LyanaEngulo seco a sensação de repulsa ao encarar a mulher que acreditei estar morta durante os últimos dez anos. Nossa relação sempre foi ótima, agora sentada no sofá da sala com as mãos no colo enquanto observo Yurich conversando com Nureyev, meu estômago se retorce diante do enjôo.Não consigo encontrar nenhum motivo que justifique ela ter me abandonado."Filha.." Sua voz trêmula atrai minha atenção."Não sei se quero ser chamada assim por você, uma mãe que abandonou a filha."Seus olhos brilhando de lágrimas mal contidas até machucam o meu peito, porém a dor que sinto é tão grande, quase nao consigo respirar."Sei que tem motivos de sobra para ficar com raiva de mim, mas preciso que escute o meu lado."Cruzo os braços recostando o corpo contra o estofado, ergo o olhar percebendo que os homens não estão mais no corredor. A aflição toma conta do meu coração, preciso esfregar o peito para recuperar um pouco.As paredes em tons de marfim com janelas cobertas por cortinas douradas, a
Yurich Observo a maneira nervosa como ela retorce os dedos em cima das coxas, desviando os olhos da mãe a cada instante em busca de fugir da realidade na qual se encontra, por mais que deseje a amparar nos braços para lhe apoiar e dar um pouco de força, não posso deixar para outro momento os perigos nos quais estamos envolvidos agora. Passo a lingua nos lábios secos, sentindo cada batida do coração em um ritmo lento e compassado pronto para ir em busca da carnificina na qual gosto de viver. Nureyev finalmente larga a garrafa de bebida no aparador, exibindo os olhos escuros avermelhados, algo que lembra as bestas do inferno se soltando para buscar carne fresca, mesmo que a fome seja insaciável. Uma faceta dele que busquei amenizar ou apaziguar enquanto lidava com Lyana, algo do qual neguei a mim mesmo por todas essas semanas como se fosse a porra da eternidade ignorando a minha verdadeira essência "Quero a cabeça dele." Essas são as suas primeiras palavras em horas, perdido na fúri
Yurich O ombro ferido não incomoda tanto quanto a fúria queimando dentro das minhas veias, já sofri feridas muito piores para suportar estar no comando da máfia. Assumir a união das duas maiores organizações da Rússia é um legado que estaria marcado na minha história com ou sem Lyana. Em algum momento esmagaria Nabukov sob meus sapatos levando com ele todos os conselheiros. Na verdade, enquanto piso nas poças de água acumuladas pelos corredores sinto vontade de matar cada um dos velhos que mantive vivos apenas por comodidade, ao lidar com o casamento tão recente. Agora, tendo a certeza de que Lyana quer construir algo ao meu lado, nada mais justo do que fazê-la provar o gosto da guerra que se mantém dentro da máfia. Seguro firme a arma, conferindo os lados dos contêineres o som dos tiros ficando mais brandos com a distância.A caçada é sempre lenta, quanto mais paciência melhor se torna um caçador, por isso deixo que a raiva de Rafael
Lyana Apoio as mãos no batente da varanda, olhando para a escuridão ao redor da mansão em busca de acalmar os nervos que parecem prestes a explodir. Maria é alguém que não reconheço, a maior dor que sinto no momento é do desejo em ama-la sem ter nenhuma mágoa entre nós. O casal que idealizei como perfeito não existe, meus pais não passavam de um ensaio bonito para amenizar a culpadas suas mentiras. Não posso colocar o homem que conheci e me tratava como uma princesa no pedestal, pois ele era o vilão na vida da minha mãe e de um irmão que nem cheguei a conhecer por culpa da sua amargura. É como se tivesse sido criada para ser alguém que na realidade jamais existiria sem tantas mentiras, fui moldada para ser alguém que acredita num bom futuro, em dias melhores, na capacidade das pessoas serem pessoas dignas e veja só... a verdade é que meu pai era um mafioso do pior tipo possível, minha mãe uma adultera e o meu marido é o novo chefe da máfia. Viver na mentira é melhor do viver a ve
