Lucas
Um dia se passou desde que voltamos da última missão e que nos encontramos na festa das colheitas, hoje eu me reuniria com o João para dar ajuda no campo a mando do pai e provavelmente ela estaria lá junto com a Mary. Saindo do meu alojamento encontrei o João com uma cara de sono e tédio, conhecendo bem ele, eu sabia que ele preferia estar treinando. Logo em seguida, depois de nos encontrarmos, fomos direto para o campo esperar as meninas que não estavam nada atrasadas.
— Quanta demora dessas meninas, achava que elas eram mais pontuais. — Falou enquanto batia o pé no chão.
João já estava perdendo a paciência e com razão parecia até que estavam se preparando para um casamento, se não fosse proibido seria capaz que estivessem mesmo.
— Fica tranquilo, elas logo vão aparecer. — falei tentando parecer calmo quando na realidade eu estava ansioso aguardando a chegada dela, não demorou muito para que elas chegassem, e quando elas chegaram e eu finalmente vi ela, meu coração disparou e senti como se tudo estivesse parado e o mundo girasse em torno dela, unicamente e exclusivamente para ela.
— Chegamos, espero que tenhamos chegado a tempo. — Mary falou na maior calma quando a mesma sabia que já estava mais que atrasada. Uma coisa que a Mary sabia perfeitamente era da nossa pontualidade, e que não toleramos atrasos.
Eu conheci a Mary a uns dois anos atrás, quando eu estava no campo de treinamento e percebi que a mesma seguia e observava o João em quase tudo o que ele fazia, desde então, viramos colegas.
— Não pague de inocente Mary, você sabe perfeitamente bem que vocês estão atrasadas. — João já estava impaciente e isso era óbvio, mas eu tinha certeza que no fundo ele sentia algo por ela, Mas tínhamos coisas para fazer fora da colheita, e ainda mais porque teríamos muito trabalho a ser feito no campo, pois iremos ensinar os mais novos desde o plantio até a colheita e isso não era algo que fazia em uma hora.
— Desculpa João e Lucas, mil perdão, a culpa foi toda minha o nosso atraso, paramos para ajudar uma anciã a carregar as frutas. — Annie, tão doce, falou com toda a sua doçura.
Não deixaria o João falar, já que achei a oportunidade perfeita de ter pelo menos uma conversa, mesmo que rápida com ela. — Não tem problema já que foi assim Annie — mas sem atraso da próxima vez, por favor.
— Obrigada por entender e pode deixar, não haverá mais atraso, e minhas sinceras desculpas.
— Pare de se culpar tanto Annie, nós entendemos. — João já estava impaciente pela demora. Agora vamos nos dividir e quando acabarmos iremos nos encontrar novamente aqui, eu vou com Mary e vocês dois vão juntos, tudo bem? - João falou
— Tudo bem — respondemos em coral. Se ele soubesse o quanto me deixou feliz falando que eu e ela ficaremos sozinhos mesmo que por poucos minutos..
— Então vamos começar pelo lado direito e vocês ficam com o esquerdo, o grupo de criança que estiver faltando fica um *guardião e uma *colheitadeira é só vocês ficarem. Nos encontraremos aqui no final da manhã. — João disse um pouco autoritário.
— Tudo bem João, estaremos aqui quando acabarmos com as crianças. — Disse Annie calma.
— Então, vamos lá? — perguntei chamando sua atenção e a mesma sorriu.
— Claro, contei as horas para isso.
Não poderei nutrir sentimentos por algo que era totalmente proibido, mas não custa nada sonhar e tudo é possível se tentar.
***
Assim que chegamos, já tinha três crianças que atendia pelo nome de Louise, Gui e Hannah que estavam sem guardião e colheitadeira, quando eu os cumprimentei.
— Bom dia crianças.
— Bom dia, irmão guardião. — Responderam em coral. E sempre os mais velhos ajudavam os mais novos a encontrar um lugar para se encaixar.
— Hoje eu e a irmã mais velha Annie iremos ensinar o básico de adubação de terra. Vocês sabem o que é adubação?
— Não, irmão guardião — responderam.
— A adubação é o ato de fertilizar a terra com matéria orgânica, como por exemplo, restos de alimentos.
A adubação também pode ocorrer a partir dos nutrientes de um corpo morto, ou seja, quando um animal ou ser humano morre e é enterrado, a terra absorve seus nutrientes à seu favor. Isso também é adubação. — Disse com maior naturalidade. Por exemplo cascas de verduras, cascas de ovos, folhas e gramas, são uma boa fonte de nutriente para adubação, mas lembrando que nem todo alimento é adubo.
Annie me repreendeu e não entendi o porquê, quando olhei para frente as crianças estavam com cara de nojo.
— Então quer dizer que um cachorrinho quando morre é nutriente para terra guardião? — perguntou Hannah
— De certa forma sim Hannah.
— Tadinho do pobre cachorrinho. — disse com um semblante tristonho.
— Você não tinha que dizer que os animais quando morriam viravam nutrientes luck, eles são só crianças, que não deveriam saber disso agora.
