Rosa…O mensageiro trouxe mais arquivos para eu revisar, e deu vontade de gritar, já que eu já estava cheia de trabalho.— Pra que servem esses arquivos? — Perguntei enquanto ele os colocava na minha mesa.— O Sr. Black pediu pra eu trazer pra você. Você precisa revisar esses arquivos do contador anterior.Olhei pra Brigitta e disse:— Por que diabos eu tenho que fazer isso? — Eu estava frustrada e irritada. Aquele idiota estava me tirando do sério.— Não faço ideia. Achei que esses arquivos tivessem sido finalizados pela Siddney antes dela se demitir.Levantei e fui direto até o escritório do Sr. Babaca. Eu queria saber por que eu tinha que revisar esses arquivos. Não me incomodo em trabalhar, mas isso tá ficando ridículo, pra falar a verdade.Bati na porta e, assim que ele disse “entre”, abri a porta. Ele estava sentado atrás da mesa, nem levantou os olhos da tela. Limpei a garganta, esperando que ele pelo menos me reconhecesse.— Posso te ajudar, Sra. Ettore? — Perguntou, ainda sem
Rosa...Já passava da meia-noite quando finalmente terminei todos os arquivos. Tive que revisá-los, garantindo que tudo estivesse certo. Eu não queria passar outra noite acordada no escritório. Fechei o meu laptop e peguei todos os arquivos antes de me dirigir ao escritório do Sr. Black.— Sr. Black. — Chamei ao entrar em seu escritório. Ele olhou para mim e acenou com a cabeça.Como ele não parece cansado?— Eu terminei todos os arquivos. — Entreguei os arquivos a ele e ele imediatamente os folheou.Por que ele não pode apenas me mandar ir embora? Eu estava cansada, e meus olhos pareciam estar queimando. A única coisa que eu queria agora era ir para a cama dormir, sem contar que estava morrendo de fome. A última vez que comi já faz muito tempo. Esperei o Sr. Black terminar e esperei que ele terminasse logo.Eu lutava para manter os olhos abertos enquanto olhava para o Sr. Black. Por favor, me diga que posso ir.— Você pode ir para casa. — Ele disse sem olhar para mim.Finalmente!Volt
Ashton…Olhei as horas e vi que já passava de uma da manhã. Desliguei o computador e verifiquei se tudo estava trancado antes de pegar meu casaco. Saí da minha sala e tranquei a porta, mas algo chamou minha atenção. A luz da sala da contabilidade ainda estava acesa.Que estranho. Eu tinha mandado Rosa ir pra casa fazia tempo. Fui até a sala e, quando entrei, a vi dormindo com a cabeça sobre a mesa. Um leve sorriso se formou no meu rosto ao vê-la dormindo. Ela parece tão inocente... mas eu sei muito bem que ela é uma tirana.Entrei na sala e fiquei olhando para aquela mulher linda que roncava baixinho. Nunca me senti tão atraído por alguém assim — nem mesmo pela minha ex-esposa. Rosa conseguiu mexer comigo em poucas semanas.Ela parecia tranquila. Bem diferente do olhar mortal que me lançou algumas horas atrás. Eu a observei ao longo dessas semanas, e o jeito como ela sorri e conversa com os colegas de trabalho só me faz me apaixonar ainda mais. Os olhos dela brilham quando os outros tr
Rosa…— Rosa, Rosa, acorda.Ouvi alguém me chamando pelo nome. Abri os olhos e vi Brigitta.Onde estou? O que ela está fazendo no meu apartamento?Meus olhos se arregalaram e pulei assim que a ficha caiu. Ah, não. Dormi no escritório.Olhei para baixo e notei que estava no sofá. Que estranho. Eu podia jurar que estava na minha cadeira, na minha mesa. Foi então que meus olhos caíram sobre algo. Havia uma jaqueta sobre o meu corpo — não qualquer jaqueta, mas a jaqueta do Sr. Black. A mesma que ele usava ontem. Isso significa que foi ele quem me colocou no sofá?— Merda, preciso ir pra casa trocar de roupa. Quanto tempo eu ainda tenho? — Perguntei, percebendo que não podia usar a roupa de ontem.Brigitta olhou no relógio.— Cerca de meia hora. Se você correr, talvez consiga chegar a tempo. Eu aviso o Ashton o que aconteceu quando ele chegar.— O quê? Ele vai ficar furioso quando souber que dormi no escritório. — Eu já estava entrando em pânico.Brigitta segurou minhas mãos.— Calma, Rosa.
