se recusa a fazer a cirurgia.Dario franzia a testa:- Antes de minha avó concordar com a cirurgia, não conte a ela sobre nosso acordo de divórcio.- Certo.Vitória concordou sem hesitar:- Eu também vou convencer a vovó a aceitar a cirurgia.Dario pareceu um pouco mais satisfeito:- Vá dormir.Vitória pegou seu celular e mandou uma mensagem para a tia:“Tia, não voltarei para casa esta noite, por favor, explique para meu irmão.”Ela havia prometido voltar, mas agora realmente não podia ir.O estado
Dario percebeu que ela havia comido quatro pães, dois pedaços de presunto e ainda uma tigela de canja. “Essa mulher sempre come tanto assim?”Após o café da manhã, a Sra. Solange, de repente, tirou um convite: - Vitória, consegui para você uma vaga em um concurso.Vitória olhou o convite: “Concurso de Design da Nova Geração”. Ela ficou um pouco surpresa: - Vovó, quando você fez isso? - Há algum tempo, não me enviou alguns desenhos de decoração? Soube deste concurso e consegui uma vaga para você. Vitória, tente, eu acredito em você.Vitória observou o convite com um misto de emoção. Ela tinha planos de participar deste concurso antes, mas, após se casar com a família Lopes, dedicou todo o seu foco a Dario, negligenciando seus hobbies antigos. Sarah passou com arrogância: - Vitória, este não é um concurso qualquer. Com suas habilidades, é melhor não se envergonhar, para não manchar a reputação da família Lopes.A Sra. Solange interveio imediatamente: - Sarah, você que nem se for