Nada me faz aceitar a ideia de que se trata de boa gente quem aceita a compra desses bebês. São tão desprovidos de amor, como todos os outros.— Archie? Está aí? — Ethan chama minha atenção.— Foi mal cara, ainda fico fodido de raiva quando lembro de tudo o que já fizeram e queriam fazer com a Pandora.— Eu sei, mas agora, vão se resolver com a justiça. Por mim, estavam todos agora se resolvendo no inferno, mas você não autorizou a morte de nenhum deles. Invejo você por ter descarregado sua arma naquele infeliz que atirou na Pandora. Teria feito pior.Rio baixinho.— Nós não podemos fazer justiça com nossas próprias mãos, por mais que dê vontade.Ele resmunga algo ininteligível.— Se eles não ganhar uma perpétua, vamos tocar fogo no presídio. Deixá-los sair não é uma opção.— Deixe de ser piromaníaco cara. Ainda me admira que não tenha entrado no corpo de bombeiros.Gargalhando, diz que a mãe dele infartaria no momento que o visse vestido com o uniforme do circuito do fogo de Londres.
Acena com a cabeça e volta a atenção para o notebook, um apito avisa da chegada de um novo e-mail e observo Oliver lendo atentamente o que quer que tenha aberto em sua tela, como estou atento, vejo o momento que ele fica vermelho de ódio e começa a xingar, tão puto que dou um passo para trás com receio da sua raiva se direcionar para mim.— Mas que porra é essa? — Resmunga. — Só pode ser piada!Abro e fecho a boca sem saber o que dizer.— Porra, Archie vem aqui e lê essa merda, me diz que estou a muito tempo em frente ao computador e minha mente está me pregando peças.Me encaminho para trás da mesa e me inclino para ler a mensagem aberta na sua tela, conforme vou entendendo o que está escrito, meus olhos vão se arregalando e arfo de descrença. No e-mail diz:Caro Dr. Parker, Venho por meio deste solicitar seus serviços como advogado criminalista para defesa da minha filha Emilly Dalton Williams. Deve ser de conhecimento do Sr., que recentemente minha filha teve o desprazer de ser co
Sem respondê-lo, sigo para fora do quarto, já ciente de onde ela está. Pandora está no quarto que foi destinado a ela quando chegou na mansão assim que saiu do hospital, não sei por que foi para lá. Abro a porta devagar e vejo a deusa loira deitada na cama, toda esparramada e abraçada com os travesseiros — invejo-os nesse momento — e fico velando seu sono. É tão linda que chega a doer. Escuto quando Oliver se aproxima de mim, sussurrando pergunta.— Vamos levá-la para nosso quarto?— Melhor não, ela está cansada da viagem e de tudo o que aconteceu, se movê-la vai acabar acordando, vamos dormir aqui e amanhã a gente descobre por que ela escolheu esse quarto. A gente pode mudar o que for no outro cômodo até que esteja de seu agrado.— Com certeza, o quarto é todo dela. — Concorda.A gente se reveza para tomar uma ducha rápida e assim que estamos prontos, cada um se deita de um lado dela, fui premiado em me deitar de frente para ela e sutilmente, substituo o travesseiro, entrando em seu
Eu termino minha ducha, enrolo uma toalha na cintura e saio da área do box, Archie me olha ansiosamente, esperando que eu diga o que acho da sugestão que ele deu.— Concordo com tudo, amanhã vamos atrás de um anel para ela.— Não seria melhor alianças?— Vamos dar a ela um anel bonito, porque ela merece um e combiná-lo com as alianças iguais que iremos mandar confeccionar modelos únicos, para que possamos ter três iguais.— Genial.Acertamos mais alguns detalhes e sigo para meu quarto para me aprontar para o dia que vai ser tumultuado.***A Brenda me segue logo que entro no meu escritório, com o tablet na mão e uma expressão de pânico.— Sr., foi convocado uma reunião de emergência com as partes do processo de hoje, aparentemente, os envolvidos querem tentar um acordo antes de ir ao tribunal. Não desejam mais que o processo dependa do juiz.— Não tem como, não existe mais acordo. A indenização foi ofertada logo que abriram o processo depois do incidente. Nenhum juiz abre exceção no d