— Não foi minha intenção Annie, mas não podemos deixar passar nada. Não tinha percebido, mas ela me deu um apelido para se referir a mim, ela me chamou de luck, meu corpo entrou em combustão nunca imaginei ela me chamando assim.
— Lucas, você está bem? Parece febril. Mas você pode se curar, não é? Você é guardião e tem um dom de cura. — Ela estava preocupada, dava para perceber pela expressão que fazia enquanto tocava em meu rosto.
— Não se preocupe comigo Annie, eu estou bem. Agora vamos continuar com o nosso trabalho.
— Então crianças, hoje faremos adubo orgânico e em seguida colheremos algumas frutas. E para o nosso adubo orgânico, usaremos cascas de frutas e verduras. Já temos isso separado, então não precisaremos descascar.
Então começamos o preparo e percebi que em alguns momentos a Annie não parava de olhar para mim. Será que ela estava sentindo a mesma coisa que eu?. Não, Lucas, só você estava sentindo, só você estava pecando.
Resolvi quebrar o clima tenso que estava e iniciei uma conversa com ela, ela era mesmo focada no seu trabalho.
— Annie, posso falar com você?
— Claro, aconteceu alguma coisa, Lucas?
— Não, apenas queria perguntar se você pode ajudar eles a colher as frutas.
— Não precisava nem perguntar, eu farei de bom grado. — Disse a mesma sorridente.
— Hannah querida, que tal experimentar uma camada de terra e outra de folha? — falou Annie e foi caminhando para pequena Hannah para ajudar. Gui e Louise, vocês estão muito bem, continuem assim.
Enquanto ela ajudava as crianças eu a observava e céus ela seria uma ótima mãe.
Annie
Eu contava as horas para que chegasse o horário do trabalho só pelo simples fato que ele estaria lá ajudando.
Saindo do dormitório encontrei Mary e juntas caminhamos ao encontro dos meninos, mas no caminho a *anciã Judy estava com problemas para carregar algumas frutas e decidi oferecer ajuda, chegaria atrasada mas acho que eles entenderiam.
— Anciã Judy, Sou eu a Annie, posso ajudar lá a levar para lá? — perguntei sabendo que a mesma aceitaria.
— Oh doce menina, és um verdadeiro anjo, se não for incômodo eu aceito sim.
— Não é incômodo anciã judy, eu e a Mary iremos ajudar. — Mary pragueja do lado me lembrando que já estamos atrasadas, mas ignoro a mesma e continuo a ajudar a anciã.
Depois de ajudarmos, seguimos o nosso caminho até onde os meninos estariam.
— Você sabe que provavelmente nós iremos tomar uma bronca, não é? Os guardiões são chatos demais, mas talvez não aconteça já que Lucas vai estar lá e eu percebi como vocês se olharam — falou provocando.
— Do que você está falando Mary?, nos olhamos normal, não se esqueça que isso é totalmente proibido aqui. — Disse repreendendo a mesma.
— Tudo bem, mas cuidado para não explodir de tão vermelha que você está. — Disse aos risos e céus, eu realmente estava.
Quando eu o vi meu mundo parou, parecia que tinha passado uma eternidade mas só se passou um dia. Já estava preparada para levar uma reclamação, mas a mesma não veio, apenas pediu para não nos atrasarmos novamente e eu entendi, não acontecerá novamente.
Nos separamos em dupla e fiquei muito feliz em pelo menos ficar um tempinho, nem que fosse minutos sozinha com ele, quando chegamos encontramos três crianças que eu já conhecia. Hannah, Gui e a louise quando ele os cumprimenta.
Em seguida ele começa a falar sobre a adubação, e em como cascas de frutas, grama e folha era nutriente para a terra, assim como animais mortos.
Eu o repreendi porque não era coisa para falar para as criança quando a Hannah pergunta
— Então quer dizer que quando um cachorrinho morre ele é nutriente para terra guardião?
— De certa forma sim Hannah.
— Pobre cachorrinho — Disse Hannah entristecida
Lucas não deveria falar isso para as crianças, pelo menos enquanto eles forem apenas crianças.
— Você não tinha que dizer que quando os animais morriam eles viravam nutrientes luck, eles são só crianças, não deveriam saber disso agora.
