Segunda-feira, 18 de novembro de 2013Kate - Posso entrar? – A voz de Jake na porta da minha sala me trouxe alívio, mas em seguida uma fúria descontrolada. - A julgar pela sua cara deslavada, vocês fizeram as pazes, não é?- Sim. Você não parece muito feliz...- Oh, não me entenda mal, eu estou realmente feliz por vocês terem feito as pazes. Mas custava dar um telefonema, uma mensagem, sinal de fumaça, qualquer coisa? Eu passei a noite inteira preocupada com vocês dois.- Eu sei. Eu devia ter avisado.- Ok – Eu abri um sorriso por que a cara de felicidade dele era contagiante – Então ficou tudo bem?- Sim. Nós conversamos. Eu me desculpei. Passamos a noite no hotel e hoje cedo passamos em casa antes de virmos pra cá... Deus! Eu não sei onde eu estava com a cabeça. Se arrependimento matasse eu estaria morto. Não devia ter ido a Vegas sem falar com Sam. Não devia sequer ter ido sem ela ao meu lado. E pensar que eu ainda tenho que ir ao funeral. Você vai?- Jake,
KATESexta-feira, 22 de novembro de 2013- Aonde você está indo? – Eu perguntei a Sam quando nos encontramos em frente ao elevador.- Eu estou indo almoçar?- Com Jake?- Não. Jake tem um almoço de negócios – Ela parecia estranha, desconfiada, ou constrangida, não sei bem. – Estou indo almoçar com Helena.- Oh! – foi tudo que eu consegui dizer. Nós entramos no elevador e apertamos o botão da garagem.- Você está bem com isso?- Com você saindo com ela? – ela acenou afirmativamente – Sim. Por que não. Você gostou mesmo dela, não é?- Sinceramente Kate, eu gostei. Ela é legal, divertida, carinhosa. Olha, eu tenho que te dizer uma coisa, mas não quero que você fique com raiva de mim.- Isso nunca vai acontecer, Sam. Eu amo você.- Também amo você, Kate. E é por isso que eu tenho que te dizer isso: Você e Jake tem toda razão de ficarem chateados com ela. Nossa, eu nem quero pensar se tudo isso tivesse sido comigo. Mas não há nada que possa ser feito. O tempo perdido não vai voltar e ela j
Sábado, 23 de novembro de 2013Assim que eu acordei soube que estava sozinha, embora meus olhos ainda estivessem fechados. Pelo silêncio no apartamento, eu sabia que ele havia saído. Eu só queria saber o que tanto ele tem pra fazer. Nem bem termino esse pensamento e já me sinto péssima por isso. Eu sei que as coisas não estão indo muito bem na empresa dele e que ele tem feito um esforço sobre-humano para tentar consertar as coisas. Eu estiquei minha mão para alcançar o telefone sobre a mesinha lateral. Mas continuei deitada, checando minhas mensagens enquanto tomava coragem para me levantar. Havia uma mensagem dele pra mim.Ethan: Baby, sinto muito, mas preciso resolver algumas coisas na empresa. Lamento deixá-la sozinha no sábado. Aproveite o dia. E.Eu decido responder.Kate: Ok. Vou tentar fazer algo divertido. Mas ainda não sei bem o que seria. Ultimamente as coisas são mais divertidas com você. Sua K.Finalmente eu tomei coragem e fiquei de pé. Tomei um bom banho e preparei um ca
Duas horas depois eu estava parada diante da sua porta. Eu não sei bem quanto tempo eu fiquei lá. Apenas me dei conta de que fazia algum tempo quando um funcionário do hotel passou por mim e me perguntou se eu precisava de ajuda. Eu precisava. Mas ele certamente não poderia me ajudar com isso. Eu estava nervosa e incerta sobre esse encontro. Eu agradeci e em seguida apertei a campainha. Eu me perguntei se ela estava atrás da porta todo esse tempo, pois não demorou muito até que ela estivesse na minha frente com a porta aberta.- Oi – Ela disse com um sorriso contido. Ela estava tão nervosa quanto eu, isso estava claro. Em qualquer outra situação, como nos negócios, por exemplo, eu aproveitaria sua insegurança para alimentar minha coragem. Agora, porém, eu continuo uma poça de nervos.- Olá, Helena. Eu posso entrar?- Claro – ela se afastou para que eu entrasse na suíte. Todas as suítes do Hotel são luxuosas, mas Samanta realmente se preocupou em colocar ela em uma das melhores. Ela ac
