— Hum, acho que nós dois sabemos que eu caí na real há muito tempo. — Bufei de desgosto.Ele riu sem graça e cruzou os braços na minha frente. — Então me diga, querida, você vai se desculpar por se comportar como uma pirralha mimada nos últimos meses e voltar para mim? Tudo o que você precisa fazer é dizer que ainda me quer e vou te tirar daqui e te levar de volta para o lugar onde você pertence. Vamos contar à mídia que você fugiu com outro homem porque estava com ciúmes da minha secretária. — Ele disse aquilo com uma pitada de orgulho, quase como se tudo isso fosse minha culpa.Não acreditei no que estava ouvindo. Ele não assumiria a responsabilidade por suas ações que me levaram a fugir. Ele ainda achava que eu era a garota ingênua que ele conheceu três anos atrás. Olhei para ele e ri. — Sabe, eu preferiria dormir com os sem-teto do que voltar com você. — Raiva e surpresa passaram pelo seu rosto. Ele estava prestes a dizer algo quando levantei minha mão e balancei a cabeça. — Não qu
(Ponto de vista de Willow)Kylie e eu fomos para a casa dela, já que estava tarde e ainda tínhamos muito trabalho para fazer, principalmente para limpar o apartamento. Adrian me ligou logo que chegamos, perguntando se eu tinha entregue o cheque para o Kieran. Quando eu disse que sim ele apenas respondeu com um "bom" e me informou que eu passaria a viver com eles, pois ele precisava de uma babá em tempo integral. Fiquei chocada, pois não imaginava que isso pudesse acontecer. Na manhã seguinte, voltamos para o meu apartamento para começar a arrumar minhas coisas e limpar o restante da bagunça.O proprietário não estava nada satisfeito com a aparência do meu apartamento e me informou que eu seria responsável pelo pagamento de tudo o que fosse quebrado. Eu sabia que não teria outra escolha a não ser pagar pelos danos causados por Kieran e seus homens. Perguntei ao proprietário se poderíamos fazer um acordo para o pagamento, e felizmente ele aceitou, dizendo que tudo bem, desde que eu pagas
— Eu também estou cheia.Jogamos fora as caixas e nos certificamos de que tudo estava limpo antes de trancar o apartamento. Levamos as chaves para o senhorio, que me informou que eu já não devia nada. Eu quis saber quem havia pago tudo, mas ele apenas deu de ombros e disse:— Menina, só posso dizer que você realmente tem um anjo da guarda.Kylie e eu nos perguntamos quem poderia ser essa pessoa, mas decidi deixar para isso de lado.Me despedi de Kylie e prometi ligar para ela assim que chegasse, antes de entrar no carro que Adrian mandara para me pegar.Dirigimos até os arredores de Nova York quando percebi que já não estávamos mais na cidade, mas a vista ao longo do caminho era de tirar o fôlego. Quando chegamos Sam abriu a porta para mim e me entregou minha bolsa.— Por aqui, senhorita. — Disse ele, enquanto se afastava.Eu o acompanhei em direção à enorme porta da frente, sentindo-me um pouco nervosa.— Você deve ser Willow? — Perguntou uma jovem assim que entrei na casa.Olhei para
(Ponto de vista de Willow)Coloquei minhas roupas no armário com cuidado e, em seguida, tomei um banho. Eu estava um pouco suada e não queria começar o meu primeiro dia me sentindo suja. Liguei para Kylie para contar que havia chegado em segurança, e ela quis saber se estavam me tratando bem. Eu quase ri, porque eu tinha acabado de chegar e, para ser sincera, não dava para saber ainda como as pessoas iriam me tratar. Meia hora depois, me despedi de Kylie, prometi que ligaria novamente e desci para o andar de baixo, como Sally havia me pedido.Enquanto descia as escadas, consegui ouvir as vozes altas dos dois irmãos vindo do outro lado do corredor. Eu ia precisar de alguns dias para me familiarizar com o lugar, porque aquela casa era enorme, e com certeza teria me perdido se não fosse pelo som das vozes.— Srta. Harper? — Ouvi sua voz atrás de mim. Virei-me.— Sr. Black. — Respondi, acenando com a cabeça.— Fico feliz em ver que você chegou. Vou levá-la até as crianças.Adrian se coloco
