CAPÍTULO DOIS: UMA AJUDA

Lucas

Um dia se passou desde que voltamos da última missão e que nos encontramos na festa das colheitas, hoje eu me reuniria com o João para dar ajuda no campo a mando do pai e provavelmente ela estaria lá junto com a Mary. Saindo do meu alojamento encontrei o João com uma cara de sono e tédio, conhecendo bem ele, eu sabia que ele preferia estar treinando. Logo em seguida, depois de nos encontrarmos, fomos direto para o campo esperar as meninas que não estavam nada atrasadas.

— Quanta demora dessas meninas, achava que elas eram mais pontuais. — Falou enquanto batia o pé no chão.

João já estava perdendo a paciência e com razão parecia até que estavam se preparando para um casamento, se não fosse proibido seria capaz que estivessem mesmo.

— Fica tranquilo, elas logo vão aparecer. — falei tentando parecer calmo quando na realidade eu estava ansioso aguardando a chegada dela, não demorou muito para que elas chegassem, e quando elas chegaram e eu finalmente vi ela, meu coração disparou e senti como se tudo estivesse parado e o mundo girasse em torno dela, unicamente e exclusivamente para ela.

— Chegamos, espero que tenhamos chegado a tempo. — Mary falou na maior calma quando a mesma sabia que já estava mais que atrasada. Uma coisa que a Mary sabia perfeitamente era da nossa pontualidade, e que não toleramos atrasos.

Eu conheci a Mary a uns dois anos atrás, quando eu estava no campo de treinamento e percebi que a mesma seguia e observava o João em quase tudo o que ele fazia, desde então, viramos colegas.

— Não pague de inocente Mary, você sabe perfeitamente bem que vocês estão atrasadas. — João já estava impaciente e isso era óbvio, mas eu tinha certeza que no fundo ele sentia algo por ela, Mas tínhamos coisas para fazer fora da colheita, e ainda mais porque teríamos muito trabalho a ser feito no campo, pois iremos ensinar os mais novos desde o plantio até a colheita e isso não era algo que fazia em uma hora.

— Desculpa João e Lucas, mil perdão, a culpa foi toda minha o nosso atraso, paramos para ajudar uma anciã a carregar as frutas. — Annie, tão doce, falou com toda a sua doçura.

Não deixaria o João falar, já que achei a oportunidade perfeita de ter pelo menos uma conversa, mesmo que rápida com ela. — Não tem problema já que foi assim Annie — mas sem atraso da próxima vez, por favor.

— Obrigada por entender e pode deixar, não haverá mais atraso, e minhas sinceras desculpas.

— Pare de se culpar tanto Annie, nós entendemos. — João já estava impaciente pela demora. Agora vamos nos dividir e quando acabarmos iremos nos encontrar novamente aqui, eu vou com Mary e vocês dois vão juntos, tudo bem? - João falou

— Tudo bem — respondemos em coral. Se ele soubesse o quanto me deixou feliz falando que eu e ela ficaremos sozinhos mesmo que por poucos minutos..

— Então vamos começar pelo lado direito e vocês ficam com o esquerdo, o grupo de criança que estiver faltando fica um *guardião e uma *colheitadeira é só vocês ficarem. Nos encontraremos aqui no final da manhã. — João disse um pouco autoritário.

— Tudo bem João, estaremos aqui quando acabarmos com as crianças. — Disse Annie calma.

— Então, vamos lá? — perguntei chamando sua atenção e a mesma sorriu.

— Claro, contei as horas para isso.

Não poderei nutrir sentimentos por algo que era totalmente proibido, mas não custa nada sonhar e tudo é possível se tentar.

***

Assim que chegamos, já tinha três crianças que atendia pelo nome de Louise, Gui e Hannah que estavam sem guardião e colheitadeira, quando eu os cumprimentei.

— Bom dia crianças.

— Bom dia, irmão guardião. — Responderam em coral. E sempre os mais velhos ajudavam os mais novos a encontrar um lugar para se encaixar.

— Hoje eu e a irmã mais velha Annie iremos ensinar o básico de adubação de terra. Vocês sabem o que é adubação?

— Não, irmão guardião — responderam.

— A adubação é o ato de fertilizar a terra com matéria orgânica, como por exemplo, restos de alimentos.

A adubação também pode ocorrer a partir dos nutrientes de um corpo morto, ou seja, quando um animal ou ser humano morre e é enterrado, a terra absorve seus nutrientes à seu favor. Isso também é adubação. — Disse com maior naturalidade. Por exemplo cascas de verduras, cascas de ovos, folhas e gramas, são uma boa fonte de nutriente para adubação, mas lembrando que nem todo alimento é adubo.

