Fernando:Eu estava feliz que a Carol havia conseguido recuperar seu ateliê, não aguentava mais ver ela estressada e triste. Ela sempre foi apaixonada por moda, então abrir seu proprio negócio havia sido a realização de seu sonho. Ter seu negócio tomado de forma tão covarde estava acabando com ela e hoje ela havia acordado feliz. Carol estava animada e eu levei o Pedro para a creche para que ela pudesse ir ver como estava as coisas esse tempo em que ela havia ficado afastada. No meio da manhã decido sair do escritório e levar um bolo com bastante chocolate que eu sabia que ela gostava, mas ao chegar lá, as funcionárias da Carol avisam que ela não apareceu hoje. Volto para o carro e quando vou discar o nome dela, o nome da Carmem aparece na tela e atendo.- Oi, Carmem. - Oi, Fernando. Desculpe por te ligar, estou atrapalhando você? Está no meio de uma reunião?- Fique tranquila. Está tudo bem?- Está. Na verdade não. - Ela diz e sua voz parece ser hesitante. - A minha filha esteve aqu
Minha vida parecia perfeita. Ainda não havia saído do apartamento do Fernando, e pretendia fazer isso, mas iria esperar mais um pouco, não queria magoa-lo, mas estavamos divorciados, não poderia estender essa situação por muito tempo. Conseguir recuperar o ateliê, foi sem sombra de dúvidas aquilo que mais desejei e no entanto, tentava entender por que me sentia tão insatisfeita quando tudo parecia estar perfeitamente em seu lugar. - Mamãe, tô com sodade da vovô Camem. - Pedro fala e estremeço. Minha mãe já havia tentado falar comigo, mas eu não me sentia pronta e ela decidiu respeitar minha decisão, mas o Pedro já estava perguntando por ela. Eu precisava passar por cima da minha dor, mas o luto pelo meu pai havia voltado com tudo essa semana. Era fim de tarde de uma sexta-feira e em breve o Fernando voltaria da empresa, eu havia buscado o Pedro na creche, feito o jantar e haviamos tomado banho. - Podemos ir amanhã na casa da vovô, o que acha, meu amor?- Sim, mamãe. Tô com muita s
- Entre, Carol. - Minha mãe fala quando chego a sua casa e o Pedro pula diretamente em seu colo, mas eu estava com medo de encontrar o homem que havia visto no início da semana aqui novamente. - Está sozinha? - Pergunto dando um passo hesitante. - Sim, filha. Você tem livre acesso a minha casa, não precisa ficar hesitante. - Ela diz e entro. - Vovô, eu tava com sodade. - Pedro diz deitando a cabeça no no ombro da minha mãe.- Eu também estava com muita saudade, meu amor. - Carol, vamos tomar um café. - Estou bem, mãe. Acabamos de comer. - Falo e nos sentamos em seu sofá. Minha mãe estava visivelmente nervosa e eu odiava que ela tivesse que passar por essa situação. Eu queria ser feliz e minha mãe também deveria.- Consegui recuperar o ateliê. Ainda tive que pagar todos os direitos trabalhistas a ela, e mais 50 mil reais. Ela pediu 700 mil. - Carol, que bom que esse pesadelo chegou ao fim. Um absurdo você ainda ter que pagar alguma coisa para aquela mulher, quando deveria ser o
- Está lindissima, meu amor. Esse vestido é novo? - Fernando fala me abraçando por trás e beijando meu pescoço. - Obrigada, sim, eu desenhei alguns vestidos no inicio da semana e decidi costurar um pra ver como ficaria, talvez eu coloque uma coleção nova no ateliê, ainda não sei. - Falo me virando e passando os braços ao redor de seu pescoço. Eu estava tentando decidir o que faria com minha vida, o que faria com o ateliê e como faria se eu decidisse que iria para Minas com o Fernando. Uma semana havia se passado desde o episódio em que estive na casa da minha mãe e hoje retornaria lá com o Fernando, já que ela havia buscado o Pedro cedo para ficar com ela e jantariamos todos juntos, hoje seria o dia em que eu conheceria o seu namorado. Eu estava apreensiva, mas tentava não demonstrar.- Eu apoio uma coleção nova, você é muito talentosa, Carol. - Ele fala e deposita um beijo suave em meus lábios.- Obrigada, Fernando. Talvez eu coloque os desenhos na produção. - Você deveria fazer i
