Capítulo 6 – Melhor amigo do mundo
Ella Williams— Bom dia para o melhor amigo do mundo! — Exclamo abraçando-o por trás.E sim, ele estava na biblioteca, como sempre, com a cara enfiada em um livro de biologia, anatomia, ou alguma outra coisa que envolve corpos. Ed sonha em ser médico, então, todas as disciplinas eletivas dele são focadas em enriquecer o seu currículo para que ele consiga bolsa em alguma universidade.— Não seria o Chad? — Ele pergunta, fechando enfim o seu livro.— Qual é, Ed? Você realmente está zangado comigo? — Sento-me à sua frente na carteira da biblioteca.— Eu só vou falar uma coisa. — Pela primeira vez ele me encara. Profundamente, com seus olhos verdes intensos que hoje possuem um tom cinza, como se estivesse refletindo seu humor. — Não me inclua nas suas mentiras. — Olha, sobre ontem, eu fiz sem pensar, ok?— A minha Ella não mentiria para mim, nem para os pais. — Continua me encarando. Mas agora, seu rosto transparece para mim a decepção.— Eu não queria te decepcionar, Ed. Mas você precisa entender que eu estou passando por mudanças, ok? — Seguro a mão dele sobre a mesa e coloco um sorriso pequeno no meu rosto. — Isso não quer dizer que eu tenha mudado completamente, tão pouco que eu não sinta mais nada por você.— Tanto faz. — Dá de ombros e se levanta colocando a mochila sobre seus ombros largos e virando as costas para mim sem dizer mais nenhuma palavra, nem se despedir.Respiro fundo e expiro todo o ar dos meus pulmões em frustração. Edward costumava ser uma pessoa bem mais fácil de se lidar.— Sabe o que eu odeio? É você não se alegrar por mim! — Digo para Edward depois de correr até ficar ao seu lado novamente.Ele, inesperadamente, para de caminhar e me encara com um sorriso de lado. Mas não é um sorriso verdadeiro, ele não está achando graça de nada, está mais para um sorriso incrédulo, quase que ofensivo. Só há uma coisa que alivia a tensão que nasce na boca do meu estômago e me faz ficar enjoada, suas covinhas. As covinhas do meu melhor amigo são as coisas mais fofas do mundo. Se algum dia, Edward tiver filhos, suas crianças precisam herdar suas covinhas.— Por que eu vou me alegrar por você, Ella? O que você tem feito de bom além de se enganar e andar com pessoas que obviamente não estão com você pelo que você é.— E porque você acha que elas estão comigo?— Porque tem belas pernas! — Aponta para as minhas pernas. — Porque seus cabelos estão lisos, sua pele sem espinhas, você agora usa lentes e faz bem o estilo das meninas populares. — Ele declara com seu tom de voz um pouco mais alto atraindo a atenção das pessoas do corredor para nós.Eu só percebo isso quando escuto um assobio e algumas risadas.— Está vendo? — Meu melhor amigo pergunta antes de levar sua mão à nuca, envergonhado.— É assim que você me vê? — Pergunto com a minha voz embargada, mas lutando contra o choro para conseguir terminar a discussão.Pessoas à nossa volta prestam atenção à pequena discussão. Se pusessem, eu sei que formariam uma roda à nossa volta só para nos ver discutindo.— Não, Ella, e você sabe muito bem disso. — Ele diz um pouco mais calmo e com a voz baixa. — É assim que eles te veem. — Ele aponta para as pessoas ao nosso redor. — Mas você parece iludida demais para acreditar no que eu estou te falando.— Eles gostam de me ter por perto, pois eu sou uma pessoa legal, Edward. — O corrijo. — Você só não gosta de ver isso, pois isso significa que teremos menos tempo juntos, já que você não passa de um caipira antissocial.