Rosa...Eu não queria demonstrar minha empolgação quando vi o carro dele pela primeira vez. Eu sabia que ele era rico, mas, poxa, aquele carro provavelmente custa mais do que o meu apartamento. Sim, ele dirigia um Bugatti. Fiquei calada até que ele começou a falar.— Me diga, como você planejava chegar no horário sabendo que mora um pouco longe do trabalho?Balancei a cabeça.— Eu pegaria um táxi. Tenho certeza de que conseguiria chegar a tempo.— E como você vai pro trabalho todos os dias? — Ele perguntou enquanto saíamos da garagem subterrânea.— De táxi ou de ônibus, depende de qual aparecer primeiro. E se não consigo pegar nenhum, eu corro até lá e troco de roupa no trabalho. — Respondi com sinceridade. Eu não tinha dinheiro para ter um carro, muito menos para morar neste lado da cidade.— Você sabe que seria bem mais fácil alugar um apartamento perto do escritório.— Sim, eu faria isso se pudesse pagar, mas não sou milionária. Já você, por outro lado, pode bancar apartamentos carí
Rosa...A reunião que tive que acompanhar com o Sr. Black durou três horas. Eu já estava começando a achar que nunca ia acabar. Não sei como o Max aguenta fazer isso todo dia. Sr. Black comentou que ainda precisava encontrar um novo assistente, já que o antigo se aposentou há dois meses, mas até agora não conseguiu alguém que faça o trabalho sem ter segundas intenções.— Eu vou mantê-los informados sobre o progresso na Grécia. Obrigado a todos por comparecerem à reunião de hoje. — Finalizou Sr. Black.Todos o cumprimentaram e começaram a juntar seus documentos enquanto eu recolhia as anotações da mesa. Como alguém consegue gostar disso? Sério, é exaustivo — anotar tudo e ainda ouvir aquela conversa interminável sobre os próximos passos para expandir os negócios. Eu definitivamente prefiro trabalhar com números do que fazer isso pro resto da vida.Soltei um suspiro alto enquanto me levantava.— Você daria uma ótima assistente. Conseguiu lidar com um dos homens mais arrogantes dessa sala
Rosa…Quando entrei no escritório, fui recebida por Darana.— Darana! Você voltou.— Sim, querida, eu voltei. E ouvi dizer que Max também volta hoje. — Ela me abraçou assim que fechei a porta.— Que bom! Quando ele chega? — Perguntei, soltando-a.— Perto da hora do almoço. Ele me mandou uma mensagem dizendo que ia descansar um pouco antes de vir para o escritório. O avião dele pousou esta manhã.Fiquei feliz em vê-la. Ela estava com gripe há alguns dias e, pelo som da sua voz, parecia que ainda não estava totalmente recuperada.— Como foi a reunião? — Brigitta perguntou, me entregando uma xícara de café.— Foi boa, mas, poxa, não quero fazer isso para sempre. É exaustivo ficar sentada ouvindo eles falarem e anotando tudo. — Admiti com sinceridade.— Eu te entendo. Também odiava isso. Por isso o Max tem feito isso nos últimos meses. Me pergunto quando ele vai contratar uma nova assistente. — Comentou Darana.— Espero que em breve. — Respondeu Brigitta.Fui até minha mesa e abri o e-mail
Rosa…Depois que recuperei a compostura, relatei-lhes, com voz trêmula, os eventos que me levaram a partir rumo à América, explicando: — Contei aos meus pais sobre o divórcio e, ainda que eles não tenham demonstrado satisfação com o ocorrido, sugeriram que eu me estabelecesse por aqui.Enquanto falava, distrai-me manuseando os anéis de casamento, em vez de fitá-los com atenção; imaginava agora o que estarão pensando de mim após a revelação de tudo o que havia se passado.— Sinto muito pelo que te aconteceu. Você teve alguma notícia dele depois que veio para cá? — Perguntou Darana.Balancei a cabeça em sinal de resposta negativa.— Não, ele só me procura por meio do advogado. Sei que devo parecer patética, mas ainda o amo. Tínhamos um relacionamento maravilhoso antes de nos casarmos, e descartar tudo isso me dilacera. Eu acreditava que ele era o meu príncipe encantado, o homem com quem envelheceria, mas tudo não passou de uma grande ilusão.— E como é que a gente pode te ajudar? — Inda