LyanaSinto os joelhos enfraquecerem junto com a ansiedade que invade meu estomago enquanto os malditos mamilos traidores ficam endurecidos marcando o tecido fino do vestido e atraindo o olhar desinibido e despudorado do Yurich.O sorriso convencido se estampa em seu rosto ignorando a linha e a agulha na minha mão, passa o braço intacto ao redor da minha cintura , solto a agulha para não rasgar ainda mais a carne machucada e deixo que sua barba acaricie o meu pescoço causando arrepios por toda a minha coluna. Maldito homem.Ele é como uma dose de cocaína para uma pessoa sobria que imagina ser capaz de se controlar e quando menos espera já está fazendo as piores escolhas possiveis em busca de sustentar o vicio. Ao sentir sua respiração forte contra a pele largo tudo que estava nas mãos sem dar importância para a consequência, usando a mão suja e enluvada para envolver sua nuca e o prender nesse ponto especifico, soltando um gemido ao apertar as coxas.Logo em seguida, Yurich morde com
Lyana"Sou só sua, Yurich, completamente sua e para sempre sua, destinada a ser sua."Os olhos dele brilham com a afirmação, aproveito o toque em seu rosto para puxar os fios na minha direção, nosso beijo é intenso, forte, cheio de promessas nas quais Yurich desperta o meu corpo com uma arremetida profunda.O calor intenso emanando do corpo dele consegue me dar ainda mais tesão, seus braços passam por baixo das coxas erguendo a minha bunda, numa posição tão depravada.Ao olhar para baixo ofego o gemido de prazer observando como entra dentro de mim em estocadas firmes, mesmo com o ferimento no ombro, Yurich faz questão de exibir a força.Em cada batida dos seus quadris contra os meus sinto que estou subindo mais alto, essa sensação de euforia fazendo as minhas pálpebras pesarem, quando torna o ritmo mais rápido da mesma maneira que é bruto, o som de tudo silencia.É uma queda perfeita, na qual tudo se desliga ao redor ficando somente a sensação que esmaga o meu peito, enquanto a boceta
Nureyev Romanov Fecho as correntes ao redor dos punhos do homem em um gancho fixado ao teto, acho tão banal e previsível esse método. Prefiro os prender a uma cruz de santo André, e cortar as bolas, acho que peguei essa mania depois de assistir aquela série de dragões. Escuto o som da porta de metal abrindo, mas ignoro sabendo que é Yurich, dou um murro em Rafael para o acordar fazendo com que cuspa um dente. Seu olhar atordoado vaga pelo local buscando se situar, até que os olhos verdes brilham com uma crueldade da qual já conheço muito bem. "Saudades minha fadinha"Viro o rosto surpreso encontrando Carla de braços cruzados na frente do corpo pequeno usando o meu terno por cima dos farrapos de tecido que não escondiam as marcas deixadas na pele marrom. A falta de vida e a falta de fúria em seu olhar deixando um vazio que pela primeira vez na vida, me causa repulsa. "Que merda faz aqui?" Questiono rude e com raiva.Principalmente de mim mesmo, por não a ter protegido direito, es
YurichDemoro alguns momentos para perceber a irritação no rosto dela, Lyana estava falando sobre algum paciente que atendeu hoje no hospital, mesmo querendo manter essa mulher dentro de casa, acabei cedendo as suas vontades. Já fazem duas semanas desde que dei um fim na vida do Rafael, reforcei a segurança no dentro e fora daquele lugar, enquanto os conselheiros se reorgnizam para uma nova reunião entre as duas máfias.Quero exibir minha princesa em um baile que afirme para todos a nossa união anunciando a gravidez do nosso herdeiro."Se não quer escutar é só falar, Yuri, imagino o quanto deve ser chato para você."Suspiro esticando tomando um gole de vinho sem saber realmente como entrar nessa conversa."Nada sobre você é chato princesa.""Aconteceu algo?"Os dedos finos envolvem a minha mão em cima da mesa, o sorriso pequeno no canto dos lábios bem desenhados é tão atraente quando a maneira cuidadosa na qual desce a outra mão para acariciar a barriga que cresceu um pouco nesses ult