— Bom saber que pensa assim. — E, com a cabeça baixa, meu amigo se vai pelo corredor.Palmas são ouvidas. Eu sou aplaudida em meio a assobios, gritos de comemoração e olhares nada discretos. Minhas pernas descobertas me deixam um tanto envergonhadas depois de tal exposição. As pessoas comemoram por mim, pela resposta que eu dei ao meu melhor amigo, por eu ter, de certa forma, o derrotado. Mas porque eu não consigo me sentir bem por isso? Porque eu sinto que errei com ele?Não comemoro nada, muito menos continuo dando a eles a atenção desejada, já que algumas garotas me cercam risonhas e querendo conversar. Eu apenas viro as minhas costas e corro até o meu armário onde, já em lágrimas, abro o meu armário e, antes de procurar pelo que tanto desejo, enfio minha cabeça dentro dele e grito em raiva.— Gatinha, tudo bem? — Escuto a voz de Chad, é inevitável não revirar meus olhos. — Hey, Ella, o que houve? Porque está todo mundo falando de você e do Edward? — Ele me puxa pelos ombros e, quando suas mãos seguram o meu rosto, eu fecho os meus olhos e deixo as lágrimas caírem. É aí que eu sinto os dois polegares de Chad enxugarem minhas lágrimas. — Hey, calma... — Dito isso, ele me abraça forte.É com minha cabeça em seu peito que eu consigo voltar ao meu estado normal e me acalmar.— Obrigada. — Digo depois de alguns segundos abraçada a ele. Separo nosso abraço e o encaro. — Eu discuti com o Ed. Acho que falei coisas ruins para ele e ele disse coisas ruins para mim. — Forço um sorriso. Agora eu vim aqui procurar uma calça, pois estou me sentindo mal com essa saia já.— Ella, sério mesmo que uma mulher tão decidida como você vai tirar a saia só porque o amiguinho não gosta de te ver assim? — Pergunta em um tom cômico. — Por favor, Isabella, não seja manipulável a esse ponto! — Exclama me segurando pelos ombros e sorrindo.— Não é por ele, é por mim... Talvez ele tenha razão quando fala que eu estou mudando demais.— Eu não vejo problema algum em mudar para melhor. — Chad pisca para mim. — Mudar pode incomodar muita gente, gatinha, mas isso não torna você uma pessoa ruim.— Então porque eu me sinto tão mal agora? — Eu pergunto à Chad e somos interrompidos pelo sinal do colégio nos alertando que precisamos ir para nossas salas.— Eu vou ter que ir para o laboratório de química... — Ele faz uma careta que me faz rir. — Se cuida, tá? Podemos conversar mais no intervalo se você quiser...— Eu vou para casa mais cedo hoje. — Declaro. — Só tenho essas duas aulas e, depois disso, já estou liberada.— Sortuda. — Ele declara. — Então eu te vejo às duas na padaria do Davies?— Sim, Chad. — Sorrio. — Obrigada pelas palavras.— Eu não sou apenas um sorriso bonito, gatinha. — Seu polegar toca minha boca. — Ele pisca para mim e sorri sapeca.Um sorriso lindo, acompanhado de um olhar perfeito. Olhos verdes tão lindos, quanto seu lindo rosto perfeitamente esculturado.— Se fosse um pouco menos convencido e mulherengo, seria o cara perfeito. — Mexo com ele.— Me acha mulherengo?— Compartilho do mesmo pensamento que a escola inteira. — Rio.— Eu prometo, Ella, eu vou mudar sua mente.E o sinal toca mais uma vez fazendo com que ele corra para longe de mim. Ele me deixa rindo e, ao olhar novamente para minha calça dentro do armário, deixo-a de lado, fecho a porta do mesmo e sigo em paz pelo corredor para a minha aula de biologia.Minha amizade com Chad pode não agradar a Ed, mas não quer dizer que ele não me faça bem. Chad me faz bem. É claro, ele não é do jeito que meu melhor amigo julga como bom, mas isso não quer dizer que ele não seja bom. Pessoas são diferentes umas das outras, mesmo assim, não significa que elas sejam más. Chad, por exemplo, me fez bem de uma maneira que Ed não fez. Enquanto meu melhor amigo me expôs e, tecnicamente, me humilhou, Chad me acalentou com um bom abraço e poucas palavras.Não esqueça de me seguir, curtir e comentar!