Mary Ter nos separado em dupla foi ótimo, ainda mais quando o João era a dupla, confesso que estou cometendo um grande pecado em ir contra as ordens do pai, mas não posso m****r no meu pequeno coração. E duvido que eu fosse a única. Hoje eu iria confessar os meus sentimentos, mesmo que não seja recíproco, mesmo que sendo proibido eu me arriscaria, mas no momento irei focar no nosso trabalho. — Parece que só ficamos com a Chris Mary — João disse sorridente quando estávamos nos aproximando. Significa menos trabalho. — Você é mesmo um preguiçoso não é?, então acabaremos antes do Lucas e da Annie. — Aparentemente sim. Em falar neles, os olhos de ambos brilham quando
Lucas Quando a Annie sugeriu chamar os outros até deu uma felicidade de todos nós nos reunirmos, até ouvir aquele nome. Daniel. Eu não tinha nada contra o Daniel, mas ver a forma que ele olhou para a Annie me deu um certo incômodo e desconforto, mas não irei me preocupar com isso, aliás, não tínhamos nada. Assim que chegamos ao refeitório tinha uma quantidade pequena de pessoas e como não teríamos mais nenhuma atividade, teríamos o restante da tarde e o anoitecer livre. — Então que horas iremos nos reunir em volta da fogueira? — Perguntei pois tinha a necessidade de ficar com ela por mais alguns minutos. — Pode ser assim que o sol baixar, Lucas, para não demorar
ANNIE Se Passou três dias desde que estive com Lucas e o restante, nos víamos pouco por causa das apresentações que irá ocorrer em dois dias, estava indo com a Mary em direção ao refeitório quando o Daniel se junta a nós — Hey Daniel, como você está? Parece cansado. — Perguntei olhando seu semblante e suas grandes olheiras. — Os dias para nós estão corrido, nós que iremos buscar os novos integrantes, o treinamento está pesado. — Você também não para Daniel. — Mal estou vendo o João também e agora tem o Lucas. — Disse a Mary. Eu tinha quase a certeza que a Mary e o João eram companheiros, só pela forma que se olhavam e viviam juntos. No segundo dia o Lucas foi no
Os dias se passaram rápido desde a fogueira, desde o dia em que estive com ela, desde o dia em que ela se tornou minha companheira. Eu tinha visto ela poucas vezes desde esse dia e estava focado mais na escolta que iria acontecer em poucos dias, claro que a visitei no seu dormitório, mas apenas isso. Eu estava procurando um lugar vazio no refeitório quando a joane me diz um e se senta comigo, eu sabia que suas intenções comigo ultrapassa as que eram impostas no paraíso, mas eu tinha alguém, apesar de tudo eu já tinha a minha companheira. — Você tem passado tempo demais treinando, guardião Lucas. Precisa se divertir mais quase não vejo você. — Falou Joane se aproximando mais. — Na verdade eu não fico só treinando. É verdade que nessa semana eu tenha ficado mais no campo de treinament
LaraEu estava com medo que o guardião Daniel não tivesse cuidado com o kaue, eu amava aquela criança e ele era o meu irmãozinho, mas o mesmo me prometeu que cuidaria dele e daria a vida para proteger.Aquele olhar me transmite paz que em poucas vezes senti, o mundo parou quando nossos olhares se encontraram, mas logo acabou quando outro guardião nos chamou a atenção, era a hora de partir.Eu estava com medo que algo acontecesse com o kaue, mas o guardião Lucas me tranquilizou.— Não se preocupe, Lara. O Daniel é um dos melhores guardiões, a criança chegará em boas condições.Ele falou me acalmando e deu um certo alívio e era tudo o q
DanielQuando o guardião Lucas me deu um caminho confesso que fiquei feliz. Conhecia o meu esforço e me considerava um guardião muito forte. Ao chegarmos no local onde a missão começaria a ser executada, reparei em uma moça com lindos cabelos cor de mel agarrada a uma criança. Quando foi dito que eu iria escoltar a criança a criança pude perceber que em seus olhos havia medo, ela realmente se importava com a criança.Quando estávamos todos prontos para partir a moça que se chama Lara se pronunciou desesperadamente .— Por favor, tome conta e proteja ele! Eu imploro! — Ela disse nervosa e com medo.— Eu prometo com minha vida que irei — Disse tentando tranquilizar a mesma, que me olhou alivi
MaryApós a festa tomei um rumo diferente dos demais e por um milésimo segundo também pensei em ir para o dormitório, mas, como toda noite costumo fazer, dei uma saída para me distrair e fui em direção a cachoeira, contemplar a sua beleza junto a lua.O sono logo havia chegado, e ao caminhar de volta para o dormitório alguns ainda se encontrava no campo central, mas era o total de muito pouco, teríamos o dia seguinte livres e não era surpresa.Quase me aproximando do meu dormitório, avistei Lucas saindo do dormitório da Annie, esses dois não me enganavam e amanhã ela me contaria tudo.As coisas com o João também estavam muito boas, eu marquei com o mesmo para nos encontrarmos na cachoeira e
LucasNão entendia o motivo dos ciúmes da Annie, já tinha lhe dado provas o suficiente de que ela era a única mulher que eu amava. Apenas a deixei ir porque ela me disse que estava passando mal e também seria bom para ela esfriar a cabeça e mais tarde, ou no dia seguinte, tentaria falar com ela.— Aconteceu algo para você sair às pressas, Lucas? — Perguntou Lara franzindo o cenho.— Não Lara, apenas pensei ter visto uma coisa, mas não era nada. — Respondi omitindo.O que eu falaria para a menina que acabou de chegar?, Ah Lara, é que a minha mulher apareceu mais viu nós dois juntos e acabou indo embora, ela não gosta de você e sentiu ciúmes. Eu sei que provavelmente elas não se davam bem, ma