Capítulo 16VICENTE Assim que chego na sala da minha casa. Paraliso. Ao ouvir o som vindo da sala de piano. Só pode ser ela que está tocando. Lembro de que anos atrás, daria qualquer coisa para ouvir-la tocar. Ouvir uma única nota tocada por ela. O som é perfeito e... angustiante? É uma música triste. Talvez reflita como ela se sente. Não me atrevo ir até lá, mas continuo parado onde estou, apenas ouvindo.— É ela. Eu a reconheci assim que a vi.A voz de Tina me tira do transe. E olho para o lado, percebendo sua presença somente agora. Franzo o cenho sem saber sobre o que ela fala.— Do que tá falando, Tina?Ela pigarreia e eu estreio meus olhos em sua direção. Meu semblante é sério, apesar de ter me emocionado com a fodida música que Morgana toca.MalditaMaldita Maldita Maldita seja por eu nunca ter conseguido esquecer -la. Maldita seja porque qualquer coisa relacionado a ela mexe tanto comigo.— Você guardou por muitos anos e recentemente até fez uma nova.A ficha cai sobre o
Capítulo 17MORGANA Não deveria ligar para o olhar indiferente de Vicente, mas confesso que me incomoda. Quando entro no quarto, finalmente resolvo olhar as notificações em meu celular. Não tinha nada de relevante, me sento na beirada da cama e suspiro olhando para o teto.Passo a mão na barriga involuntariamente, ouço o barulho da porta sendo lentamente aberta e percebo que não a tranquei, quando olho na direção vejo o gato laranja, vindo em minha direção. Nunca tive nada contra animal de estimação, até gosto, apesar de só ter tido um cachorro quando eu era criança. Mas depois de ser avisada que ele machuca, e lembrar dos arranhões profundos no braço de Tina me deu medo.— Por favor gatinho, vai para lá. Falo quase em um sussurro, mas ele continua se aproximando de mim lentamente, seu rabo balança e seu olhar é fofo, ele não parece querer atacar. Fico parada, não consigo me mexer.É quando seu rabo roça nas minhas pernas que o grito sai da minha garganta sem que eu consiga evit
Capítulo 18VICENTE Desço as escadas e volto para o meu escritório.Deveria ser proíbido amar e odiar a mesma pessoa.Amar? Minha própria mente parece me questionar sobre o assunto. Eu não amo a Morgana Eu não amo ela.Tento me convencer, mas eu nunca tive dúvidas, já tinha aceitado viver minha vida sendo assombrado por esse sentimento. Mas agora, com ela aqui perto de mim...A porta é aberta e minha irmã entra, comendo uma fruta. Seu olhar é animado, ela se senta no sofá e me encara.— Vou começar a trancar a porta. — falo.— Agora já entendi que o motivo de todo esse estresse é a presença da sua deusa. Eu sai de lá porque nitidamente estava sobrando.Desvio meu olhar para a tela do computador sem lhe dar atenção. Desde que voltei da casa do meu pai aguardo a resposta sobre o cancelamento do acordo de casamento. Meu pai prometeu ficar a frente para resolver e marcaremos uma reunião.— Quando comentou comigo que tinha ajudado Morgana quando esteve em Nova York, não acrescentou o de
Capítulo 19MORGANA — Eu nunca estive em guerra, na verdade você que parece me odiar, mas eu o entendo. Tudo o que importa agora é nosso bebê.Me levanto. Eu não posso me apaixonar por ele.Não Não Não Não quando eu sei que NÓS dois nunca vai existir. Não quando ele me tratou mal, mas pelo menos acabou de se desculpar. O que eu posso fazer se a presença dele faz eu me sentir como uma adolescente caidinha pelo garoto da escola? E ele nem tem noção disso.Eu não combino com sexo casual, sou emocionada e me apego rápido. Sempre lembro daquele dia e adoraria ter suas mãos novamente no meu corpo.Merda! Começo a ficar molhada só de imaginar, já são quase três meses sem nada, nem eu mesmo me toquei para aliviar o tanto que tenho ficado excitada. Sei que talvez seja os hormônios, mas não pensei que seria tanto a ponto de me deixar quase desesperada.Vicente se levanta também e entrega o meu celular. — Obrigado por isso.— Você é o pai, tem que ficar por dentro de tudo, fiz apenas o que