Quando chegamos ao nosso destino, paguei o táxi e nós descemos. A loja ficava em uma das esquinas da Quinta Avenida, no primeiro piso de um prédio tradicional, com colunas cilíndricas de areia e, após as colunas, via-se a fachada da loja toda em vidro. Com a coleção de outono/inverno exposta de modo artístico ao longo de toda a vitrine. Eu entrei na loja e Helena me seguiu.- Seja bem-vinda Srtª Grenn. Procura algo especial hoje?- Nós gostaríamos de experimentar algumas peças.- Oh, não Kate. Eu não...- Por favor, não chova no meu desfile. Isso vai ser divertido. – Eu falei isso brincando, mas era um pedido sincero. Eu queria fazer isso com ela. Eu não combinei isso conscientemente, mas, todas as minhas amigas na adolescência iam às compras com as suas mães e essa era uma das ocasiões em que eu me perguntava como seria fazer isso com a minha mãe. Eu não tinha ideia de como ela era, do que ela gostava. Agora que ela estava aqui eu queria saber como seria. Ela pareceu entender os meus
Terça-feira, 26 de novembro de 2013EthanOnde eu estava com a cabeça quando decidi vir jantar com Melody? Mas, essa era a única maneira que havia pra eu descobrir o que de fato estava acontecendo. Melody sempre foi uma boa amiga apesar de fazer um longo tempo que não nos vemos e apesar de saber que ela sempre quis mais. Porém, apesar de saber disso, tenho que admitir que ela sempre respeitou os meus limites.O mesmo não pode se dizer dos nossos pais. Eles haviam decidido, sem nos consultar, pelo menos não a mim, que iríamos nos casar. E não haveria mais concorrência, mas a fusão de duas grandes empresas da área de segurança. Eu poderia dizer que eu estou com a consciência tranquila por estar aqui, mas a verdade é que eu estaria se não tivesse omitido esse jantar de Kate. Eu disse-lhe que iria a um jantar de negócios, o que não deixa de ser verdade. Tudo que me trouxe até Melody hoje está relacionado aos negócios.Os últimos dias têm sido bem intensos. Eu tenho estado ocup
Quinta-feira 28 de Novembro de 2013Dia de Ação de Graças. Apesar da minha conversa com Ethan no último sábado, pouca coisa mudou. Ele estava a cada dia mais fechado e passávamos pouco tempo juntos. Ele chegava tarde quando eu já estava dormindo. Tinha sempre jantares de negócios ou ficava na empresa até altas horas. Algumas vezes ele nem vinha para o meu apartamento. Ficava no seu e mandava uma mensagem avisando que foi pra casa, pois não queria me acordar. Felizmente, as atividades na GE estavam intensas também e eu tentei me manter ocupada com isso. Falei com Helena um par de vezes ao telefone. Numa das vezes ela me perguntou se estava tudo bem, eu lhe disse que sim. Mas ela sabia que não estava. A conexão que estabelecemos duas noites atrás, quando ele chegou tarde da noite e me acordou desesperado para estar dentro de mim foi incrível. Ele estava angustiado, mais do que nos outros dias. O que será que aconteceu para que ele estivesse assim? Infelizmente eu
Ethan O Dia de Ação de Graças teria sido perfeito se eu não estivesse me sentindo tão mal por esconder coisas das pessoas que eu amo e se Kate estivesse comigo aqui. Meu pai me pediu para guardar o segredo sobre a sua doença enquanto não recebíamos os resultados dos últimos exames e enquanto o médico não dava um diagnóstico mais certo. Além disso, ele não queria estragar o Dia de Ação de Graças da minha mãe. Meu coração estava em frangalhos, o medo de perder alguém não se compara com os medos que a gente sente diariamente de coisas que ameaçam o nosso espaço seguro. Eu, como profissional da segurança, aprendi a dominar o meu medo em circunstâncias extremas, mas eu estava perdendo essa batalha. Eu estava com medo e ele é quem estava me dominando.Eu tinha medo de perder meu pai, eu sentia culpa por não ter ficado por perto e por não ter simplesmente superado nossas diferenças e priorizado a nossa relação. Eu sentia medo pela minha mãe, eu não queria vê-la sofrer se o pior a