Sábado, 31 de agosto de 2013Por volta das duas horas da manhã decidimos ir embora – Amor – eu disse fazendo um sinal para Jake se aproximar de mim – Eu estou indo pra casa com Bia, nos vemos pela manhã.─ Baby, não tem chance alguma de eu dormir longe de você. Eu quero ficar com você até o momento de ir embora.─ Eu também quero muito isso, mas eu preciso informar pessoalmente aos meus pais sobre o fato de você estar aqui. Eu quero que eles saibam por mim. Não quero que eles descubram quando eu não estiver presente à mesa de café da manhã.─ Meu amor, por favor, eu aprecio essa relação que você tem com os seus pais, mas você é uma mulher adulta e eu preciso de você.Eu penso que foi tudo o que eu mais desejei nos últimos dias. Eu quis tanto estar com Jake que, sinceramente, o preço a pagar por isso não é tão caro. Eu posso lidar com os meus pais amanhã.─ Tudo bem – Eu concordo enfim – Mas, vamos deixar Bia em casa.─ Obrigado, amor – Ele me dá um beijo suave – Nós vamos com certeza
─ Baby, acorde. – A voz de Jake me desperta, mas eu não quero acordar agora – Meu amor, você desistiu de ir para a casa de praia dos seus pais? – Essas palavras são suficientes para me fazerem pular da cama.─ Que horas são? – eu pergunto assustada.─ Calma, são 10:30, eu não queria chamá-la, mas eu sei que você não ficaria contente se eu não o fizesse.Eu fico de pé e dou-lhe um abraço, enterrando meu rosto em seu pescoço e inalando seu cheiro. Ele acabou de sair do banho, eu posso dizer pela umidade da sua pele e cabelo, mas também pelo cheiro delicioso do seu sabonete. Ele retribui o meu abraço e sua mão desliza pelas minhas costas – Você fez bem em me chamar. Obrigada – eu olho em seus olhos, sondando – Estamos bem?─ Ele me puxa de volta para os seus braços e beija meu pescoço – Sim. Nós estamos bem. Por mais que você seja irritante às vezes, eu amo você e vou ser paciente.─ Irritante?─ Sim. Irritante.─ Oh, Sr. Green, o que eu faço com você?─ Eu tenho algumas ideias,
Nós entramos no elevador e eu aperto o botão da garagem. O elevador faz uma parada no décimo primeiro andar e quando as portas se abrem eu dou de cara com Rodrigo. Ele mora aqui no prédio há muitos anos e ficamos amigos logo de cara. Eu acompanhei todo o processo de paquera e namoro entre ele e Tati. Nós íamos sempre juntos à praia, ao shopping, ao cinema. E faz muito tempo que eu não o vejo. Assim que ele me vê, ele abre um sorriso e abre os braços pra mim. Embora eu saiba que Jake vai ter um troço, eu definitivamente não vou mudar o jeito como me relaciono com os meus amigos por causa de Jake. Ele que trate de se acostumar. Eu retribuo o seu abraço e ele me levanta – Sam, sua traidora quando você ia me procurar, hein? Quando você chegou? – O elevador fecha suas portas e segue o seu caminho para a garagem.─ Rodrigo, me desculpe. Eu cheguei na madrugada da segunda para a terça-feira.─ Eu soube sobre a sua mãe, como ela está?─ Ah, ela está muito bem. Foi só um susto mesmo, graças a
A casa dos meus pais fica a beira-mar entre as piscinas naturais de porto e a praia de Muro Alto. Meu pai costuma dizer que somos privilegiados por ter a nossa casa entre esses dois paraísos. Quando estaciono na frente da casa, seguida pelos outros dois carros, eu sinto Jake ficar tenso. Eu confesso que eu mesma estou apreensiva sobre esse encontro.A nossa casa tem dois andares, todos os quartos do piso superior possuem varanda e no térreo há um terraço único que circula toda a casa. O muro é baixo e em cima dele uma cerca branca de madeira completa o visual, meu pai se recusou a colocar um muro alto para não prejudicar a vista para o mar e nem a beleza da casa e ele estava certo. Uma piscina retangular com uma fonte de inox fica ao lado esquerdo da entrada e à direita temos um quiosque rústico com mesas e cadeiras de madeira e sofás de vime com aconchegantes almofadas. Esses sofás são imensos, circulares e mais parecem camas redondas. Tem mais duas dessas poltronas de vime no grande
