Capítulo 27

MORGANA

Quando chegamos, apenas disse a Vicente que iria para a sala de piano. Eu precisava de algo para acalmar meus pensamentos conflituosos. Entrei e vi cenoura vindo atrás de mim, me sentei e ele se acomodou em cima do piano, me olhando como se esperasse eu tocar.

— Você gostou de mim? Eu também gostei de você, gatinho.

Acaricio um pouco seu pelo, antes de tocar as teclas. Não tinha nenhuma música em mente, então segui as notas que estavam abertas sobre o instrumento.Toquei conforme as notas e me senti melhor, o som era alegre e me trouxe uma sensação boa.

Passos firmes e pesados chamaram minha atenção, me virei e Vicente vinha caminhando com um semblante fechado. Ele tirou a pasta do compartimento com uma brutalidade que me assustou.

— Nunca mais toque essa música. Pode tocar o que você quiser, mais não tem permissão para mexer nessa pasta. Ouviu!?

Ele não gritou, mas sua voz foi tão dura que me deixou estática, sem reação. Meus olhos foram guiados para a pasta com a