Camilly Paiva Faz três dias que cheguei no Brasil, confesso que me deu vontade de voltar assim que coloquei meus pés no aeroporto de São Paulo. Entretanto, quando decidi que iria para o litoral da cidade fiquei na dúvida entre as cidades de Santos e Guarujá, são cidades lindas e banhadas pelo mar, algo que adoro. Amo a natureza e estar perto dela é tudo que preciso neste momento. — Filho, somos apenas nós dois, mas a mamãe vai ter que conversar com sua tia Sabrina, pois vou ter que deixar ela no comando das lojas da mamãe. — Falo com minha barriga a caminho do hotel aonde vou me hospedar até encontrar um lugar para alugar ou comprar. Chego no hotel, faço o check-in e subo para o apartamento. Optei por ficar em Santos, fico em um quarto em frente ao mar. Um verdadeiro luxo. Entretanto, minha mente continua na cena do aeroporto. O Lucas com aquela mulher.Pego meu telefone e ligo para Sabrina, que atende de imediato, mas com a voz meio ofegante. — Camilly, onde você está, estou fe
Matheus Mello Minha história tinha tudo para ter um final feliz. Mas como a vida gosta de nos pregar peças, na semana que resolvi pedir a Sheila em casamento, algo não saiu como o esperado e aos poucos minha voz foi sumindo.De início, imaginava ser nervosismo pelo momento, mas depois da minha mãe insistir que fosse ao médico acreditei que algo não estava bem e procurei meu amigo Marcus Sintra, mesmo sabendo que não se tratava da especialidade dele, mas ele me indicou para um especialista que na época se tratava de sua namorada hoje sua esposa. Faz quatro anos que luto contra um linfoma na região da garganta, cheguei a passar um ano sem falar e a Pamela falou que é muito arriscado fazer a cirurgia pelo tamanho que está as glândulas. Durante este tempo perdi muita coisa, entre elas minha noiva Sheila, ela falou que não iria se enterrar com um moribundo à beira da morte, pois ela precisava viver.Entrei em uma depressão profunda e me afastei de tudo: amigos, trabalho e até do tratame
Camilly Paiva O jantar ontem na casa dos Mello foi maravilhoso, a Sra. Norma, é uma pessoa leve apesar de ter enfrentado muitos desafios em sua vida e o Matheus, apesar de ter sido um pouco arredio no início ele se mostrou outra pessoa no decorrer do jantar, fiquei triste com sua condição, mas se conseguir ganhar sua confiança, tentarei convencê-lo de buscar um tratamento nos EUA.Cada dia que passa me aproximo mais do Matheus e da Sra. Norma, eles tem me ajudado bastante tanto na adaptação.O momento está tranquilo, vou ligar para Sabrina, pois a mesma já deixou diversas mensagens perguntando como estou e como anda a gestação, e ela fica sempre pegando no meu pé desde que lhe falei que o Matheus não era uma criança como eu imaginava.— Camilly, me fala que estava com o gostoso e você só não me ligou porque estava na casa dele curtindo até agora. Só isso para te perdoar por ter me deixado horas sem resposta. — dispara ela assim que atende.— Sabrina, dá para você respirar, por favor?
