Os patrões de Marília literalmente contavam as moedas no restaurante, nunca passaram por uma baixa financeira tão grande quanto agora e poderiam ter até que se desfazerem de funcionários, aumentando o trabalho dos poucos que restariam.– Se não tomarmos uma atitude teremos que fechar as portas. – Ele suspirou nervoso, não queria perder o único bem material que eles tinham.– Depois de tantos anos, não podemos permitir isso e muito menos agora com toda essa crise que o país enfrenta!– Então pense no que fazer para nos tirar dessa situação e depressa, somos velhos demais para tentar tudo de novo.MaríliaOs problemas no meu trabalho continuaram, às vezes penso se consigo continuar com isso por mais tempo. Mas me recordo de tudo o que Rafaela está fazendo por mim, penso também que Vinícius iria adorar saber que desisti do meu emprego e esse gostinho eu não darei a ele de jeito nenhum! Deus vai me ajudar a suportar tudo isso, quem sabe um dia eu possa conseguir algo melhor.Trabalho prat
Marília não tinha outra alternativa e decidiu perguntar a ele, mesmo sem querer olhar em seus olhos. Se recusar a isso daria a ele o gosto de saber que sua presença a estava afetando e muito.– E então senhor, o que vai pedir? – Ela esticou a mão entregando a ele o cardápio, Vinícius passou sua mão propositalmente na dela ao pegar a carta de preços.Ele olhou e em menos de um segundo decidiu.– Eu “ordeno” que me traga todos os pratos do cardápioMarília quase deixou cair o bloco de anotações dos pedidos e os homens que estavam com ele começaram a rir da situação. Alguns clientes que estavam próximos também sorriram e pensaram se tratar de uma brincadeira, só poderia ser isso!– O quê? São trinta e duas opções de pratos, ninguém consegue comer tudo isso. – Ela exclamou surpresa.– Sim, isso mesmo… quero todos! – Ele colocou o cardápio sobre a mesa tranquilamente e entrelaçou os dedos.Marília pegou o cardápio imediatamente.– Certo!Ela ficou incrédula, teria que caminhar muito de um
Dias seguinte...MaríliaAcordei bem cedo, Rafaela já estava preparando o café da manhã e eu poderia dizer para ela tudo o que havia acontecido na noite passada e que tanto me incomodou. Meus pés ainda doem muito, se eu pudesse me vingar dele de alguma forma eu juro que faria isso.– Ontem você chegou bem tarde, amiga, não me diga que o movimento do restaurante deu uma aumentada?Coitada dela, se pensa que tenho algum motivo para comemorar o aumento no movimento do restaurante.– Pior do que isso, Vinícius resolveu aparecer por lá ao lado dos seus cães de guarda de terno!– E como você reagiu? – Ela perguntou curiosa e, ao mesmo tempo, assustada.– Eu tive que manter a classe e atendê-los como qualquer cliente, os donos só querem saber do dinheiro e não importa quem sejam os clientes desde que paguem bem. Fizeram questão de que fosse eu a servir a mesa deles, Vinícius e eles pediram todos os pratos do cardápio.– Todos? – Ela perguntou surpresa.– Isso mesmo e meus pés ainda doem de
Marília ficou a noite toda acordada no quarto, queria ir para casa e estava disposta a cometer qualquer loucura para conseguir.– Ele se acha o dono do mundo, mas essa batalha eu não vou perder.AmanheceVinícius levantou-se bem cedo e foi para a empresa, seus subordinados comentavam sobre os últimos acontecimentos na vida do chefe e não falavam sobre outra coisa.– Ele levou a garota para a casa dele!– Sim, eu já soube, nossos inimigos pretendiam eliminar a princesa após saber que ela e o Hades tem um romance e por isso, ele a levou para protegê-la.Em casa...Marília ainda se negava a sair do quarto, queria se esconder de todos naquela casa em forma de revolta. Um das contratadas por Vinícius entrou no quarto segurando uma bandeja farta de café da manhã.– Com licença senhorita, vim trazer-lhe o seu café da manhã. – Antes que ela pudesse colocar a bandeja sobre o móvel, Marília respondeu.– Leve isso daqui, não vou comer nada enquanto não me deixarem sair!– Mas...– Essa é a minha