Capítulo 7 – Ella merece alguém melhorEdward Davies— Ed? Edward? Filho, o que está acontecendo? — Minha mãe precisa gritar comigo para que eu acorde dos meus pensamentos enquanto bato a massa de pão com toda raiva que há em mim.Eu ouvi o plano de Chad e isso não sai da minha cabeça.— Desculpa, mãe. — Me limito a me desculpar, mas dona Claire não se contenta com isso.— Tem algo que queira compartilhar com sua mãe, menino Ed? — Ela me encara com seu sorriso meigo e, certa de que algo está acontecendo, senta-se em uma banqueta perto da mesa.— Ella e eu brigamos novamente. — Admito e decido deixar a massa de lado por um tempo, então eu a coloco em uma bacia e começo a limpar minhas mãos.— Por causa dos novos amigos? Aqueles que você tinha me falado? — Claire pergunta sorrindo. — Sabe que é inevitável ela fazer outros amigos, né? Filho, ela...— Eu sei, mãe! Mas eu estou certo quando digo que eles só querem se aproveitar dela. — Declaro lembrando-me de cada palavras que ouvi de Chad
Capítulo 8 – Uma perguntaElla Williams— Posso te fazer uma pergunta antes? — Ele pergunta me olhando nos olhos com um tom de voz diferente. Sua mão encontra com a minha em cima da mesa e isso faz com que eu desvie o meu olhar do dele para olhar nossas mãos unidas.Sua mão é macia, quente, firme. Não tem nenhum tremor em dúvida, ou medo. Assim, eu sinto que ele tem certeza do que está fazendo, do que quer.— O quê, Chad? — E eu preciso de muito esforço, não só para encarar seus orbes azuis, mas também para não deixar que minha voz vacile.Não agora. Ele não pode me achar uma fraca, estranha. Pior, não pode saber que realmente possui algum efeito sobre mim.— Você está sendo bem legal me ajudando com a porcaria da literatura do Sr. Rivera. — Seus lábios se movem lentamente, como se ele soubesse muito bem que possui incríveis lábios finos e rosados que me deixam perdida. Eu sinceramente não sei se olho para os seus olhos, ou se me permito acompanhar o abrir e fechar de sua boca perfeita
Capítulo 9 – A apostaDias depois...Edward Davies— Ed? — Mamãe b**e na porta do meu quarto e, poucos segundos depois, eu consigo ver o seu rosto atrás da porta. — O dia está bonito, não? Bonito demais para ficar com o rosto enfiado nos livros.— E o que a senhora sugere, Dona Claire?— Ir à casa de Ella, se desculpar e saírem para fazer qualquer coisa. Viu que abriu um novo parque lá no centro? Sei lá... Pensei que talvez vocês queiram levar a Daisy lá um pouquinho e curtirem também, sabe?— Não é mais fácil falar que quer me ver fora de casa? — Levanto-me da cadeira e cruzo meus braços encarando minha mãe.— Quase uma semana sem falar com ela, filho. — Minha mãe entra de vez no quarto e se coloca à minha frente com as mãos sobre os meus ombros. — Eu estou preocupada, pois eu sei que você está triste e sei também que o outro lá está investindo. Se você não garantir o seu lugar, ele vai conquistar.— Mãe, não é uma disputa.— Isso na sua cabecinha puritana. — Mamãe zomba de mim. — Fil
Capítulo 10 – A aposta (parte 2)Edward DaviesÉ algo mais forte que eu. Sei que não sou dono de Ella, que ela não é uma posse minha, mas é difícil demais sentir que minha melhor amiga está sendo conquistada por outro. Pior, que ele está a usando para conseguir o que quer.— Eu acho que não é bom para nós discutirmos sobre isso. — Ela diz, mas dessa vez, se coloca sentada.Perninhas de chinês e o olhar focado em mim. Um de seus ursos de pelúcia estão em seu colo e, em seu rosto, consigo visualizar uma ruga na testa causada pela tensão que recaiu sobre nós a partir do momento em que Ella citou seu ‘’amigo’’.— O quanto você confia em mim, Ella? — Eu só faço essa pergunta para ganhar tempo com Ella, enquanto uma briga acontece no meu interior.Eu conto a verdade sobre Chad, destruo toda a possibilidade de um romance entre eles, faço minha melhor amiga infeliz, garanto mais uma briga entre nós, ou eu devo fingir que eu nunca ouvi a conversa de Chad e seus amigos naquele vestiário imundo?