Lucas Andrade Cada dia que passa meu casamento com a Marcelle se aproxima, e fico cada dia mais apreensivo, não amo a Marcelle e ultimamente ela vem em uma insistência para dormir comigo que já não sei que desculpa encontrar para que continue fugindo dela.— Lucas, hoje comprei uma lingerie linda vou usar para você em nossa lua de mel. — fala ela entrando em meu apartamento. — Marcelle, que bom. — Falo nada entusiasmado. — Quer ver agora?— ela pergunta vindo para cima de mim.— Marcelle, vá para casa antes que as coisas se compliquem — Nada vai ficar complicado, nós somos noivos e se eu dormir aqui nada mais natural.Vou até a porta e abro de uma vez.— Marcelle, vai embora por favor, não quero cometer uma besteira.— Lucas, estamos noivos há três meses e você não me toca. É como se eu fosse invisível. Não me beija, é como se fossemos dois irmãos. — Marcelle, ainda penso muito na Marisa…— Não é apenas a Marisa, é ela não é? A Marisa já está morta, e nosso problema está bem vivo,
Camilly Paiva Volto para casa com minha mente a mil por hora, a proposta feita pelo Matheus, minha gestação entrando na fase final, o casamento do Lucas, estou longe das pessoas que amo, nem sei o que fazer mais estou em pleno e total desespero. Chego em casa, tomo um banho e decido ligar para a Sabrina, ela poderá me ajudar neste momento.— Que bom que ligou, Milly, o Lucas vai casar na próxima semana. Vou falar para ele que você está grávida e que seu filho precisa que o pai fique com vocês.— Não, Sá, ele já fez sua escolha, não irei ficar ao lado de uma pessoa que não sente nada por mim. Sá, o Matheus, propôs para que me casasse com ele, que ele assumiria o Benício como filho.— Que lindo Milly, e o que você falou?— Pedi para pensar, não quero usar o Matheus, sempre sonhei em me casar por amor, mas o amor não é para mim. Não deu certo com o Fred, e para o Lucas não passei de um passatempo.— Milly, tenta com o Matheus, quem sabe vocês deem certo. Amiga ele tem algum problema,
Matheus Mello Estava em reunião com o Lucas, estava tudo encaminhado bem até que em pouco tempo da reunião vejo minha mãe chegando às pressas.Peço licença ao Lucas, e sigo em direção onde ela está. — Mãe, o que aconteceu para a senhora está aqui como se estivesse indo apagar um incêndio.— Matheus, sua mulher acabou de ir para o hospital, seu filho vai nascer e ela te quer ao seu lado.Sem esperar nenhuma palavra mais, volta para mesa explico a situação ao Lucas.— Lucas, vou ter que dar a reunião por encerrada, minha mãe veio me avisar que minha mulher acabou de dar entrada no hospital. Meu filho vai nascer.— Vamos, você não está em condições de dirigir, levo você e sua mãe até o hospital e me coloco à disposição para ajudar com qualquer coisa.Aceito sua oferta, realmente não estou em condições de dirigir e minha mãe nem sei como ela conseguiu chegar ao restaurante de tão nervosa. Chegamos ao hospital nem espero o Lucas nem minha mãe indo para recepção procurando notícias da Ca
Lucas Andrade. Estou em reunião com o Matheus e somos interrompidos por uma senhora, ele se retira por um momento e logo depois volta anunciando que nossa reunião será adiada pois sua noiva está a caminho do hospital para dar a luz ao seu primeiro filho. Ao perceber seu estado, me ofereço para acompanhá-los, ele aceita de prontidão e logo estamos a caminho do hospital, a senhora que descobri ser sua mãe, estava muito nervosa, aparentemente a noiva do Matheus, estava sentindo muita dor. Não sei porque, mas algo dentro de mim diz para ficar com eles até ter certeza que tudo está bem. O Matheus entrou para ter notícias da sua mulher e eu fiquei no corredor do hospital e meu coração estava acelerado, por um momento me imaginei novamente no dia do acidente. A mãe do Matheus está sentada ao meu lado e num momento até para me esquecer daquele dia comecei a conversar com ela. — A senhora quer comer algo? Posso ir buscar na lanchonete. — Não meu filho, enquanto não tiver notícias da m
Camilly Paiva Dou entrada no hospital sentindo algumas dores, sou encaminhada para sala de parto e em pouco tempo o Matheus se aproxima segurando minha mão e se posicionando ao meu lado como um verdadeiro companheiro. Talvez se tivesse conhecido ele antes de tudo, pudesse ter me apaixonado, ter tido uma vida feliz, ele se emociona ao ver o Benício e sai enquanto terminam de me limparem para que possa ir para o quarto de recuperação. Ao chegar ao quarto de recuperação, envolvida pela emoção do nascimento de Benício e pelo apoio de Matheus, sinto uma mistura de exaustão e felicidade que preenche meu coração. Enquanto me acomodo na cama, ainda embalada pela emoção do momento, a porta se abre e uma presença nada familiar adentra o quarto, uma mulher loira se aproxima da minha cama com um olhar determinado, e com uma expressão de desafio estampada em seu rosto. Seus olhos encontram os meus, e posso sentir a tensão no ar enquanto ela se aproxima, pronta para confrontar a situação que