Vinícius não poderia permitir que ela o seguisse afrontando daquela forma, ainda mais depois de tudo o que fez para protegê-la e mesmo que a jovem não tivesse noção disso. As coisas já estavam tensas demais entre eles e nem mesmo como Yasmin tentava apaziguar as coisas forçando um relacionamento cordial, estava conseguindo mediar tantas intrigas e atritos diários entre eles.Marília tentava evitá-lo, mas nem sempre era possível fazer isso. Cada vez que se recusava a seguir uma de suas ordens, o desejo de ambos se convertia em revolta e ódio, não estavam sabendo lidar com aquela novidade dentro de seus corações e usavam o amor que sentiam para se ferirem em uma queda de braço onde ambos estavam perdendo.ViníciusNão posso dar a ela a falsa impressão de que pode ter domínio sobre esse nosso jogo tão quente, tenho que acabar com as tentativas inúteis dela e mostrar quem dá as cartas dessa partida Já me cansei de observar com ela tenta me manipular usando o jeito doce e a beleza… não pos
Os olhares Marília e Vinícius permaneciam presos um ao outro, seus corpos clamavam por uma aproximação mesmo que os dois se negassem a admitir.– Me aceite Marília, aceite ser minha namorada!MaríliaA pergunta dele me pegou tão de surpresa que fiquei sem ação, mas quase que involuntariamente eu neguei com a cabeça. Vinícius me olhou daquela forma assustadora e suspirou de puro ódio, depois de toda essa confusão ele me soltou e saiu feito uma fera pela sala. Eu sei que o que ele disse é apenas para me manipular e quem sabe me fazer desistir de ir embora da casa dele, acha que por ser assim tão sozinha, posso me apegar ao primeiro que prometer amor. Eu teria que ser uma completa doida para aceitar me relacionar seriamente com ele.– Eu não sou uma boba como você pensa que eu sou!Fiquei quietinha esperando as cenas dos próximos capítulos, um tempo depois, o motorista entrou na sala com as chaves do carro na mão.– Vou levar a senhorita para casa!Meu coração foi a mil por hora, saí com
Alguns dias depois...MaríliaA vida estava se reajustando pouco a pouco, no trabalho tudo ia razoavelmente bem apesar da rotina desgastante de sempre. Era uma terça-feira e eu estava forrando as mesas quando meu celular tocou, aproveitei que o gerente tinha ido fazer umas compras e atendi prontamente.– Eu falo com Marília Almeida?– Sim, senhor, sou eu mesma. Aconteceu alguma coisa?– Eu falo do hospital Dona Rosa, sua avó Regina está internada aqui e teve uma forte pneumonia, seguida de um derrame pleural.– Meu Deus, doutor e como ela está? – Perguntei com o coração acelerado, qualquer doença na idade dela é preocupante e uma pneumonia é muito grave.– Não muito bem moça, preciso que a senhorita venha para cá o mais rápido que puder.– Sim, eu irei!Desliguei a ligação e deixei meu crachá em cima da mesa, enquanto as outras funcionárias estranhavam a minha pressa.– Espere Marília, o chefe vai te matar se você sair assim no meio do expediente!Eu nem olhei para trás, minha avó é a
MaríliaAqui nesse hospital a vovó está recebendo o melhor tratamento que poderia ter, os médicos cuidam muito bem dela e felizmente está melhorando bastante mesmo gradualmente.– Como se sente hoje dona Regina? – O médico perguntou para ela, enquanto ouvia sua respiração com estetoscópio.– Muito melhor, já não tenho mais tanta dificuldade para respirar.– E graças a sua neta que não sai do seu lado, Marília em breve daremos alta para sua avó. – Ele disse olhando para mim e sorrindo.– Sim, senhor, eu agradeço por tudo! – Fiquei muito feliz em saber que em breve iremos embora, mas agora eu preciso cuidar dela e não posso levá-la para a casa de Rafaela.– O que foi filha? Você ficou muito pensativa de repente.Cheguei perto dela e segurei sua mão.– Apenas pensando em alugar uma casinha para que eu possa ficar mais perto da senhora e continuar com seus cuidados.– Eu não queria atrapalhar a sua vida menina. – Ela chorou e eu sequei sua lágrima.– A senhora é a minha única família e eu