Capítulo 11 – Noite no parque Ella WilliamsIgnorando a pequena discordância que eu e Ed tivemos no início da tarde, foi ignorada pela vontade de finalmente ficarmos juntos como nos velhos tempos. E foi assim que passamos nossa tarde. Juntos, entre risadas, assistindo alguns episódios de friends e jogando videogame. Uma tarde normal. No início ele ficou um pouco estranho, acredito que por estar envergonhado de eu ter ignorado sua notícia, mas logo se soltou. Eu amo Edward e não pretendo deixá-lo por causa de Chad... Mas admito que fiquei bem reflexiva quando ele me perguntou se eu estava de fato apaixonada pelo meu novo amigo.O que o fez pensar isso? Será que está na cara demais? Será que mesmo sem falar comigo, Ed percebeu isso? Mas e se eu realmente estiver apaixonada pelo ruivo? O que será da minha amizade com Ed, visto que ele nem mesmo aceita bem a nossa amizade. Minha cabeça está repleta de pensamentos sobre Edward, Chad e possibilidades de um futuro muito incerto, onde eu c
Capítulo 12 – Noite no parqueElla WilliamsPor que minhas pernas estão trêmulas? Por que eu estou me sentindo tonta demais para achar palavras para respondê-lo?— Ella, eu só quero poder curtir uma noite com você, pode ser? Vamos nos divertir e, se você não quiser mais sair comigo no fim dessa noite, eu prometo que vou te deixar em paz. Mas pare de duvidar de si, por favor. — Desculpa. — Minha voz sai quase em um fio. Ela soa mais como um murmuro de tão baixa e envergonhada. — E para de pedir desculpas por tudo, Ella. — Ele se aproxima de mim e, em uma atitude surpreendente, beija minha testa. — Desculpa. — Peço novamente e recebo um pequeno empurrão em implicância.Chad é uma pessoa incrível, talvez muito mais incrível do que eu estou achando. Estou até me sentindo um pouco envergonhada por ter cogitado questionar seu caráter.A nossa noite segue perfeitamente divertida. Chad consegue ser mais paciente do que eu já tinha o considerado. Meu medo de altura, minha fobia de escuro,
A história de nós doisCapítulo 13 – Vida injusta Ella Williams‘’Eu não costumo mandar mensagens fofas, mas eu acordei agora com um sorriso bobo no rosto e o gosto do seu beijo ainda na minha boca.’’‘’Preciso dizer que toda vez que eu fecho os olhos, a cena de você me beijando se repete por incontáveis beijos.’’‘’O seu cheiro ainda está em mim, Ella...’’‘’O que você fez comigo, Isabella Williams? Eu acordei me sentindo outro Chad... você desperta o melhor em mim, Isabella.’’‘’O que eu preciso fazer para te ver hoje? Cinema às seis da noite? Fala pro seu pai que eu te deixo em casa antes das onze, mas eu preciso te ver.’’Há um sorriso no meu rosto. Um sorriso que está aqui desde ontem quando eu me despedi de Chad. Eu aposto que dormi com ele no meu rosto e acordei do mesmo jeito. Transbordando de uma alegria que nunca tive a oportunidade de sentir antes, andando em nuvens e com os pensamentos focados em uma única pessoa. Chad. Já não consigo mais pensar por quantas vezes eu já r
Capítulo 14 – Nós precisamos ajudar o Ed. Ella Williams— Bom dia, gente. — Falo para os meus pais sentando-me à mesa para tomar café da manhã com eles. Bom, hoje quero ir além disso, por isso não tenho pressa. Eu não consegui dormir a noite inteira pensando em uma maneira de ajudar Edward e sua família. Felizmente, eu consegui pensar em uma coisa, mas eu preciso dos meus pais para isso. — Bom dia, filha! Pulou da cama hoje? — Papai deixa seu jornal de lado e me cumprimenta com um sorriso no rosto que se desfaz logo quando vê meu semblante sério. — O que houve, Ella? — Mamãe deixa sua xícara de chá para perguntar antes mesmo que meu pai o faça.— Eu estou preocupada. — Admito. — Ed e a família estão passando por dificuldades. Ontem ele desabafou comigo e... A gente precisa fazer alguma coisa para ajudá-los. — Expresso rapidamente, como se eu estivesse dependendo disso para me sentir melhor. Porque eu tenho me sentido péssima. Desde ontem quando eu soube o que estava acontecendo c