- A amostra está aprovada. Pode colocar os desenhos na produção. - Falo quando uma funcionária vem me trazer uma amostra do vestido que havia desenhado. - Certo, Carol. Farei isso. - Ela diz e sai do escritório do ateliê. Eu estava me certificando de manter a minha relação com as pessoas que trabalhavam comigo estritamente profissional, depois do que havia acontecido após eu depositar muita confiança na Aline, eu estava evitando isso novamente.Meu celular toca em cima da mesa e o nome do Henrique brilha na tela. Eu ainda estava tentando processar o que havia acontecido ontem, mas estava confusa. Havia algo que não encaixava. Como minha mãe estava namorando o pai do meu ex namorado? - Você sabia. - Falo ao atender o telefone.- Carol, será que posso ver você? - Henrique pergunta. - Não temos o que conversar, Henrique. Para mim está tudo muito claro, você sabia que o seu e minha mãe estavam juntos. Você presenciou o quanto eu estava abalada e não teve a decência de me contar.- Eu
Eu estava inquieta e me sentia angustiada, mas tratei de vestir uma mascara e encenar perfeitamente que não estava sentindo nada, mas eu me sentia sufocada. Depois que o Fernando me chamou para morar com ele, pensei que finalmente estava em um lugar seguro em relação aos nossos sentimentos, que ficariamos juntos e seriamos felizes, mas não existe conto de fadas, essa é a vida real e ela nos testa diariamente. Assim que chegamos a creche do Pedro, desço do carro sem esperar pelo Fernando. A professora da creche me avista e sorri acenando que vai buscar o Pedro. - Carol... - Fernando toca meu ombro, quando para ao meu lado.- Não quero conversar, por favor, respeite isso. - Falo. Em poucos minutos, a professora trás o Pedro e ele se joga em meus braços, ele sempre vai para o colo do Fernando primeiro, mas hoje ele joga os bracinhos miudos em torno de mim e me abaixo para abraça-lo. Eu estava mesmo precisando do carinho do meu filho. - Mamãe, você é linda. - Ele diz me beijando e so
A semana havia passado muito rapidamente, apesar de eu ter desejado ter mais tempo do que eu de fato tinha, pois passei a semana inteira trabalhando e fazendo uma nova coleção para o ateliê, afinal, eu viajaria hoje para Nova Iorque com a Ana e estava deixando as coisas encaminhadas para os dias que ficaria fora. Também havia combinado com a minha mãe e ela ficaria com o Pedro nos dias em que eu estaria fora, já que o Fernando estava em Minas e ele ainda não havia falado quando estaria de volta a São Paulo. O voo de ida para Nova Iorque havia sido tranquilo, mas eu estava super cansada quando chegamos ao hotel em que ficariamos hospedadas. Ana mostra as reservas em dois quartos para a recepcionista e acho estranho, afinal era apenas nós duas, não havia necessidade de ficarmos em quartos separados. - Pensei que tinha reservado apenas um quarto. - Falo e a Ana sorri para mim, mas não compreendo. - Mas tudo bem, não tem problema. - Falo quando ela me entrega o cartão de acesso ao quar
Na manhã seguinte, acordo cedo, mas noto o Fernando já acordado com o notebook ligado em uma mesinha no canto do quarto. Po alguns instante, fico apenas observando enquanto ele parece concentrado na tela do computador, parece até mesmo preocupado. Eu sabia que ele e o Felipe haviam trabalhado avidamente na empresa durante toda a vida deles, sabia também que era o desejo dos dois cuidar dos negócios da fazenda e agora eles estavam fazendo isso, mas não anulava que ainda tinham o escritório em São Paulo que demandaria atenção. - Bom dia. - Falo chamando sua atenção. - Te acordei, meu amor? - Fernando pergunta se virando em minha direção. - Não acordou, mas estou sentindo sua falta aqui ao meu lado. - Falo e ele dá risada. Fernando desliga o computador e caminha em minha direção. Fernando sobe na cama e vem pra cima de mim segurando o peso de seu corpo. O cheiro de banho recém tomado e o cheiro do seu shampoo invade minhas narinas. - Poderia ter me esperado... para o banho, eu