A mesma mãe que chorou na TV que queria justiça pela morte do filho, a mesma mãe que gritou para o mundo a sua dor, essa mãe desolada, agora me ameaça com uma arma, porque está mais interessada no dinheiro.Alguma coisa não encaixa.Lentamente, com o pé se movendo quase imperceptivelmente, pressiono o botão de emergência que tem presente perto de todas as mesas do tribunal, como nas paredes laterais e próximo das portas. Mapeio o lugar tentando compreender de onde virá o reforço e me preparo para distrai-la enquanto espero.— Senhora, seu filho foi brutalmente assassinado... como pode desistir da justiça dessa forma?— Não interessa, nada trará meu filho de volta...— Senhora...Ela me interrompe aos berros.—Eu preciso do dinheiro, está legal? Estou devendo até a alma para umas pessoas barra pesada, e prometeram me matar e a minha família se não pagarmos.— Mãe... — A mocinha que até então estava encolhida, se pronuncia. — Como... do que a senhora está falando? Devendo o que para que
De volta ao escritório, conto à Brenda do ocorrido e ela fica abismada com o desfecho da situação, assim como ela tinha dito mais cedo, realmente todo mundo tem um preço, ainda mais um alguém que está vendendo as coisas de casa para alimentar o vício. Essa mulher é doente e precisa urgente de um tratamento, embora, a reabilitação é somente para o caso de dependência química, a morte do filho foi puramente escolha dela, já que atirar sem saber onde seu próprio filho está exposto para pagar sua dívida, é unicamente sua opção. Tenho absoluta certeza de que se ela tivesse acertado o alvo que queria, iria chantagear o filho em troca do dinheiro que ele tinha disponível para quitar o débito dela. Isso não é uma mãe, é um encosto.***Depois de longas duas semanas de espera, hoje começa as audiências dos envolvidos com a quadrilha que traficava mulheres e vendia bebês no mercado negro. Admito que vou assistir a tudo atentamente para não perder nenhum detalhe das condenações que irão sair.Pa
Abafo o riso que quase escapa de mim e olho para Pandora, que observa tudo chocada.— Mais alguém gostaria de reclamar a forma de tratamento dada a réu desse caso? — O juiz encara a todos na sala fixamente e sem obter nenhuma resposta ao seu questionamento, dá início ao julgamento.Durante seu depoimento, Emilly alega que foi chantageada por Thomás Krueger, que nunca foi sua ambição se envolver com bandidos dessa espécie nem auxiliar na venda de bebês. Mas cometeu um erro com um ex-namorado e não queria que ninguém soubesse o que aconteceu, dessa forma, Thomas descobriu o ocorrido e utilizou dessa ferramenta um meio de usá-la como marionete. Todo o seu depoimento durou aproximadamente 40 minutos e o Juiz ouviu a tudo atentamente. No momento do questionamento dos advogados, ela começou a entrar em contradição. Em determinado momento, o advogado de acusação desviou o assunto principal e quando voltou, ela virou réu confessa do crime de sequestro de bebês no hospital público de Londres.
Essa mulher merece apodrecer na prisão, remoendo todas as decisões ruins que tomou na vida. O advogado a confrontou com a planilha que Charles tinha no computador, onde mantinha registrado todas as vendas, todos os óbitos de bebês e das mulheres também, quantas ainda estavam vivas, e nesse momento ela se mostrou totalmente indiferente as informações. Uma psicopata. Sem amor ao próximo.— Senhores, depois de todas as provas e todas as declarações que foram datas pela ré, a decisão do júri foi unânime com a minha, e aqui a declaro como culpada. Sua sentença Srta. Williams, vai ser passar o resto dos seus dias na terra em regime fechado penando sobre todas as decisões da sua vida. Uma perpétua é pouco para você! … Esse caso está errado! — Declara o juiz.Vejo o momento que Emilly é guiada pelos policiais e some de vista.A primeira justiça foi feita, agora vamos aguardar os próximos resultados.***Chegamos no restaurante perto da hora do jantar, Archie como previsto já estava nos aguard