Capítulo 20VICENTE Sai cedo para a reunião com Amon, o mafioso mais poderoso do Egito e o pai da mulher que eu iria me casar. Meu pai o recebeu em sua casa. Então fui direto para lá, encontrando os dois na sala. Daqui a dois dias é sábado. SÁBADO o dia que seria o meu noivado.Imaginar que eu aceitei essa merda de acordo na tentativa de esquecer Morgana de vez. Quando eu a tive em meus braços, gemendo para mim, eu jurei que não iria vê lá mais, ou que aquele dia iria se repetir.Eu agi por impulso. Se eu soubesse da gravidez antes tudo seria diferente. Desde aquele dia em que tive Morgana eu ando fora de mim. Tomando decisões precipitadas e isso não pode acontecer. Eu sempre tive o controle.Cumprimento meu pai e o nosso convidado, me sento e ele me encara.— Tem interesse em apressar o casamento? É a única explicação que imaginei para marcar uma reunião antes do nosso combinado.Meu pai me olha de esguelha, eu me ajeito no sofá e pigarreou.— Na realidade, senhor Amon. Eu desejo f
Capítulo 21VICENTE Voltei para casa já era quase meia noite. Antes de entrar em casa, penso em várias desculpas esfarrapadas para bater na porta do quarto dela. Somente para vê-la e saber como está. Talvez a desculpa de ir pegar o cenoura, cole bem. Sei que meu gatinho dormiu lá na noite passada, pela manhã ele foi para meu quarto, como se tivesse apenas dando, oi.Cenoura não tem lugar certo para dormir, ele dorme onde quer e eu dou toda a liberdade a ele. Alguns dias dormia comigo, outros em algum lugar da casa. Agora parece ter encontrado um lugar preferido para dormir, ele gostou de Morgana e isso nunca tinha acontecido antes, com ninguém.Quando chego na sala, encontro minha irmã com papéis espalhados em sua volta, enquanto mexe no seu notebook.— Deveria estar dormindo. — falo atraindo sua atenção.— Estava assistindo um filme agora a pouco com Morgana, mas ela disse que iria dormir e eu vim verificar algumas coisas, não deveria chegar tão tarde. — Violet fala deixando o noteb
Capítulo 22VICENTE Caminhei com ela até meu quarto, nossas bocas não se desgrudaram. Assim que chegamos, a desci do meu colo e tranquei a porta.— Por que me trouxe para seu quarto?— Aqui tem isolamento de som, lembro de você ser bem barulhenta.Falo ficando próximo a ela, ela dá uma tapa em meu ombro como reclamação, logo depois suas duas mãos se espalma em meu peito.— Já que ofereceu seu corpo para eu usar, vamos logo com isso. Suas mãos deslizam pelo meu peitoral, deixando meu corpo inteiro tenso e arrepiado. Seguro seus pulsos a puxando para mim. Dou mordidas em seu pescoço, seus pelos se arrepiam, ela solta um gemido baixo e seu corpo amolece em meus braços. Pego-a no colo, e a coloco com cuidado na cama, quando ela abre um pouco as pernas tenho a visão diretamente da sua boceta brilhosa de tão excitada.— Está sem nada por baixo? Caralho! Não me preparou para isso.— Eu estava preparada para cuidar disso sozinha.Estou ciente de que grande parte das nossas provocações é por
Capítulo 23MORGANA Aguardo o que Vicente irá falar, ele me encara e seu dedo faz uma carícia em minha cintura, estou nua em seu colo, enquanto ele entrou de bermuda e tudo na banheira. Como se não tivesse intenção de tirar-lo, ou fazer algo além de ter me dado aquele orgasmo maravilhoso. Ok, estou me convencendo de que talvez ele tenha mãos e boca mágica, eu nunca tinha tido um orgasmo a ponto de esguichar daquele jeito.— Aquele dia foi diferente, Morgana, não queria que soubesse quem eu era e não tinha intenção de te ver de novo.Suas palavras foram sinceras, no entanto doeram. Droga! Por que eu estou tão carente a ponto de querer cobrar alguma coisa dele? Eu não poderia apenas aceitar usarmos nossos corpos apenas para o prazer? Não, eu não posso. Porque iriei me apegar, e se Vicente quer apenas sexo eu preciso saber. Pelo menos se eu insistir nisso, não vai ser porque ninguém me avisou. O baque vai ser menor quando eu aceitar que não somos um casal.— Tudo bem, eu posso esquecer