— Desculpe, Adrian. Eles me perguntaram se podíamos fazer um bolo para a nova babá, e eu disse para que ficassem quietos enquanto eu pegava os outros ingredientes da despensa. Antes que eu percebesse, estava trancada aqui dentro. — Explicou a senhora, olhando para Adrian.— Está tudo bem, Maureen. Eu tenho uma suspeita de como a porta travou. — Afirmou Adrian, lançando um olhar para os gêmeos que estavam lado a lado. Eles pareciam inocentes, observando o pai. Adrian balançou a cabeça e se virou para Maureen. — Maureen, preciso ir para o escritório. A Sally teve que ir para casa, um dos filhos dela ficou doente. Você poderia, por favor, ajudar a Srta. Harper com as crianças e mostrar o que precisa ser feito?— Claro, Adrian.— Obrigado, Maureen. — Ele se aproximou das crianças enquanto eu os observava. Ele se agachou e abriu os braços, claramente sem se importar em se sujar. Abraçou as duas crianças, que lhe deram beijos desajeitados.Enquanto os passos de Adrian se afastavam, não pude
(Ponto de vista de Adrian)Eu esfreguei as têmporas com as pontas dos dedos e tentei não grunhir em voz alta devido à dor latejante que percorria minha cabeça. Já estava há algumas horas sentado à minha mesa. Meus olhos se fixaram no relógio de ouro no meu pulso. Três horas, para ser exato. E, mesmo enquanto me sentava à frente do homem que controlava o meu lucro anual, não conseguia impedir que meus pensamentos se voltassem para a loira que estava em minha casa."O que ela estaria fazendo? Como estaria lidando com meus filhos?" Quase exclamei em voz alta. Como pude deixar meus filhos em casa com uma pessoa que eu mal conhecia? Mantive meu rosto impassível enquanto travava um pequeno debate interno sobre deixar meus filhos sozinhos com uma estranha. Meu convidado não percebeu minha distração enquanto continuava a falar.— Olha, eu sei que você será o melhor candidato para a fusão, mas meus membros da diretoria não concordam comigo quanto a isso. Eles dizem que não podem confiar em algu
Afastando-me da mesa, girei a cadeira para olhar pela janela, que me oferecia uma vista deslumbrante da cidade. As luzes brilhavam em todas as direções, criando um cenário de beleza na noite escura. Essa era uma das minhas coisas favoritas na cidade.Levantei-me da cadeira, meti as mãos nos bolsos e retirei o celular. Fiquei olhando para ele por alguns momentos antes de finalmente pressionar o botão para ligar.— Olá, Adrian. — Uma voz feminina soou rouca do outro lado da linha.— Oi, Sally. — Respondi depois de alguns instantes.— Você mostrou a nova babá para a casa? — Perguntou ela, e eu ouvi a pequena Ariel tossir.— Sim, mas os gêmeos fizeram uma bagunça na cozinha e trancaram a Maureen dentro da despensa. — Ri ao lembrar o que encontrei com Willow.Ouvi minha irmã rir do outro lado.— Poxa, espero que eles deem uma chance justa a ela. Ela parece ser uma garota doce.Sally completou:— Felizmente, eu estava lá para receber Willow, já que você estava preso em uma reunião com o Harr
(Ponto de vista de Adrian)— Já chegamos, senhor. — Uma voz cortou os meus sonhos agradáveis, me arrancando do sono.Abri os olhos lentamente e virei a cabeça assim que Sam puxou a porta do carro. A corrente de ar frio da noite entrou, me recebendo. Dei um leve sacolejo na cabeça e uma coçada na sombra que agora tomava conta do meu queixo, antes de sair do carro e deixar o vento fresco dissipar o cansaço que sentia.— Precisa de ajuda com alguma coisa, senhor?Olhei por sobre o ombro e balancei a cabeça, indicando que não.— Não, pode ir para casa. Amanhã vou trabalhar de casa, então você pode tirar o dia de folga e passar com sua esposa.Sam deu um pequeno sorriso e disse:— Obrigado, senhor.Ele então fechou a porta e se dirigiu para o lado do motorista. Eu o observei enquanto ele se afastava. Gostaria de ainda ter a oportunidade de voltar para minha esposa. Balancei a cabeça e subi as escadas, quando algo grotesco chamou minha atenção. Na entrada da garagem, estava um carro - um Fus