Eles olham para Jake e ele assente. Eles voltam e ficam em seus lugares na entrada da casa. Jake segura a minha mão e nós caminhamos direção à praia de Muro Alto. Como era de se esperar para o mês de agosto, o vento soprava forte. Meus cabelos estavam soltos e eram sacudidos para todos os lados. A areia úmida sob os nossos pés, o cheiro de mar, o vento, filhotes esbranquiçados de siris fugindo das nossas pisadas e se escondendo em seus buracos na areia, tudo isso é tão comum pra mim. Desde pequena eu sempre fui apaixonada pelo mar. Quantas vezes eu estive triste, preocupada ou confusa e me sentei na areia da praia e olhei para o mar procurando paz e, ao mesmo tempo em que eu me sentia pequena diante dessa imensidão, eu percebia que maior ainda era quem o fez e isso me trazia alento e a certeza de que tudo seria resolvido no tempo certo, pois não estamos jogados aqui. Tem alguém muito maior do que o oceano cuidando de nós.Nós seguimos em silêncio até que a nossa casa desaparecesse. A
O caminho de volta pra casa foi divertido. Parecíamos duas crianças correndo pela praia. Ele me perseguiu, me jogou sobre os seus ombros, me arremessou no mar diversas vezes até que chegamos na casa.─ Finalmente. Onde vocês estavam? – Meu pai perguntou.─ Nós fomos dar uma caminhada e aproveitamos para dar um mergulho.─ Estávamos esperando a nossa cantora – Ele disse e eu não fico surpresa. É praticamente uma tradição tocar violão no quiosque quando estamos aqui. Algumas vezes papai faz uma fogueira na areia da praia e nós ficamos em volta agasalhados cantando e nos divertindo.─ Sua cantora precisa de um banho, pai. Mas voltaremos logo.Após o banho eu visto um macacão de malha estampado que eu encontrei no armário do meu quarto. Eu o deixei aqui na minha última vinda à Porto. Deixo os cabelos soltos para que sequem mais facilmente e faço o meu caminho até o quarto de Jake, mas ele não está. Eu desço as escadas e vou até a cozinha. Minha mãe está sentada à mesa conversando com Teca
Domingo, 1º de setembro de 2013 A casa estava silenciosa quando eu escapei do meu quarto em direção ao quarto de Jake. A porta está aberta e ele quase tem um troço quando eu invado fechando a porta atrás de mim – Sam, você quase me matou de susto – eu sorri – Shhhiiiii! Não faça barulho, eu não quero ter problemas com o seu pai. Ainda mais agora que estamos nos entendendo. Eu caminho até a sua cama – Desculpe-me – ele se afasta para que eu me deite ao seu lado. ─ Tudo bem, é só fazer silêncio. ─ Nós estamos sussurrando, Jake. Além disso, o quarto dos meus pais não é grudado aqui. Ele me beija – Eu sei, mas é que o seu pai me dá medo. ─ Ora, ora, o todo poderoso Jake Green com medo? Ele segurou meus braços acima da cabeça, mantendo-os presos usando apenas uma das mãos e colocou todo o seu peso sobre mim – Eu acho que a senhorita está falando muito. Eu vou ter que fazê-la calar – ele uniu nossos lábios novamente e depois de um beijo lento, mordiscou meu lábio inferior. Sua boca de
─ Eu não acredito que ela fez isso.Bia olhou na mesma direção – Calma, Sam. – Ela tenta me acalmar. – Pode ter sido uma coincidência.Eu balanço a cabeça – Não foi e você sabe disso. – ela não contestou. No fundo ela sabe que eu tenho razão. Mamãe armou para William e seus pais estarem aqui para tentar fragilizar a minha relação com Jake.─ Quem está aí? – Jake pergunta, quando eu estaciono ao lado da Hilux de Will. Eu olho pra ele e ele já sabe de quem estamos falando. Ele não diz nada, mas posso ver a raiva estampada em seu rosto.─ Minha mãe deve ter convidado. Eu tenho quase certeza de que ela fez isso. Mas, por favor, não vamos dar a eles a satisfação de nos ver brigar.─ Nós não vamos brigar. – Ele fala isso com tanta convicção que eu soube que ele estava comigo nessa. Porém, eu também sei o quanto Jake é possessivo em relação a mim e o fato dele já ter tido um embate com Will, com direito a socos e pontapés eleva o meu stress ao nível máximo.Nós saímos do carro e Jake trata d