Annie me repreendeu e não entendi o porquê, quando olhei para frente as crianças estavam com cara de nojo.

— Então quer dizer que um cachorrinho quando morre é nutriente para terra guardião? — perguntou Hannah

— De certa forma sim Hannah.

— Tadinho do pobre cachorrinho. — disse com um semblante tristonho.

— Você não tinha que dizer que os animais quando morriam viravam nutrientes luck, eles são só crianças, que não deveriam saber disso agora.

— Não foi minha intenção Annie, mas não podemos deixar passar nada. Não tinha percebido, mas ela me deu um apelido para se referir a mim, ela me chamou de luck, meu corpo entrou em combustão nunca imaginei ela me chamando assim.

— Lucas, você está bem? Parece febril. Mas você pode se curar, não é? Você é guardião e tem um dom de cura. — Ela estava preocupada, dava para perceber pela expressão que fazia enquanto tocava em meu rosto.

— Não se preocupe comigo Annie, eu estou bem. Agora vamos continuar com o nosso trabalho.

— Então crianças, hoje faremos adubo orgânico e em seguida colheremos algumas frutas. E para o nosso adubo orgânico, usaremos cascas de frutas e verduras. Já temos isso separado, então não precisaremos descascar.

Então começamos o preparo e percebi que em alguns momentos a Annie não parava de olhar para mim. Será que ela estava sentindo a mesma coisa que eu?. Não, Lucas, só você estava sentindo, só você estava pecando.

Resolvi quebrar o clima tenso que estava e iniciei uma conversa com ela, ela era mesmo focada no seu trabalho.

— Annie, posso falar com você?

— Claro, aconteceu alguma coisa, Lucas?

— Não, apenas queria perguntar se você pode ajudar eles a colher as frutas.

— Não precisava nem perguntar, eu farei de bom grado. — Disse a mesma sorridente.

— Hannah querida, que tal experimentar uma camada de terra e outra de folha? — falou Annie e foi caminhando para pequena Hannah para ajudar. Gui e Louise, vocês estão muito bem, continuem assim.

Enquanto ela ajudava as crianças eu a observava e céus ela seria uma ótima mãe.

Annie

Eu contava as horas para que chegasse o horário do trabalho só pelo simples fato que ele estaria lá ajudando.

Saindo do dormitório encontrei Mary e juntas caminhamos ao encontro dos meninos, mas no caminho a *anciã Judy estava com problemas para carregar algumas frutas e decidi oferecer ajuda, chegaria atrasada mas acho que eles entenderiam.

— Anciã Judy, Sou eu a Annie, posso ajudar lá a levar para lá? — perguntei sabendo que a mesma aceitaria.

— Oh doce menina, és um verdadeiro anjo, se não for incômodo eu aceito sim.

— Não é incômodo anciã judy, eu e a Mary iremos ajudar. — Mary pragueja do lado me lembrando que já estamos atrasadas, mas ignoro a mesma e continuo a ajudar a anciã.

Depois de ajudarmos, seguimos o nosso caminho até onde os meninos estariam.

— Você sabe que provavelmente nós iremos tomar uma bronca, não é? Os guardiões são chatos demais, mas talvez não aconteça já que Lucas vai estar lá e eu percebi como vocês se olharam — falou provocando.

— Do que você está falando Mary?, nos olhamos normal, não se esqueça que isso é totalmente proibido aqui. — Disse repreendendo a mesma.

— Tudo bem, mas cuidado para não explodir de tão vermelha que você está. — Disse aos risos e céus, eu realmente estava.

Quando eu o vi meu mundo parou, parecia que tinha passado uma eternidade mas só se passou um dia. Já estava preparada para levar uma reclamação, mas a mesma não veio, apenas pediu para não nos atrasarmos novamente e eu entendi, não acontecerá novamente.

Nos separamos em dupla e fiquei muito feliz em pelo menos ficar um tempinho, nem que fosse minutos sozinha com ele, quando chegamos encontramos três crianças que eu já conhecia. Hannah, Gui e a louise quando ele os cumprimenta.

Em seguida ele começa a falar sobre a adubação, e em como cascas de frutas, grama e folha era nutriente para a terra, assim como animais mortos.

Eu o repreendi porque não era coisa para falar para as criança quando a Hannah pergunta

— Então quer dizer que quando um cachorrinho morre ele é nutriente para terra guardião?

— De certa forma sim Hannah.

— Pobre cachorrinho — Disse Hannah entristecida

Lucas não deveria falar isso para as crianças, pelo menos enquanto eles forem apenas crianças.

— Você não tinha que dizer que quando os animais morriam eles viravam nutrientes luck, eles são só crianças, não deveriam saber disso agora.

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